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quarta-feira, 30 de setembro de 2020

Capacete de ventilação 100% brasileiro traz resultados positivos no tratamento da covid-19

Equipamento, o único produzido inteiramente no Brasil e aprovado pela Anvisa, está sendo utilizado em mais de 350 pacientes no país e os resultados são sólidos. Em São Paulo, um paciente internado por 39 dias apresentou melhora do quadro após usar o aparelho e com o tratamento finalizado, ficou por mais cinco dias no hospital e recebeu alta médica. Mais de 44 hospitais no Brasil já dispõem do uso da tecnologia. O aparelho ajuda a reduzir a inflamação pulmonar, melhora a oxigenação, previne a intubação e evita a ventilação mecânica invasiva.

 

Um dispositivo com ares de ficção científica se tornou um grande auxiliar na recuperação de centenas de pacientes internados com sintomas graves da Covid-19 em todo o Brasil. Batizado de Bolha de Respiração Individual Controlada (BRIC), o instrumento é uma bolha impermeável e transparente, individual, descartável, com conexões respiratórias, e que serve de interface entre o paciente e o ventilador mecânico. Atualmente o único capacete nacional com aprovação ANVISA e já foram comercializadas mais de 500 unidades para hospitais brasileiros, que estão sendo utilizado em mais de 350 pacientes internados e apresentando bons resultados.  O equipamento já vinha sendo utilizado na Europa e nos Estados Unidos, e agora passou a ser desenvolvido e produzido em solo nacional pela empresa de tecnologia Roboris e lançado sob a marca LifeTech Engenharia. 

O uso da BRIC pode reduzir a inflamação pulmonar, melhorando a oxigenação e o esforço do paciente, prevenindo a intubação e evitando a ventilação mecânica invasiva com alto risco. Além disso, por ser um dispositivo estanque (vedado), diminui drasticamente as chances de contaminação dos profissionais de saúde que estão na linha de frente do combate à doença. muito tempo estávamos buscando implementar esta tecnologia em nosso país. A aceleração da manufatura deste dispositivo em resposta à pandemia poderá trazer um grande benefício de longo prazo para as UTIs brasileiras. Ponto para o Brasil e para a indústria nacional”, afirma o médico pneumologista Marcelo Amato, professor livre-docente da Universidade de São Paulo (USP).

O pneumologista, que também é supervisor científico da UTI Respiratória do Instituto do Coração de São Paulo (Incor), testou o uso do capacete em três pacientes que, por conta da covid-19, apresentavam fibrose pulmonar em estado avançado. Ou seja, quando o tecido pulmonar é danificado pela infecção no pulmão, causando desconforto na respiração. Ele garante que foi possível reverter o quadro clínico desses pacientes com a utilização da BRIC. O uso do capacete nesta condição pode contribuir para remodelar a fibrose pulmonar que ainda não é definitiva, diminuindo o estresse mecânico sobre o pulmão, reduzindo a inflamação, e permitindo uma maior reabsorção de colágeno. Reduzimos assim a fibrose e nenhum paciente precisou ser intubado, eles voltaram a ficar independentes, sem uso de oxigênio suplementar, salienta.

A utilização da BRIC foi estendida a pacientes internados com quadros graves de Covid-19 em hospitais de diversas localidades brasileiras. Mais de 350 pacientes já receberam o tratamento, aplicado em 44 hospitais diferentes nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo e Piauí.

  

Distribuição garantida a hospitais   

De acordo com o CEO da Roboris, o engenheiro Guilherme Thiago de Souza, a fase de testes compulsórios (quando os pacientes assinam um documento dando ciência de que o teste do equipamento é feito por vontade e responsabilidade deles) se encerrou com sucesso. “O capacete recebeu aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o que o torna oficialmente um equipamento médico para uso em tratamentos, disponível para a aplicação em medicina de caráter irrestrito, podendo ser comercializado de forma legal”. 

Com a liberação da Anvisa, a LifeTech agora atua com um parceiro que já é fabricante de equipamentos hospitalares, para que a fabricação da BRIC, assim como todo o processo de distribuição, ocorra em acordo com a regulamentação do órgão”, explica o CEO da Roboris. “Com isso, reforçamos o posicionamento profissional da LifeTech, de forma a trazer ao mercado de produtos hospitalares um equipamento profissional efetivo no combate à pandemia desenvolvido, fabricado e homologado em tempo recorde no país”. 

A taxa de mortalidade para pacientes intubados com Covid-19 é de 70% a 86%. Estudos da Universidade de Chicago sobre a tecnologia de ventilação baseada em capacetes demonstram que, com a utilização da BRIC, de 20% a 35% de pacientes com Covid-19 não necessitaram de intubação. Os estudos também revelam que o uso do capacete evita a intubação em 54% de pacientes com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS).

“A BRIC se torna uma aliada no combate à COVID-19, e também pode ser utilizada no tratamento de outras doenças respiratórias como influenza (H1N1), gripe aviária, gripe suína, SARS, etc.”, afirma Guilherme Thiago de Souza da Roboris, ressaltando que a solução veio para ficar.

 

Alívio e esperança na recuperação 

O médico Artur Raoul, 55 anos, cirurgião cardiovascular no Hospital Vila Nova Star da Rede D`Or São Luiz, ficou hospitalizado por 39 dias após ter contraído a covid-19. Ao longo desse período, seu quadro de saúde se agravava a cada dia, com baixos índices de oxigênio e aumento dos danos pulmonares. Foi quando o pneumologista Marcelo Amato decidiu realizar uma avaliação respiratória em Artur e conversou com o infectologista responsável e equipe sobre a conduta médica a adotar nesse caso. Ele então optou por testar a BRIC em Artur. Seu quadro apresentou melhora muito rapidamente e após cinco dias de uso do dispositivo e com o tratamento finalizado, ele ficou por mais cinco dias no hospital e recebeu alta médica. 

Após a alta hospitalar e se recuperando em casa, o cirurgião cardiovascular Artur Raoul se lembra do momento em que o pneumologista tomou a decisão que salvaria a sua vida. “Ele (Amato) me falou sobre a possibilidade do uso da BRIC”, comenta o cirurgião, que assinou um termo de consentimento para utilizar o equipamento. Como médico, eu já sabia algo sobre o uso do helmet (capaceteem inglês) na Itália. No hospital, sabiam da existência do dispositivo, mas não usavam. E foi a cereja do bolo: após cinco dias de tratamento com a BRIC, tive uma melhora significativa, enfatiza. 

O sucesso do tratamento do paciente se deu pelo uso de uma nova técnica, desenvolvida pelo pneumologista Marcelo Amato. Ela consiste na utilização de um cateter de alto fluxo acoplado à BRIC, que permite manter uma Pressão Positiva Expiratória Final (PEEP). Ou seja, a técnica permite que o capacete exerça uma pressão positiva controlada dentro dos alvéolos pulmonares ao final da expiração, com o objetivo de reduzir o esforço respiratório do paciente. 

A técnica faz uso de dois mecanismos para aumentar o grau de proteção pulmonar. O primeiro é o cateter nasal de alto fluxo, que injeta um fluxo constante de ar umidificado a 100% e aquecido a 37°, em vias aéreas superiores (através das narinas), que resulta na lavagem do espaço morto do pulmão e remove as moléculas de gás carbônico a cada expiração”, explica o pneumologista. “Assim, o paciente consegue oxigenar e eliminar o gás carbônico do sangue com um volume corrente menor, gerando alívio da sensação de dispneia e diminuição do trabalho dos músculos inspiratórios. O segundo mecanismo se processa quando conectamos o capacete a um ventilador mecânico, no modo CPAP (Continuous Positive Airway Pressure” ou, em português, Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas). Isso é capaz de prover a PEEP sem muito incômodo, resultando numa pressão constante em vias aéreas superiores, chegando até os alvéolos e, assim, o paciente consegue respirar melhor, com menos força, e sente menos falta de ar. Isso (o dispositivo) era tudo o que precisávamos para estabilizar o paciente, afirma o médico. 

Em casa, aliviado e esperançoso, Raoul já não precisa mais do auxílio de cilindros de oxigênio. Ele faz caminhadas no condomínio em que reside, realiza medições periódicas da saturação de oxigênio, além de seguir o tratamento com uso de medicamentos. Ainda sinto um pouco de falta de ar, mas perto do que era, estou bem melhor. De acordo com as expectativas médicas, vai demorar seis meses para me recuperar totalmente”. 

O engenheiro Guilherme Thiago de Souza comemora os efeitos da combinação de elementos para o êxito do método utilizado. Em conjunto com outros protocolos de tratamento da Covid-19 para uma melhora inédita do quadro clínico do paciente, a técnica trouxe resultados bem expressivos. A recompensa é a gratidão de constatar que o projeto realmente salva vidas e justifica todo o esforço, investimento e energia aplicados”, conclui o CEO da Roboris.


Prática de atividades físicas diminui em todo o mundo. No Brasil, a queda no nível de pessoas se exercitando é alarmante

ILSI Brasil realizou um webinar com foco no impacto da pandemia nas atividades físicas e como profissionais de saúde têm recomendado ações que ajudam a manter a performance esportiva da população

 

Com a pandemia da Covid-19, diversas atividades físicas foram suspensas para contenção do avanço do vírus, em respeito ao distanciamento social. O real impacto na performance das atividades em pausa é alvo de estudiosos da área, que visam alternativas e estratégias nutricionais para amenizar as consequências do intervalo. Este foi o tema do webinar realizado em agosto, pela Força-tarefa Nutrientes e Suplementos Alimentares do International Life Sciences Institute (ILSI) Brasil.

A transmissão teve coordenação da Professora Dra. Nágila Damasceno, Docente do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo; e de Thaise Mendes, Nutricionista, Mestre em Ciências e responsável pela área de Assuntos Governamentais na Herbalife Nutrition Brasil.

Em sua palestra, o Professor Associado do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da USP, Dr. Bruno Gualano, apontou dados que evidenciam a queda da prática de exercícios físicos durante a pandemia, e que interferem diretamente na qualidade de vida da população e no agravamento de sintomas em doentes crônicos. "Estudos mostram que houve uma queda dos níveis de atividades físicas no mundo. No Brasil, os indicativos são ainda mais alarmantes. O brasileiro, analisado em uma amostra realizada no estudo por meio de dispositivos de acelerometria em aparelhos smartphones, anda menos de 3 mil passos por dia, o que representa uma queda de 40% no nível de atividade física".

O Dr. Bruno aproveitou para fazer algumas recomendações práticas para que a população mantenha a qualidade de vida durante o período do distanciamento social, como: fazer 150 minutos por semana de atividade moderada à vigorosa; 60 minutos de atividades vigorosas para crianças e adolescentes; e interrupção de tempo sedentário prolongado. Ele lembrou ainda que qualquer atividade física é melhor do que o sedentarismo e que a alimentação equilibrada é essencial.

Mas, afinal, o que é uma alimentação equilibrada? Em sua palestra, a Nutricionista e Doutora em Ciência dos Alimentos, Professora Luciana Rossi, apontou algumas práticas nutricionais benéficas à saúde. Entre elas, destacam-se as reduções da frequência de ingestão de alimentos entre as refeições principais regulares (café da manhã, almoço e jantar) e de calorias, o consumo de fontes de proteínas de boa qualidade (peixes, aves e carne magra), além da ingestão moderada de sementes, nozes e gordura monoinsaturada.

A suplementação alimentar, também abordada pela Professora Luciana, deve ser realizada com diagnóstico da necessidade e orientação médica e/ou de um nutricionista. Principalmente quando pensando em performance esportiva, o atleta deve atingir o nível de evidência para suplementação para que seja indicado pelo profissional. Por conta disso, durante a pandemia, os profissionais de nutrição e educação física reviram suas formas de diagnóstico, e migraram para o teleatendimento. "Uma vez regularizado, se tornou algo comum no meu dia a dia fazer o acompanhamento de atletas à distância. Não era algo que fazia parte da minha rotina, mas tem sido uma experiência interessante poder auxiliar na performance destes atletas à distância", completou.

Ao final, durante as perguntas dos participantes aos palestrantes, os profissionais reiteraram a importância de conversar e ouvir mais o paciente, antes de pensar em que atividades e alimentação recomendar. Pois é importante saber do que o paciente gosta e como ele pode de adaptar sua rotina para obter melhores resultados nas atividades físicas.

Para assistir o webinar completo, clique aqui .







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A importância dos cuidados com o coração em tempos de pandemia de Covid-19

Cuidar do coração tornou-se ainda mais importante diante do momento em que vivemos. A pandemia do novo coronavírus colocou à prova a saúde de corações pelo mundo todo. Já é de conhecimento de todos que pacientes com doenças cardiovasculares possuem riscos maiores quando contraem o vírus

 

Os cuidados com o coração precisam acontecer em todos os dias do ano. Mas e em tempos de pandemia de Covid-19, o que fazer para não deixar a saúde do coração de lado? O mês de setembro é o mês em que as atenções se voltam aos cuidados com as doenças cardiovasculares com o "Setembro Vermelho”. E no dia 29 é celebrado no mundo todo o dia do Coração. O objetivo da campanha é conscientizar a população sobre a os perigos que os problemas cardíacos podem provocar, promovendo também, desta forma, a prevenção.

 

A SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia) estima que até o final de 2020 cerca de 400 mil brasileiros perderão suas vidas devido a doenças relacionadas ao coração e a circulação sanguínea. No entanto, muitas delas poderiam ser evitadas com orientação médica e os cuidados preventivos adequados.


De acordo com o Diretor da Sociedade Brasileira de Clínica Médica, Cardiologista e Clínico Geral, Dr. Abrão Cury, campanhas como o "Setembro Vermelho” servem para que a população saiba a importância de manter uma rotina de vida saudável. "Quanto mais as pessoas conhecem sobre as doenças que afetam o coração, mais motivadas elas ficam para mudar hábitos prejudiciais à saúde”, explica o Dr. Abrão Cury.



Cuidados com o coração e pandemia de Covid-19


Cuidar do coração tornou-se ainda mais importante diante do momento em que vivemos. A pandemia do novo coronavírus colocou à prova a saúde de corações pelo mundo todo. Já é de conhecimento de todos que pacientes com doenças cardiovasculares possuem riscos maiores quando contraem o vírus.

 

"A infecção pelo vírus pode favorecer o aparecimento de inflamações do miocárdio (músculo cardíaco), e o coração pode ser enfraquecido, causando uma insuficiência cardíaca. Pode inflamar os vasos sanguíneos também. A prevenção as doenças do coração está associada à adoção de hábitos saudáveis de vida. Por isso, para manter o bom funcionamento do coração é importante não descuidar da alimentação e das atividades físicas. Incluir frutas, vegetais e legumes nas refeições e não se esquecer de tomar água, bem como a prática de exercícios físicos por pelo menos 30 minutos diários”, esclarece Dr. Cury.


Entre as principais complicações cardíacas que podem acometer o paciente estão: arritmias, angina de peito, miocardite, hipertensão, doenças das válvulas cardíacas e doenças congênitas. A realização do check-up cardiológico regular é uma medida de fundamental importância para a detecção e prevenção de doenças. Como algumas não apresentam sintomas clínicos, o acompanhamento com o cardiologista permite que uma alteração seja verificada logo no início.

 

Prevenir é o melhor remédio:

O check-up é fundamental, também, para quem deseja iniciar uma nova atividade física. Através dos exames será possível indicar a modalidade e carga de treino ideal para o paciente.O check-up é recomendado pelos especialistas ao menos uma vez por ano, a partir dos 30 anos. Pacientes com histórico de doenças cardiovasculares na família devem começar na idade adulta, ou seja, a partir dos 18 anos”, orienta o cardiologista.

Nunca é demais lembrar que pessoas com doença cardiovascular, com diabetes, com obesidade, com hipertensão arterial são pessoas mais vulneráveis as formas mais graves da COVID-19. Este ano, a Federação Mundial de Cardiologia pede cuidado com os pacientes portadores de doenças cardíacas, principalmente as doenças coronárias, doenças do músculo cardíaco, das válvulas e a doença de Chagas. 


Para as pessoas com problemas de saúde subjacentes, como doenças cardíacas, a mensagem é que seu hospital, pronto-socorro ou consultório médico é seguro e, se você precisar ir, deve ir. “Os riscos de ataques cardíacos e derrames superam em muito o risco de contrair a COVID -19 e o tempo é realmente essencial quando surgem problemas cardíacos. Vale lembrar que a telemedicina nunca será um substituto ao atendimento presencial, nem deve ser interpretada como uma medida a ser tomada pelo fato de que as visitas ao hospital se tornaram inseguras, o que não é verdade”, alerta Dr. Abrão Cury.


Outubro Rosa: teste genético no combate ao Câncer de Mama

Caso a mulher tenha uma alteração genética nos genes associados à doença o risco de desenvolvê-la é nove vezes maior do que o da média da população geral


O mês de Outubro é marcado pelas campanhas anuais de conscientização, prevenção e alerta para o diagnóstico precoce do câncer de mama.  No Brasil, esse tipo de câncer é o segundo mais comum entre as mulheres. De acordo com o INCA, Instituto Nacional do Câncer, estimam-se 198.840 novos casos da doença de 2020 a 2022. E você sabia que ele pode ser genético?

Embora não exista uma única causa específica para o desenvolvimento da doença, é sabido cientificamente que quando há uma mutação nos genes que compõem o DNA de cada indivíduo as chances de desenvolver a enfermidade são ainda maiores. Cerca de 5% dos casos de Câncer de Mama e Ovário são causados por alterações genéticas.

Um levantamento da Sociedade Brasileira de Mastologia revelou que uma em cada 12 mulheres terá um tumor nas mamas até os 90 anos de idade.  O risco sobe para 72%, se houver uma alteração no BRCA1 (enquanto na população em geral é de cerca de 9%); e para 69%, caso haja uma variante no BRCA2. Como trata-se de uma predisposição para doença genética, se a mulher apresenta uma variação em um dos dois genes, há 50% de chance de outra pessoa da família de primeiro grau ter a doença.

Já o estudo da Universidade Queen Mary, de Londres, publicado na revista científica Cancers, estima que identificar mutações genéticas poderia prevenir entre 2.319 e 2.666 casos de câncer de mama a cada 1 milhão de mulheres.

“Ou seja, conhecer essa predisposição o quanto antes pode ser considerado uma oportunidade de vida e não uma sentença de morte, já que essa informação permite agir na hora certa e ter diferentes possibilidade para um diagnóstico precoce, se for o caso – o que aumenta a taxa de sucesso no tratamento e de cura”, comenta Cesário Martins, diretor do meuDNA, healthtech de mapeamento genético.


Informações genéticas: aliada da prevenção

O avanço da tecnologia genética no Brasil e, consequentemente, seu barateamento, possibilitou o acesso das pessoas aos seus dados biológicos. À venda pelo site meudna.com, o kit meuDNA Saúde, teste de mapeamento genético, é um exemplo disso ao revelar, por meio de uma amostra de saliva, a predisposição a nove doenças hereditárias, entre elas a propensão ao câncer de mama (feminino e masculino).

Ao receber o kit em casa, o usuário faz a coleta do material genético (com cotonete apropriado) e envia a amostra ao laboratório pelo correio.

No laboratório, especializado em Sequenciamento de Nova Geração (NGS), o DNA é analisado através da tecnologia Exoma, que faz um sequenciamento completo dos genes. Por meio de inteligência artificial e bioinformática, as informações são comparadas com bancos de dados genéticos, para definir quais são as variantes genéticas que podem causar doenças . Em cerca de seis semanas a pessoa recebe um e-mail com as informações sobre o seu DNA e a predisposição de nove doenças como colesterol alto, triglicerídeos altos, doença de Wilson cânceres de ovário, próstata, endométrio, colorretal e o de mama (masculino e feminino).

O Exoma é a tecnologia mais avançada no mundo para esse tipo de detecção pois é capaz de analisar todas as letras que compõem os genes associados às doenças. No caso do Câncer de Mama e Ovário, por exemplo, o meuDNA Saúde analisa todas as 15 mil letras dos genes BRCA1 e BRCA2, para identificar eventuais alterações genéticas associadas à doença. Para se ter uma ideia, testes de laboratórios concorrentes identificam apenas um grupo reduzido de variantes genéticas, em geral entre 3 e 15.

“Ter acesso as essas informações com certeza faz toda a diferença para o combate à doença, pois essa é uma forma revolucionária de lidar com a enfermidade antes mesmo que ela apareça. É o tratamento dando seu lugar para a prevenção”, acrescenta Cesário.


Osteoporose não impede implantes dentários em pacientes idosos

A avaliação criteriosa, no entanto, é fundamental


A osteoporose é uma doença metabólica caracterizada pela redução da massa óssea, o que ocasiona fragilidade dos ossos, tornando-os suscetíveis à fraturas. A falta de cálcio, de hormônio e de exercício físico são algumas das causas da maior incidência da doença em idosos.

Como ela altera a estrutura óssea, a osteoporose é dificilmente revertida. A boa notícia, no entanto, é que o mal raramente acomete a maxila e a mandíbula que suportam o sistema bucal. Isso significa que, embora seja uma doença óssea, ela não representa um problema para a colocação de implantes dentários em pacientes da terceira idade, desde que seja feita uma avaliação mais criteriosa.

“Saber em qual nível a doença se encontra e sua evolução são fundamentais. Outro detalhe que também deve ser avaliado diz respeito às medicações indicadas para o tratamento, pois algumas podem ser contraindicadas para a cirurgia de implante, como por exemplo o Bifosfonato, que pode levar a uma alteração do metabolismo ósseo”, explica Denise Tibério, presidente da Câmara Técnica de Odontogeriatria do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP).

Ainda segundo Denise, o idoso que possui osteoporose sinaliza que seu tecido ósseo é mais frágil, o que deve ser um ponto de atenção caso a doença periodontal venha a se instalar. “Se a periimplantite (processo inflamatório que atinge os tecidos moles e o osso ao redor do implante dentário) acometer o paciente, ela irá encontrar uma menor resistência óssea, o que fará com que a doença evolua muito mais rápido, levando à  perda do implante”, observa. 

Já Cláudia Pires Miguel, presidente da Câmara Técnica de Implantodontia do CROSP,  acrescenta que um dos maiores inimigos dos implantes também pode ser o tempo. “Às vezes, o paciente espera tanto para colocar o implante que ele acaba perdendo o volume e altura óssea para a sua instalação, tendo que ser submetido a procedimentos mais invasivos, como os enxertos, por exemplo. Nesse caso, ele acaba deixando de fazer o implante pelo tempo que esperou e não pela osteoporose”, observa.

Os implantes dentários melhoram a capacidade mastigatória, o que consequentemente favorece a absorção de nutrientes, muito importante para que o idoso evite outras doenças comuns nessa fase da vida. Além disso, o procedimento também beneficia o convívio social, pois facilita a fonética, e também aumenta a autoestima das pessoas idosas.

“Com os implantes, o cirurgião-dentista pode devolver a função e a estética para o idoso, melhorando sua mastigação, digestão e, consequentemente, sua condição geral de saúde”, reforça Cláudia.




Conselho Regional de Odontologia de São Paulo - CROSP

www.crosp.org.br


Eficácia da vacina no combate ao coronavírus é comprometida por fake news

Um estudo publicado no American Journal of Tropical Medicine and Hygiene calculou quantas mortes as fake news sobre a pandemia já causaram mundo afora. Segundo os pesquisadores, só nos primeiros meses do ano, quase 5,8 mil pessoas deram entrada em hospitais por causa de informações falsas recebidas em redes sociais, e pelo menos 800 morreram. Em muitos casos, os óbitos foram por ingestão de metanol ou produtos de limpeza, devido à crença de que esses produtos poderiam curar a Covid-19.


Das mais de 80 fake news recebidas e publicadas pelo Ministério da Saúde envolvendo o novo coronavírus, cerca de 22% delas trazem algum alimento mágico capaz de tratar ou prevenir a Covid-19. Agora, o assunto do momento são as vacinas - quando vão chegar, como são feitas, se serão eficazes, entre outras informações e desinformações que circulam livres na internet e se propagam com velocidade maior que o próprio vírus. "As fake news que circulam na internet podem atrapalhar a imunização coletiva e atrasar ainda mais a retomada das atividades em todos os setores - o que tem gerado grande prejuízo para a saúde, a economia, a educação e o desenvolvimento", afirma Wanda Isabel Vargas Camargo, professora de Biologia do Colégio Semeador, de Foz do Iguaçu (PR).

Para combater as fake news, ela reuniu um grupo de professores do mesmo colégio para esclarecer as informações mais compartilhadas nas redes sociais na última semana sobre as vacinas. São elas:

 

Vacina da gripe aumenta risco de adoecer por coronavírus.

Segundo a professora Roberta Carvalho Ferreira, isso é fake news. "Uma notícia circulou pela internet citando um artigo científico que diz que vacinação contra a gripe aumenta o risco de complicações relacionadas ao coronavírus em 36%. Esse artigo mencionado foi publicado em 2017, ano anterior ao surgimento da Covid-19, causada pelo vírus Sars-Cov-2, que teve seu primeiro caso em humanos registrado em dezembro de 2019. O objetivo do artigo citado também não era avaliar o risco de complicações por coronavírus relacionado à vacinação do vírus influenza, e essa  nem é a conclusão dos próprios autores nesse estudo. Não existem estudos correlacionando vacinação contra o vírus influenza e risco de adoecimento ou complicações pela doença causada pelo vírus Sars-Cov-2, a Covid-19", esclarece.

 

Vacinas são úteis, mas, às vezes, causam mais doenças do que previnem.

Isso é falso, segundo Wanda. "A vacina injeta antígenos vivos enfraquecidos, ou parte destes, em nosso organismo, de maneira que o indivíduo que recebe essa vacina não vá adoecer. A vacina é um tipo de imunização ativa artificial e faz com que nossas células de defesa reconheçam aquela parte do micro-organismo e produza uma proteção contra ele. Quando entramos em contato com a doença, o nosso organismo reconhece e destrói esses micro-organismos causadores de enfermidades porque ele já está preparado para combater aquilo", justifica.

 

Não há evidência de que as vacinas sejam seguras e eficazes.

Mais uma mentira, de acordo com Wanda. "Para uma vacina ser comercializada, ela passa por um processo complexo e demorado para ter certeza de que seja segura e eficaz na hora que chegar no mercado", explica a professora.

 

Uma vacina provavelmente estará pronta dentro do próximo mês.

Infelizmente, não. Wanda esclarece que, depois da última fase de testes clínicos, à qual se encontram as vacinas mais próximas de irem para o mercado atualmente, elas ainda devem ser submetidas ao crivo definitivo das agências reguladoras, que acompanham todas as fases de testagem. No caso do Brasil, a aprovação é feita pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que vem adotando regras especiais para acelerar os processos no que se refere ao Covid-19. "A partir desse aceite, a vacina já pode ser incluída no Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, um dos maiores do mundo. Porém, as autoridades estimam a vacinação em massa a partir do final do primeiro trimestre de 2021", revela.

 

A vacina de Oxford está suspensa por causar reações adversas nos testes com humanos.

Essa afirmação não é verdadeira, segundo o professor Rodrigo Vitorassi. "Os testes da vacina contra a Covid-19 desenvolvida em conjunto pela Universidade de Oxford e pela farmacêutica AstraZeneca foram suspensos temporariamente, no início de setembro", afirma. Porém, após a conclusão do procedimento padrão de revisão dos dados de segurança por um comitê independente, os estudos foram retomados.

 

A vacina contra a Covid-19 tem uma alta taxa de mercúrio, o que prejudica a saúde.

A informação alarmante é falsa e gera pânico desnecessário, segundo Wanda. Ela explica que as vacinas são usualmente apresentadas em frascos de uma única dose ou em frascos contendo multidoses, que apresentam vantagens em termo de custo e menor volume para armazenagem. Em saúde pública são os mais frequentemente empregados. Nesse contexto, o Timerosal, um conservante que contém cerca de 50% de mercúrio e impede a contaminação por bactérias, é utilizado na produção de vacinas em frascos multidoses. "Banido dos produtos médicos brasileiros desde 2001, o mercúrio do timerosal (etilmercúrio) ainda é usado como agente antisséptico em frascos multidoses de vacinas internacionais. Porém, não existe evidência que sugira que a quantidade de timerosal utilizada nas vacinas represente um risco para a saúde", ressalta. Além disso, a professora afirma que a vacina contra Covid-19 inicialmente será de dose única, então não terá conservantes.

 

As vacinas contra a Covid-19 interferem no material genético.

Segundo Wanda, isso é fake news. "Vacinas produzidas com DNA e RNA (ácidos nucleicos) não alteram o código genético de células humanas", garante a professora. Ela explica que a técnica consiste em inserir uma parte dos genes de um agente patológico em plasmídeos (fragmentos de DNA circular de bactéria). Esses plasmídios são injetados no corpo humano e entram nas células, onde passam a reproduzir partes do agente causador da doença, produzindo assim, uma resposta imunológica do organismo. "O código genético modificado é o de uma molécula de uma bactéria, não o de um ser humano", esclarece. Das 168 vacinas sendo testadas até o momento contra a Covid-19, 37 usam essa técnica, segundo a Organização Mundial da Saúde. Entre as vacinas que já estão entrando na terceira fase de testes, apenas uma, desenvolvida pela farmacêutica Moderna usa essa tecnologia, e está sendo testada nos Estados Unidos.

 

Fetos estão sendo utilizados na produção de vacinas. Portanto, as vacinas estimulam o aborto.

Wanda desmente essa afirmação: "isso é uma mentira criada a partir de uma  verdade. Portanto, “fake news". A professora explica que o desenvolvimento de vacinas realmente pode envolver o uso de culturas de células obtidas de tumores ou de fetos humanos que foram abortados. "Essas culturas são essenciais para esse tipo de trabalho porque os pesquisadores precisam de células às quais um vírus possa infectar e se reproduzir", detalha. A primeira vacina desenvolvida assim foi a contra poliomielite, nos anos 1970. Desde então, ela tem sido reproduzida em laboratório e vendida para pesquisadores de todo o mundo. "As culturas de células estiveram envolvidas na produção de algumas das principais vacinas que temos disponíveis hoje, como para rubéola, catapora e hepatite A", conta a professora Wanda. A revista Science aponta que, em ao menos cinco das candidatas a vacina contra a Covid-19, utilizam essas culturas nas pesquisas. "Importante ressaltar que não estão sendo feito abortos para produzir vacinas. As culturas utilizadas foram produzidas em 1970 e 1985. As células dessas culturas são utilizadas para que os vírus consigam se reproduzir. Depois disso, esses vírus são separados e, somente eles são utilizados na produção da vacina", esclarece.


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