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quarta-feira, 11 de maio de 2016

Aparelho ortodôntico não é ‘coisa de adolescente’




Aumenta cada vez mais o número de adultos que buscam corrigir os dentes

A primeira imagem que vem à mente quando se fala em aparelho ortodôntico é o sorriso metálico dos adolescentes – que normalmente se mostram contrariados com a necessidade de alinhar os dentes e não veem a hora de se livrar daquele monte de ferrinhos. Mas já é hora de se desfazer dessa imagem ultrapassada. Hoje em dia, pessoas de todas as idades têm investido cada vez mais no alinhamento dos dentes e na mordida perfeita. De acordo com Marcelo Jassogne Viola, diretor do departamento de Ortodontia da APCD (Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas), se, antes, era muito comum um adulto preferir sustentar um sorriso desalinhado a ser visto usando aparelho, hoje em dia o público com mais de 25 anos representa entre 30% e 40% dos pacientes em tratamento ortodôntico.

“Muitas pessoas que não tiveram acesso a tratamentos ortodônticos de boa qualidade no passado não pensam duas vezes, agora, na hora de buscar ajuda especializada para corrigir uma mordida cruzada, dentes apinhados ou tortos, dentes muito espaçados, ou ainda arcadas deformadas por conta de respiração bucal, prognatismo etc. Em casos mais graves, obviamente, é necessário recorrer a implantes para preencher espaços vazios ou ainda cirurgias na mandíbula e/ou maxila para corrigir a mordida. Atualmente, na maior parte dos casos a correção se dá com o uso de aparelho ortodôntico por aproximadamente um ou dois anos – o que é pouco tempo se comparado com os benefícios que serão colhidos a longo prazo”, diz o especialista. 

Viola ressalta que há trinta ou quarenta anos, as pessoas não tinham hábitos de higiene bucal apropriados e, somado ao fato de às vezes não terem acesso a tratamentos especializados, acabavam perdendo os dentes naturais – recorrendo às conhecidas próteses fixas, ou ‘dentaduras’. “Com a globalização das informações, hoje grande parte da população só não cuida bem dos dentes se não quiser, porque há acessórios de limpeza de todo tipo e preço, além de o acesso a cuidados odontológicos estarem muito mais fáceis, até mesmo no Sistema Único de Saúde e nos planos de saúde privada. Esse aumento de oportunidade tem levado cada vez mais adultos a cuidar dos dentes como nunca antes pôde fazer. As pessoas já não se contentam mais em perder os dentes naturais, fazendo de tudo para ficar com o sorriso o mais original possível”.

A decisão por usar aparelho ortodôntico deve ser acompanhada, segundo o especialista, de alguns compromissos. “Primeiramente, por mais que sua rotina possa ser estressante e cheia de afazeres, o paciente tem de se comprometer a passar por consultas regulares, que variam entre três e seis semanas, dependendo do caso. Outro ponto importante é adequar a alimentação, evitando comidas que exigem mais esforço na mastigação. Por fim, a higiene bucal tem de ser redobrada nesse período”. Com tudo isso em mente e decisão tomada, o ortodontista afirma que as opções de tratamentos variam de acordo com o diagnóstico, mas em muitos casos é possível escolher entre aparelhos regulares, estéticos ou até mesmo ‘invisíveis’. “Neste caso, a decisão recairá sobre a relação custo-benefício, sendo que o benefício em questão de resultado é praticamente o mesmo – variando apenas no tempo do tratamento e na estética”.

Viola diz que manifestações de alegria depois do tratamento são uma constante. “As pessoas sentem-se mais bonitas, livres para falar, comer e fazer a higiene bucal diária – coisa que deve continuar recebendo toda atenção até o fim da vida, já que hábitos de higiene oral mantêm um sorriso bonito e a boca e o organismo livres de doenças”.



Dr. Marcelo Jassogne Viola - cirurgião-dentista, ortodontista, e diretor do Departamento de Ortodontia da Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas (APCD) – www.apcd.org.br

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