“A posição ereta, necessária para o deslocamento, exige coordenação motora e equilíbrio que ele ainda não tem. Só vai alcançar a estabilidade com a prática, por isso é importante permitir que ele se desloque, mesmo sem coordenação, o que implica em passos sem ritmo inicialmente”, afirma a psicanalista.
O desejo de ver a criança andando gera ansiedade, principalmente em meio à pressão de familiares e amigos com relação ao seu desempenho. “Talvez uma das perguntas mais comuns dirigidas aos pais é justamente sobre o ato de andar. Assim, começam as comparações, o que deve sempre ser evitado. Esse comportamento só intensifica a tensão quanto ao momento em que finalmente o filho andará com firmeza”, comenta a presidente do Departamento de Saúde Mental da SPSP.
Por não conseguirem estimular da maneira que imaginam ser a mais adequada, os pais podem se sentir fracassados, o que pode ser transmitido ao pequeno. A possibilidade de quedas também causa aflição, uma vez que os acidentes acontecem de forma repentina, mesmo com a observação atenta dos pais.
“Se houver um excesso de preocupação e uma necessidade muito grande de controlar os ensaios, limitando seus movimentos sob o intuito de protegê-lo, o que pode ocorrer é o bebê entender que andar é algo muito perigoso”, pondera.
O importante é refletir sobre a motivação por trás do cuidado desmedido com o bebê e considerar que, quando os adultos se assustam, o que se evidencia é a falha e a frustração com sua performance. Assim, o receio em experimentar e aprender só aumenta.
Andar requer o desenvolvimento de uma serie de competências que as crianças adquirem ao brincar. Então estimule o bebê a brincar, a se movimentar, a rolar no chão, a se interessar por pessoas, objetos, cores e sons do ambiente, os quais serão estímulos para o desejo de explorar o que está a sua volta.
“Esta é uma das orientações que indicamos para incentivar a conquista do andar, sem necessidade de forçar o bebê. Ser paciente é entender que cada criança tem seu tempo para andar, dentro do que é esperado para o seu desenvolvimento”, conclui dra. Vera.
Nenhum comentário:
Postar um comentário