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quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Diretores e atores destacam a importância dos circuitosalternativos, durante a entrega do 7º. Prêmio CineB





        
O grande evento anual do projeto CineB aconteceu no último dia 13 de dezembro. Foram premiados com o Troféu CineB os filmes que integraram o circuito, além de comunidades e entidades, que receberam o cinema itinerante. O ator Aílton Graça, que foi o mestre de cerimônias, fez um discurso impactante, destacando a importância que um evento cultural como o CineB tem na formação de jovens. Contou que vivia na periferia, na Zona Sul de São Paulo, e que foi graças a um teatro que descobriu na periferia que as portas se abriram para ele ser o que é hoje. Kleber Mendonça Filho, diretor de “Aquarius”, disse que ficou honrado em receber um prêmio diferente e muito especial para seu filme, porque ele veio de um circuito alternativo que leva os filmes até a população que não tem oportunidades de ter acesso aos equipamentos culturais. “É onde acredito que os filmes devam também ser exibidos. Geralmente os filmes são exibidos primeiro nas salas comerciais e só depois seguem para esses circuitos alternativos. Já o ‘Aquarius’ foi lançado simultaneamente nas salas comerciais e nas sessões do CineB”, destacou. 

          Um momento marcante da cerimônia foi a homenagem à trajetória e à memória do ator Domingos Montagner, falecido no dia 15 de setembro, em Canindé de São Francisco, Sergipe. Foram exibidas cenas inéditas do conhecido ator, teatrólogo e palhaço brasileiro, que atuou em três filmes exibidos pelo CineB em 2016: "Gonzaga - de Pai para Filho", "Tarja Branca" e "De Onde Eu Te Vejo".  O CineB leva a experiência de uma sessão de cinema para as comunidades e instituições de ensino das periferias e com difícil acesso aos equipamentos culturais, sempre com entrada franca. Para isso, possui uma estrutura de exibição itinerante profissional e capaz de chegar a qualquer localidade. Conta até com um pipoqueiro exclusivo, que serve pipoca gratuita em todas as sessões, para que o público tenha a vivência mais próxima possível da ida a uma sala de cinema.
        
              O CineB, circuito alternativo de cinema que leva gratuitamente filmes brasileiros para comunidades e instituições de ensino da periferia de São Paulo e Osasco e com difícil acesso aos equipamentos culturais, fez ontem, dia 13 de setembro, a sua grande premiação anual: a sétima edição do evento de entrega do Prêmio CineB, que visa o reconhecimento do trabalho desenvolvido no projeto. São premiados com o Troféu CineB os filmes que integraram o circuito, comunidades e entidades, que receberam o cinema itinerante, entre elas sete paróquias.   O 7º. Prêmio CineB do Cinema Brasileiro foi realizado na Sede do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região (Café dos Bancários), à rua São Bento, 413, no Edifício Martinelli, em São Paulo e teve como mestre de mestre de cerimônias o ator Aílton Graça (foto à direita).  Também estiveram presentes os diretores Kleber Mendonça Filho, de “Aquarius”; Tata Amaral, de “Trago Comigo”; Cecília Engels, de “Apart Horta”; Leonardo Brant, de “Comer O Quê”; Cacau Rhoden, de “Tarja Branca”, e Victor Lopes, de “Betinho – A Esperança Equilibrista”. Todos foram recebidos com pompa e elegância, a começar pelo tapete vermelho logo à entrada.

           Também compareceram ao evento os atores Sidney Santiago e Nill Marcondes, que atuam na novela "Escrava Mãe", da Rede Record. Um momento marcante da cerimônia foi a a homenagem à trajetória e à memória do ator Domingos Montagner, falecido no dia 15 de setembro, em Canindé de São Francisco, Sergipe. O conhecido ator, teatrólogo e palhaço brasileiro atuou em três filmes exibidos pelo CineB em 2016: "Gonzaga - de Pai para Filho", "Tarja Branca" e "De Onde Eu Te Vejo".  Para a emoção do público, foi exibido um vídeo com cenas inéditas de Montagner.

        Entre os filmes premiados nesta edição estão “O Segredo dos Diamantes”, de Helvécio Ratton; “Betinho - A Esperança Equilibrista”, de Victor Lopes; “Tudo o que Aprendemos Juntos”, de Sérgio Machado; “ Chico -Artista Brasileiro”, de Miguel Faria Jr; “Trago Comigo”, de Tata Amaral; “Apart Horta”, de Cecília Engels; “Gonzaga - de Pai para Filho”, de Breno Silveira; “Mãe Só Há Uma”, de Anna Muylaert; “Comer O Quê?”, de Leonardo Brant; “Tarja Branca”, de Cacau Rhoden; “Aquarius”, de Kleber Mendonça Filho; “De Onde Eu Te Vejo”, de Luiz Villaça e “Corda Bamba, de Eduardo Goldenstein”, além de vários curtas-metragens.

            Aílton Graça fez um discurso impactante, destacando a importância que um projeto cultural como o CineB tem na formação de jovens. O ator contou que vivia na Zona Sul de São Paulo, e que foi graças a um teatro na periferia que que descobriu a arte e “as portas se abriram” para ele ser o que é hoje. “A arte e a cultura podem mudar a vida das pessoas”, disse. Kleber Mendonça Filho, diretor de “Aquarius”, afirmou que ficou honrado em receber um prêmio diferente e muito especial para seu filme, porque ele é um prêmio dado por um circuito alternativo que leva os filmes até a população que não tem oportunidades de ter acesso aos equipamentos culturais. “É onde acredito que os filmes devam também ser exibidos. Geralmente os filmes são mostrados primeiro nas salas comerciais e só depois seguem para esses circuitos alternativos. Já o ‘Aquarius’ foi lançado simultaneamente nas salas comerciais e nas sessões do CineB”, destacou. 

          Desde 2007, foram realizadas cerca de 450 sessões, exibindo em torno de 100 longas-metragens e 70 curtas-metragens. Mais de 220 comunidades e bairros de São Paulo, Osasco e Região, além de 40 associações já participaram do projeto, que foi assistido por cerca de 54 mil pessoas. Só este ano, foram dez longas-metragens, em 45 sessões, que reuniram cerca de seis mil pessoas. O CineB é realizado pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região e produzido pela Brazucah Produções (http://cineb.spbancarios.com.br).

.            Para proporcionar uma experiência mais próxima possível de uma sala de cinema, o projeto CineB conta com uma estrutura de exibição itinerante profissional e capaz de chegar a qualquer localidade. A estrutura é formada por telão, projetor, caixas de som, cadeiras, um painel luminoso, cartazes de divulgação, convites e pesquisas de avaliação do projeto. Também conta com um pipoqueiro exclusivo que serve pipoca gratuita em todas as sessões, com saquinhos padronizados e ainda tem sorteio de brindes e camisetas do projeto ao final de cada filme. 

              O CineB percorre comunidades e realiza exibições em igrejas e associações comunitárias de bairros e também sessões especiais ao ar livre. “Em todas as ocasiões recebemos depoimentos emocionados, de pessoas que nunca haviam assistido a um filme em uma tela grande” conta o coordenador do CineB, Cidálio Vieira Santos.

               O projeto incentiva e quer difundir ainda mais a cultura local. Por isso, atrações artísticas de cada comunidade são bem-vindas. Em muitas sessões, antes do início dos filmes, por cerca de 15 minutos se apresentam grupos de dança, música e teatro. “A ideia é aproveitar o espaço e o público para valorizar as iniciativas culturais do próprio bairro. As sessões do CineB já receberam apresentações de balé, dança de rua, grupo de capoeira e música de viola”, conta Cidálio Vieira Santos, acrescentando que o CineB tem ajudado a democratizar o acesso à produção audiovisual nacional, especialmente nas regiões mais carentes.

               A programação do CineB além dos filmes brasileiros recentes, tem o privilégio de contar com pré-estreias exclusivas. Ou seja, muitos filmes são exibidos em primeira mão nas comunidades e universidades que participam do projeto, antes de entrar no cinema. Isso porque os diretores e produtores reconhecem a importância do projeto em divulgar e promover o acesso ao cinema brasileiro.

             “O projeto permite que a população mais carente tenha acesso a filmes nacionais em espaços comunitários“, diz Juvandia Moreira, presidente do Sindicato dos Bancários. “A premiação do CineB visa reconhecer os produtores dos filmes realizados em nosso país e das comunidades, entidades e universidades envolvidas nas sessões do projeto. Afinal, o filme só vira cinema quando chega até as pessoas”, afirma Cidálio Vieira Santos.

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Veja aqui a relação dos longas-metragens premiados

O Segredo dos Diamantes, de Helvécio Ratton;
Betinho, A Esperança Equilibrista, de Victor Lopes;
Tudo o que Aprendemos Juntos, de Sérgio Machado;
Chico - Artista Brasileiro, de Miguel Faria Jr;
Trago Comigo, de Tatá Amaral;
Apart Horta, de Cecilia Engels;
Mãe só Há Uma, de Anna Muylaert;
Gonzaga de Pai para Filho, de Breno Silveira;
Comer o Quê, de Leonardo Brant;
Aquarius, de Kleber Mendonça Filho;
Tarja Branca, de Cacau Rhoden;
De Onde Eu Te Vejo, de Luiz Villaça, e
Corda Bamba, de Eduardo Goldenstein.


Veja aqui a relação dos curtas-metragens premiados

 Meu amigo Nietzsche, de Fauston Silva;
Grafitti, de Lilian Solá Santiago; 
Annoni, de 30 Anos de Marcos, de Thiago Koche;
A Casa do Mestre André, de Leo Sykes;
Grafitti Dança, de Rodrigo Eba;
Bravura, de Leonardo Minozzo;
Matadeira, de Jorge Furtado;                                             
Abraço da Maré, de Victor Ciriaco;
O Muro é o meio, de Eudaldo Monção Jr.;
Dá licença de contar, de Pedro Soffer Serran,
Do Meu Lado, de Tarcísio lara Puiati.  

Este ano, o CineB contou com a parceria do Festival Noia do Cinema Universitário. Por isso, foram premiados também os curtas dessa edição:
Vlado, de Felipe Mucci;
O Silêncio não está morto, Querida Vó Helena, de William Costa Lima;
Verde Chorume, de Roberta Bonoldi;
Muriel; de Vanessa Cavalcante, e
Fio Terra; de Ian Capillé.

Veja as entidades agraciadas com o Prêmio CineB 2016:

Da região Leste
Associação de Moradores de Vila Rica, Casa de Cultura do Itaim Paulista, PROCEDU - Projeto Cultural Educacional Novo Pantanal;, Santuário Nossa Senhora da Paz, ONG Juntos e NCI José Bonifácio.

Da região Sul
Paróquia Santos Mártires, Escola Estadual Assis Chateaubriand, Escola Estadual Samuel Wainer, Caritas Diocesana de Campo Limpo, Escola Estadual Dona Prisciliana Duarte de Almeida, Biblioteca Comunitária Caminhos da Leitura, Escola Estadual  Herbert Baldus, Paroquia Senhor dos Passos e Nossa Senhora das Dores, União dos Moradores do Parque  Cocaia, Escola Estadual Irmã Charlita e AMAAF- Associação de Moradores e Amigos da Água Funda.  
                                                                             
Região Oeste
Instituto Paredão, Escola Estadual João XXIII, Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, Paróquia Nossa Senhora Aparecida, Paróquia São José do Jaguaré, Escola Municipal de Educação Fundamental General Alvaro Silva Braga e Escola Municipal de Educação Fundamental Conde Luiz Eduardo Matarazzo.

Região Norte
Paróquia Natividade do Senhor

Região Noroeste
Centro Comunitário Conquista em Cristo.

Cajamar
Chácara Maria Trindade

Itapecerica da Serra
Paróquia Maria Mãe dos Caminhantes    

Osasco
Escola Professor José Liberatti

Universidades agraciadas com o Prêmio CineB 2016.
Universidade Anhanguera – Vila Mariana; FIAM FAAM – Ana Rosa; FIAM FAAM Morumbi, UNISA Santo Amaro e UNISANTANA.


Sobre o Prêmio CineB do Cinema Brasileiro

               O Prêmio CINEB do Cinema Brasileiro é um evento que, desde 2009, presta uma homenagem aos filmes que foram exibidos e também as comunidades que receberam e apoiaram o projeto. Diretores, atores, produtores e lideranças comunitárias participam de grande festa de premiação, em que todos recebem o troféu CineB do Cinema Brasileiro e confraternizam juntos.  A cerimônia de premiação sempre conduzida por uma personalidade com ligação ao audiovisual brasileiro e ao projeto. Já foram mestres de cerimônia do Prêmio CineB nomes como os atores Caco Ciocler, Lucélia Santos, Caio Blat e Gorete Milagres, o rapper e ator Athaíde e os cantores e atores Negra Li e Falcão. Este ano, serão premiados 29 diretores de longas e curtas-metragens e 35 entidades sociais e de ensino.
  
Veja os depoimentos de quem participou,
como mestre de cerimônias em outras edições do CineB

Caio Blat (ator), em 2015
“Adorei participar da premiação. Esta foi, aliás, uma das premiações mais especiais em que fui do cinema brasileiro. Porque estamos acostumados a ir na premiação para receber o prêmio para o artista que fez o filme. E aqui eu tive a oportunidade de entregar o Prêmio CineB para as pessoas que abriram as suas comunidades para exibirem o nosso filme. É o inverso, poder entregar o Prêmio para o padre que abriu a Paróquia dele para exibir o meu filme! É uma inversão maravilhosa! É a gente que tem que agradecer às pessoas que estão divulgando nosso filme e nosso trabalho, levando-os para as pessoas. Nunca vou esquecer desta noite.”

Falcão (cantor e ator), em 2014
“Acho este projeto maravilhoso, principalmente porque apesar da televisão, computador, internet e todas estas facilidades visuais, o cinema ainda tem aquela magia que encanta principalmente as crianças e o povo mais humilde que vezes ainda não tinham assistido a uma sessão de cinema em toda a vida.”

Gorete Milagres (atriz), em 2012
“Esse projeto é maravilhoso. Tenho andado pelos lugares e as pessoas dizem: “Ah, eu adorei o filme ‘Tapete Vermelho’. Daí pergunto: ‘onde você assistiu? Você foi ao cinema?’ E aí as pessoas respondem: “foi um projeto que levou o filme para meu bairro”. E os filmes têm andando muito pelo Brasil pelos projetos, como esse do CineB. Acho maravilhoso! De vez em quando recebo fotos do filme com gente que nunca foi ao cinema, porque cada dia está mais difícil de ir a uma sala de cinema. Os preços são caros e não tem transporte. Então, este projeto, o CineB, é maravilhoso e fico muito feliz de saber que milhares de pessoas estão me assistindo no filme Tapete Vermelho e vendo outras produções nacionais que são super bacanas.”

Caco Ciocler (ator), em 2011
“Acho que o mais legal do projeto CineB é inverter essa questão. É possibilitar de ir ao Cinema para as pessoas que não tiveram a oportunidade de se defrontar com a experiência artística. Isso é capaz de mudar, como mudou a mim e a vários colegas de profissão. Uma única experiência artística pode ser determinante para redirecionar toda a sua vida e todo seu pensamento. Algumas pessoas vão até assistir e vão voltar para suas casas como se nada tivesse acontecido, mas algumas poucas terão suas vidas mudadas para sempre. E a função da arte é essa: mudar a vida das pessoas.”





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