Descobrir como os alimentos são absorvidos pelo corpo é o segredo para manter uma dieta adequada
É
comum encontramos pessoas que ainda insistem em considerar os carboidratos como
fator determinante para o ganho de peso, desviando-se a atenção de buscar
informações sobre o índice glicêmico (IG) do alimento ingerido para o organismo.
De acordo com Vanderli Marchiori, consultora em nutrição da Associação
Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), existem carboidratos com baixo e
alto IG e essa classificação depende da velocidade que o açúcar presente no
alimento entra na corrente sanguínea. "Quanto mais rápido o seu acesso,
maior será a liberação de insulina pelo pâncreas, pois o corpo tenta equilibrar
os níveis de açúcar", explica.
A
medição do índice glicêmico é realizada por pesquisadores, nutricionistas e
sempre disponibilizada em sites e em livros de nutrição. Essa medida
normalmente é classificada como: IG baixo - menor do que 50; IG médio - entre
50 e 70 e IG alto - acima de 70.
Alimentos
de alto IG, como arroz branco, purê de batata e suco de laranja, por exemplo, aumentam
o risco para o desenvolvimento do diabetes do tipo 2 e da obesidade, devido a
elevação rápida da glicemia, o que pode desencadear uma liberação excessiva de
insulina, baixa saciedade, microbiota intestinal irregular, entre outros.
No caso de diabetes tipo 2, o ganho de
peso vai gerando um processo inflamatório, que ativa reações e podem inibir a
ação da insulina. "O organismo de quem tem a doença produz uma quantidade
insuficiente de insulina ou não consegue utilizá-la da maneira adequada para
desempenhar bem suas funções. Por causar poucos sintomas, a pessoa muitas vezes
demora anos para receber o diagnóstico de diabetes, o que pode causar
complicações graves no coração
e no cérebro", explica Vanderli.
Em 2003, a OMS apresentou uma pesquisa
que afirmou que produtos com baixo índice glicêmico, diminuem o risco de
desenvolvimento do diabetes tipo 2. De acordo com o estudo, alimentos como pão
e macarrão integral, por exemplo, colaboram no controle dos níveis de insulina,
além de aumentar a saciedade, o que reduz a vontade de comer exageradamente nas
próximas refeições, ajudando no processo de emagrecimento e assim, diminuindo o
risco para o desenvolvimento da doença.
A
especialista destacou também a importância da carga glicêmica (CG), quantidade
de carboidrato presente na porção de alimento consumido (ingeridos numa
refeição), comparado com o alimento padrão. "O consumo de vários tipos de
carboidratos ao longo do dia e em momentos unicos faz parte do equilibrio e da
manutenção de saude das pessoas. Podemos perceber que quando consumimos um
carboidrato simples como pão com mel ou geléia, por exemplo, temos um gás extra
de energia para o exercicio fisico, diferentemente de consumirmos um
carboidrato de baixo indice glicemico como o macarrão ao sugo no jantar que nos
dá energia ao longo da noite sem favorecer a formação de gordura
corporal", diz.
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