A estimulação cognitiva é um importante tratamento contra a perda de memória, autonomia e qualidade de vida de idosos
A população brasileira está em trajetória de
envelhecimento. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estima
que até 2060, 1 a cada 4 brasileiros será idoso - ou seja, 25,5% da população.
De acordo com a pesquisa, a parcela de pessoas com mais de 65 anos alcançará
15% da população já em 2034, ultrapassando a barreira de 20% em 2046. Para um envelhecimento
saudável, além dos exercícios físicos, é necessário estabelecer uma rotina de
exercícios para o cérebro.
“Assim como o corpo, o cérebro também tem seu
envelhecimento natural, sem necessariamente implicar patologia ou doença. Com a
idade, o sistema nervoso apresenta alterações como dificuldades de
aprendizagens e esquecimento, mas a capacidade intelectual pode ser mantida sem
dano cerebral até idades mais avançadas”, explica a terapeuta ocupacional,
Coordenadora do Núcleo da Terceira Idade da Clínica Holiste, Michelle Campos.
A especialista separou uma lista de atividades que
funcionam como exercícios cognitivos, ainda mais nesse momento de isolamento
social. Todas as atividades propostas devem levar em consideração as condições
físicas, psicológicas e sociais do indivíduo.
Jogos - Oferecer estímulos cognitivos
através de jogos como quebra-cabeça, baralho, dominó, caça-palavras, sudoko,
são boas opções de passatempo e de estimulação cognitiva.
Leitura e Escrita - Se
possível e se for do agrado do idoso, atividades de leitura e escrita estimulam
o cérebro, a memória e funções motoras importantes. Nesse sentido, é possível
incluir o aprendizado de um novo idioma, um novo curso ou mesmo a troca de
mensagens pelo celular com a família e amigos.
Artesanato - Quem diria que o hábito do
tricô, crochê, marcenaria, costura, entre outras atividades artesanais seria um
grande aliado para uma vida saudável. A estimulação visual, de memória e tátil
proposta pelo artesanato pode ajudar a manter a capacidade intelectual ativa
por muito mais tempo.
Atividades Físicas - Com
autorização médica, atividades físicas também devem ser estimuladas. Desde uma caminhada,
a esportes ou mesmo a dança, são importantes aliados do corpo e da mente. Além
disso, após a pandemia, é recomendável estimular atividades externas e sociais,
como ir ao supermercado, salão de beleza, shopping, cinema, teatro.
A profissional complementa que as funções
cognitivas são responsáveis por receber, armazenar e processar as informações.
Essas capacidades - atenção, percepção, memória, funções executivas, orientação
e juízo - conferem ao idoso a capacidade de gerir a própria vida e, por isso
mesmo, são essenciais para uma velhice saudável e ativa.
Quando o esquecimento é preocupante?
Com a idade, alguns idosos desenvolvem doenças
neurodegenerativas ou transtornos psiquiátricos leves, moderados e graves.
Nesses casos, o cuidado familiar precisa contar com o auxílio profissional de
saúde mental para garantir a qualidade de vida. É importante estar atento a
alguns sinais que podem indicar diagnósticos mais complexos:
Perda de memória -
Esquecimento de palavras, nomes, locais que deixou determinados objetos como
chave, carteira, esquecimento de eventos e situações importantes da vida a
curto prazo ou a longo prazo.
Mudança de humor - Mudança ou
oscilação de comportamento (agitado, agressivo, hostil, desinibido,
lentificado, pouco comunicativo).
Desorientação - A
desorientação no tempo e espaço é um sinal importante: não saber o dia, a hora
ou local que se encontra, assim como a cidade/estado atual.
Rotina - Problemas ao fazer tarefas
diárias habituais, por exemplo, esquecer como fazer uma receita que já é de
costume, não conseguir pagar uma conta, ou até mesmo esquecer como dirigir.
Atividades rotineiras que se tornam um desafio.
Quando diagnosticado que há comprometimento das
funções neurológicas, ainda é possível alcançar uma melhor qualidade de vida
através de exercícios direcionados por profissionais de saúde mental. Nesses
casos, a Holiste Psiquiatria desenvolve um Programa de Estimulação Cognitiva
para idosos que aplica exercícios de acordo com os domínios cognitivos que,
após testes científicos e entrevistas, são identificados pela equipe médica
como mais vulneráveis.
De acordo com a Coordenadora do Núcleo da Terceira
Idade da Clínica Holiste, assim como os exercícios físicos, o programa monta
uma rotina de exercícios personalizada com estratégias orientadas por metas e
objetivos a serem alcançados. As sessões acontecem com uma frequência de duas,
três ou quatro vezes por semana em dias alternados, com duração média de uma
hora. A boa notícia é que agora o serviço está disponível online para todo
Brasil com atendimento individual.
“Todos os atendimentos eram presenciais, mas devido
à pandemia surgiu a necessidade de iniciar os atendimentos via
Telemedicina. Para isso, a equipe criou três cadernos de atividades, cada
um com mais de 100 atividades de estimulação cognitiva, que são enviados aos
pacientes e acompanhados pela equipe médica. Realizamos as atividades online,
indicando ao paciente o caderno e a página que será utilizada naquele dia”,
detalha a terapeuta ocupacional, Michelle Campos.
Holiste
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