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sexta-feira, 20 de maio de 2016

5 brincadeiras que ajudam a identificar dislexia em crianças




Fonoaudióloga e psicopedagoga, Sheila Leal ensina como os pais devem lidar com esta condição nos filhos

Com mais de 15 anos de atuação profissional nas áreas clínica e pedagógica, a especialista em dislexia Sheila Leal é idealizadora do Projeto Filhos Brilhantes, que produz conteúdo especializado em desenvolvimento infantil. Questionada sobre a dislexia, que atinge 4% da população brasileira conforme uma pesquisa do Instituto ABCD, Sheila explica que este transtorno de aprendizagem não tem cura, mas quanto mais cedo for detectado, melhor poderá ser trabalhado pelos estímulos corretos, que vão diminuir os reflexos no processo escolar. “Existem vários tipos de dislexia, bem como diversos graus”, explica a especialista, que lembra que é possível dar um diagnóstico após dois anos do início do processo de alfabetização.

A especialista alerta que a aquisição tardia da fala, dificuldades motoras e de memorização das cores, por exemplo, são elementos a serem observados até mesmo antes do processo de alfabetização. “Problemas em guardar o nome dos objetos e dificuldade em  aprender a cantar músicas reforçam algumas suspeitas”, destaca, alertando que o diagnóstico completo só é possível com uma equipe multidisciplinar, que inclui neuropediatra, fonoaudiólogo, neuropsicólogo e psicopedagogo. “A forma ideal de encarar a dislexia é identificar as potencialidades da criança, para valorizar o que é positivo”, explica Sheila, que lista cinco brincadeiras que podem ser utilizadas para identificar uma possível dislexia.

1- Cante
Sheila sugere que os pais devem começar a cantar para que seus filhos completem a música, especialmente com crianças de 4 a 5 anos. “Observe se seu filho sempre pedirá auxílio ou se chegará a completar a música sozinho”, explica.

2-Brinque com números
Os pequenos de 4 a 5 anos já devem ser capazes de contar até cinco, segundo a especialista. “Conte os objetos da casa ou faça bolinhas de massinha, mostrando com os dedos”, indica a fonoaudióloga. Ela explica que é preciso observar se a memorização ocorre com facilidade, especialmente quando é sobre a idade da criança.

3-Desenhe
Sheila ensina que uma das brincadeiras mais importantes na infância é o ato de desenhar. A coordenação motora e o esquema corporal, podem ser identificados e trabalhados através de um simples desenho. “Desenhe no chão, no papel kraft ou na cartolina, por exemplo, pois desenhos grandes permitem a exploração do papel”, explica. “Observe se a criança tem dificuldade em pegar o giz, canetinha ou lápis”. A especialista sugere que os pais brinquem de adivinhar desenhos, e verifiquem se os pequenos se recusam a desenhar ou não sabem fazer objetos simples, como quadrados ou círculos.Fique atento se o seu filho com 4 anos ainda tem dificuldades para executar esses movimentos solicitados.

4-Brinque de forca
Com filhos de 6 a 8 anos, a psicopedagoga indica a importância de brincar do tradicional jogo de forca. “Ao pensar em uma palavra e oferecer uma dica simples para a criança, ela terá que pensar nas letras para descobrir”, explica. Para a especialista, é preciso prestar atenção na forma como a criança resolve o problema. “Observe se ele sempre repete a mesma letra ou se fica chutando qualquer palavra”.

5-Brinque de rima
Dentre as músicas infantis mais comuns, quase todas possuem rimas. Sheila sugere que os pais cantem e promovam que os filhos de 6 a 8 anos completem com rimas. A fonoaudióloga destaca que nesta idade as crianças devem ter noção de como rimar.

Alerta
Além das brincadeiras, Sheila indica uma prática importante para verificar como está o desenvolvimento das crianças de na faixa dos 6 aos 8 anos: fazer uma lista de supermercado com os itens que devem ser comprados – mesmo que seja apenas em forma de desenhos ou as letras iniciais – e que depois as compras sejam feitas em conjunto. “Peça que seu filho te ajude a encontrar os itens da lista”.
Por fim, a especialista adverte que os pais não devem rotular os filhos, nem com o diagnóstico dos profissionais, e jamais chamá-los de preguiçosos ou outro adjetivo semelhante. “Ao fazer isso, o sentimento negativo é enraizado, afetando a autoestima e prejudicando ainda mais o processo de leitura e escrita”, conclui.

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