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quinta-feira, 30 de abril de 2020

Menopausa e sexualidade na terceira idade


A menopausa é uma fase vivenciada por grande parte das mulheres a partir dos 45 anos de idade, em média, e, mesmo com todos os avanços da medicina voltados para amenizar tanto seus sintomas típicos, quanto o aumento da expectativa de vida de maneira geral, muitas mulheres ainda temem sua chegada, seja pelo desconforto causado pela queda hormonal, ou pelo tabu que ainda envolve o sexo na terceira idade. Mas para que todos esses pontos sejam superados e a sexualidade seja vista como deve ser, principalmente sob o olhar da saúde e qualidade de vida, é preciso entender os fatores envolvidos e os pontos que merecem atenção.

Ao entrar na menopausa, os principais sintomas observados nas mulheres são a cessação total da menstruação e da função ovariana, perda da libido, sudorese noturna e presença dos “fogachos” – palpitações, sensação de mal-estar, sensação de onda de calor e ardência na face. Isso acontece em função da diminuição da produção de hormônios femininos, que podem ocasionar mudanças no desejo sexual e na maneira de enxergar a própria sexualidade. A menopausa é o período de mais de um ano sem menstruar, mas os sintomas incômodos podem surgir mesmo antes, período chamado de climatério, quando já há diminuição hormonal, mas a menstruação ainda ocorre de forma mais escassa e irregular.

A falta de lubrificação é um dos fatores mais relevantes, mas que pode ser resolvida a partir de uma abordagem e estimulação diferente do parceiro, o uso de estrógenos tópicos vaginais, ou ainda, muito comum na maioria dos casos, a partir da reposição hormonal. Embora algumas mulheres não se sintam bem com a reposição, hoje ela pode ser feita de diversas formas. O ideal é chegar, com a ajuda de seu ginecologista, à alternativa ideal, de forma personalizada.

O fato é que a sexualidade deve ser trabalhada em todas as fases da vida e, com a maturidade, a qualidade tende a melhorar, dependendo, é claro, de como o tema foi tratado ao longo de sua vida. Conhecer o próprio corpo traz autoconfiança e uma vida sexual ativa interfere diretamente na saúde emocional, além de ativar a imunidade e trazer benefícios para a saúde física e o bem-estar.

Para tanto, outras questões não podem ser negligenciadas. Além dos cuidados básicos com a saúde em geral, como alimentação saudável, uma rotina de exercícios e o controle de doenças crônicas, o sexo na terceira idade envolve as mesmas questões da juventude quando falamos de doenças sexualmente transmissíveis. De acordo com os dados do Boletim Epidemológico HIV/Aids de 2018, do Ministério da Saúde, o número de casos de HIV entre pessoas acima dos 60 anos aumentou 81% entre 2006 e 2017, sendo que as taxas aumentaram tanto para homens quanto para mulheres. Portanto, para desfrutar dos benefícios que o período pode trazer, a prevenção é ainda o melhor caminho.





Dra. Karine Armond Bittencourt de Castro - médica geriatra do Trasmontano Saúde.


Expectativa de vida aumenta: ginástica cerebral garante longevidade saudável


 Pesquisa do IBGE divulgada essa semana mostra aumento da expectativa de vida no país; atividades cognitivas tiram a mente da zona de conforto, desenvolvem habilidades e ajudam a garantir qualidade de vida


A expectativa de vida aumentou significativamente nos últimos anos em todo o mundo. Em última pesquisa divulgada essa semana pelo IBGE, houve um aumento da expectativa de vida do brasileiro. Segundo dados da pesquisa, o brasileiro vive - em média - 76,3 anos. A estimativa é que, até 2030,  terá mais idosos do que crianças pela primeira vez na história do país.

Alguns fatores são essenciais para o aumento desse quadro; desde a queda da taxa de mortalidade, desenvolvimento da medicina e, principalmente, uma maior procura por atividades, serviços e hábitos que garantam qualidade de vida e bem-estar.

A primeira alternativa que os especialistas em saúde indicam é a vida saudável, com atividades físicas regulares e uma alimentação balanceada. Esse estilo de vida também inclui atividades que ajudem a manter a mente ativa.

A prática da ginástica para o cérebro é uma alternativa que tem transformado a vida de milhares de brasileiros, uma vez que ajudam a manter habilidades cognitivas como memória, raciocínio, concentração e ainda postergam o aparecimento dos primeiros sintomas de doenças degenerativas.

De acordo com a neurociência, os exercícios para o cérebro aumentam a reserva cognitiva, deixando o cérebro mais ágil para encontrar os caminhos necessários para as atividades diárias. O princípio da ginástica cerebral é trazer ao cérebro novidade, variedade e desafios constantes, trazendo novas alternativas durante o dia a dia e fortalecendo as conexões neuronais. 

 “Graças à neuroplasticidade - capacidade do cérebro em se modificar e criar novas conexões neurais -, a ginástica cerebral mantém as funções do cérebro e fortalece as conexões entre os neurônios, sem os efeitos colaterais dos remédios”, explica Solange Jacob, Diretora Acadêmica Nacional do Método SUPERA, rede de escolas de ginástica para o cérebro. Importante ressaltar que a ginástica para o cérebro é para todas as idades e traz benefícios tanto para a performance escolar, profissional e social.

Maria Santana de Souza tem 71 anos e procurou o curso de ginástica cerebral do Método SUPERA em Londrina (PR) porque tinha histórico de Alzheimer na família. Com treino e persistência, ela conta que os resultados são surpreendentes.

“Comecei a perceber muitas melhoras na minha memória em pequenas situações cotidianas, como lembrar onde guardei as coisas, horários de consultas médicas… Além disso, desenvolvi também minha concentração e autoestima porque em sala de aula eu conheço pessoas novas e faço amigos”, relata Maria.


Mas como funciona uma academia para o cérebro?

No SUPERA, o carro chefe das aulas é o ábaco, ferramenta milenar que serve para fazer cálculos de forma prazerosa e bem diferente. Com a prática, é possível sentir melhoras significativas no desempenho cognitivo, na coordenação motora e raciocínio.

"Considero o SUPERA muito importante em minha vida. Através dele consegui ser mais observadora, mais atenta e sem sombra de dúvida, meus neurônios estão a todo momento saindo da zona de conforto. Sou formada em Odontologia, atualmente estou aposentada e o SUPERA tem tido um papel muito importante nesta segunda etapa da minha vida”, diz Mariangela Neme, de 73 anos, aluna do SUPERA Ribeirão Preto (SP).

Além disso, na academia para o cérebro, os alunos usam jogos de tabuleiro, individuais ou em grupo, desenvolvendo habilidades cognitivas e socioemocionais, como visão estratégica, autocontrole e autoconfiança, além de ajudar na sociabilidade.

As apostilas com exercícios exclusivos e as dinâmicas em grupo também fazem parte da academia, contribuindo para a aplicação de uma metodologia efetiva, que transforma a vida das pessoas de todas as idades, principalmente o público 60+.  

Milhares de idosos brasileiros têm encontrado nas aulas de ginástica cerebral do Método SUPERA uma forma leve e divertida de manter a mente ativa e, mais do que isso, de resgatar autoestima e independência; tudo para garantir uma vida longa e saudável.







COVID-19: pacientes com diabetes correm mais risco?


Pessoas com doenças crônicas tem desfechos clínicos piores quando são infectadas pelo coronavírus, mas não há evidências de que estas pessoas estão mais propensas a contraírem a doença


As estatísticas demonstram que pessoas idosas e com condições médicas crônicas, como diabetes e doenças cardíacas, têm mais riscos quando contraem o COVID-19[1]. Em um estudo chinês, feito com mais de 173 pacientes, que foram acometidos de maneira severa pelo coronavírus, 23% tinham hipertensão arterial e 16%, diabetes[2]. No Brasil, a primeira vítima fatal do vírus foi um idoso com ambas doenças.

Segundo o Dr. Rodrigo Noronha, cardiologista do Hospital BP, atualmente, não há dados suficientes para mostrar que pessoas com diabetes tenham, ou não, mais chances de contrair o vírus, mas que, na China, os diabéticos apresentaram mais complicações durante a evolução do COVID-19. "Esses pacientes já são mais propensos a apresentarem sintomas graves quando são infectados por um vírus, de forma geral. Contudo, se o diabetes estiver controlado, o doente tem uma chance de complicação quase igual à população sem a doença", explica. "Isso acontece porque as infecções virais podem aumentar a inflamação e o inchaço no corpo, assim como o açúcar elevado no sangue, então, controlar o diabetes é extremamente importante para que esse paciente fique mais seguro", completa.

No Brasil, 73% dos pacientes com diabetes ainda estão fora de controle[3] e o avanço dessa doença já é considerado uma epidemia global pela OMS, que estima que o diabetes tipo 2 teve crescimento próximo a 62% na última década[4], mas é a baixa adesão às terapias que impacta em complicações no coração e nos rins, causando hipertensão, insuficiência cardíaca e renal, e, em tempos de pandemia, podem prejudicar o paciente.

Ainda segundo Noronha, não há indícios de que o coronavírus afete os pacientes com diabetes tipo 1 ou 2 de forma diferente. Contudo, é importante lembrar que os pacientes do tipo 2 que tratam a doença de forma medicamentosa têm mais chances de não serem adeptos à terapia e, por isso, se tornam mais suscetíveis a complicações. "Cada caso é um caso e deve ser tratado de forma individual, uma vez que temos diversas faixas etárias e quadros de comorbidades, como as doenças cardíacas", completa o especialista.

"A boa notícia é que, nesse caso, os próprios pacientes têm o poder de mudar esse cenário e diminuir o grupo de risco para o coronavírus, mantendo o tratamento conforme recomendado pelo médico -- e assim mantendo seus níveis de glicose equilibrados, controlando a obesidade e o sedentarismo, além de manter uma dieta saudável e planejada", explica o Dr. Noronha. "Outro ponto essencial, é fazer check-ups cardiovasculares periódicos para monitorar qualquer mudança que comprometa a sua saúde".


Sobre o diabetes
 
Diabetes Mellitus é uma doença caracterizada pela elevação da glicose no sangue (hiperglicemia) que pode ser subdividida, principalmente, em dois tipos: o tipo 1, no qual há a deficiência de insulina, e o tipo 2, em que há a chamada resistência insulínica. No segundo tipo existe importante influência do aumento de peso e obesidade e o início da doença. Mas como tratar a doença? Além da adoção hábitos saudáveis, incluindo boa dieta e o abandono do sedentarismo com início de atividade física, em muitos casos, o paciente tem de recorrer à medicação. Para auxiliar no controle dos níveis de açúcar na corrente sanguínea, a ciência tem evoluído e testado formas diversas de tratamento, que varia de acordo com a necessidade individual.
 



Referências
[1] WHO. Clinical management of severe acute respiratory infection (
‎‎SARI)‎‎ when COVID-19 disease is suspected: interim guidance, 13 March 2020. Disponível em: http://apps.who.int/iris/handle/10665/331446?show=full
[2] Lancet Oncol. 2020 Mar 3. pii: S1470-2045(20)30149-2. doi: 10.1016/S1470-2045(20)30149-2. Risk of COVID-19 for patients with cancer.
[3] http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/estrategias_cuidado_doenca_cronica_diabetes_mellitus.pdf
[4] Ministério da Saúde - http://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/diabetes


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