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quarta-feira, 18 de dezembro de 2024

Com previsão de Verão chuvoso em 2025, cuidados contra dengue devem ser redobrados

FotoshopTofs para Pixabay
Infectologista Vera Rufeisn, do Vera Cruz Hospital, em Campinas (SP), alerta sobre o clima propício para o desenvolvimento do Aedes Aegypt e os riscos de reinfecção

 

Quem teve dengue e viveu os sintomas de cada fase da dengue entende bem o quanto é primordial eliminar os focos do mosquito Aedes aegypti. Primeiro, para que outras pessoas não sejam contaminadas; e, segundo, para diminuir o risco de reinfecção, que pode ser fatal, de quem já teve contato com o vírus. Pelas previsões do site Climatempo, o verão 2025, que começa nesta terça-feira (21), deve ser marcado por dias quentes e chuvosos, ou seja, ideal para a proliferação do mosquito transmissor da doença. A médica infectologista Vera Rufeisen, do Vera Cruz Hospital, em Campinas (SP), alerta para que população e poderes públicos evitem cenários epidemiológicos piores que o do início deste ano. 

Até outubro 2024, Campinas já havia registrado mais de 120 mil casos confirmados e 77 mortes, destacando-se pela gravidade da circulação dos sorotipos 2 e 3, raros na cidade nos últimos anos. A população sem imunidade a esses tipos, especialmente crianças e adolescentes, está mais vulnerável às formas graves da doença. 

Segundo a especialista, os sintomas principais da doença em sua versão menos grave incluem febre alta, dor de cabeça, dor no corpo, dor atrás dos olhos (retro-orbital), náuseas e manchas na pele, que surgem entre cinco e sete dias após a contaminação. As formas graves podem causar hemorragias, choque, e falência de órgãos, exigindo atendimento médico urgente. Por isso, o diagnóstico precoce é crucial para evitar complicações. “Cada reinfecção aumenta o risco de complicações, como dengue hemorrágica, podendo ser fatal”, alerta.

 

Mesmo sorotipo

“A literatura médica sugere que a infecção por um sorotipo confere algum grau de imunidade cruzada aos outros, mas esta proteção não é absoluta, e dura por algum tempo (possivelmente meses)”, destaca.

 

Sorotipo diferente

“No caso de infecção secundária, por um sorotipo diferente, existe um risco aumentado de dengue grave, especialmente se o intervalo entre as infecções é superior a dois anos. Portanto, mesmo com uma exposição anterior, o risco de infecção por dengue pode existir, especialmente em áreas endêmicas com múltiplos sorotipos circulantes”, afirma a médica. 

A prevenção de novas picadas de mosquito é essencial para reduzir o risco de transmissão comunitária, portanto, o paciente deve ser aconselhado a utilizar repelentes durante sua doença para interromper o ciclo de transmissão.

 

Diagnóstico

"O diagnóstico é feito por exames de sangue e, nos casos leves, o tratamento envolve hidratação e medicamentos para dor e febre. Já as formas graves requerem hospitalização imediata", diz a médica.

 

Sequelas

Estudos recentes, publicados pelo National Institute of Health (NIH), nos Estados Unidos, em 2024, têm demonstrado que uma proporção significativa de pacientes com dengue pode apresentar sintomas persistentes e complicações crônicas após a fase aguda da infecção. “Há dados recentes que indicam que 18% dos pacientes com dengue apresentaram sintomas persistentes, como fadiga, sonolência, dor de cabeça, dificuldade de concentração e problemas de memória, até três meses após a infecção. Esses sintomas foram associados a uma piora na saúde mental e funcional dos pacientes.” 

Outro estudo, também publicado pela NIH, em 2020, identificou que 61,5% dos participantes relataram, pelo menos, um sintoma recorrente, como dores de cabeça, queda de cabelo, cansaço extremo, dores no corpo até oito anos após a infecção. A infectologista do Vera Cruz Hospital diz que outros estudos são necessários para uma melhor elucidação.

 

Prevenção

Devido à gravidade, a palavra de ordem é a prevenção, que deve incluir diversas estratégias combinadas para um resultado eficiente. A infectologista destaca alguns: 

  • Controle do vetor: O principal é o controle do vetor, que é o mosquito Aedes aegypti, por meio de intervenções ambientais (cobertura de recipientes de água, campanhas de limpeza e eliminação de locais de reprodução de mosquitos, eficazes para reduzir as populações de larvas e pupas. Também existem métodos biológicos, como o uso de bactérias, fungos e peixes larvívoros, utilizados para controlar a população de vetores;

 

  • Métodos químicos: O uso de inseticidas, tanto sintéticos quanto naturais para eliminação dos mosquitos, é uma prática comum. Existe o risco de resistência a estes agentes com o uso prolongado, por isso hoje há a preferência por agentes naturais;

 

  • Vacinas: Há dois tipos de vacina contra a dengue: a vacina tetravalente Dengvaxia ®, cujo uso é limitado a indivíduos que já foram expostos ao vírus, e a vacina Qdenga®, também tetravalente, uso indicado para indivíduos entre 4 e 60 anos, que não apresenta preocupações com a segurança em soronegativos, mas não deve ser utilizada em pacientes com imunodeficiência e gestantes, por ser uma vacina de vírus vivo atenuado;

 

  • Comportamentos preventivos pessoais: O uso de repelentes de mosquitos e a eliminação de água parada são medidas eficazes para reduzir o contato humano-vetor. A conscientização da comunidade e a participação ativa são cruciais para o sucesso dessas medidas;

 

  • Inovações biotecnológicas: Técnicas como a liberação de mosquitos geneticamente modificados para reduzir a população de vetores e o uso de bactérias Wolbachia para diminuir a capacidade de transmissão do vírus estão sendo estudadas.

 

União de esforços

Mobilizar a população e as autoridades para intensificar ações de prevenção e combate à doença são essenciais. "É preciso conscientizar sobre os riscos da dengue, reforçar a importância de eliminar focos do mosquito Aedes aegypti e promover medidas educativas para reduzir a incidência de casos. O essencial é adotar abordagem integrada e multifacetada, constantes. Sempre incentivando o engajamento comunitário, contribuindo para a proteção da saúde pública e a diminuição das epidemias no Brasil, por isso participação de todos é essencial", conclui Vera.

 

Vera Cruz Hospital

 

Exercícios de Pilates em Casa podem aliviar dores na coluna

O problema é um dos maiores causadores de afastamento do trabalho e pode ser resolvido de forma simples


A dor na coluna é uma das queixas mais frequentes entre os adultos, afetando milhões de pessoas em todo o mundo. Entre as causas mais comuns estão a má postura, sedentarismo e tensões acumuladas, que sobrecarregam a região lombar e outras áreas da coluna. 

A dor na coluna é uma das principais razões que levam as pessoas a buscar atendimento médico, impactando a qualidade de vida e o desempenho no trabalho. Dados revelam que mais de 90% da população mundial enfrentará esse problema em algum momento. No Brasil, as dores lombares são a maior causa de absenteísmo, com números alarmantes: apenas no primeiro trimestre deste ano, mais de 24 mil trabalhadores foram afastados por questões relacionadas à coluna, o que equivale a 269 afastamentos por dia, ou um afastamento a cada cinco minutos, segundo a Previdência Social. 

De acordo com  Vanessa de Andrade, personal trainer e fisioterapeuta, especialista em prevenção e reabilitação de lesões, a prática do Pilates é uma solução eficaz para aliviar o desconforto, melhorar a postura e fortalecer os músculos de sustentação – e o melhor: pode ser realizada no conforto de casa. "Há um mito de que pessoas com dores na coluna devem evitar exercícios, mas o Pilates prova o contrário. Ele fortalece os músculos profundos, estabiliza a coluna e ainda libera substâncias naturais que aliviam a dor e promovem o bem-estar", explica.


Método Pilates

O método Pilates, desenvolvido pelo alemão Joseph Pilates na década de 1920 e disseminado por ele e sua esposa, Clara, é baseado em exercícios de baixo impacto que fortalecem o core (músculos centrais do corpo), aumentam a flexibilidade e promovem a consciência corporal. “Esses benefícios são especialmente úteis para quem enfrenta dores na coluna, já que deixam a coluna mais forte, melhoram a postura e auxiliam na redução das tensões musculares”, comenta a especialista. 

Os exercícios podem ser adaptados para diferentes níveis de condicionamento e podem ser feitos no conforto de casa sem a necessidade de aparelhos sofisticados, o que torna o Pilates uma opção prática e acessível para a rotina diária. 

Entre os movimentos que podem ser realizados em casa estão a elevação pélvica, a posição do gato e o alongamento para lombar. Além de fortalecerem os músculos, essas atividades contribuem para melhorar a mobilidade e a postura no dia a dia.  “A prática de Pilates combate as dores e melhora a qualidade de vida auxiliando no envelhecimento mais saudável. Incorporar uma rotina de alongamentos, manter uma postura correta e adotar práticas de autocuidado, como pausas regulares durante o trabalho, são passos simples e eficazes para quem busca uma vida sem dores na coluna”, conclui.




Vanessa de Andrade - personal trainer e fisioterapeuta, especializada em ajudar pessoas com mais de 50 anos a viverem sem dores e medicamentos, promovendo assim, um envelhecimento saudável por meio da prática do Pilates em Casa. Utilizando objetos comuns do cotidiano, como travesseiro, cabo de vassoura e cadeira, ela desenvolveu uma metodologia acessível que permite realizar exercícios simples e sem impacto, direcionados para o alívio das dores. Seu canal no YouTube, "Programa Pilates em Casa - Vanessa de Andrade", conta com quase 140 mil inscritos, onde ela compartilha aulas e dicas para a prática do Pilates no ambiente domiciliar. No Instagram, Vanessa oferece conteúdos voltados para a redução das dores através do Pilates em Casa, reforçando sua missão de proporcionar qualidade de vida e bem-estar aos seus seguidores.
Para mais informações, visite o Instagram e o Youtube


Planejando a gravidez em 2025: Dicas da Dra. Carla Iaconelli, especialista em medicina reprodutiva

O início de um novo ano traz consigo a oportunidade de revermos nossas metas e objetivos pessoais. E para muitas mulheres, o desejo de engravidar ocupa um lugar especial nessa lista.

A ginecologista e obstetra Dra.Carla Iaconelli acaba de compartilhar algumas dicas valiosas sobre medicina reprodutiva para quem planeja engravidar em 2025.


  1. Realize uma Avaliação da Fertilidade:

Inicialmente, é fundamental consultar um especialista em reprodução humana para realizar uma avaliação da fertilidade. Esse passo ajuda a diagnosticar a saúde reprodutiva e proporciona uma orientação personalizada, aumentando as chances de sucesso.

  1. Adote um Estilo de Vida Saudável:

Manter uma dieta equilibrada e praticar exercícios regularmente são práticas essenciais para melhorar a fertilidade. Além disso, é importante evitar substâncias prejudiciais como álcool e tabaco. Pequenas mudanças no estilo de vida podem fazer uma grande diferença na saúde reprodutiva.


  1. Monitore seu Ciclo Menstrual:

Conhecer bem o ciclo menstrual é crucial para identificar os melhores momentos para tentar engravidar. Utilize aplicativos de monitoramento ou um diário para acompanhar seu ciclo e entender os padrões de ovulação.


  1. Invista em Suplementos e Vitaminas:

Tomar suplementos pré-natais e ácido fólico pode ser extremamente benéfico para a concepção e para o desenvolvimento do bebê. Consulte seu médico para recomendações específicas sobre quais suplementos são mais adequados para você.


  1. Reduza o Estresse

O estresse pode ter um impacto negativo significativo na fertilidade. Práticas de relaxamento, como yoga e meditação, podem ajudar a manter a mente e o corpo em equilíbrio, aumentando suas chances de engravidar.

De acordo com a Dra. Carla, a medicina reprodutiva oferece diversas opções para auxiliar na concepção, adaptadas às necessidades individuais de cada paciente. Aqui estão algumas das técnicas mais comuns:

  • Fertilização In Vitro (FIV): Este procedimento envolve a estimulação dos ovários, coleta de óvulos, fertilização em laboratório e a transferência dos embriões para o útero. É uma técnica eficaz para muitos casais que enfrentam dificuldades para engravidar.
  • Congelamento de Óvulos: Ideal para mulheres que desejam adiar a maternidade, permitindo o uso dos óvulos congelados no futuro. Esta técnica oferece mais controle sobre o relógio biológico feminino.
  • Banco de Sêmen: Uma opção importante para casais ou indivíduos que necessitam de doação de esperma. Os bancos de sêmen oferecem uma ampla gama de opções para garantir compatibilidade genética e saúde.

“Com essas dicas e o apoio da medicina reprodutiva, é possível planejar a gravidez de forma mais tranquila e segura. O mais importante é lembrar que cada jornada é única, e, claro, contar com a orientação de um especialista pode fazer toda a diferença. Desejo a todas as mulheres que estão planejando engravidar em 2025 um caminho repleto de saúde, serenidade e sucesso”, destaca Dra. Carla Iaconelli, especialista em reprodução Humana.


Estudo mostra o impacto na saúde humana das queimadas no Pantanal

 Além de doenças respiratórias, material particulado fino entra na corrente sanguínea e pode causar doenças no longo prazo. Plumas de poluição levam partículas tóxicas para outros estados.


Um amplo estudo conduzido em 17 municípios do Pantanal em Mato Grosso do Sul e Mato Grosso concluiu que as internações em hospitais da região de pacientes com doenças respiratórias aumentam de 26% a 34% durante os meses de seca – julho, agosto e setembro –, quando ocorre a maior parte das queimadas.

A Dra. Camila Lorenz, que integrou a equipe de pesquisadores, afirma que o aumento sazonal no Pantanal das doenças do trato respiratório, como bronquite, asma e pneumonia, decorre da inalação de material particulado lançado no ar pelas queimadas.

O estudo “Historical association between respiratory diseases hospitalizations and fire occurrence in the Pantanal wetland, Brazil” foi publicado nesse ano na revista científica Atmospheric Pollution Research.

Os pesquisadores analisaram a série histórica de dados de internações de 2003 a 2019 do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde. O levantamento contemplou oito municípios de Mato Grosso do Sul – Aquidauana, Bodoquena, Corumbá, Coxim, Miranda, Porto Murtinho, Rio Verde de Mato Grosso e Sonora – e nove de Mato Grosso – Barão de Melgaço, Cáceres, Itiquira, Juscimeira, Mirassol d’Oeste, Nossa Senhora do Livramento, Poconé, Rondonópolis e Santo Antônio do Leverger.

Camila Lorenz conta que os pesquisadores analisaram os dados de internação hospitalar gerais e de dois grupos etários específicos. Entre idosos com mais de 60 anos, o índice de internação por doenças respiratórias durante a estação de seca foi três vezes maior do que o índice geral. Entre crianças com 0 a 5 anos, que ainda não têm o sistema imune inteiramente formado, o índice foi quatro vezes maior.

Outra conclusão do trabalho, afirma a bióloga, foi que a elevação nas internações não foi homogênea nem ao longo do tempo nem por município. Em anos com mais focos de incêndio, o aumento das internações por doenças respiratórias foi maior do que em anos com menos fogo.

Em termos de distribuição geográfica, o aumento no número de internações foi mais elevado nos municípios com maior incidência de queimadas. Corumbá, em Mato Grosso do Sul, que foi o município com mais focos de incêndio no período estudado, foi também o que apresentou a maior elevação de internações nos meses de seca.

“Houve anos mais secos e outros mais úmidos. A gente constatou na série histórica que aqueles meses mais secos, com mais focos de incêndio, foram justamente aqueles que tiveram mais internações. As queimadas no Pantanal não são homogêneas. Há áreas específicas que têm mais incêndios e foi nesses municípios que houve mais internações”, ressalta Camila Lorenz, que atualmente realiza o pós-doc na Faculdade de Saúde Pública da USP.

 

Material particulado

A bióloga explica que nos incêndios florestais ocorre a “combustão incompleta” da biomassa acumulada: capim, árvores e outros tipos de vegetação. Em uma combustão incompleta, nem toda a biomassa é transformada em CO2, como ocorre na “combustão completa”. Assim, nos incêndios no Pantanal, parte da biomassa gera CO2 e outra parte é liberada em forma de material particulado, que fica suspenso no ar.

Os materiais particulados são de diferentes tamanhos. Os maiores podem causar nas pessoas sintomas como irritação nos olhos e nas vias aéreas – nariz, boca e garganta – e falta de ar. Mas é o material particulado fino, que tem cerca da 2,5 micrômetros de diâmetro, que representa o maior risco para a saúde.

“O material particulado fino entra pelo trato respiratório pela laringe e chega aos pulmões. Nos alvéolos, que é onde se faz a troca gasosa com o sangue, esse material entra na corrente sanguínea e pode ir para qualquer parte do corpo, cérebro, coração, fígado e rins”, alerta Camila Lorenz.

A inalação de material particulado fino não ocasiona sintomas visíveis imediatamente, mas pode desencadear uma série de doenças no longo prazo, conforme consenso científico estabelecido por uma série de estudos mundiais.

No sistema respiratório, pode causar inflamação, infecção, bronquite, asma, pneumonia, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e também está associado ao desenvolvimento de câncer de pulmão.

A inalação de material particulado fino está relacionada também a doenças cardiovasculares, principalmente infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC). Estudos mostram também que esse material pode impactar o sistema nervoso central, fígado e baço.

O material particulado fino também pode afetar o aparelho reprodutor e está associado ao nascimento de bebês com alterações, como peso baixo, segundo a bióloga.

Como mitigar os impactos nocivos da fumaça das queimadas?

“Nossa recomendação é fechar todas as janelas e portas da casa e evitar atividades ao ar livre, evitar sair ao ar livre. Dentro da casa, sugerimos colocar baldes com água e panos molhados para umidificar o ar. Se tiver que sair, use sempre máscara. Aquela máscara N95, muito usada na pandemia, é mais adequada”, orienta Camila Lorenz.

 

Plumas de poluição

Os habitantes do Pantanal são os mais afetados pelos incêndios, mas não os únicos, porque a fumaça se desloca para outros locais, por vezes muito distantes. São as chamadas plumas de poluição.

No fim de setembro de 2024, a fumaça oriunda dos incêndios principalmente no Pantanal, Amazônia, Cerrado e regiões da Bolívia alcançou mais de 80% do território brasileiro, cerca de 7 milhões de quilômetros quadrados, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

A fumaça das queimadas é levada para outras regiões pelos chamados rios voadores da Amazônia. Esses canais de ar, que geralmente distribuem umidade para o resto do país, durante a estação seca crescentemente carregam fumaça.

Em setembro, ao longo do caminho, focos locais de fogo, notadamente no interior do estado de São Paulo, alimentaram os rios voadores com ainda mais fumaça. Na região metropolitana de São Paulo, uma área industrial e com uma frota de veículos imensa, a pluma bloqueou a dispersão dos poluentes e criou um cenário desolador no fim do mês.

“Se não tem vento, a pluma fica estacionada durante vários dias. Em setembro, durante uma semana inteira, você olhava para cima e não dava para ver o céu. Tinha uma névoa estranha”, recorda Camila Lorenz. “Essas plumas de poluição chegam e ficam estacionadas até ter uma corrente de vento que as dissipem, ou até ter uma chuva”.

Várias outras cidades brasileiras enfrentaram o mesmo problema. Em Belo Horizonte, em Minas Gerais, a situação foi agravada por um período de estiagem de mais de cinco meses. Durante vários dias em setembro, a pluma de poluição pairou sobre a cidade e um grande número de moradores relatou episódios de irritação das vias respiratórias e olhos.

“Aqui em São Paulo, o pessoal estava reclamando bastante. E houve um aumento da procura por atendimento nas unidades básicas de saúde”, relata Camila Lorenz, que trabalha na Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo.

A bióloga ressalta que a maior preocupação é com o fato de os milhões de habitantes das grandes cidades brasileiras inalarem cada vez mais material particulado fino. Os moradores dos grandes centros urbanos já eram afetados pelo material particulado fino proveniente dos veículos automotores e indústrias, ao que agora se soma o trazido pelas plumas de poluição.

O início da estação úmida a partir de outubro gradualmente dissipou a fumaça que cobria quase todo o território nacional. Mas a bióloga alerta para o fenômeno da chuva ácida, que aconteceu em 2024 em várias localidades, inclusive na região metropolitana de São Paulo.

A poluição do ar aumenta a concentração de dióxido de enxofre e óxidos de nitrogênio no ar. Quando a chuva “lava” o ar poluído, esses componentes reagem com a água, oxigênio e outros compostos químicos e formam os ácidos sulfúrico e nítrico. O resultado é que água da chuva se torna mais ácida.

A chuva ácida afeta a fauna e a flora, com prejuízos para a biodiversidade, e contamina os corpos d’água e o solo, o que resulta em perda da produtividade agrícola. Nos centros urbanos, a consequência mais visível da ação da chuva ácida é a corrosão de monumentos feitos de metais, mas esta está longe de ser a mais grave.

“A chuva ácida é super prejudicial, porque ela carrega material particulado, inclusive o fino. Quando ela cai, pode haver um aumento de internações hospitalares, sem falar no risco principal, que é o desenvolvimento de doenças graves no longo prazo”, alerta a bióloga.

A entrevista com Camila Lorenz e um podcast com a especialista estão na nova edição da revista O Biólogo (LINK), do Conselho Regional de Biologia da 1ª Região (CRBio-01), que reúne grandes especialistas brasileiros para discutir a poluição do ar e seus impactos na saúde e meio ambiente. 



Check-up dermatológico: por que ele ainda não faz parte da rotina de cuidados com a saúde?

Segundo especialista, o brasileiro costuma procurar atendimento somente quando identifica algum problema na pele. No entanto, o câncer na região é um dos mais comuns, mas tem altas chances de cura se identificado precocemente

 

Cuidar da saúde é algo fundamental, e com o avanço da idade, isso se torna ainda mais importante. A realização de um check-up anual ajuda na prevenção de doenças e no diagnóstico precoce, favorecendo um envelhecimento saudável. Nesse calendário, normalmente são incluídos exames ginecológicos, cardiológicos, entre outros. Porém, um cuidado que muitas vezes é negligenciado, mas igualmente relevante, são os dermatológicos, ligados à saúde da pele e à prevenção de doenças. 

Essa situação é motivo de preocupação, já que doenças de pele são mais comuns do que se imagina. O câncer de pele, por exemplo, é um dos tipos mais frequentes. De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de pele não melanoma é o mais incidente no Brasil, respondendo por mais de 30% dos casos. Ainda segundo o Instituto, a projeção é que o número de casos de melanoma, considerado o mais agressivo, deva aumentar em 7,3%. 

Segundo Claudia Tanabe, dermatologista da clínica Atma Soma, é raro que um paciente chegue para a consulta com o objetivo de realizar um check-up dermatológico. “Normalmente, eles procuram o dermatologista quando algo não está bem. Mas costumo adotar como conduta a postura de fazer essa avaliação para checar se está tudo certo com a pele daquela pessoa. Não existe uma cultura que promova essa rotina, como, por exemplo, as mulheres que buscam fazer o exame papanicolau uma vez ao ano”. 

De acordo com a especialista, uma das primeiras abordagens clínicas adotadas por ela durante o atendimento médico é checar se há antecedentes de câncer de pele na família ou com o próprio paciente. “Muita gente não leva em conta esse tipo de informação, mas é crucial, pois nesse caso o acompanhamento precisa ser mais detalhado”. 

Se detectado e tratado precocemente, o câncer de pele não melanoma tem alta chances de cura. É o mais frequente e de menor mortalidade, porém pode gerar mutilações se não for cuidado adequadamente.
 

Quando é preciso procurar um dermatologista?

Além de fazer uma consulta anual para realização de um check-up dermatológico, Claudia diz que é preciso observar constantemente as pintas presentes no corpo. “Caso apareça alguma pinta que apresente um crescimento estranho ou uma ferida que não cicatriza, é fundamental procurar um dermatologista. No entanto, o check-up ajuda a evitar esse tipo de situação”. 

Faz parte do check-up dermatológico a realização de um exame denominado dermatoscopia, no qual o médico especialista examina todas as pintas do corpo do paciente com a ajuda de uma lupa. “Com isso, conseguimos identificar se há alguma característica nelas que chame a atenção, fazer o acompanhamento e, se necessário, removê-las”. 

Outro exame que integra essa avaliação é um mapeamento das pintas, que envolve a geração de imagens fotográficas do corpo todo, principalmente para quem tem muitas pintas ou histórico de câncer de pele, para fazer um acompanhamento. “Após algum tempo, por volta de três a seis meses, fazemos uma nova documentação para identificar se aconteceu alguma mudança. Se houver algum crescimento fora dos padrões, pode ser um indicativo de câncer de pele e precisamos agir rápido”, ressalta Claudia. 

A médica pontua que o autoexame é algo complicado no caso da pele, pois as pintas podem aparecer em locais de difícil acesso, além de apresentarem características sutis que somente um profissional especializado é capaz de identificar. “Não é algo que o paciente consiga fazer sozinho. Por isso é importante a realização de campanhas para que as pessoas procurem o dermatologista pelo menos uma vez ao ano para saber se está tudo bem com sua pele. O câncer chega e muitas vezes seu aviso não é tão claro”. 

Durante o mês de dezembro, a cada ano é promovida uma campanha de prevenção ao câncer de pele, por meio da iniciativa Dezembro Laranja, com o intuito de sensibilizar as pessoas sobre a doença. Comum em pessoas com mais de 40 anos, o câncer de pele vem atingindo pessoas cada vez mais jovens, por conta da exposição constante aos raios solares, muitas vezes de forma inadequada. 

Entre os principais sinais de alerta para o câncer de pele estão manchas ou pintas que apresentam alterações de cor, formato ou tamanho, além de lesões que coçam, ardem, descamam ou sangram. Feridas que não cicatrizam em até quatro semanas também são um indicativo que demanda atenção, assim como o surgimento de novas lesões, especialmente em áreas expostas ao sol. 

Buscar orientação com um especialista é essencial para o diagnóstico precoce e tratamento eficaz. Além disso, o check-up dermatológico regular permite a identificação de lesões suspeitas em estágios iniciais, aumentando significativamente as chances de cura. A adoção de medidas preventivas, como o uso diário de protetor solar, também é fundamental para reduzir o risco.

Atma Soma

 

6 dicas de brinquedos para as crianças neste Natal

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A oftalmologista Renata Ayusso, do H.Olhos, sugere presentes que estimulem a coordenação e o desenvolvimento visual

 

O Natal é um momento mágico para as crianças. Os costumes e rituais deste período de celebração fazem com que criem memórias e fortaleçam os laços familiares. E a chegada do Papai Noel faz parte desta tradição. Pais, avós e tios querem presentear os pequenos com brinquedos incríveis e significativos, que reforcem ainda mais a importância da data. 

Uma dica da oftalmologista Renata Ayusso, do H.Olhos, da rede Vision One, é escolher brinquedos com cores e movimentos que contribuam para a coordenação e o desenvolvimento visual. 

A médica dá 6 sugestões para presentear as crianças neste Natal:
 

- brinquedos em preto e branco ou com cores diferenciadas que causem contraste ajudam a desenvolver a capacidade de distinguir as características de cada objeto;

- blocos de encaixe, quebra-cabeças e kits de modelagem estimulam a visão espacial e desenvolvem a capacidade de visualizar formas tridimensionais;

- brinquedos que giram ou se movem contribuem para o desenvolvimento da motilidade ocular e da atenção;

- jogos de correspondência de cores, como bingo ou quebra-cabeças coloridos ajudam a desenvolver o reconhecimento e a associação de cores;

- para os recém-nascidos, móbiles coloridos, com música e movimento, são ideais para chamar a atenção e fazer com que observem os padrões de contraste nas cores;

- brinquedos com luzes também são válidos tanto para os bebês quanto para as crianças que possuem baixa visão previamente diagnosticada.
 

De acordo com a Dra. Renata Ayusso, “o desenvolvimento visual passa por diversas fases e se completa por volta dos 7 anos de idade. Os bebês, por exemplo, possuem uma visão mais embaçada que fica mais clara com o tempo e é importante estimulá-los a seguir os objetos e pessoas. Já a partir do primeiro ano de vida eles começam a perceber a profundidade dos objetos, com movimentos oculares mais sincronizados”. 

“ A visão binocular, que possibilita enxergar em 3D, se desenvolve entre os dois e três anos de idade, sendo que até os quatro anos a coordenação entre a mão e o olho fica mais aprimorada. O ideal é escolher brinquedos capazes de estimular a criança a focar e explorar, ter atenção e se concentrar. Isso beneficia não somente a habilidade visual, mas também o desenvolvimento cognitivo e motor”, complementa a oftalmologista.

Existem diversas opções de brinquedos capazes de auxiliar no aprendizado das cores, formas e tamanho, para que a criança possa desenvolver suas habilidades enquanto brinca. Na hora de decidir pelo presente que será dado pelo Papai Noel, lembre-se de escolher algo indicado para a idade e que possua o selo do Inmetro, garantindo o compromisso do fabricante com as exigências de segurança.


Deficiência auditiva em crianças: a importância do diagnóstico precoce

Médico do Hospital Paulista explica os principais aspectos a serem observados por pais e responsáveis

 

A deficiência auditiva em crianças é uma condição que, muitas vezes, passa despercebida, especialmente nos primeiros meses de vida. No entanto, seu impacto pode ser significativo no desenvolvimento da linguagem e da comunicação, afetando diretamente a aprendizagem e a interação social da criança. A detecção precoce e o tratamento adequado são essenciais para garantir um desenvolvimento saudável.

De acordo com o médico otorrinolaringologista e foniatra Gilberto Bolivar Ferlin, do Hospital Paulista, o diagnóstico precoce desempenha um papel crucial na prevenção de danos ao desenvolvimento linguístico e cognitivo das crianças.

"Os sinais de perda auditiva podem variar bastante dependendo da idade. Nos recém-nascidos, muitas vezes, a perda de audição passa despercebida, o que reforça a importância do Teste da Orelhinha, que é uma triagem obrigatória feita nas maternidades brasileiras. Quando identificada qualquer suspeita em relação ao desenvolvimento da comunicação, o diagnostico audiológico completo deve ser realizado", explica o especialista.

Sinais iniciais

Dr. Ferlin alerta que, nos primeiros meses de vida, a criança deve ser capaz de localizar sons e começar o balbucio, imitando as vozes que escuta. "Bebês que demonstram dificuldade em localizar sons ou que atrasam o início do balbucio devem ser investigados quanto à presença de deficiência auditiva. Além disso, se a criança não se assustar com barulhos intensos ou estouros, isso deve ser interpretado como um indicativo evidente", aponta o médico.

Em crianças “mais velhas”, a perda auditiva pode se manifestar como atraso no surgimento da fala e dificuldades na aquisição da linguagem. A partir da fase em que a criança já possui fala, o especialista alerta para a presença de trocas fonológicas que podem indicar comprometimento auditivo.

"Crianças com perda auditiva mais intensa, podem não responder quando chamadas, o que pode ser confundido com distração, mas é um sinal claro que precisa ser investigado", afirma.


Impacto na linguagem

A deficiência auditiva pode comprometer o desenvolvimento da linguagem, uma vez que a fala e a audição estão diretamente relacionadas ao desenvolvimento cognitivo. "Precisamos de uma língua para pensar e representar o ambiente. É através da fala que nos comunicamos com os outros, expressamos nossos sentimentos, imaginamos e contamos histórias", explica o Dr. Ferlin.

Para minimizar os prejuízos, é fundamental que o diagnóstico seja feito o mais cedo possível. A reabilitação auditiva pode envolver desde tratamentos clínicos ou cirúrgicos realizados por um otorrinolaringologista até o uso de aparelhos auditivos, próteses implantáveis ou implantes cocleares. Além disso, a terapia fonoaudiológica desempenha um papel importante na reabilitação da linguagem, ajustando-se conforme o tipo e o grau da deficiência auditiva.


Dificuldade no diagnóstico

A deficiência auditiva e os transtornos de linguagem frequentemente apresentam sintomas semelhantes, e podem estar associados, potencializado os prejuízos e dificultando o diagnóstico. Ambos os quadros podem atrapalhar a comunicação, seja pela compreensão ou pela expressão.

Dr. Ferlin destaca que, enquanto a deficiência auditiva prejudica a compreensão, o transtorno de linguagem, além da compreensão, pode estar relacionado a dificuldades na expressão.

"É fundamental realizar o diagnóstico diferencial para determinar se a criança tem deficiência auditiva ou transtorno de linguagem isolados ou se o caso se trata de prejuízos associados. A avaliação foniátrica e otorrinolaringológica é crucial para garantir que a criança receba o tratamento adequado, seja ele médico, terapêutico, com o uso de próteses auditivas, ou o que for necessário para garantir a reabilitação já a partir do diagnostico funcional”, afirma o especialista.

Dr. Ferlin lembra que os prejuízos auditivos e de linguagem comprometem o desenvolvimento infantil e impactam na aquisição de habilidades acadêmicas em crianças mais velhas, levando, muitas vezes, à falência no processo de aprendizagem, se não tratados.

Para ambos os casos, segundo o médico, o tratamento eficaz envolve abordagem multidisciplinar, com o auxílio de fonoaudiólogos, médicos otorrinolaringologistas e, dependendo do caso, outras especialidades, como psicopedagogos e neurologistas.


O que é preciso observar

Para ajudar pais e responsáveis a identificarem os sinais de deficiência auditiva, Dr. Ferlin oferece algumas orientações importantes:


Bebês e Crianças Pequenas. Observe se a criança reage a sons ao seu redor, como o som da campainha ou música. Durante a amamentação, por exemplo, a mãe ou o cuidador estão em posição privilegiada para notar as reações do bebê à fala e aos sons sutis do ambiente. Aos poucos, ela deve começar a balbuciar e imitar sons.


Respostas a Sons. Se a criança não se assustar com sons altos ou não responder quando chamada pelo nome por volta do primeiro aniversário, é fundamental investigar a possibilidade de deficiência auditiva.


Atraso na Fala. Atrasos no início da fala e dificuldades em formar palavras podem indicar problemas também auditivos.


Comportamento Distrato. Crianças mais velhas com perda auditiva, mesmo que leve, podem parecer distraídas ou desinteressadas, como se não estivessem ouvindo.


Triagem Auditiva. Mesmo que a criança tenha passado no teste da orelhinha, é importante monitorar o desenvolvimento auditivo e de linguagem e se houver suspeita de perda auditiva progressiva, realizar novos exames.

Em caso de qualquer sinal de suspeita, é fundamental buscar um diagnóstico adequado o quanto antes. O diagnóstico precoce e a intervenção terapêutica apropriada podem garantir o desenvolvimento da linguagem e da inteligência da criança, minimizando os impactos da deficiência auditiva.

 

Hospital Paulista de Otorrinolaringologia


Chocolate na Gravidez: Vilão ou Aliado? Descubra Tudo Sobre Esse Alimento e Suas Implicaçõe

Durante a gravidez, é comum surgirem dúvidas sobre o que se pode ou não consumir. Entre os itens que despertam curiosidade e desejo, o chocolate ganha destaque. Mas afinal, ele é seguro? Pode trazer benefícios ou deve ser evitado? 

A obstetra e ginecologista, Dra. Iasabel Botelho, explica o que o chocolate contém e por que ele é tão desejado na gravidez: 

O chocolate é um alimento rico em compostos bioativos que vão além do sabor irresistível. Ele contém:

  • Flavonoides: Antioxidantes que protegem as células contra o estresse oxidativo.
  • Teobromina: Um estimulante suave que melhora o fluxo sanguíneo e ajuda a relaxar os músculos.
  • Cafeína: Em menor quantidade do que o café, mas presente especialmente no chocolate amargo.
  • Triptofano: Um aminoácido que estimula a produção de serotonina, o hormônio da felicidade.

Na gravidez, o desejo por chocolate pode estar ligado às alterações hormonais, que intensificam a necessidade de energia rápida e prazer emocional. Além disso, o cacau contém compostos que ajudam a combater o cansaço e melhorar o humor, tornando-o um aliado emocional para muitas gestantes.

 

Os benefícios do chocolate durante a gravidez

Se consumido com moderação, o chocolate pode trazer benefícios surpreendentes para a gestante e o bebê: 

 

1. Redução do risco de pré-eclâmpsia

Estudos indicam que o consumo de chocolate, especialmente os ricos em teobromina, pode melhorar a circulação sanguínea e reduzir o risco de pré-eclâmpsia, uma complicação potencialmente grave caracterizada por pressão arterial elevada.

 

2. Benefícios cardiovasculares

Os flavonoides presentes no chocolate amargo ajudam a melhorar a saúde do coração, reduzindo inflamações e protegendo contra danos celulares.

 

3. Melhora do humor e redução do estresse

“O chocolate estimula a produção de endorfinas e serotonina, hormônios que contribuem para o bem-estar emocional, algo especialmente importante durante a gravidez, quando o estresse pode ser mais intenso.”. Destaca a Dra. Isabel Botelho.

 

4. Suporte energético

Para momentos de cansaço extremo, uma pequena porção de chocolate pode fornecer energia imediata e aliviar a sensação de fadiga.


O consumo de chocolate deve ser moderado

Embora o chocolate tenha benefícios, ele também contém açúcar, gorduras e cafeína, o que exige cautela no consumo. A recomendação é limitar a ingestão a cerca de 20 a 30 gramas por dia, preferencialmente de chocolate amargo ou meio amargo, com pelo menos 70% de cacau.

 

O que acontece se consumir em excesso?

  • Ganho de peso exagerado: Chocolates ao leite e brancos têm alto teor de açúcar e gordura.
  • Risco de diabetes gestacional: Picos de glicose no sangue podem comprometer a saúde da mãe e do bebê.
  • Cafeína em excesso: O consumo excessivo pode ultrapassar o limite diário de 200 mg de cafeína recomendado durante a gravidez, o que pode aumentar o risco de aborto espontâneo ou baixo peso ao nascer.

 

Escolhendo o chocolate certo

Nem todos os chocolates são iguais. Para obter os benefícios sem os malefícios, escolha:

  • Chocolate amargo ou meio amargo: Ricos em cacau e com menos açúcar. 
  • Chocolate orgânico: Livre de pesticidas e com menor risco de contaminação por metais pesados. 
  • Evite chocolates processados: Barras recheadas e chocolates muito doces geralmente contêm aditivos e gorduras prejudiciais.

 

E o chocolate branco?

O chocolate branco, por não conter sólidos de cacau, não oferece os benefícios antioxidantes. É basicamente uma combinação de manteiga de cacau, açúcar e leite, sendo uma opção menos saudável, mas que pode ser consumida ocasionalmente.

 

Chocolate e café: atenção à cafeína

O chocolate contém uma quantidade variável de cafeína. Veja uma estimativa por porção de 30 g: 

  • Chocolate amargo: 20 mg de cafeína. 
  • Chocolate ao leite: 6 mg de cafeína. 
  • Chocolate branco: Praticamente isento de cafeína. 

Lembre-se de considerar outras fontes de cafeína no dia, como café, chás e refrigerantes, para não ultrapassar o limite diário seguro.

 

Chocolate na gravidez: um sinal de deficiência nutricional?

Algumas gestantes relatam desejo intenso por chocolate, o que pode estar relacionado a:

  • Deficiência de magnésio: O cacau é uma boa fonte desse mineral essencial. 
  • Necessidade de energia rápida: Alterações hormonais podem levar o corpo a buscar fontes rápidas de glicose. 

Se o desejo for persistente e exagerado, é importante conversar com o médico para avaliar possíveis deficiências.

 

Quando evitar o chocolate?

O consumo de chocolate deve ser avaliado com cuidado em casos de:

  • Diabetes gestacional: O chocolate ao leite e outros doces devem ser evitados para não comprometer o controle da glicemia. 
  • Refluxo gastroesofágico: A teobromina pode relaxar o esfíncter esofágico, piorando os sintomas de azia e refluxo. 

A Dra. Isabel Botelho conclui afirmando que a gravidez é um momento de ouvir o corpo e cuidar dele com atenção. O chocolate pode fazer parte desse cuidado, desde que seja consumido de maneira equilibrada e priorizando sempre a saúde da mãe e do bebê. 

Se você tem dúvidas ou deseja um acompanhamento nutricional individualizado durante a gravidez, procure um especialista. Lembre-se: cada gestação é única, assim como as necessidades do seu corpo!

 

Dra. Isabel Botelho - Obstetra e Ginecologista – CRM 150.205/RQE 69.069. Com uma abordagem humanizada, empática e comprometida, é especialista em acompanhar mulheres em todas as fases de suas vidas, com destaque para a gestação. Seu trabalho foca em proporcionar uma experiência de gravidez sem medos e sem segredos, esclarecendo dúvidas e oferecendo suporte integral às suas pacientes. Reconhecida por sua dedicação e cuidado, transforma cada consulta em um momento de acolhimento, garantindo que cada mulher se sinta informada, segura e plenamente assistida.


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