A ortopedia é um dos tratamentos mais
procurados por viajantes que buscam saúde no brasil
Que
o Brasil reúne inúmeras qualidades que são atrativos turísticos, todo mundo
sabe. O que pouco é divulgado é que o país tem atraído turistas estrangeiros também
por suas especialidades médicas e que a ortopedia é o tratamento mais
procurado. Cerca de 72% dos compradores internacionais (grupo formado por
seguradoras de saúde, corporações empregadoras e empresas facilitadoras e de
concierge) enviam pacientes para procedimentos de ortopedia no país.
Segundo
Julia Lima, presidente da ABRATUS (Associação Brasileira de Turismo de Saúde),
a viagem médica não é mais uma novidade — é uma realidade global que ultrapassa
os limites das fronteiras e se desenvolve rapidamente desde o fim da década de
1990. Atualmente há, por exemplo, um crescente número de americanos que buscam
tratamentos no exterior; são cerca 3.64 milhões de pessoas que deixam o país
todo ano à procura de algum tipo de procedimento de saúde ou estética.
No
início, o turismo de saúde era mais focado em estética, beleza e bem-estar. Mas
hoje uma grande porcentagem desses pacientes viaja também em busca de outros
tratamentos, como os ortopédicos. "Os pacientes americanos buscam
principalmente preços mais baixos, mas geralmente se surpreendem com os outros
benefícios que descobrem durante a experiência. Além de uma redução de custos
de até 75% no valor, eles encontram médicos qualificados e experientes (muitos
estudaram nos EUA); hospitais equipados com tecnologia de ponta — a mesma do
país de origem — e acomodações luxuosas", explica Julia.
A
medicina ortopédica e esportiva do Brasil já é conhecida mundialmente, e um dos
motivos é que o Brasil sempre se destacou através do futebol e também por ser
berço de craques que se sobressaem e rapidamente migram para os times europeus.
Esse segmento abrange especialidades como Ortopedia/Traumatologia e Medicina
Esportiva, essenciais para a recuperação de atleta ou pacientes. Muitos desses
profissionais brasileiros possuem alta qualidade de conhecimento científico e
notória experiência, tornando o Brasil reconhecido e considerado uma referência
mundial devido à evolução nessa área de saúde. Isso é demonstrado pelo tempo
recorde de reabilitação dos grandes craques tratados no país, que sofrem com as
contusões propícias ao esporte.
"Mesmo
com todo esse potencial médico e centros de reabilitação esportiva reconhecidos
mundialmente, o Brasil não tem se aproveitado desse talento para trazer mais
recursos financeiros ao país através do turismo de saúde", lamenta a
presidente da ABRATUS. Na Coreia do Sul há um bom exemplo sobre como
potencializar o turismo médico: para atrair americanos, o Wooridul Spine
Hospital oferece aos pacientes algumas vantagens raramente experimentadas nos
Estados Unidos, como carro, enfermeira que fala Inglês, quartos de hospital que
mais parecem acomodações de hotel de luxo, e muito cuidado e proximidade a
atrações turísticas e compras para o processo de reabilitação. Em 2008, o
hospital recebeu mil pacientes estrangeiros (1/3 de cidadãos EUA) e um milhão
em receita.
"Para
alavancar o Brasil como destino de saúde, a ABRATUS está executando um plano -
a longo prazo - para aperfeiçoar a conexão entre os prestadores acreditados de
serviços, governo, agentes de promoção, facilitadores e o trade de turismo, que
não relacionam todas as atividades econômicas entrelaçadas na construção de
serviços. Com essa junção de comunicação, vamos formar a imagem de um destino
apropriado de turismo de saúde internacional. Estamos abertos a orientar os
prestadores de serviço deste setor sobre a forma mais saudável e lucrativa de
investir na área. Neste momento alinhamos estratégias com executivos de alto
desempenho do segmento para o Congresso Mundial de Turismo Médico, em Orlando
(outubro/2018) e estamos lançando a maior plataforma de concierge de saúde e
turismo das Américas", conta Julia Lima.
O
Brasil tem tudo para seguir a tendência do turismo médico global, que
impulsionado pela economia, demografia, globalização e tecnologia, tende a
crescer cada vez mais. Para se ter uma ideia de como isso vai acontecer,
podemos exemplificar com a população idosa que tem crescido no mundo inteiro —
só nos Estados Unidos, 13 mil pessoas por dia atingem os 60 anos de idade e
estão à procura de procedimentos médicos de alta qualidade a preços acessíveis.
ABRATUS
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