Estima-se que no Brasil o glaucoma acomete cerca de 2%
da população. Apesar de o número parecer reduzido, representa mais de 1
milhão de brasileiros portadores da doença. Uma das principais causas
de cegueira irreversível no mundo, o glaucoma é causado pelo aumento da
pressão ocular, o que provoca lesões no nervo óptico e leva ao
comprometimento visual.
Para chamar a atenção para o problema, em 26 de maio é celebrado o Dia
Nacional de Combate ao Glaucoma, que visa a prevenção e a disseminação de
informações sobre a doença, considerada silenciosa e traiçoeira. Isso
se deve a dois motivos, conforme explica o Dr. Garone Lopes Filho,
especialista em glaucoma do H.Olhos – Hospital de Olhos Paulista.
“O primeiro é pelo fato de que a pressão ocular costuma aumentar
progressivamente, sendo que na grande maioria dos casos, os pacientes não
sentem dor, baixa de visão ou qualquer outro sintoma. Em segundo lugar, é
porque, no início, o glaucoma acomete a visão periférica, ou seja, a pessoa
não perde a visão exatamente onde fixa ou olha diretamente, mas sim, nas
laterais do ponto de fixação, o que torna a percepção desta perda da visão
difícil de ser notada. Por fim, o paciente enxerga como se estivesse
olhando por um tubo fino, sem qualquer visão lateral ou periférica, até
perder, gradativamente, a visão central, levando à cegueira total e
definitiva”, comenta o oftalmologista.
Tipos de glaucoma
O glaucoma primário de ângulo aberto é o mais comum, representando de 80% a
85% dos casos, e trata-se da forma silenciosa da doença. Outra manifestação
é o glaucoma primário de ângulo fechado, que costuma provocar dor ocular ou
na cabeça, embaçamento visual e olho vermelho desde o início, pois a pressão
intraocular costuma subir rapidamente a níveis muito elevados.
Já um tipo menos conhecido de glaucoma é o congênito, identificado desde
recém-nascidos até os primeiros anos de vida. É uma forma mais agressiva da
doença, causando aumento significativo no tamanho do globo ocular,
lacrimejamento, sensibilidade à claridade e perda do brilho nos olhos
acometidos. Nestes casos, o tratamento cirúrgico é geralmente necessário
desde o começo.
Grupo de risco
Com exceção do glaucoma congênito, a doença acomete com mais frequência
pessoas acima de 40 anos de idade, negros e diabéticos. Pacientes com
ascendência asiática e usuários de medicamentos como cortisona também estão
predispostos a certos tipos de glaucoma. O histórico familiar também é
relevante. Cerca de 6% das pessoas que enfrentam o problema já tiveram um
caso na família.
Tratamento e controle
Para o tratamento, estão indicados determinados colírios para baixar a
pressão ocular e evitar a lesão no nervo óptico, que é o que causa a perda
da visão. A escolha do colírio irá depender do tipo do glaucoma e comumente
pode ser necessário o uso de mais de um medicamento para o adequado
controle da pressão ocular. Dependendo do tipo da doença ou quando os
colírios falham na regulagem da pressão, são possíveis outras formas de
tratamento, como o uso de laser ou até mesmo cirurgia.
“Outro motivo que pode comprometer o correto controle do glaucoma é a
crença de que apenas baixar a pressão para menos de 21 mmHg garanta o
equilíbrio do problema. A doença é bem mais complexa que a questão do valor
da pressão ocular, e algumas outras informações, como aspecto do nervo
óptico são extremamente essenciais para se estabelecer uma pressão ocular
adequada. Portanto, só uma avaliação individual, feita por um
oftalmologista, poderá definir o tratamento eficaz para cada paciente. É
importante ressaltar também que o aumento da pressão ocular não está
relacionado com a pressão sanguínea”, finaliza o especialista.
Hospital de Olhos Paulista
www.holhospaulista.com.br.
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