Pesquisar no Blog

terça-feira, 28 de janeiro de 2020

5 dicas de adaptação à volta às aulas



Estudantes devem entrar na rotina ainda em férias para facilitar adaptação, dizem especialistas


Após dois meses de praia, festas, amigos, manhãs de sono e noites de videogame, o retorno das aulas coloca, novamente, os jovens na rotina de estudos. Para os pais, esse é o momento de fazer a transição e adaptação para os novos horários. Para isso, o diretor geral do Colégio Positivo, Celso Hartmann, dá algumas dicas práticas de como ajudar os filhos na hora de voltar às aulas. 

  1. Comece a adaptação ao horário uma semana antes

    Para os alunos que estudam no período matutino, a dificuldade de retomar o horário e acordar mais cedo pode ser maior. Por isso, a dica é começar gradualmente, antecipando o despertador a cada dia e acostumando o organismo ao novo cronograma. “Vale a pena estabelecer horários, pelo menos uma semana antes, para que diminua aos poucos a ansiedade do retorno”, explica Hartmann.
  2. Mantenha a leitura em dia

    A revisão de conteúdos é sempre válida antes do retorno das aulas, mas ainda mais importante que isso é manter uma rotina de leituras. “Durante o período de descanso, a leitura é uma excelente opção para manter o aluno se desenvolvendo. Pode ser ficção, biografia, contos, revistas, toda leitura é válida”, ressalta Hartmann.
  3. Cuidado com a alimentação

    A ansiedade no início do ano letivo combinada com uma alimentação pesada pode não ser uma boa ideia para quem vai começar a nova rotina. De acordo com Hartmann, na noite anterior, o ideal é optar por refeições leves e alimentos já conhecidos. “Cuidar da alimentação, além de essencial para a saúde, é importante em momentos de grande ansiedade, como é a volta às aulas para alguns alunos”.
  4. Use a organização como um estímulo

    A compra de novos materiais, uniformes e livros pode ser uma forma de estimular os estudantes para o novo ano letivo. Para Hartmann, esse é o momento de planejar metas e criar novos objetivos. “É uma ótima oportunidade de organizar o que será necessário na nova rotina, pensar nos desafios e estabelecer metas”, conta. Além disso, uma dica prática é criar listas para serem fixadas no material, deixando as metas visíveis durante o ano letivo.
  5. Tenha calma!

    Independente de qual será o grande desafio de 2020, manter a tranquilidade é sempre uma ótima dica. O início do ano letivo significa o começo de uma nova etapa e, para cumpri-la, os alunos devem saber que não estão sozinhos. “Busque os professores, tire dúvidas, peça dicas e aproveite os profissionais que estão ao seu lado, eles estão preparados para auxiliar em todos os casos”, finaliza Hartmann. 

Dia da Saudade pode ser comemorado de forma positiva


Falar do sentimento com as crianças é importante para o desenvolvimento


A saudade, esse sentimento que todos já experimentaram e que poetas e escritores tratam em verso e prosa, ganhou um dia especial para ser comemorado: 30 de janeiro. O Dia da Saudade pode ser celebrado de forma positiva, ao lembrar de um tempo que passou que vai contribuir na construção de memórias dos bons momentos vividos.

Porém, como tratar desse sentimento com as crianças? Muitas vezes, com medo do sofrimento, a família tende a não permitir que os filhos experimentem sentimentos como esse. Entretanto, sentir saudades não precisa ser encarado como algo negativo, já que ajuda no desenvolvimento da identidade e na consolidação da personalidade.


Como trabalhar a saudade com as crianças?

Segundo a coordenadora da Educação Infantil do Colégio Marista Cascavel, Rafaelly Carvalho da Silva Molina, uma forma de ajudar as crianças a lidar com esse sentimento é estabelecer uma escuta atenta e ativa, permitindo que elas expressem e nomeiem seus sentimentos. “Uma sugestão é não ter medo de apresentar as situações para as crianças, porém se fazer presente nos momentos de mediação e na ajuda de tomada de decisões”, aconselha.

Um momento em que a saudade costuma surgir, e que preocupa muitas famílias, é o início do ano letivo.  A mudança de escola, de sala de aula e de cidade, por exemplo, é um fator que pode desencadear saudades. “Esse sentimento é algo que estará presente na vida das crianças e deve ser vivido de forma tranquila, pois faz parte da aprendizagem”, ressalta Daniela Brocca, coordenadora do Ensino Fundamental do Colégio Marista São Luís, em Jaraguá do Sul (SC).

Neste momento, reforça Daniela, as crianças irão avaliar o novo espaço a partir das emoções e experiências que vivenciaram no ano anterior. Para superar essa etapa, é necessário estabelecer uma parceria com o colégio para acompanhar mais de perto todo o processo de adaptação com os novos colegas, a escola e professores.

“Os pais devem permitir que seu filho sinta saudades, pois assim a criança irá aprender a lidar com suas emoções”, sugere Daniela. Dar segurança, complementa Rafaelly é, antes de tudo, permitir que elas experimentem os sentimentos, possibilitando que criem conexões com sua imaginação e criatividade. “Dessa forma, terão recordações de superações e não de frustrações”, afirma.


Algumas dicas para ajudar o seu filho no momento em que sentir saudades:

- Agir de forma positiva e mostrar o lado bom da saudade, pois ela gera crescimento

- Reforçar as vantagens e as coisas boas que a criança poderá vivenciar

- Construir um ambiente no qual a criança se sinta segura, em que pode contar com os pais nos momentos de dificuldade

- Manter o contato com a escola. A parceria entre a escola e a família é essencial durante o processo de adaptação

- Conversar com a criança, pedir sua opinião e deixá-la confortável, pois todos passamos por mudanças durante a vida

- Conversar sobre a angústia, a ansiedade e o medo. É importante a criança entender que é natural sentir essas emoções e que é possível superá-las

- Estimular desde cedo a socialização, estimulando o desenvolvimento da independência e o seu crescimento

- Expor a verdade, sempre. Explicar sobre os reais motivos que levaram à troca de escola, de forma simples e de acordo com a idade da criança

- Acolher a possível tristeza do seu filho, perceber que os amigos são pessoas importantes na sua vida e que o contato permanecerá

- Permitir que a criança mantenha o contato com os amigos da escola antiga, podendo marcar reencontros




A Rede Marista de Colégios (RMC)
www.colegiosmaristas.com.br

Adaptação escolar precisa de diálogo entre pais e filhos


Alice Munguba, psicóloga, destaca que filhos devem participar da escolha do colégio


As crianças ainda estão aproveitando as férias escolares, mas muitos pais já estão pensando na volta às aulas e em como garantir que seus filhos tenham uma boa adaptação escolar. Falar sobre o assunto com as crianças e adolescentes, explicando porque escolheram aquela instituição de ensino, os pontos positivos e os benefícios que ela pode trazer para os filhos são caminhos para que a ida para a escola corra bem. Além disso, é importante manter o diálogo aberto e observar comportamentos que podem indicar problemas na adaptação da criança.

A psicóloga do Núcleo Infantojuvenil da clínica Holiste Psiquiatria, Alice Munguba, aponta que crianças e adolescentes que estão com dificuldade de se adaptar ao ambiente escolar podem não conseguir expressar o problema para um adulto, por isso é importante ter atenção a alguns sinais.

“A criança pode ficar isolada, tanto na escola como fora dela, apresentar tristeza, choro na hora de ir para aula e quando os pais vão embora, além de sintomas alimentares, como não querer comer”, aponta Alice.

A psicóloga salienta que as adaptações mais difíceis normalmente ocorrem quando a criança ou adolescente está indo para uma escola nova, ou começando a vida escolar. Quando o ambiente é conhecido, pode também haver dificuldade no retorno, mas normalmente é mais amena.  

“É possível haver dificuldade de adaptação na mesma escola, em especial nas crianças da educação infantil, cuja figura da professora é mais centralizada, e as crianças se apegam à relação estabelecida, mas as escolas geralmente estão preparadas para isso, conversam com os pais, possibilitam dias de abertura para que eles fiquem disponíveis dentro da escola, e isso ajuda muito”, aponta.

Já no caso de um ambiente novo, há mais dificuldades, mais ainda quando outras mudanças estão envolvidas, como de cidade, de bairro, o que pode acarretar uma insegurança maior, em especial quando não foi uma escolha da criança, quando é algo que ela vai precisar aceitar.

“Uma boa adaptação deve começar com a inclusão da criança, desde a escolha da escola. Isso não quer dizer que ela vai escolher sozinha, mas é importante que a criança participe, conheça o lugar, a estrutura, saiba como será a rotina dela e porque os pais pensam que aquela escola é a melhor para ela. Quando a relação dos pais com a criança vai bem, ela costuma se sentir segura em seguir aquilo que eles escolhem, quando isso é compartilhado”, explica Alice.  


A hora de intervir

A psicóloga Alice Munguba salienta que quando o período de adaptação proposto pela escola já passou e a criança ainda está com resistência a entrar na sala, chora todos os dias, apresenta sintomas alimentares, podem ser sinais de que ela está passando por um medo que não está conseguindo lidar. Este pode ser o momento de conversar com a escola para buscar estratégias para a adaptação dessa criança, inclusive a ajuda de um profissional especializado.

“A não adaptação pode ter relação com outras questões que a criança já apresentava, e que a mudança de ambiente potencializa. As vezes não é apenas o filho que não se adapta – os próprios pais podem estar com dificuldades, e isso afeta a confiança da criança. Se, após um mês de aula, pais e filhos estão angustiados, é o momento de conversar com a escola e avaliar se é uma questão associada à escolha da instituição ou relacionada à criança. Buscar um profissional especializado ajuda a entender porque a criança está tão insegura em relação à escola”, pontua Alice.



Bullying



No período da adolescência, e mesmo da pré-adolescência, os indivíduos têm uma vulnerabilidade muito grande em relação ao bullying, pressões sociais, dentre outros aspectos. As redes sociais são um dos grandes motivadores do aumento da ansiedade e até de depressão, seja por comentários maldosos ou as famosas fake news, que viralizam instantaneamente. 

O bullying envolve um comportamento agressivo, repetitivo, praticado por alguém que exerce algum tipo de poder sobre outro, a ponto de sentir-se superior e alimentar seu ego, principalmente na frente de seus colegas. No cyberbullying, ou bullying virtual, o anonimato pode trazer uma "vantagem" a quem o pratica, já que este pode atacar sem que a pessoa tenha chances de defesa, de forma anônima e oculta.

Para o filósofo e especialista em estudos da mente e comportamento humano, Fabiano de Abreu, cabe aos pais identificarem a mudança no comportamento do filho: "quando convivemos intensamente com alguém, percebemos suas mudanças comportamentais, ainda que singelas, assim como as distinções e micro expressões faciais comuns, sinais emitidos pelo corpo. Ao percebermos tal mudança em uma criança ou jovem, devemos tentar dialogar. Estabelecer diálogo, procurar ser amigo desta criança ou jovem, implica em passar algum tempo com ele e assim buscar ter uma conversa, dentro de um raciocínio lógico e linguagem apropriados para aquela faixa etária. Ganhar a sua confiança ajuda a ter conhecimento de tudo que se passa em seu cotidiano."

É importante também a percepção de que o erro pode estar em si e não no outro. Buscar compreender e apurar os fatos, e ter a preocupação em resolvê-los, já é um grande avanço para a buscar a solução.

Para o filósofo, o ideal é que escolas estejam em permanente contato com os pais, especialmente para relatar episódios de bullying, preconceito e agressão física ou verbal. Fabiano acredita que a psicologia e a filosofia devem estar presentes nas escolas, e que tais deveriam contar com profissionais da área no processo educacional, assim como contam com os professores.

"Hoje em dia muitas crianças passam a maior parte do seu tempo na escola. Lá aprendem e interagem com outros alunos, que trazem à sala de aula características com base em sua educação e cultura. Toda escola deveria ter um psicólogo de prontidão para apurar situações graves como as de bullying, e também quaisquer situações mais leves, que possam tornar-se graves. Os professores deveriam adaptar-se à evolução e a interação digital, pois o professor não deixa de ser também um educador. Fazer uso da criatividade para chamar para si a atenção dos alunos é muito importante. A filosofia deveria ser adotada em todas as turmas, de todos os anos letivos e séries; lembrando que o ensino de filosofia não é para que os alunos sejam filósofos, e sim para que entendam melhor a vida, a existência, suas consequências, comportamento e meios para tornarem-se sociáveis, e assim tentar entender as questões óbvias e as não tão obvias da vida."


Obrigado
Melhores cumprimentos 





Ransomware na vertical educação: escolas sob domínio do crime digital



Houve um claro aumento nos ataques de ransomware sobre instituições educacionais, sejam escolas de ensino fundamental e médio ou faculdades e universidades. Estou falando de ataques em que serviços acadêmicos e administrativos foram bloqueados – para resolver esse impasse, os criminosos digitais exigem ransomware na casa dos milhares de dólares. Uma instituição educacional em Rockville Center, na grande New York City, por exemplo, pagou US$ 88.000,00 em resgate para poder voltar às suas operações. Ao todo, mais de 500 ataques contra escolas nos EUA foram relatados em 2019.

Além disso, muitas universidades e faculdades sofreram ataques de ransomware, vazamentos de informações e tiveram e-mails hackeados. As universidades e institutos acadêmicos estão sendo alvo de sofisticados invasores, interessados em roubar a propriedade intelectual (PI) e os dados de pesquisa que eles produzem.

Esse quadro vai ao encontro do que informa o Relatório de Ameaças Cibernéticas de 2019 da SonicWall: apesar da diminuição no volume de malware, o ransomware continua gerando lucros aos cibercriminosos. No total, o volume mundial de ransomware no primeiro semestre de 2019 atingiu US$ 110,9 milhões, um aumento de 15% em relação ao ano anterior.

Além dos danos financeiros causados diretamente pelos ataques de ransomware, a incapacidade de acessar os sistemas paralisa a instituição acadêmica. O prejuízo aumenta de forma exponencial quando a universidade passa a ser impedida de enviar e-mails, registrar o horário de trabalho de seus profissionais ou alocar salas de aula e recursos de estudo.


Escolas que não pagarem resgate podem ficar incapacitadas por longos períodos

É o que aconteceu com uma escola localizada em Walcott, Connecticut, que sofreu um ataque de ransomware e ficou com os dispositivos bloqueados por semanas, até que o pagamento do resgate fosse finalmente aprovado pelo conselho do condado.

“Os cibercriminosos identificam a instituição educacional como um alvo fácil: um contexto em que, apesar de trabalhar com dados sensíveis e privados, os controles de segurança e os recursos tecnológicos nem sempre são robustos”, disse Bill Conner, Presidente e CEO da SonicWall. "Diante deste quadro, as discussões sobre ataques de ransomware estão migrando da sala de diretoria para as reuniões de pais e mestres. É fundamental, porém, que as discussões se transformem em ação”.

A situação em outras partes do mundo também é preocupante. Na Austrália, o chefe da agência de inteligência local foi recrutado para informar as universidades sobre ameaças cibernéticas e formas de prevenção. Essa foi uma das iniciativas implementadas após ameaças extremamente sofisticadas comprometerem a ANU (Australian National University), permanecendo ativas nos sistemas da universidade por meses.

No Reino Unido, em 2019, os testes de penetração realizados pela JISC, a agência governamental que fornece serviços informatizados aos órgãos acadêmicos do Reino Unido, testaram as defesas de mais de 50 universidades britânicas. Os resultados foram assustadores: os testadores obtiveram 100% de sucesso, obtendo acesso a todos os sistemas testados. Os sistemas de defesa foram superados em menos de uma hora em alguns casos, com os hackers éticos acessando dados de pesquisas, sistemas financeiros e informações pessoais de funcionários e alunos.


Aluno pode contribuir para aumentar a vulnerabilidade do ambiente 

Não é por acaso que as universidades estão entre as mais atacadas. As instituições de ensino superior gerenciam pesquisas que envolvem verbas governamentais e privadas, armazenam informações pessoais de alunos e professores e se conectam com muitos órgãos e provedores externos e, é claro, com os pais. Isso significa que a escola tem uma superfície de ataque muito grande.

"É muito fácil exigir e receber pagamento de resgate sem os riscos associados à exfiltração de dados tradicional", explica Conner. “Até que as organizações educacionais levem a sério a proteção contra ransomware, esses tipos de ataques de amplo alcance continuarão ocorrendo. As redes educacionais podem ser comprometidas em minutos. O custo de resgate das operações diárias são muito elevados”.

O quadro ganha complexidade diante do fato de que os alunos são vítimas fáceis de golpes de phishing. A falta de experiência dos alunos combinada com a tendência de usar senhas simples em vários serviços torna-os propensos a ataques de coleta de credenciais e de pulverização de senhas. Exacerbando ainda mais a situação da segurança, os estabelecimentos de ensino geralmente têm uma equipe limitada dedicada à segurança. Ao contrário dos bancos, as escolas normalmente não têm pessoal dedicado à segurança da informação, envolvido em proteção 24/7.


Proteção contra ransomware: melhores práticas

A Agência de Segurança Cibernética e Infraestrutura de Segurança Interna do Departamento dos EUA (CISA) recomenda as seguintes precauções para proteger os usuários contra a ameaça de ransomware:

·         Atualize o software e os sistemas operacionais com os patches mais recentes.

·         Nunca clique em links ou abra anexos em e-mails não solicitados.

·         Faça backup dos dados regularmente. Mantenha-o em um dispositivo separado e armazene-o offline.

·         Use a lista de permissões de aplicações para permitir que apenas programas aprovados sejam executados na rede.

·         Habilite filtros fortes de spam para impedir que e-mails de phishing cheguem aos usuários finais e autentique e-mails de entrada para impedir a falsificação de e-mails.

·         Examine todos os e-mails de entrada e saída para detectar ameaças e filtrar arquivos executáveis para alcançar os usuários finais.

·         Configure firewalls para bloquear o acesso a endereços IP maliciosos conhecidos.

·         Evite pagar resgate; isso só aumenta o problema, incentivando mais ataques.

O aumento de ataques de ransomware contra instituições educacionais mostra que os cibercriminosos descobriram que a educação é um alvo lucrativo para ataques de ransomware. Ao se analisar esse quadro, fica claro que há vulnerabilidades em comum nas instituições vítimas de ransomware. Vencerá essa ameaça quem estiver preparado, implementando as práticas recomendadas e as mais recentes contramedidas de ransomware.






Brook Chelmo - gerente sênior de marketing de produtos da SonicWall.

O que é preciso para ser um modelo de sucesso?



Vida de modelo é sonho de muitos, mas infelizmente é para poucos. Antes de investir todas as fichas na carreira, é preciso entender o mercado e com olhar crítico descobrir se encaixa ou não.

O primeiro passo de um aspirante a modelo é buscar uma agencia séria, reconhecida pelo mercado, onde será feita uma avaliação sobre a possibilidade ou não de carreira. Mas é preciso ter cuidado, algumas pessoas se passam por profissionais e aproveitam do sonho alheio, fazendo com que perfis que não funcionam para a profissão gastem dinheiro em books e cursos.

Por isso é preciso ficar atento se o candidato a modelo tem o que precisa. “Não existe uma característica física que determine se o modelo dará certo ou não, mas o modelo precisa ter algo a mais, algo especial que chame atenção dos clientes. É o caso do modelo irlandês Ferdia Gallagher, com seu cabelo ruivo que chama atenção por onde passa”, explica o agente internacional Miguel Crispim.
 Abaixo ele conta um pouco mais:

- Para modelos comerciais é exigido a altura mínima de 1,72m para mulheres, como as modelos Jacky Fideles e Lara Lisboa, que já fotografaram para marcas como Avon, Lancome e Vichy; e 1,82m para os homens como o modelo Marcio Souza que estrelou o comercial mundial de Lipton Ice Tea

- Para modelos plus size, como a modelo Muriel Segovia, o mercado internacional exige altura mínima de 1,75m e manequim entre 46 e 52.

Outras características ajudam a deslanchar a carreira, como falar inglês, além de ter paciência, persistência, profissionalismo e determinação. “Saber lidar com as rejeições é um dos fatores mais importantes para seguir a carreira, assim como superar algumas dificuldades como o choque cultural, a adaptação a um país novo e a dificuldade de sair da zona de conforto”. Foi exatamente isso que aconteceu com a new face Thais Martins, quando na sua primeira viagem para Paris teve um choque grande e quis voltar para casa. Felizmente, foi forte e após um período de adaptação, superou as diferenças e se acostumou a viver em uma diferente cultura.
  

MINIMIZE A TELA DAS PRÓPRIAS RAZÕES



Há quem pense ser dono das próprias ideias, ou das opiniões que tem formadas. Engano de presunçoso. Salvo estarmos reconhecidos entre os gênios do mundo, não é assim que funciona com a cabeça da gente. Comumente, não há uma única crença, um único valor, um único costume que professemos que tenha sido escolha e, muito menos, concepção nossa.

Todos, ao nascermos, encontramos ideias já circulando no mundo. Algumas dessas ideias vão nos alcançar e preencher nosso acervo pessoal básico, a partir do qual formamos o entendimento das coisas e acontecimentos ao nosso redor.

O derredor nos fornece os elementos mentais com os quais abarcamos e vivemos o derredor. Desse modo, preservamos e tendemos a repetir um ambiente social. Esse ambiente social só aos poucos sofre modificações (hoje de modo mais acelerado que no passado), mais por conflitos de interesses que se chocam e alteram as coisas do que por vontade organizada.

Das nossas refregas com o mundo (uma resultante variável: algo como uma instável soma vetorial das diferentes forças ideológicas em conflito), o mundo se refaz “sozinho”. Muito pouco do mundo é refeito com intenção deliberada de alguém.

Com as ideias circulantes que nos alcançam (que nos são faladas) mais algum baralhamento entre elas, formamos (temos formadas, mais exatamente) nossas concepções e explicações de tudo no mundo. Eis aí os nossos conteúdos intelectuais, a nossa matéria de pensamento. Os que acreditam que suas ideias são “suas” ideias estão, pois, iludidos.

Já foi dito, há os sujeitos extraordinários. Salvo, porém, esses raros excepcionais pensadores que logram reformatar alguma coisa que já vem pensada de tempos, ou até mesmo criar algo, somos todos constituídos por ideias circulantes.

Esses pensamentos circulantes nos apetrecham e passamos a pensar escorados neles; habitualmente apenas os repetimos, passando-os empacotados adiante. Dificilmente há quem se volte a pensar sobre os próprios pensamentos. Algo assim como perguntar: por que penso o que penso, donde vêm minhas crenças? Não nos historicizamos.

Nada disso. Recebemos o embrulho e seguimos adiante, repassando-o para os que vêm vindo, sem nos inquirirmos sobre o seu sentido, a sua validade, a sua pertinência. Não avaliamos nossas ideias; não indagamos a validade de nossos valores.

É certo que convicções nos norteiam a vida: são referências para o entendimento do mundo, explicá-lo, vivê-lo. Não obstante, descabe a pretensão de que o meu pensamento é “meu”. É nada! O “meu” pensamento adveio de fora, tomou conta de mim e eu não me apercebo que ele se foi entranhando no meu cérebro e produzindo a minha consciência.

Assim, as minhas ideias serão as das minhas conjunturas. E não poderia ser de outra forma, pois somos um sistema de referências. Ninguém forma ideias particularmente. Ideias são coisas que circulam fora de mim, antes de se estabelecerem em mim.

O cotidiano me propicia conceitos semelhantes aos meus, o que reforça minhas circunstâncias em mim e me confirma como sou em minhas circunstâncias. Nós nos repetimos. Dificilmente pensamos “fora da caixinha”. Exatamente por isso apreciamos as nossas “bolhas” de internet, os nossos mundinhos em que todos pensam o que pensamos.

Não é simples substituir-se em seus próprios pensamentos. Alguém consegue passar-se a limpo? Se sim, não se extinguirá, mas se apurará. Referi, todavia, antes, sobre baralhar ideias que entram na nossa cabeça e, então, inventar ideias novas.

Quero significar melhor: se rearranjo algumas das ideias que o mundo colocou na minha cabeça, posso ter outras ideias além daquelas específicas que o mundo colocou na minha cabeça. Mas isso é uma operação um tanto complexa e requer mais do que uma declaração de vontade. “Caixinhas” mentais, habitualmente inflexíveis, não se atrevem ao diferente.

Assim, quem está repleto de compreensões e explicações simples, vai conseguir, quando muito, conjugar essas simplicidades umas com as outras e permanecer simples no resultado. A alternativa, portanto, é dar-se, justamente, ideias alternativas.

Aperfeiçoar-se a si. Esse desiderato faz algumas exigências: afora o viajar a outras culturas desvestido dos conceitos de partida, temos o ler, o estudar, o conversar, o assistir filmes mais complexos e bem estruturados sobre outros pensamentos que não os nossos. Eu teria que saber visitar, com esforço de despido de mim, outras explicações do mundo.

Não é coisa para pouca vontade, mas, se desejo isso e se consigo isso, vou jogando tintas de outras cores na tinta que define a minha cor ideativa. Aqui, contudo, temos que enfrentar um obstáculo epistemológico, ou de conhecimento do conhecimento.

A epistemologia nos adverte de que, ao visitar outros pensamentos, eu os vejo e analiso a partir dos pensamentos que estão instalados em mim. Seja: os meus pensamentos condicionam os meus pensamentos sobre outros (e os meus próprios) pensamentos. Eu filtro os pensamentos novos, pois os interpreto à luz do que já pensava; acabo intocado por eles.

O recurso é um esforço de equidistância (submissão a métodos). Isso, em se tratando de pensar pensamentos, é de difícil prática: teríamos que por sob suspeição o que pensamos, para ler, imparcialmente, outros pensamentos. Vale, contudo, intentar.

Não avento deletar os próprios arquivos mentais. Sugiro algo mais difícil: minimizar a tela das próprias razões. Então, o esforço honesto de se expor a outros saberes; o imergir curioso noutros argumentos. E, aí, ir recompondo as coisas. Sobra-se com mais e melhor. Não é simples, mas não é complicado. É apenas complexo, assim como o é o humano.





Léo Rosa de Andrade
Doutor em Direito pela UFSC.
Psicólogo e Jornalista.

Especialista dá dicas valiosas para o caminho do autoconhecimento e combate a ansiedade



Criador do método "O código da realização" lança livro homônimo para ajudar as pessoas a enfrentarem desafios, atingirem seus objetivos com equilíbrio, produtividade e menos ansiedade


Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o Brasil é o país com o maior número de pessoas que sofrem de ansiedade. Nas capitais, principalmente, temos a sensação que nossa vida está passando de forma incrivelmente rápida. Essa rotina de alta intensidade e velocidade se torna, por vezes, muito cansativa, com pouco tempo para pensar, organizar as ideias e objetivos maiores, que de fato impactariam nossa realidade positivamente. Em decorrência disso, muitas pessoas abrem mão dos seus sonhos para focar apenas em uma rotina automatizada e em algumas vezes, em atividades que não fazem sentido para elas mesmas.

Uma proposta para solucionar essa fluidez desesperada vem do autor Wagner Mota, que, em seu novo livro, O código da realização, publicado pela Literare Books International, auxilia o leitor, propondo um método, em cinco passos para buscar e concretizar seus sonhos de forma equilibrada e aderente ao seu real propósito. O autor, que também é advogado, palestrante e coach, traz a relação entre vários  âmbitos da vida, tais como: social, afetivo, profissional e explica como eles estão interligados,  trazendo exemplos de como trabalharmos àquele aspecto mais negligenciado; o que acaba alavancando os demais. A palavra chave é o equilíbrio.

Para ser capaz de conciliar esses aspectos, o leitor aprenderá conceitos de grande relevância para a vida, como por exemplo, aspectos da psicologia positiva, identificação de tipos de perfis, caminhos para o autoconhecimento, realização mais ágil dos objetivos e como aplicar este aprendizado em seu dia-a-dia. Cada técnica apresentada contém grande riqueza científica e social, e são evidenciadas algumas ferramentas, para englobar os diversos perfis que estejam dispostos às mudanças necessárias.





Wagner Mota - autor, palestrante, advogado, estudioso de neurociência, mentor de carreira. Criador do método O código da realização com alunos em cinco países. Instrutor de Coaching; credenciado ao International Coaching Council – ICC. Master Business Administration pela Escola de Negócios da PUC/RS. Trabalhou durante 12 anos na área de RH da 4ª maior empresa do mundo em seu segmento – Sabesp e, desde 2011, atua como gestor jurídico na mesma Cia.; é consultor formado pela Adigo Desenvolvimento, com fundamentos na Antroposofia e especializado em análise de perfil. Estudioso da cultura e filosofia chinesa com formações como instrutor com mestres brasileiros e chineses. Ministra treinamentos, seminários e palestras. É cofundador da I9BR, também realiza trabalhos voluntários como mentor de carreira para jovens que desejam ingressar no mercado de trabalho. 

Dizer não é necessário e fortalece estrutura emocional


Psicóloga Pollyanna Esteves explica a importância de dizer "não" para respeitar os próprios limites


Nas diversas relações da vida, seja ela qual for, é humanamente saudável impor limites para a boa convivência. Recusar algumas ações e dizer não quando esse é o desejo faz parte de um processo de amadurecimento e fortalecimento da estrutura emocional do indivíduo. Segundo a psicoterapeuta Pollyana Esteves, uma pessoa que queira ter paz, felicidade e vida plena precisa saber se impor com confiança. “Quando você diz sim para todo mundo, diz não para você o tempo todo”, reforça.

Identificar que existe a dificuldade em dizer não é a primeira atitude para compreender a situação. Na maioria das vezes, após dar uma negativa à alguém, é comum provocar um sentimento de chateação, remorso, culpa e preocupação com o que o outro vai pensar. É necessário compreender que se algo for prejudicial, mesmo que solicitado por pessoas especiais como pai e mãe, a individualidade, as vontades e a autoconfiança devem ser preservadas.

A psicóloga explica que as pessoas que não sabem lidar com a negativa dos demais, que leva esse aspecto para o lado pessoal, enfrenta um problema de autoestima e de narcisismo que precisa ser tratado em sessões terapêuticas. O mesmo acontece com quem não consegue falar não, com medo do outro não gostar. “Existe muito mais coisa atrás de não conseguir ouvir um não ou não conseguir falar não do que imaginamos”, destaca Esteves.

Para não abrir mão dos valores e dos limites pré-estabelecidos, é preciso entender que a interpretação do outro é somente dele. Ser claro na comunicação, esclarecer os motivos, pode amenizar a percepção e fazer com que a pessoa não veja o não sob uma ótica negativa. Essa é uma maneira de ser respeitado e impor as aspirações como relevantes, principalmente quando se diz respeito à escolhas profissionais, amorosas e assuntos de responsabilidade pessoal.
“Se você falou não e a outra pessoa continua insistindo, se retira, vira as costas, vai embora, corta o assunto. A discussão só existe entre duas pessoas, se uma se retira, então não tem porque existir”, completa a psicoterapeuta. Esteves diz ainda que ser flexível também é importante em qualquer relação, desde que essa escolha seja consciente e não exclusivamente para agradar alguém. O equilíbrio é sempre uma boa saída.




Pollyanna Esteves de Oliveira - psicoterapeuta com grande expertise. Auxilia pacientes a conviverem e superarem traumas e se libertarem de amarras e padrões. É Mestre em Psicologia positiva, formada em constelação familiar, master em Programação Neurolinguística, certificada em Hipnose, Barra de Access e outras terapias.



Ressignificar para superar


Conforme o terapeuta transpessoal Robson Hamuche, a ressignificaçao de um evento negativo passa por se debruçar no sentimento gerado por aquela situação. Só assim é possível aprender, perdoar e seguir em frente


Um trecho da famosa canção "Volta por cima", do zoólogo e compositor paulistano, Paulo Vanzolini, diz o seguinte: "Reconhece a queda e não desanima. Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima". É uma ode à resiliência humana e um retrato de como a ressignificação de um evento carregado de frustração e tristeza é tarefa importante, imprenscindível até, para quem deseja viver uma vida mais leve e feliz. Do ponto de vista da psicologia, ressignificar é dar outro sentido a um situação, especialmente negativa, do caminho percorrido até então. Em outras palavras, é perceber que nem tudo de ruim que vivenciamos é tão ruim assim.

Para o terapeuta transpessoal com especialização em constelação familiar e autor do livro Um compromisso por dia, Robson Hamuche, a ressignificação passa pela positividade. "Quando as pessoas têm muitos pensamentos negativos, só enxergam o lado ruim das situações, parece que a vida delas paralisa", diz. Conforme Hamuche, que também é sócio-proprietário do Resiliência Humana, grupo de mídia dedicado ao desenvolvimento humano, a negatividade que afeta muitos está relacionada ao histórico familiar, ao sofrimento que, muitas vezes, pavimentou a história de bisavós, avós e pais. "Em razão disso elas estão sempre em estado de alerta", destaca.

Mas a positividade necessária à ressignificação não vem do nada. Ela faz parte de um processo. O terapeuta explica que o ser humano é um conjunto de partes, de sentimentos e estados de ânimo: raiva, insegurança, tristeza, alegria etc. Ou seja, de acordo com Hamuche, ser positivo não é estar feliz sempre. "Nós precisamos estar atentos a todos esses sentimentos para conseguirmos lidar com os problemas que nos afligem", assegura.

Alegria e tristeza, por exemplo, não são sentimentos opostos, mas complementares. "Eu preciso sentir a tristeza para poder chegar à alegria", diz. Segundo o terapeuta, o que costuma ocorrer com as pessoas que não conseguem superar eventos negativos é que ela ficam tristes e se apegam a esse sentimento sem problematizá-lo. "Elas precisam olhar com carinho para o que estão sentindo, entender e aprender com esse sentimento, para poderem se resgatar, perdoarem a si mesmas e aos outros", afirma.

A tendência das pessoas que vivem situações frustrantes e traumáticas, conforme Hamuche, é não se debruçarem sobre seus sentimentos. Elas querem esconder o medo, a raiva, a tristeza, jogar tudo para debaixo do tapete e acabam ficando presas neles. "Quando eu olho para minha tristeza, para minha raiva, para minha insegurança, eu me pergunto o que tenho para aprender. A pessoa precisa ter em mente que sempre é possivel extrair algum aprendizado de qualquer situação", destaca. Segundo o terapeuta, apenas da compreensão e do aprendizado do que sentem as pessoas passam a enxergar os acontecimentos a partir de um viés positivo e podem seguir em frente.

A fim de que as pessoas consigam encontrar ferramentas para ressignificarem e superarem seus problemas, Hamuche recomenda tratamento profissional psicoterapêutico, desde os mais tradicionais como a psicanálise até alternativos como a constelação familiar. Exercícios físicos, meditação e ioga também são boas opções, segundo o terapeuta.

A regressão é uma das práticas utilizadas por Hamuche nas vivências realizadas no Instituto Tadashi Kadomoto (ITK), onde trabalha, e que vem surtindo bons resultados. Ela consiste na utilização de técnicas de respiração e outros exercícios mentais e físicos para que as pessoas consigam acessar determinados sentimentos que vêm atrelados a certos comportamentos e padrões negativos, tais como relacionamentos abusivos, fracasso profissional e afetivo.

"Por meio das técnicas de respiração e dos demais exercícios, a pessoa toma consciência da primeira vez que vivenciou eventos desse tipo e do sentido que deu a eles naquele momento e que acarretaram esse comportamento e visao negativa diante do mundo", explica. Conforme Hamuche, enxergando com mais nitidez a causa inicial do problema, a pessoa se torna mais capaz de ressignificar o evento.

O terapeuta salienta a importância do exercício físico para acessar memórias que muitas vezes dificultam a superação dos problemas, tornando-se grandes empecilhos para o desenvolvimento pessoal e profissional Conforme Hamuche, a parte fisiológica do ser humano é afetada por sua parte psicológica. "Desse modo, quando a pessoa começa a fazer movimentos com o corpo que não está acostumada a fazer, como aqueles propiciados pela ioga, meditação e até dança, memórias são liberadas e é possível entender de onde vêm determinados sentimentos ruins, ressignificando a vivência e indo além", conclui.


Como lidar com a dependência exagerada do seu filho



Segundo o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), até 2030, a participação feminina no mercado de trabalho brasileiro deve crescer. O estudo estima que, daqui a 11 anos, 64,3% das mulheres consideradas em idade ativa, com 17 a 70 anos, estarão empregadas ou buscando trabalho. No início dos anos 1990, essa parcela era menor (56,1%). De acordo com a Pesquisa Pnad Contínua, do IBGE, mudanças culturais, a conquista de direitos e um maior investimento em educação pelas mulheres explicam o movimento.

Com isso, muitas mulheres com bebês e crianças pequenas precisam tomar uma difícil decisão: com quem deixar os filhos? Algumas preferem deixar com os avós, outras com babás, e há quem opte pela escola infantil. E é nessa fase que se inicia o “desgrude” da criança, o que nem sempre é fácil. Para o filho, a mãe representa nutrição, proteção, conforto, amor e carinho. Portanto, neste período de “afastamento”, é normal a criança sentir falta da mãe, ter medo e mudar o comportamento.


Excesso de proteção pode prejudicar a independência da criança

No entanto, segundo Elaine Di Sarno, psicóloga com especialização em Avaliação Psicológica e Neuropsicológica; e Terapia Cognitivo Comportamental, ambas pelo Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas; crianças criadas com excesso de zelo podem ter ainda mais dificuldade de se adaptarem com a ausência da mãe. “Vale dizer que excesso de zelo é quando a mãe dá tudo o que o filho quer, tem dificuldade de dizer ‘não’ e de impor limites à criança. O carinho e a atenção dos pais são fundamentais, mas a falta de limites torna a criança mimada, insegura e irresponsável. Os filhos precisam entender, desde a infância, até onde podem ir, e que as cobranças fazem parte da vida”.

De acordo com a psicóloga, é na fase pré-escolar (2 a 6 anos) que a criança começa a explorar mais o mundo, e sente curiosidade em descobrir coisas novas, o que faz com que ela possa assumir riscos. Esses riscos devem ser supervisionados, mas permitidos, desde que não envolva situação de risco real. “Isso é importante para que a criança tenha iniciativa e independência. Se cada vez que ela ouvir ‘deixa que eu faço’, ‘você não vai conseguir fazer sozinho’, ‘você é pequeno demais’; sua capacidade de evoluir e de ter interesse por novas descobertas será totalmente inibida”, explica Elaine Di Sarno.

Com o tempo, isso pode levar a criança a ser mais tímida, mais medrosa e achar que as coisas só darão certo se a mãe estiver por perto. A psicóloga afirma que, muitas vezes, a mãe não percebe essa dependência que ela mesma criou. “A criança também não tem a percepção de que está muito dependente. Pelo contrário. Ela não tem desafios e obstáculos, o que torna sua vida uma zona de conforto. Essa é a hora de fazer uma reflexão: será que o excesso de proteção não está prejudicando o amadurecimento e a independência do meu filho? Sim, está, e esta forma de educar trará consequências frustrantes em sua vida adulta, tanto na questão pessoal como profissional. Obviamente, os primeiros passos para cortar essa dependência exacerbada devem ser dados pelos adultos”, diz Elaine.


Como deixar seu filho mais seguro

A mãe pode ir preparando a criança desde cedo, mostrando que outras pessoas também são capazes de cuidar dela. Deixe-a mais tempo com os avós ou com os padrinhos, e aproveite para passear um pouco, se cuidar, sair com os amigos e até ter um momento a sós com o marido. Com o tempo, a criança vai perceber que a mãe se ausenta, mas volta, e será benéfico para todos. De acordo com Elaine, ao sair, sempre se despeça e explique que vai voltar. Se você for embora sem falar com seu filho, ele não entenderá, e isso pode gerar insegurança e perda de confiança.

“Mesmo que seja um bebê, converse com ele. Diga que precisa ir trabalhar ou fazer alguma coisa na rua, mas que irá retornar. Quando deixar a criança na escola ou com outra pessoa, não demonstre tristeza ou angústia. Qualquer sentimento que você tiver irá transmitir ao seu filho. Portanto, seja firme. Diga que o ama, que ele ficará bem e que mais tarde irá buscá-lo”, orienta a psicóloga.

Uma dica importante para estimular a independência da criança é fazer com que ela valorize o seu próprio espaço. “Deixe claro que ela tem a sua cama, o seu quarto e os seus objetos. Concessões podem ser feitas, como dormir uma noite ou outra com os pais. Mas é fundamental que ela já comece a ter noções de discernimento, e entenda que certas coisas não podem ser feitas sempre que ela tiver vontade”.  

Outra boa dica, segundo Elaine Di Sarno, é incentivar a realização de tarefas que ela já possa fazer sozinha, como escovar os dentes, se vestir e tomar banho. Peça ajuda em funções que sejam apropriadas à idade dela, seja arrumando a mesa, guardando os brinquedos, regando as plantas, dando comida ao cachorro, entre outras. Isso ajudará no seu desenvolvimento. Para a psicóloga, a criança muita ociosa tende a demandar mais a atenção dos pais, além de se tornar preguiçosa.

“Se ela estiver com receio de realizar alguma tarefa, primeiro entenda a razão deste medo e a encoraje a enfrentar a situação. É importante que a criança já saiba que virão outros medos ao longo da vida, mas que ela esteja preparada para encará-los e tentar superar”.

Em suma, qualquer excesso não é saudável, tanto a falta de zelo como o excesso dele. “Lembre-se: se você estimular a independência de seu filho, estará fazendo dele um adulto seguro, responsável e capaz de resolver seus próprios problemas com maturidade e clareza”, finaliza Elaine.

Posts mais acessados