Hoje é comemorado o “Dia
Mundial do Rim”. Para 2017, o tema é “Doença Renal e Obesidade.
Estilo de vida saudável para rins saudáveis”. Neste ano o foco é alertar a
população com relação à obesidade, tema este muito preocupante pelo crescimento
acelerado de crianças com sobrepeso e obesidade.
Em pesquisa de 2016, a ABESO
(Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica)
divulgou que cerca de 1/3 das crianças brasileiras, de 5 a 9 anos de idade,
está com excesso de peso. “Dados como estes endossam as atenções da Sociedade
Brasileira de Nefrologia (SBN), em relação à promoção de
campanhas educativas contra a obesidade desde a infância e que reflitam também
na redução dos problemas renais, uma vez que eles afetam o desenvolvimento
físico, intelectual, emocional e social, principalmente, das crianças, além de
causar morbidade em quase todos os órgãos do corpo humano.”, relata a nefropediatra
da UNIFESP, Maria Cristina de Andrade, também membro da SBN e diretora da MBA
Pediatria.
“Pessoas obesas têm uma hiperfiltração
compensatória para equilibrar seu metabolismo, gerando sobrecarga nos rins, o
que favorece o desenvolvimento da Doença Renal Crônica, definida pela presença
de lesão e/ou pela perda da função renal”, esclarece a médica. Além disso, a
obesidade pode levar ao surgimento de hipertensão arterial e diabetes tipo 2,
que são as duas grandes causas de doença renal crônica em adultos.
Por isso, em 2017, a SBN estabeleceu para o Dia
Mundial do Rim campanhas em prol da promoção de hábitos mais saudáveis,
sobretudo no que tange a alimentação. A nefropediatra Maria Cristina de Andrade
reforça a importância da redução do consumo de sal, de refrigerantes, dos
fast-foods e de produtos industrializados em geral, que possuem grande
concentração de sódio e estão cada vez mais disponíveis e com livre demanda não
apenas para crianças e adolescentes, como também para bebês.
“O foco principal da prevenção da doença renal
crônica deve priorizar uma melhor qualidade de vida, com alimentação saudável e
prática de atividades físicas, atitudes fundamentais que ajudam o bom
funcionamento renal, desde a primeira infância até a fase adulta”, esclarece a
nefropediatra da UNIFESP.
Dados Importantes sobre DRC
Segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia, 100 mil pessoas fazem diálise no Brasil, que possui ao todo 750 unidades cadastradas no País, sendo 35 apenas na cidade de São Paulo. Dados da SBN mostram ainda que 70% dos pacientes que fazem diálise descobrem a doença tardiamente.
As DRCs não são curáveis e seus portadores podem
precisar de cuidados para o resto de suas vidas. Além disso, a doença pode
evoluir para a dependência de diálise ou transplante de rins no futuro.
Maria Cristina de Andrade conclui que a campanha
pelo Dia Mundial do Rim em 2017 é importante para que pais, cuidadores,
educadores e profissionais de saúde em geral possam se conscientizar sobre os
efeitos da obesidade, muitas vezes decorrente da má alimentação e que pode
contribuir para o aumento de casos de DRC, enfermidade que atinge 10%
da população mundial.
Fonte: Dra. Maria Cristina de Andrade – CRM 55067/SP - Autora do livro “Nefrologia para Pediatras”, mestre e doutora em pediatria pela Unifesp/EPM, especialista em pediatria pela Sociedade Brasileira de Pediatria e Diretora da MBA Pediatria e Nefrologia Pediátrica.
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