“Apoiar a pessoa depressiva, auxiliar a encontrar caminhos e um novo
propósito trará uma porta de saída para esse quadro de depressão”, diz especialista
(Foto: Getty Images)
A depressão é uma doença que precisa
de cuidados especiais e acolhimento, e a família tem um papel muito importante
dentro desse cenário. “O paciente depressivo, carrega com ele uma enorme
frustração, tristeza, angústia, um processo intenso de não encontrar a saída
para a dor emocional que está vivendo. Um quadro de desânimo e falta de
propósito, onde tudo em volta parece não fazer sentido para o paciente
depressivo”, explica a psicóloga transpessoal e orientadora pessoal
Wanessa Moreira.
De acordo a especialista, é muito
comum encontrar famílias sofrendo com esse quadro de ter uma pessoa querida em
depressão, seja pelo motivo de não saber como ajudar, ou ainda, pela demora
muitas vezes de se diagnosticar de fato a depressão e a demora de responder ao
tratamento em muitos casos. “A cobrança excessiva, a falta de entendimento
dentro da família, a falta de diálogo e de respeito das escolhas de cada um,
pode, inclusive, gerar um quadro depressivo em uma pessoa que não está bem,
está triste e frustrada e já não sente que tem espaço dentro dessa família”,
destaca Wanessa.
Para a orientadora pessoal, que também
é master mentoring em coaching corpo e mente, cada indivíduo percebe a
sua realidade de uma maneira muito particular, por isso é necessário respeitar
a dor, o sofrimento e o ponto de vista de cada um, pois colocar regras dentro
da família sem conversar e compreender como cada um percebe esse
direcionamento, pode levar um grande sofrimento para a pessoa, incluindo a
depressão.
“Ouvimos desde sempre o
quanto é importante ter coragem para vencer na vida, mas não aprendemos como de
fato executar essa ação a nosso favor. Aprendemos o quanto viver a vida é
difícil, e que precisamos sobreviver durante a vida. Mas não aprendemos a
viver, e viver traz liberdade, movimento, dificuldades e alegrias. Viver não é
nos estacionar em dores profundas com a sensação de não ter saída para esse
lugar, viver não é se afogar em dor. Nós não trazemos na nossa bagagem
emocional um repertório com novas ações para se viver uma nova vida”,
esclarece a psicóloga transpessoal.
A dificuldade de executar as mudanças
para viver um novo significado, provoca a insatisfação e o aprisionamento, um
cansaço de estar patinando nas mesmas dores e nas mesmas histórias. “Essas
histórias tem uma relação direta com a experiência do histórico familiar de
cada pessoa. Já está comprovado cientificamente que o DNA carrega as nossas
informações das histórias que vivemos, e essas informações são passadas
geneticamente para as gerações seguintes. Dessa maneira, recebemos dos nossos
familiares as informações das histórias que eles viveram, independentemente de
termos conhecido ou não os nossos antepassados, de sabermos ou não dessas
histórias, e esse é o repertório que trazemos na bagagem da nossa vida”, diz
Wanessa.
Ainda, segundo a especialista, “por
termos esse histórico conhecido, acabamos “presos” nessas histórias como uma
zona de conforto conhecida, mesmo que inconscientemente e acabamos sendo
levados ao movimento de repetir parte dessas histórias por se tratarem de rotas
conhecidas de padrões e comportamentos”. Por isso, a orientadora pessoal
argumenta que é necessário ampliar o repertório, conhecer novas histórias,
realizar pequenas mudanças para ampliar o leque de ações e materializar
mudanças que trazem um novo significado para a vida.
Sendo assim, Wanessa Moreira orienta
que uma ação em conjunto da família, de acolhimento, amor, de procurar
conhecimento e auxiliar a caminhada da pessoa que está depressiva dentro desse
cenário familiar, é fundamental para transformar esse quadro e essa história. “Apoiar
a pessoa depressiva, auxiliar a encontrar caminhos e um novo propósito trará
uma porta de saída para esse quadro de depressão. É importante dentro da
família que todos se sintam parte e pertencentes da história, sem exclusões ou
comparações, preservando a individualidade e a busca de cada membro da família
com amor e entendimento”, finaliza.
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