Testes toxicológicos
rápidos estão disponíveis no mercado para serem postos em prática na fiscalização do consumo de drogas ao
volante
Segundo
os últimos dados do Ministério da Saúde, em 2014 foram registrados mais
de 43 mil mortes nas estradas brasileiras e 201 mil feridos hospitalizados. No
mesmo ano, perto de 596 mil vítimas receberam indenização do DPVAT por
invalidez permanente causada por acidentes de trânsito, um aumento de 34% em
relação ao ano anterior, isso de acordo com o Departamento Nacional de Trânsito
(Denatran). Entre as principais causas para essas estatísticas está à condução
sob influência de drogas lícitas, como álcool e medicamentos, e drogas
ilícitas, como cocaína, maconha, anfetaminas, substâncias que atuam no cérebro
e sistema nervoso central, prejudicando habilidades motoras, tempo de reação e
julgamento dos condutores.
O Artigo
306 da Lei nº 9.503/97 considera como crime dirigir sobre
efeito de drogas, expondo a riscos não só o condutor, mas também os passageiros
e outras pessoas que circulam pelas vias públicas. No entanto, apenas em 28
países existem leis abrangentes de segurança no trânsito referentes a estes fatores
de risco, o que representa apenas 7% da população mundial. Em um país em
desenvolvimento como o Brasil, é necessário discutir os números alarmantes de
mortes no trânsito e apontar possíveis soluções contra o consumo de drogas ao
volante, sejam elas lícitas ou ilícitas.
Para colocar o tema em pauta, o País recebe
em outubro, entre os dias 16 e 19, a 21ª Conferência do Conselho Internacional
sobre Álcool, Drogas e Segurança no Trânsito. É a primeira vez que o evento é
realizado na América Latina.
Um dos expositores da feira é a Alere,
multinacional especializada na tecnologia Point of Care. Popularmente
conhecidas como testes rápidos, essas ferramentas permitem a testagem para
doenças ou substâncias específicas de forma prática e ágil, oferecendo inclusive
opções para testagem de drogas ilícitas para batidas policiais nas estradas
brasileiras, o que ainda não acontece de forma abrangente.
“Hoje
não podemos falar quantos acidentes de trânsito acontecem pela interação perigosa feita entre drogas ilícitas e a
condução de veículos, mas estimativas apontam que em 40% dos casos o
condutor está sob efeito substâncias psicoativas”,
afirma Beatriz Pane, gerente da Alere.
O assunto já é debate na Frente
Parlamentar em Defesa do Trânsito Seguro, da Câmara Federal, e seus membros
estão comprometidos com a agilização do processo de regulamentação de testes
toxicológicos rápidos na fiscalização. Exames rápidos por meio da coleta
de saliva são o método mais indicado para verificação em ambiente durante blitzes, principalmente
por aferirem se o a pessoa fez o consumo de drogas há poucas horas, assim como
já acontece com o teste do bafômetro, sem ferir princípios constitucionais.
“Diferentemente do exame toxicológico
exigido para motoristas das categorias C, D e E, o teste do ‘drogômetro’ é uma
medida justa e eficiente, que atinge a todos igualmente e verifica as condições
do motorista no momento em que está dirigindo. Além disso, o projeto como
concebido não transfere para o cidadão a responsabilidade (e o custo) de retirar
das ruas aqueles condutores sem condições de dirigir, isso porque foi
construído para ser custeado sem a previsão de verbas específicas dos impostos
recolhidos dos cidadãos”, defende Beatriz.
Dados mundiais
No mundo, 1 bilhão e 24 milhões de
pessoas morrem no trânsito anualmente, representando mais de 3.400 mortes a
cada dia e um custo global de acidentes girando em torno de 518 milhões de
dólares/ano. Cerca de 92% dos acidentes de trânsito ocorrem em países em
desenvolvimento, os quais representam apenas 48% da frota mundial de veículos.
Em torno de 20 a 50 milhões dos
acidentados sobrevivem com traumatismos e os jovens e adultos com idade
entre 15 e 44 anos representam 59% das mortes no trânsito.
Sobre a Alere:
Com sede em Waltham, Estados Unidos, a Alere trabalha
fornecendo testes diagnósticos rápidos e Point of Care (testes laboratoriais
remotos). Essas informações confiáveis permitem melhores decisões clínicas,
operacionais e econômicas para a saúde. A empresa tem como foco testes rápidos
de doenças infecciosas, doenças cardiometabólicas e toxicologia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário