Estudo
publicado na versão online do jornal Radiology, da Sociedade
Norte-americana de Radiologia, demonstra que tumores mamários adicionais
encontrados nas imagens de ressonância magnética (RM) são, às vezes, maiores e
potencialmente mais agressivos do que aqueles diagnosticados através da
mamografia. De acordo com pesquisadores de Carrara, na Itália, a descoberta de
novos focos de câncer de mama com o uso da RM é importante para eventuais
mudanças no tratamento.
Chiara
Iacconi, coordenadora dos estudos, diz que pacientes que estavam tratando
tumores não-palpáveis de forma conservadora puderam receber um tratamento mais
eficaz, compatível com a característica invasiva do câncer de mama, ao fazer
ressonância magnética e se deparar com novos achados. Depois de analisar a
mamografia de mais de duas mil pacientes e submetê-las à RM, em 14% dos casos a
ressonância evidenciou tumores que não eram visíveis na mamografia.
“Acreditamos que um câncer invasivo com mais de um centímetro é clinicamente
relevante, já que não pode ser tratado apenas com radiação”.
Na
opinião de Vivian Schivartche, radiologista do CDB Medicina Diagnóstica , a
ressonância magnética das mamas é uma das técnicas com maior sensibilidade na
detecção desse tipo de câncer. Também por isso, esse exame costuma ser
realizado em pacientes de alto risco e inclusive faz parte de um planejamento
cirúrgico. Em mulheres que têm mamas densas é especialmente indicado, já que
pode haver mais de um tumor em mais de um quadrante da mama – o que muda o
planejamento do tratamento.
De
acordo com a especialista, outro exame muito indicado é a tomossíntese, ou
mamografia 3D – que também permite detectar 30% mais tumores. “Esse exame ajuda
a enxergar melhor dentro do tecido mamário denso. Outro ponto positivo é a
redução da repetição de imagens. Algumas vezes, a mamografia convencional tem
imagens que geram dúvida, por causa da sobreposição de todos os componentes da
mama. Sendo assim, entre 5% e 15% das pacientes costumam receber uma chamada
para imagens adicionais”.
Estudos
apontam que pacientes entre 40 e 49 anos têm 30% de chance de ter um resultado
falso-positivo num período de dez anos – ou seja, serem chamadas para fazer
imagens adicionais sem ter câncer. “Com as imagens 3D, eliminamos a
sobreposição e conseguimos esclarecer as dúvidas sem precisar chamar as
pacientes de volta. Os tumores aparecem melhor na tomossíntese. Porém, em
situações especiais, realizamos a ultrassonografia e a ressonância magnética
das mamas como complemento da mamografia”.
Dra. Vivian Schivartche - médica
radiologista, especialista no diagnóstico de câncer de mama do CDB Premium (CDB
Medicina Diagnóstica), em São Paulo – www.cdb.com.br
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