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segunda-feira, 23 de maio de 2016

Dia Nacional de Combate ao Glaucoma alerta sobre a doença silenciosa



Estima-se que no Brasil o glaucoma acomete cerca de 2% da população. Apesar de o número parecer reduzido, representa mais de 1 milhão de  brasileiros portadores da doença. Uma das principais causas de cegueira irreversível no mundo, o glaucoma é causado pelo aumento da pressão ocular, o que provoca lesões no nervo óptico e leva ao comprometimento visual.

Para chamar a atenção para o problema, em 26 de maio é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Glaucoma, que visa a prevenção e a disseminação de informações sobre a doença, considerada silenciosa e traiçoeira.  Isso se deve a dois motivos, conforme explica o Dr. Garone Lopes Filho, especialista em glaucoma do H.Olhos – Hospital de Olhos Paulista.

“O primeiro é pelo fato de que a pressão ocular costuma aumentar progressivamente, sendo que na grande maioria dos casos, os pacientes não sentem dor, baixa de visão ou qualquer outro sintoma. Em segundo lugar, é porque, no início, o glaucoma acomete a visão periférica, ou seja, a pessoa não perde a visão exatamente onde fixa ou olha diretamente, mas sim, nas laterais do ponto de fixação, o que torna a percepção desta perda da visão difícil de ser notada. Por fim, o paciente enxerga como se estivesse olhando por um tubo fino, sem qualquer visão lateral ou periférica, até perder, gradativamente, a visão central, levando à cegueira total e definitiva”, comenta o oftalmologista.

Tipos de glaucoma

O glaucoma primário de ângulo aberto é o mais comum, representando de 80% a 85% dos casos, e trata-se da forma silenciosa da doença. Outra manifestação é o glaucoma primário de ângulo fechado, que costuma provocar dor ocular ou na cabeça, embaçamento visual e olho vermelho desde o início, pois a pressão intraocular costuma subir rapidamente a níveis muito elevados.

Já um tipo menos conhecido de glaucoma é o congênito, identificado desde recém-nascidos até os primeiros anos de vida. É uma forma mais agressiva da doença, causando aumento significativo no tamanho do globo ocular, lacrimejamento, sensibilidade à claridade e perda do brilho nos olhos acometidos. Nestes casos, o tratamento cirúrgico é geralmente necessário desde o começo.

Grupo de risco

Com exceção do glaucoma congênito, a doença acomete com mais frequência pessoas acima de 40 anos de idade, negros e diabéticos. Pacientes com ascendência asiática e usuários de medicamentos como cortisona também estão predispostos a certos tipos de glaucoma. O histórico familiar também é relevante. Cerca de 6% das pessoas que enfrentam o problema já tiveram um caso na família.

Tratamento e controle

Para o tratamento, estão indicados determinados colírios para baixar a pressão ocular e evitar a lesão no nervo óptico, que é o que causa a perda da visão. A escolha do colírio irá depender do tipo do glaucoma e comumente pode ser necessário o uso de mais de um medicamento para o adequado controle da pressão ocular. Dependendo do tipo da doença ou quando os colírios falham na regulagem da pressão, são possíveis outras formas de tratamento, como o uso de laser ou até mesmo cirurgia.

“Outro motivo que pode comprometer o correto controle do glaucoma é a crença de que apenas baixar a pressão para menos de 21 mmHg garanta o equilíbrio do problema. A doença é bem mais complexa que a questão do valor da pressão ocular, e algumas outras informações, como aspecto do nervo óptico são extremamente essenciais para se estabelecer uma pressão ocular adequada. Portanto, só uma avaliação individual, feita por um oftalmologista, poderá definir o tratamento eficaz para cada paciente. É importante ressaltar também que o aumento da pressão ocular não está relacionado com a pressão sanguínea”, finaliza o especialista.


  Hospital de Olhos Paulista 
  www.holhospaulista.com.br.

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