A recente publicação de uma estimativa da
Organização Internacional do Trabalho (OIT) de que, para se erradicar a pobreza
no Brasil até 2030, seriam necessários US$ 7,2 bilhões (R$25 bilhões) por ano
sinaliza o quão longe estamos dessa meta. Se a cifra assusta por sua
magnitude, a realidade que ela reflete causa um espanto ainda maior.
É bem verdade que sem recursos financeiros a
possibilidade de desenvolver ações de combate à pobreza é limitada. Contudo, o
enfrentamento do tema envolve transformações mais profundas que transcendem a
dimensão quantitativa.
Para a professora de economia e alianças
estratégicas da Universidade Presbiteriana Mackenzie Campinas, Leila Pellegrino,
“Não se pode pensar em erradicar a pobreza sem oferecer as oportunidades que
assegurem o livre exercício da cidadania. Assim, além do acesso aos direitos
sociais básicos, como saúde e educação, é preciso considerar demandas relativas
à segurança, habitação, cultura, liberdade e diversidade. Devemos levar em
conta ainda que recessão econômica combinada com o desequilíbrio fiscal aumenta
gravidade ao problema. Além de implicar numa menor disponibilidade de recursos
para o enfrentamento da pobreza, a retração da economia pode amplificar a
pobreza com o aumento do desemprego e retração da renda”.
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