Ao observar o comportamento de uma criança brincando,
percebe-se sua capacidade de resolver diferentes tipos de problemas, utilizando
sua imaginação, sem tirar o seu sentido lúdico. Brincando a criança torna-se
capaz de atribuir significados diferentes aos objetos, desenvolver sua
capacidade de abstração e começa a agir diferente do que vê, mudando sua
percepção sobre os mesmos.
Quem não lembra, quando criança, das brincadeiras que fazia? Brincar de
esconde-esconde, alerta, cabra-cega, lenço-atrás e amarelinha? Estas e outras
brincadeiras da época auxiliaram as crianças na descoberta de si e do mundo.
Apesar de algumas brincadeiras perpetuarem, foram modificando-se com o tempo. Os brinquedos e as brincadeiras mudaram em vários
países, em diversas culturas no início do século até os dias de hoje, porém, o
prazer de brincar continua.
Conforme as questões pontuadas, é necessário que os
professores da Educação Infantil compreendam a importância do brincar no
processo de aprendizagem das crianças, orientando e ressignificando projetos
que contemplem o desenvolvimento de habilidades e competências oriundas desta
faixa etária.
Portanto, a brincadeira não é o brinquedo, o
objeto, a técnica, mas o conjunto de estratégias e habilidades que possibilita
a criança ter experiências que revelam o seu mundo, preparando-a para a vida
futura. Enquanto brincam as crianças exercem determinadas funções sociais,
pois, no interior de uma brincadeira ela acaba distinguindo vários tipos de
reação grupal estimando as consequências agradáveis ou desagradáveis que eles
acarretam.
Engana-se quem
acredita que brincar é só para passar o tempo. O brincar tem papel fundamental
para o desenvolvimento biopsicossocial da criança. É brincando que a criança se
desenvolve, explora característica de personalidade, fantasias, medos, desejos,
criatividade e elabora o mundo exterior a partir de seu campo de visão.
O brincar é um
elemento indissociável na vida das crianças, pois, ao contrário que muitos pais
pensam, a criança que desmonta seu brinquedo, não está estragando, mas sim,
explorando de maneira criativa o objeto apresentado. Esse brincar não pode ser
somente apertar o botão e ver o que acontece, mas, também, sua funcionalidade,
utilidade e exploração dos mecanismos do brinquedo.
A criança precisa
criar, experimentar, ousar, tentar, enfim, inserir-se nas mais diversas
situações-problemas, por meio do contato que estabelece com outras crianças,
com o adulto, com objetos e com o meio. O brincar sozinha, para a
criança, também é importante, mas o brincar com o outro, possibilita uma
elaboração, de sua parte no convívio social.
Assim, a criança necessita de
brinquedos que favoreçam no desenvolvimento de suas habilidades motoras,
coordenação grossa e fina, estruturação espaço temporal e lateralidade. A
criança ainda está no momento de descoberta, de criar, montar, desmontar,
inovar, reelaborar, reinventar, ressignificar o brincar e seu brinquedo. O ato
do brincar para a criança caracteriza vínculo importante com seu meio social,
seus familiares e amigos, pois, será com esse convívio com o outro que a
criança começará formar sua idéia de mundo, não mais o egocentrismo, uma fase
pela qual passa.
Ana Regina Caminha Braga (anaregina_braga@hotmail.com) - escritora, psicopedagoga e especialista em educação especial e
em gestão escolar.
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