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Nesta
terça-feira (31), o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor
(Idec) divulga pesquisa sobre práticas bancárias em ofertas de
crédito. O estudo, realizado entre os dias 20 de março a 27 de abril,
constatou a facilidade de se obter empréstimo (inclusive para
consumidores endividados e inscritos em cadastro de restrição) sem
burocracia e com a promessa de solução das dívidas.
Nas
20 instituições financeiras analisadas, a publicidade era abundante e
estava presente nos sites das empresas ou mesmo nos estabelecimentos.
Foram analisados alguns bancos (Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú e
Santander, por exemplo) e financeiras independentes ou vinculadas a lojas
de departamentos (BMG, Crefisa, Sorocred, Renner, C&A, Marisa, entre
outras).
A
economista do Idec e responsável pelo estudo, Ione Amorim, explica que “a
comunicação é tão apelativa que, muitas vezes, no próprio ambiente de
consumo, o consumidor pega o empréstimo e gasta ali mesmo”. Amorim
ressalta que a prática não estimula o crédito responsável, uma vez que
expõe o consumidor ao risco de superendividamento. “Sem informação e
orientação é possível que o dinheiro, em vez de ajudar, piore ainda a
mais situação financeira do endividado”, ressalta.
Outro
ponto analisado durante a pesquisa são as altas taxas de juros. Segundo
informações do Banco Central, a média cobrada por 63 instituições do
mercado é de 197,9% ao ano. Durante o levantamento, ficou constatado que
a Crefisa aplicava um percentual de 21,35% ao mês, totalizando 919% em
doze meses.
O
estudo ainda destaca a forte expansão do crédito consignado (cujo
pagamento é realizado em folha) cujo efeito não é precisamente
identificado na apuração do índice oficial de inadimplência. “Sem poder
evitar o desconto, o consumidor deixa de quitar contas como água, luz e
alimentação, comprometendo sua qualidade de vida e potencializando o
inadimplemento”, finaliza Amorim.
Com a
pesquisa, o Idec pretende orientar os consumidores sobre os riscos de
aquisição de crédito pessoal (com e sem consignação) oferecidos pelas
instituições financeiras e apontar o alto grau de exposição ao
endividamento; além da ausência de canais de atendimento por parte das
instituições financeiras para tratar o problema.
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