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quinta-feira, 19 de maio de 2016

Após surtos, infectologistas reforçam recomendação de vacina para evitar a Caxumba




Aumento de casos torna vacinação ainda mais necessária. Doença pode causar até meningite e quadros mais graves nos adultos


A melhor maneira de evitarmos a Caxumba é por meio da vacinação de crianças, adolescentes e adultos. Essa medida se torna mais importante diante de recentes surtos registrados pelo país. No Estado de São Paulo, por exemplo, em 2016 a Secretaria de Estado da Saúde já notificou 438 casos relativos a surtos. Em 2015, foram contabilizados 651 casos ligados a surtos. Vale ressaltar que, como a Caxumba não uma doença de notificação compulsória (obrigatória), os casos só são registrados quando há surto, ou seja, quando pelo menos duas pessoas se contagiam em uma mesma área.

 “A vacina tríplice viral - que protege contra sarampo, rubéola e caxumba - é altamente eficaz, por isso pessoas que não foram vacinadas quando crianças podem receber a vacina em qualquer idade”, afirma a Infectologista Lessandra Michelin, Coordenadora do Comitê de Imunizações da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).

Ela explica que estudos clínicos detectaram anticorpos contra Caxumba em 96,1% das pessoas vacinadas, uma evidência de sua eficácia. Para ser considerado protegido, no entanto, todo indivíduo deve ter tomado duas doses na vida, com intervalo mínimo de um mês, independentemente da idade. Para as crianças, a recomendação da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo é de que a vacinação seja feita por meio da vacina tríplice viral aos 12 meses de idade, e reforçada aos 15 meses por meio da aplicação da vacina tetraviral.

A infectologista ainda ressalta que adultos não vacinados devem se imunizar, “pois a doença é mais grave nessa faixa etária”. O Programa Nacional de Imunizações fornece a vacina tríplice viral para pessoas com até 49 anos, gratuitamente nas unidades de saúde do país.

A doença
A Caxumba é causada por um vírus chamado Paramixovírus. Ele se aloja nas glândulas salivares também chamadas de “ductos intercalares das parótidas”, o que causa um processo inflamatório intenso.

Segundo Michelin, o vírus penetra pela boca ou nariz e atinge a via circulatória, tendo afinidade pelas glândulas salivares e pelas gônodas (testículos e ovários). O vírus da Caxumba ainda pode causar lesões no pâncreas, na tireoide, no sistema nervoso central e pode até levar a um quadro de meningite. Também, nos casos mais graves, pode causar inflamação e inchaço doloroso dos testículos (orquite) nos homens ou dos ovários (ooforite) nas mulheres e levar à esterilidade.

A transmissão se dá por meios muito parecidos com os da gripe – gotículas de saliva durante a fala, espirro, tosse ou pelo contato direto boca a boca. O período de incubação é de duas a três semanas. Quem está doente pode transmitir a doença do 1º até ao 14º dia ou até após o desaparecimento total dos sinais e sintomas.

Precauções
A infectologista afirma que caso uma pessoa já tenha sido afetada deve evitar o convívio social para não disseminar a doença que é muito contagiosa. “Não deve ir à escola ou ao trabalho durante nove dias após início da doença. É preciso, ainda, desinfetar os objetos contaminados como secreções do nariz, da boca e da garganta de quem está enfermo. A vacinação de bloqueio é recomendada para quem manteve contato direto com pessoas doentes e não foi vacinado previamente.”

Para o tratamento de que está com Caxumba, a recomendação é de repouso, alimentação adequada, prescrição médica de anti-inflamatórios, analgésicos e antipiréticos úteis na recuperação do paciente. “Não há medicamento antiviral específico para tratamento”, afirma a infectologista. Para crianças, são recomendadas como rotina duas doses, uma aos 12 meses e a segunda quando a criança tiver entre 15 meses e 24 meses de idade, junto com a vacina varicela, podendo ser usadas as vacinas separadas ou combinadas. Para crianças mais velhas, adolescentes e adultos não vacinados, o ideal é duas doses com intervalo de um a dois meses da vacina SCR (Sarampo, Caxumba e Rubéola).


Vacinação

Vacina Tríplice Viral (sarampo, caxumba e rubéola);

Vacina Quádrupla Viral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela).
 

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