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quinta-feira, 11 de abril de 2024

Tem dormido mal ou anda sofrendo com insônia? A culpa pode estar na alimentação

Nutricionista explica como a alimentação interfere na qualidade do sono trazendo prejuízos à saúde e favorecendo a obesidade


A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) aponta que 72% dos brasileiros têm doenças relacionadas ao sono, entre elas a insônia. São inúmeros os efeitos que uma noite mal dormida causa ao organismo, mas ao invés de buscar a raiz do problema, muita gente prefere maquiar e recorrer aos remédios que vão desde os “naturais”, como a base de passiflora ou melatonina, vendidos sem receita nas farmácias, até os sedativos tarja preta.

Só que muitas vezes, o problema poderia ser amenizado ou resolvido observando hábitos comuns do dia a dia, como a alimentação. A nutricionista Ana Paula Braun explica: “Dormir bem é essencial para quem está no processo de emagrecimento ou manutenção do peso. Tem muita gente que chega ao consultório contando que apesar de estar fazendo tudo certo, voltou a ganhar peso e eu vou logo perguntando sobre a rotina de sono”, conta.

De acordo com a especialista em nutrição funcional, um dos erros mais comuns é comer muito no jantar porque isso faz com que o corpo acelere o metabolismo para digerir os alimentos e transformá-los em energia para o corpo, prejudicando o sono, que não vai ser tranquilo como deveria. O ideal é distribuir bem as refeições ao longo do dia, começando por um super café da manhã e reduzindo à noite, com preferência por opções mais leves e de fácil digestão. “O problema é que as pessoas estão na correria o dia inteiro, tem dia que mal conseguem almoçar, aí quando chegam em casa, querem descontar e comer tudo de uma vez, o que é um grande erro”, explica.

E o cafezinho no período da tarde? Quem precisa dormir melhor deve passar longe. O ideal é não tomar nada com cafeína após as 15 horas, mas se a pessoa não abre mão de uma bebida quente à tarde ou no lanche da noite, a preferência deve ser por chás, como os de melissa, erva doce, erva cidreira ou camomila.

“Outra dica é não tomar muita água perto da hora de deitar porque isso vai provocar vontade de ir ao banheiro a noite toda e, ficar acordando, também prejudica a qualidade do sono”, alerta Braun.

Segundo a especialista, entre os alimentos que devem ser evitados por quem busca uma noite de sono com mais qualidade estão: café, chocolate, chás mate, preto e verde, refrigerantes, pimenta e gengibre por conter cafeína ou acelerar o metabolismo.

“Há diversos estudos sobre a relação entre a privação do sono e a obesidade por desníveis dos hormônios da fome, a grelina, e da saciedade, a leptina, que sofrem alterações quando o sono está desregulado. Isso também pode ser observado entre as crianças, pois o consumo de alimentos ultraprocessados, de difícil digestão, e o uso excessivo de telas, prejudicam muito a qualidade do sono, e consequentemente, aumentando os níveis de obesidade”, conclui a especialista.

 

@aanapaulabraun


Os chás podem ser aliados contra as dores de estômago, mas é importante ter moderação e cuidados no seu consumo


 Chás, alimentos saudáveis e bons hábitos alimentares podem colaborar para amenizar as dores de estômago


Após os excessos causados pelos períodos de férias e do carnaval, muitas pessoas podem se queixar de dores de estômago. Para aliviar as dores, os chás podem ser aliados importantes, porém é preciso ter cuidados e recomendações de acordo com o organismo de cada pessoa.

Existem vários chás que podem ajudar a aliviar a dor de estômago devido às suas propriedades calmantes e anti-inflamatórias. No entanto, é importante ressaltar que cada pessoa pode reagir de maneira diferente aos remédios naturais, e se a dor persistir ou piorar, é aconselhável procurar orientação médica”, explica a nutricionista do Hospital Edmundo Vasconcelos, Ariane Braz A. C. Brasil.

Entre alguns dos chás indicados para as dores de estômago estão o chá de hortelã (ajuda a aliviar espasmos musculares no trato gastrointestinal e a promover a digestão), chá de camomila (propriedades anti-inflamatórias e relaxantes musculares), de gengibre (ajuda a aliviar náuseas e a reduzir a inflamação no estômago), chá de erva-doce (que ajuda a relaxar os músculos do trato digestivo), chá de boldo (voltado para aliviar desconfortos estomacais) e de alcaçuz (que pode acalmar o revestimento do estômago).

A especialista detalha que o consumo diário dos chás pode ser seguro para muitas pessoas, especialmente quando usados como parte de uma dieta equilibrada. “É importante ter em mente que cada pessoa é única e que as reações individuais podem variar. O recomendado é o consumo moderado para a maioria das ervas. É preciso não exagerar na quantidade, pois algumas substâncias presentes nas plantas podem ter efeitos colaterais em grandes quantidades”, afirma.

Esses efeitos podem se dar em relação a algumas condições de saúde específicas, como alergia a uma planta específica (como plantas da família Asteraceae presentes nos chás de camomila); condições gastrointestinais como úlceras estomacais, refluxo ácido ou síndrome do intestino irritável, já que algumas plantas podem agravar essas condições; problemas hepáticos; ervas que podem interagir com medicamentos, reduzindo ou aumentando os efeitos; e problemas renais, especialmente em caso de chás com substâncias que podem impactar os rins (como o alcaçuz que pode afetar os níveis de potássio e o gengibre que pode influenciar na função renal).

Outro cuidado necessário diz respeito às grávidas e lactantes. “Elas devem ter precauções especiais ao considerar o consumo de chás de ervas, incluindo aqueles para dores na barriga. Algumas ervas podem ter efeitos que afetam a gravidez, a amamentação ou o desenvolvimento do feto então é preciso ter moderação. Esses são os casos dos chás de camomila, hortelã-pimenta e gengibre, por exemplo”, ressalta ela.

Além dos chás, outros alimentos também podem ser adequados para o alívio dos sintomas das dores de estômago, como a banana, arroz branco, biscoitos água e sal, torradas, maçã, sopa de legumes, frango cozido ou grelhado e iogurte natural. Para esses momentos também é importante evitar frituras e alimentos gordurosos, pimenta, bebidas e alimentos com cafeína e álcool.

Outras medidas naturais também podem ser importantes para aliviar as dores. Entre elas estão a realização de refeições menores e mais frequentes ao longo do dia; o hábito de comer devagar e mastigar bem os alimentos, identificar e evitar alimentos que possam desencadear ou piorar as dores, como alimentos picantes, fritos, gordurosos, ácidos, cafeinados e produtos lácteos integrais; manter-se bem hidratado; deitar-se de 2 a 3 horas após a realização da última refeição; manter um peso saudável e evitar o álcool e o tabaco.

“Lembre-se de que essas estratégias podem ser úteis para desconfortos leves e temporários, mas se a dor persistir ou for grave, é importante procurar orientação médica, especialmente se os sintomas forem acompanhados por outros sinais”, finaliza. 



Hospital Edmundo Vasconcelos
www.hpev.com.br


Médico aponta mitos e verdades da cirurgia bariátrica

Com o aumento da obesidade, cresce a procura por esse tipo de procedimento no país, que é oferecido pelo SUS


Existem mais de 41 milhões de pessoas vivendo com a obesidade no Brasil, um dos índices mais altos do mundo. Longe de ser apenas uma questão estética ou comportamental, a obesidade é vista pela medicina como uma doença crônica, progressiva e recidivante.

“Falar para o obeso parar de comer é como pedir a uma pessoa com depressão para ser mais feliz ou com alguém com asma respirar melhor. A obesidade não é culpa do paciente, mas uma doença que requer tratamento”, alerta o cirurgião bariátrico Felipe Rossi, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica.

De acordo com o médico, a obesidade é uma doença multifatorial com fundo genético que piora com o tempo, levando a sequelas e enfermidades graves, como o diabetes, a hipertensão arterial e o câncer, por exemplo.

“Estamos falando de uma séria questão de saúde pública com impactos negativos na saúde física, mental e qualidade de vida do paciente. Além disso, há também um grande déficit para os cofres públicos, uma vez que a obesidade leva a outras doenças e ainda pode incapacitar as pessoas”, informa.

Diferentemente do que se acreditava no passado, a medicina reconhece que a reeducação alimentar e a prática regular de exercícios físicos não são a melhor solução para tratar esse tipo de enfermidade. Segundo o Dr. Rossi, estudos mostram que de cada 100 pessoas com obesidade, só 5 terão sucesso recorrendo à mudança de hábitos alimentares e inclusão de atividade física na rotina. E mais: após 3 anos, apenas uma ou duas pessoas conseguem manter o peso perdido em razão da mudança no estilo de vida.

Atualmente para tratar a obesidade existem opções medicamentosas e a cirurgia bariátrica. Apesar de estar disponível no SUS, apenas 0,2% dos brasileiros com obesidade grave (graus 2 e 3) conseguiram realizar a cirurgia bariátrica via rede pública devido à alta demanda.

Tão seguras quanto uma cesariana ou cirurgia de retirada de vesícula, as cirurgias bariátricas, quando bem indicadas e executadas por uma equipe treinada, são uma excelente opção para o tratamento da obesidade grave e de suas complicações.

Para esclarecer algumas questões relacionadas à cirurgia bariátrica, o Dr. Felipe Rossi elenca abaixo alguns mitos e verdades sobre esse procedimento minimamente invasivo que transforma a vida dos pacientes com obesidade.


Pessoas superobesas e com tratamento prévio podem fazer a cirurgia bariátrica. Mito.

A cirurgia bariátrica é indicada para pacientes com IMC (Índice de Massa Corpórea) entre 35 kg/m2 e 40 kg/m2 desde que apresentem uma comorbidade e já tenham recorrido sem sucesso a outra forma de tratamento. O procedimento também é recomendado para pacientes com IMC acima de 40 kg/m2, independentemente de ter uma comorbidade associada ou não. Já aqueles com IMC acima de 50 kg/m2 não requerem comprovação de tratamento prévio para estarem aptos ao procedimento. Por outro lado, a cirurgia metabólica é liberada para paciente com obesidade grau I e portadores de diabetes.
* O IMC é parâmetro adotado pela Organização Mundial de Saúde para calcular o peso ideal de cada pessoa, e é calculadora dividindo o peso (em kg) pela altura ao quadrado (em m).


Crianças não podem ser submetidas a uma cirurgia bariátrica. Verdade.

No Brasil, o procedimento é autorizado para pacientes entre 16 anos e 65 anos. No entanto, é possível, segundo o Dr. Felipe Rossi, operar pacientes idosos, desde que sejam avaliados de forma criteriosa e com menos de 16 anos, mas com restrições. Isso porque com o envelhecimento da população, as pessoas vivem mais, e a cirurgia bariátrica traz benefícios para a saúde destes indivíduos.


A obesidade está relacionada apenas a hábitos inadequados de vida. Mito.

“Esse é um estigma que precisamos combater. Precisamos tirar a culpa do paciente quando falamos de obesidade”, ressalta o cirurgião bariátrico. A obesidade é uma doença crônica que requer tratamento com acompanhamento multidisciplinar por toda vida. “Não é preguiça. Também não se trata de simplesmente fechar a boca como muitos pacientes costumam ouvir”, reitera o especialista.


Existem diferentes técnicas para a realização da cirurgia bariátrica. Verdade.

O Bypass Gástrico é uma das técnicas mais usados no país e consiste na redução do tamanho do estômago combinada com um desvio de uma parte do intestino. Além de comer menos, o paciente tem diminuída a absorção de alimentos. O procedimento é minimamente invasivo e feito por videolaparoscopia, por isso quase não deixa marcas.

Já o Sleeve Gástrico, que também pode ser feito de forma minimamente invasiva, por vídeo com pequenas incisões no abdômen, corta o estômago em sentido vertical, tirando todo o fundo e a grande curvatura gástrica.

Por serem minimamente invasivas, com pequenas incisões, ao contrário das cirurgias abertas, ambas as técnicas reduzem a possibilidade de complicações, possibilitam alta hospitalar precoce e causam menos dor aos pacientes.

Ambos os procedimentos também levam a alterações de hormônios gastrointestinais que minimizam a fome, aumenta a saciedade e melhoram as comorbidades.


O reganho de peso após a cirurgia bariátrica é comum. Mito.

Como toda doença crônica, a obesidade irá acompanhar o paciente por toda a vida. A bariátrica não é um procedimento mágico, mas exige que o paciente mude seu estilo de vida. É comum o paciente perder bastante peso nos primeiros meses após a intervenção e depois estabilizar. Embora o reganho de peso possa acontecer, ele é incomum, acometendo entre 20% e 30% das pessoas operadas. 


Os novos medicamentos para emagrecer irão substituir a cirurgia bariátrica. Mito.

Hoje a medicina reconhece que o uso de determinados medicamentos que levam à perda de peso, como os análogos do GLP-1, podem ser associados à cirurgia bariátrica, como terapias combinadas. “Hoje tratamentos alguns casos de câncer com diferentes abordagens, esse é o futuro do tratamento da obesidade”, pondera o Dr. Rossi.


Estudos sugerem que mulheres jovens com mutação em BRCA têm menor reserva ovariana

Evidências apontam que pode ser menor a quantidade de folículos presentes nos ovários de mulheres com alteração genética que aumenta predisposição para câncer de mama e ovário hereditário, impactando na fertilidade. A reserva ovariana é o principal indicador das possibilidades que uma mulher tem de engravidar por vias naturais. Mutação em BRCA também aumenta o risco de o bebê nascer com aneuploidia, doença causada por alteração nos cromossomos


Cerca de 10% das mulheres com diagnóstico de câncer de mama e até 25% daquelas com câncer de ovário desenvolveram a doença a partir de uma alteração genética que pode ter sido herdada. A principal causa da chamada síndrome de câncer de mama e ovário hereditário é a mutação nos genes BRCA1 e BRCA2. Em sua função normal, esses genes são supressores de tumor, responsáveis por reparar os danos ao nosso DNA. Quando estão alterados, os portadores se tornam mais suscetíveis para desenvolver câncer em comparação com a média populacional.

Estudos sugerem que, além do risco aumentado para desenvolver câncer hereditário, as mulheres com mutação em BRCA apresentam uma menor reserva ovariana, que é um importante marcador de fertilidade. Uma revisão sistemática, publicada em dezembro de 2021 na revista científica The Breast, que incluiu os dados de 64 trabalhos, comparou o nível de hormônio anti-mülleriano (AMH) - que estima a quantidade de reserva ovariana – encontrado em mulheres portadoras de alteração no gene BRCA com mulheres sem variantes patogênicas e em mulheres sem qualquer alteração genética de predisposição. A conclusão foi que as portadoras de mutação em BRCA com 41 anos ou menos apresentaram níveis mais baixos de AMH. A mesma análise em pacientes com diagnóstico de câncer de mama – com e sem BRCA mutado - obteve os mesmos resultados.

De acordo com a bióloga e especialista em reprodução humana, Taccyanna Mikulski Ali, gerente científica do laboratório Igenomix Brasil, da Vitrolife, esta descoberta não indica necessariamente uma relação casual com infertilidade. “Porém, o AMH é um marcador muito importante para prever as possibilidades de sucesso dos tratamentos de reprodução humana”, explica Taccyanna Ali.

Outro estudo, publicado em 2024 no International Journal of Molecular Sciences, além de reforçar o possível risco de perda ovariana entre as mulheres com mutação em BRCA, também aponta que as pacientes expostas aos tratamentos anticâncer, principalmente à quimioterapia, correm maior risco de problemas relacionados à fertilidade. “Os autores mostram que as mutações em BRCA podem exacerbar a redução da reserva ovariana induzida pelo tratamento”, aponta Taccyanna.

DESAFIOS DIANTE DA RESERVA OVARIANA E OPÇÃO PELO TESTE GENÉTICO - Na prática clínica, o nível sérico de AMH é o biomarcador mais utilizado para avaliar a reserva ovariana das pacientes, no entanto, ele não é um indicador direto do conjunto de folículos primordiais. Isso porque, os níveis de AMH variam consideravelmente entre os pacientes, independentemente da população estudada, desafiando a avaliação do impacto dos genes BRCA na reserva ovariana.

Vale ressaltar que os cânceres hereditários são diagnosticados, principalmente, na população adulta jovem em idade reprodutiva. Por conta disso, a indicação é que o aconselhamento genético, além de abordar as estratégias de redução de risco oncológico, também discuta a importância do planejamento familiar e realização do Teste Genético Pré-Implantacional para Doenças Monogênicas (PGT-M), que permite selecionar embriões que não apresentem uma variante patogênica associada a maior risco ao câncer. Além disso, há também evidências de que a mutação em BRCA também aumenta o risco de o bebê nascer com aneuploidia, condição causada por alteração nos cromossomos. Por conta disso, pode ser válida também a realização de Teste Genético Pré-implantacional para Aneuploidias (PGT-A), a critério do especialista.

“A população jovem que é portadora de mutação no gene BRCA deve ter acesso ao aconselhamento precoce sobre fertilidade, incluindo a orientação sobre a possibilidade de criopreservar oócitos antes da ocorrência de câncer de mama e a explicação sobre o papel do teste genético no contexto do planejamento familiar”, acrescenta Taccyanna. Ainda segundo a especialista, a depender do resultado, a orientação é que as portadoras desses erros genéticos, caso queiram ser mães, não adiem muito seus planos de gravidez”, conclui.

A avaliação de reserva ovariana pode ser feita por qualquer mulher que deseja ter filhos e possui receio em relação à sua fertilidade.  Porém, algumas situações indicam uma maior necessidade de realização dos exames:

- Mulheres com mais de 35 anos que não engravidaram depois de 6 meses de tentativas;


- Pacientes que passarão por tratamento de Reprodução Assistida;


- Mulheres que querem postergar a maternidade realizando o congelamento de óvulos;


- Pacientes que farão alguma cirurgia de endometriose; 


- Mulheres que passarão por tratamento de quimioterapia ou radioterapia; 


- Pacientes que serão submetidas à cirurgia de retirada de cistos nos ovários.

Embora seja possível engravidar de forma natural com uma baixa reserva ovariana, às vezes é necessário recorrer a tratamentos como:

- Estimulação ovariana: administração de um medicamento hormonal para estimular os ovários a recrutar mais folículos para obter os óvulos. Um processo que deve ser acompanhado pelo médico para evitar o risco de síndrome de hiperestímulo ovariano e gravidez múltipla.

- Administração de gonadotrofinas com injeções subcutâneas: Utiliza-se durante tratamentos de Fertilização in Vitro (FIV) para estimular a produção de vários óvulos que posteriormente serão aspirados para fertilização em laboratório.

- Doação de óvulos: em situações mais severas, onde não é possível conseguir óvulos, a doação de óvulos é a solução para engravidar a partir da fecundação de óvulos doados, que são transferidos ao útero da futura mãe que fará a gestação.

As mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 são 20 vezes mais comuns em casos de câncer de mama e/ou ovário diagnosticados antes dos 40 anos.

A Igenomix conta com painéis genéticos em seu portfólio que podem auxiliar na detecção de variantes em genes associados com estes cânceres, incluindo os genes BRCA1 e BRCA2.  Para pacientes que desejam evitar a passagem da uma mutação patogênica a seus descendentes, é possível contar com o PGT-M também. A Igenomix é o laboratório da América Latina que analisou a maior quantidade de casos de PGT-M para condições que aumentam o risco de câncer, quando já se tinha o histórico da mutação na família.

 


Igenomix


Referências bibliográficas

Gasparri ML, Di Micco R, Zuber V, Taghavi K, Bianchini G, Bellaminutti S, Meani F, Graffeo R, Candiani M, Mueller MD, Papadia A, Gentilini OD. Ovarian reserve of women with and without BRCA pathogenic variants: A systematic review and meta-analysis. Breast. 2021 Dec;60:155-162. doi: 10.1016/j.breast.2021.09.006.

Dias Nunes J, Demeestere I, Devos M. BRCA Mutations and Fertility Preservation. Int J Mol Sci. 2023 Dec 22;25(1):204. doi: 10.3390/ijms25010204.

Igenomix. https://www.igenomix.com.br/genetic-solutions/oncodona-clinics/. Disponível em 07Abril2024.

Igenomix. https://nace.igenomix.com.br/blog/baixa-reserva-ovariana-solucoes-para-engravidar/. Disponível em 07Abril2024.


Longevidade: saiba o que fazer para viver mais

Equipe médica do Kurotel fala sobre quais os caminhos para obter uma vida saudável com o Método Kur
 

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), as pessoas em todo o mundo estão vivendo mais. A expectativa de vida aumentou 16 anos nos últimos 45 anos, de acordo com o relatório da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), publicado em 2017. Esse movimento se deve a diversos fatores, incluindo avanços tecnológicos na medicina, melhores condições de vida, acesso ao conhecimento e aos serviços de saúde, e mudanças nos hábitos de vida. 

O Kurotel, considerado o melhor Spa médico das Américas, situado no Sul do Brasil, vem, a cada ano, escrevendo sua história no mercado de bem-estar ao investir em seus procedimentos, infraestrutura e protocolos sobre o bem-estar. Desde sua fundação, o Kur trabalha para proporcionar a melhor qualidade de serviços aos seus clientes, oferecendo há 42 anos um protocolo próprio, o "Método Kur.” 

O método, criado pelo Dr. Luís Carlos Silveira, fundador do local e vencedor do prêmio Pioneer of Wellness, concedido pela SSLHLA, empresa líder de premiações na indústria de hospitalidade em reconhecimento ao seu pioneirismo na medicina preventiva no Brasil, une elementos essenciais para os clientes alcançarem seus objetivos de saúde, combinando o que há de melhor em tecnologia com uma abordagem humanizada. 

“Nossos tratamentos são 100% personalizados para cada cliente que se hospeda no Kur. Antes de tudo, eles passam por uma avaliação completa com a equipe clínica, que envolve consulta médica, psicológica, nutricional, física e fisioterápica, a fim de traçar um plano de tratamento personalizado. A nossa agenda é construída com base em um estilo de vida saudável, com exercícios físicos, alimentação equilibrada, relaxamento e equilíbrio emocional.", explica Dra. Mariela Silveira, Diretora Médica do Kurotel e segunda geração à frente do Spa médico. 

Para isso, a Dra. Mariela traz algumas dicas simples de hábitos para implementar na rotina, a fim de começar a praticar e obter uma melhor qualidade de vida. Confira:

 

Mova-se

Adotar práticas simples de movimento diário, ao invés de metas de condicionamento físico inalcançáveis é o melhor começo. Atividades realizadas por pequenos períodos são benéficas para a saúde e esses pequenos esforços de exercício intenso reduzem significativamente o risco de doenças cardíacas e câncer.

 

Tenha uma boa qualidade de sono

Uma noite bem descansada pode proporcionar milagres para aqueles que se queixam de cansaço e dores corporais. O sono de qualidade garante a revitalização do corpo, o reequilíbrio das energias e a renovação das forças para encarar o próximo dia com vigor e disposição.

 

Consuma chás

O chá é uma bebida naturalmente rica em antioxidantes e outros compostos benéficos que ajudam a fortalecer o sistema imunológico, melhorar a digestão, promover a hidratação e até mesmo auxiliar na perda de peso. Além disso, muitos tipos de chás, como camomila, erva-doce e capim-limão, têm propriedades relaxantes que cooperam na redução do estresse e melhora do sono.

 

Procure ingerir gorduras boas

As gorduras saudáveis, encontradas em alimentos como abacate, nozes, sementes, azeite de oliva extra virgem, são essenciais para a saúde do coração, função cerebral, pele e cabelo, entre outros benefícios. Elas são ricas em ácidos graxos, ômega-3 e ômega-6, importantes para o funcionamento adequado do corpo e para reduzir o risco de doenças cardiovasculares. Além disso, ajudam a aumentar a sensação de saciedade, que pode auxiliar no controle do peso.

 

Fique longe das telas

Reduzir o tempo dedicado a dispositivos eletrônicos pode trazer uma série de benefícios para a saúde mental e física, tais como melhor qualidade de sono, menos cansaço visual e mais tempo para atividades relaxantes e interações sociais significativas. 

Além disso, o Kur realiza testes cognitivos e genéticos para verificar determinadas condições de saúde do cliente, sendo capaz de detectar sinais específicos que podem impactar o processo de envelhecimento saudável. Com base nos resultados, é possível elaborar um protocolo individualizado voltado para promover o envelhecimento de forma preventiva e reduzir os elementos de risco. 

Os programas voltados para longevidade e envelhecimento saudável no Kur são de extrema importância, pois incluem avaliações físicas e cognitivas (para atenção e memória), além de uma variedade de mudanças no estilo de vida, como nutrição, atividade física, suplementação, sono, interações sociais e outras estratégias personalizadas. Além disso, é recomendado acompanhamento médico regular e intervenções específicas, dependendo dos resultados das avaliações. 

“A genética é apenas um dos elementos que afetam o processo de envelhecimento e o bem-estar em geral. O estilo de vida, o ambiente e outros fatores também têm um impacto significativo ao longo do tempo. É fundamental encarar a saúde de forma abrangente, levando em consideração todos esses aspectos que interferem no processo de envelhecimento, para, assim, obter melhores resultados a longo prazo e uma mudança satisfatória no estilo de vida", conclui a Dra. Mariela Silveira. 



Kurotel
@kuroteloficial
Rua Nações Unidas, 533, Bavária, Gramado – RS/ Cep 95670-000
Atendimento: 0800 970 9800 | +55 (54) 99121-2132
De segunda à sexta – das 8h às 19h | Sábados – das 10h às 17h30
Mais Informações: (54) 999142-9028.


Planos de saúde não podem recusar clientes endividados; especialista em direito médico e do consumidor explica

O advogado Felipe Menezes esclarece que as operadoras não podem recusar novos contratantes em razão do endividamento, pois infringe princípios do Código do Consumidor (CDC)

 

Quando o assunto é plano de saúde, o consumidor deve redobrar a atenção para não ter seus direitos negados. Reajustes abusivos, negativa de tratamentos médicos e até recusa de novos clientes. Não é de hoje que as operadoras costumam criar barreiras para a prestação do serviço. O que muitos consumidores não sabem é que a maioria dessas “imposições” não são permitidas por lei, como recusar a contratação por consumidor inscrito em cadastro de inadimplentes.

Em recente decisão, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, por maioria de votos, que o simples fato de o consumidor possuir negativação nos cadastros de inadimplentes não justifica, por si só, que a operadora recuse a contratação de plano de saúde. Isso porque, negar o direito à contratação de serviços essenciais por esse motivo constitui afronta à dignidade da pessoa, além de ser incompatível com os princípios do Código de Defesa do Consumidor (CDC).

Segundo o advogado Felipe Menezes, mestre e especialista em direito do consumidor, direito médico e saúde suplementar, “temos a disposição do próprio CDC, em seu art. 39, IX, que veda ao fornecedor, ressalvados os casos de intermediação regulados em leis especiais, recusar a venda de bens ou a prestação de serviços diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento, prevenindo, assim, eventual inadimplência, configurando-se como prática abusiva”.

Ou seja, o plano de saúde não pode negar que o cliente faça a sua contratação por estar com dívida, principalmente porque saúde é um serviço essencial. “No caso, não estamos falando da cobertura em si, quando houver a necessidade de algum procedimento, o que pressupõe que o consumidor já seja um segurado, mas sim do momento pré-contrato, quando o consumidor está buscando a contratação, isto é, a operadora de plano de saúde não pode se recusar a receber consumidor que queira contratá-la em razão de endividamento”, explica o advogado Felipe Menezes.

Outra ressalva que o especialista em direito do consumidor e médico faz é sobre a não obrigatoriedade do cliente comprovar renda. “Mesmo se o contratante do plano estiver endividado, a operadora não pode exigir comprovações de renda para fazer a contratação e usar esse motivo como recusa”, alerta o advogado.

Sobre o motivo de não poder recusar o cliente por endividamento, a citada decisão do STJ apontou ainda o artigo 421 do Código Civil. Segundo Felipe Menezes, que também é especializado em direito cível e professor de direito, o artigo trata da liberdade contratual, garantindo as partes que estão celebrando um contrato a autonomia para estabelecerem e pactuarem livremente suas condições, desde que estejam dentro dos limites da lei.

“Quando o artigo menciona ‘nos limites da função social do contrato’, quer dizer que as partes não podem utilizar sua liberdade contratual de maneira arbitrária ao interesse público, devendo – os contratos – contribuírem para o bem comum e para o equilíbrio das relações sociais, econômicas e jurídicas”, detalha o advogado, completando que a prática abusiva dos planos de saúde afrontam não só o Código de Defesa do Consumidor, como também é contrária à disposição da própria Lei dos Planos de Saúde e ANS.

“Além do art. 14 da Lei dos Planos de Saúde (Lei 9.656/1998), determinar que ninguém pode ser impedido de participar de planos privados de assistência à saúde em razão da idade ou da condição de pessoa portadora de deficiência, há que se analisar também de modo extensivo para também incorporar as situações dos consumidores endividados”, esclarece Felipe Menezes.

Por fim, o advogado recomenda que os consumidores que tiverem dificuldades em realizar a contratação da operadora e a negativa seja em razão de possível endividamento, devem realizar reclamação junto ao consumidor.gov.br, PROCON, sem prejuízo da possibilidade de contratar um advogado de sua confiança para, juridicamente, obter decisão favorável para poder celebrar o contrato.

 

FELIPE MENEZES - ADVOGADO – O advogado Felipe Menezes é Mestre em Direito e especialista em Processo Civil, Direito do Consumidor, Direito Médico e Saúde Suplementar. Também é professor em Processo Civil e de Direito do Consumidor, além de coordenador da pós-graduação em Direito do Consumidor do Instituto Jus 21, autor de diversas obras jurídicas e Membro da ANNEP - Associação Norte Nordeste de Professores de Processo.


Por que ter aplicações em cloud ainda é vantajoso?

Mesmo não sendo uma tecnologia nova, o cloud computing continua sendo um recurso altamente usado pelas organizações. Devido a sua facilidade de manuseio, rapidez na entrega de novas funcionalidades, custos acessíveis, entre outras características, a computação em nuvem se tornou um recurso essencial para muitas empresas que buscam a conquista de melhores resultados.

Como prova da sua importância, segundo um relatório da Gartner, a expectativa é de que o mercado de serviços em nuvem cresça 20,4% em 2024, chegando a um total de US$ 678,8 bilhões – valor acima dos US$ 563,6 bilhões faturados em 2023. E, a expectativa é que esse número continue aumentando nos próximos anos, considerando a expansão do processo de digitalização dos negócios.

Um dos fatores que ajudou a impulsionar o crescimento da adesão do cloud computing, sem dúvidas, foi a pandemia de Covid-19. Afinal, durante a crise sanitária, diversas empresas precisaram acelerar suas estratégias digitais, em um movimento que continua em alta mesmo passado quase cinco anos. Com isso, a nuvem não apenas se tornou uma parte crucial da infraestrutura tecnológica das organizações, mas também está desempenhando um papel importante na inovação e desenvolvimento de novos produtos e serviços.

Isso é, a capacidade de acessar e analisar grandes volumes de dados em tempo real oferecida pela computação em nuvem permitiu que empresas de todos os portes e segmentos se tornassem mais ágeis, eficientes e orientadas pelos dados. Além disso, a escalabilidade elástica que esse recurso oferece, auxilia as organizações a ajustarem a capacidade de suas aplicações conforme sua demanda levando em conta suas variações de picos, garantindo não só disponibilidade de aplicação, mas a otimização de custos.

Outra vantagem que a nuvem oferece é a permissão das empresas implementarem e testarem novas funcionalidades com rapidez, acessando os dados independente do lugar e integrando suas aplicações com outras soluções digitais, que promovem maior eficiência e produtividade.

E, não tem como não destacar que a computação em nuvem também agrega na maior segurança. Os provedores de serviço contam com equipes especializadas e infraestruturas robustas para proteger os dados e registros contra ameaças, minimizando risco de perda de informações. Esse aspecto é fundamental para qualquer negócio, considerando a ampla adoção ao modelo de trabalho remoto – deste modo, com as aplicações hospedadas na nuvem, os colaboradores podem acessá-las de qualquer lugar e a qualquer momento, desde que tenham uma conexão à internet.

Cabe enfatizar também que a cloud computing vem ao encontro da constante busca das organizações em prol da sustentabilidade. Isso porque, a tecnologia otimiza o uso de recursos de hardware e reduz a necessidade de data centers físicos, o que contribui para a redução de consumo de energia e emissão de gases que agravam o efeito estufa.

Todos os elementos descritos acima ajudam a elencar as diversas razões pelas quais o uso da nuvem continua sendo algo vantajoso. Não à toa, sua crescente adoção vem alimentando o desenvolvimento de tecnologias emergentes como a Inteligência Artificial, a qual, de acordo com a IDC, metade das aplicações em cloud irão utilizá-la até 2026.

É preciso chamar atenção ao fato de que, mesmo sendo uma tecnologia promissora e com uma presença considerada no mercado, ainda assim, trata-se de uma modalidade que ainda não possui todos os seus recursos explorados. A falta de compreensão das organizações que aderir recursos tecnológicos não é um custo, mas sim um investimento, acaba inibindo que muitas possuam um desempenho promissor. 

Sendo assim, cabe um alerta: para as empresas que ainda não migraram para a nuvem, o quanto antes a aplicarem, melhor será o seu preparo frente à era de transformação digital que estamos inseridos. Certamente, mudar não é algo fácil e nem simples, mas contar com um time especializado nessa jornada será uma excelente alternativa, uma vez que irá atuar com foco em direcionar cada etapa e abordagem.

A computação em nuvem é um recurso que veio para ficar. E, à medida que cada vez mais empresas reconhecerem os benefícios que ela pode oferecer, maior será o seu crescimento e adesão. Afinal, mais do que uma tendência, usar o sistema em cloud agrega em muitas vantagens.

 

Rodrigo Brito é engenheiro de software da Viceri-SEIDOR.

Viceri-Seidor
www.viceri.com.br

 

Brasil, amado pelo povo e dividido pelos governantes

             Nos últimos 35 anos, os governantes eleitos democraticamente pelo povo brasileiro vêm repetindo em tom de campanha eleitoral que um de seus objetivos é unir o país, conclamando todos a lutarem a favor do Brasil. O tema é, de fato, importante; o discurso é bonito, e o povo aplaude.

            No entanto, entre o discurso e a prática a distância é enorme. A realidade é que, em vez de mitigação do problema, o país assiste ao aprofundamento das divisões, obra com a assinatura dos maus políticos.

            Impossível mascarar a realidade. Temos hoje os brasileiros das regiões Sul e Sudeste – que somam 57% da população nacional – versus os brasileiros das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste – os quais somam os outros 43% da população. O país tem ainda a divisão de pobres versus ricos e super-ricos, além da diferenciação por gênero e cor.

            Persiste no país a velha prática de, em vez de priorizar as ações efetivas em favor da população, dedica-se à demonização dos governos anteriores, olhando mais para o retrovisor do que para o futuro. Atualmente, tem-se dado mais valor às narrativas que aos fatos. Nada disso é positivo nem faz parte da índole dos brasileiros.

            É muito mais relevante para o país reduzir o enorme fosso existente entre privilegiados que se beneficiam das benesses e os cidadãos comuns, a quem cabe somente obrigações a cumprir.  Esses são os vassalos do século XXI, uma legião formada por mais de 92% da população brasileira.

            No entanto, a resistência é enorme para mudar essa realidade. Tinha razão o economista e cientista político norte-americano John Kenneth Galbraith (1908-2006) ao escrever que “as pessoas com privilégios preferem sua própria destruição a perderem um pouco de suas vantagens materiais”.

            Os privilégios são muitos. Cerca de 55 mil pessoas ocupantes de cargos públicos gozam de foro por prerrogativa de função e, portanto, se praticam crimes são julgadas pelos tribunais superiores.

            Mais de 71 mil pessoas têm mandatos eleitorais conquistados democraticamente, em eleições diretas. Todos remunerados pelos cofres públicos. Esse número pode chegar facilmente a 800 mil ou 900 mil, em um cálculo bem modesto, se somados os componentes do primeiro escalão de Ministérios, secretarias e assessorias especiais nos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

            A conta é alta. E é engordada pelo Fundo Partidário e pelo Fundo Eleitoral, ambos milionários, constituídos com recursos dos contribuintes brasileiros e responsáveis, em grande parte, pela reeleição dos que estão no poder, já que grande parcela desses recursos tem distribuição discricionária pelos líderes partidários.

            Mais um contraste brasileiro fica evidenciado quando são discutidos reajustes mais dignos para o salário-mínimo e aposentadorias. Nesses casos, a resposta dos mandatários e técnicos é sempre a mesma: não existe disponibilidade de recursos. É o mesmo argumento utilizado em relação à necessidade de correção da tabela do Imposto de Renda pelo IPCA anual para diminuir a defasagem que já atinge 92%.

                Por outro lado, a propalada escassez de recursos públicos não existe para abastecer o Fundo Eleitoral. Para as próximas eleições municipais, marcadas para outubro deste ano, o Fundo Eleitoral aprovado pelo Congresso e sancionado pelo presidente da República será de nada menos que R$ 4,9 bilhões. Valor esse reajustado em 92% acima da inflação acumulada desde as últimas eleições, em 2020. Obviamente, não estão em jogo os valores absolutos, mas os critérios diferentes: um decidido pela disponibilidade do Tesouro e outro decidido pelo apetite dos mandatários.

            Também não faltam recursos para pagar o gigante quadro do funcionalismo público, despesa sempre crescente. Em 2023, por exemplo, os gastos com o funcionalismo federal atingiram R$ 369,5 bilhões, ante R$ 259,2 bilhões em 2022. Ou seja, R$ 80,3 bilhões a mais em apenas um ano. Se fosse corrigido, o valor gasto em esse segmento em 2022 chegaria a quase R$ 272 bilhões, implicando em dizer que o reajuste praticado foi de 35,85% acima da inflação. Nenhuma outra categoria de brasileiros assalariados teve reajuste desse nível.

            Boa parte dessa realidade é facilitada pelo silêncio da sociedade, aparentemente sem disposição para expressar indignação. Acontece também em relação à corrupção, mal endêmico no país, que parece ter desaparecido por mágica, pois nada mais se fala a respeito. A conclusão a que se chega é que o combate a esse grave problema nacional deixou de ser prioridade, em contrariedade à expectativa nacional. Não por acaso, o Brasil ocupa a posição de número 104 entre 180 países no Índice de Percepção de Corrupção, elaborado pela Transparência Internacional.

            Analisando outra questão, vemos que as autoridades vivem bem protegidas, enquanto o restante da população sofre os efeitos da insegurança urbana. As facções criminosas e as milícias atuam de forma cada vez mais ampla e violenta, crescendo em razão da incapacidade do Estado de fazer o enfrentamento eficaz do problema. Essa situação já faz surgir, inclusive, a preocupação com a possibilidade – por ora remota – de o Brasil se tornar um paraíso do narcotráfico, a exemplo de alguns países vizinhos.

            As estatísticas da violência são alarmantes. O Brasil ostenta o trágico número de mais de 44 mil homicídios por ano, vitimando principalmente jovens. Além disso, no trânsito, perdemos mais de 40 mil vidas por ano, o segundo pior índice no mundo.

            O sistema carcerário é o retrato da falência do Estado. Segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança, o Brasil tem hoje mais de 832 mil pessoas encarceradas. Para se ter uma ideia da gravidade desse número, se todas essas pessoas vivessem em uma única cidade, ela seria a 18ª mais populosa do país. Esse número poderia ser ainda maior, pois o Brasil tem um déficit de 166 mil vagas nos presídios e existem mais de 269 mil mandados de prisão expedidos e ainda não cumpridos.

            Tudo isso nos remete à famosa frase do economista e filósofo alemão Karl Marx (1818 –1883), segundo o qual a história se repete pelo menos duas vezes, a primeira como tragédia e a segunda como farsa. Estamos diante da segunda citação e muito perto de podermos afirmar que somos uma nação de privilégios e impunidade. É uma conclusão óbvia diante da realidade e de atos (ou omissão) deploráveis de muito dos mandatários que se mostram verdadeiros donatários das “capitanias hereditárias” do século XXI.

            Outros indicadores comprovam o abismo social que caracteriza o Brasil da atualidade. No Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) ocupamos apenas a 88ª posição mundial no ranking da Organização das Nações Unidas (ONU). No Coeficiente Gini, indicador socioeconômico utilizado para mensurar a distribuição de renda num determinado país, ficamos em 87º lugar, o que nos coloca entre as seis piores nações do mundo nesse aspecto. Não é de se surpreender, visto que, no Brasil, 1% da população detém 48,5% do total das riquezas do país. O resultado também é pífio na educação. No Pisa, estudo comparativo internacional que avalia o desempenho dos estudantes na faixa etária dos 15 anos, ocupamos apenas a 66ª posição, além de vergonhosa colocação na América Latina.

            Não é mais possível a nação conviver por mais tempo com essa nociva divisão entre seus cidadãos, na qual os mandatários usufruem de privilégios enquanto a maioria da população sofre em busca de uma vida digna e ainda enfrenta restrições significativas e intervenções dos governos, seja em termos de liberdade econômica (127ª posição num ranking de 186 países), seja em liberdade política (87ª posição num ranking de 160 países) e em liberdade de expressão (90ª posição num ranking de 180 países).

            Os erros dos governantes nos últimos 35 anos transformaram o Brasil de país das oportunidades no país das oportunidades perdidas. É urgente acabar com as divisões perpetradas por desmandos e privilégios e transformar o Brasil em uma nação com brasileiros de classe única. É, aliás, o que determina a Constituição.

 

Samuel Hanan - engenheiro com especialização nas áreas de macroeconomia, administração de empresas e finanças, empresário, e foi vice-governador do Amazonas (1999-2002). Autor dos livros “Brasil, um país à deriva” e “Caminhos para um país sem rumo”. Site: https://samuelhanan.com.br


A revolução do Pix: com novas funcionalidades, forma de pagamento impulsiona mudanças no mercado

 

As empresas estão preparadas? A evolução da ferramenta exige a adaptação dos negócios na área tecnológica e financeira 

 

O Pix registrou um novo recorde de transações em um único dia no Brasil. Segundo o Banco Central, 201,6 milhões de transferências foram realizadas na sexta-feira (5). No começo do ano, o país viveu o fim de uma era: a interrupção das transferências via Documento de Ordem de Crédito (DOC), para pessoas físicas e jurídicas, extinguindo o serviço no dia 15 de janeiro deste ano.


Criado em 1985, o volume de transações feitas com DOC registrou redução significativa desde a implementação do PIX, em novembro de 2020. No primeiro semestre de 2023, entre as 37 bilhões de transferências e pagamentos contabilizados, somente 18,3 milhões (0,05%) foram feitos via DOC, enquanto o PIX somou 17,6 bilhões (47,56%), de acordo com levantamento da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban). Os números ascendentes devem aumentar ainda mais com as novas funcionalidades preparadas pelo Banco Central (BC).  


Instantâneo, sem custos e hiper tecnológico são alguns dos atributos que fizeram o PIX se popularizar rapidamente e somar R$ 33,28 trilhões movimentados nos últimos três anos, sendo R$ 17,18 trilhões somente em 2023. Para 2024, o BC prepara atualizações para o sistema de pagamento que prometem tornar o PIX ainda mais atrativo para as transferências bancárias. Entre as inovações mais aguardadas do ano, o lançamento do PIX automático está previsto para outubro e a funcionalidade permitirá pagamentos recorrentes, de forma programada e mediante autorização do usuário pagador. A nova função terá mecânica parecida com os pagamentos em débito automático e será aplicável a contas de energia elétrica, água, condomínio, planos de saúde, por exemplo.


Para Homero Filho, CTO na GT7, Unidade de Negócios da TODOS Empreendimentos, da qual o Cartão de TODOS faz parte, focada em inovação e crescimento acelerado, a implantação do PIX automático deve impulsionar ainda mais a adesão a este meio de pagamento. “As principais vantagens do PIX são a segurança, a rapidez nas transferências, a disponibilidade 24/7 e a eliminação de intermediários. Quando tivermos o agendamento de pagamento via PIX, com certeza teremos um aumento da utilização”, afirma Filho. 

 

A era do dinheiro virtual e ao que as empresas precisam estar atentas


A digitalização crescente com o uso do mobile banking e o acesso à internet são fatores que potencializam o PIX como preferido dos brasileiros, tornando as transferências monetárias cada vez mais virtuais e não físicas. Se em 1995 os cheques compensados somavam 3,3 bilhões de transações, em 2023 o número foi 95% menor (168,7 milhões). “Agora conseguimos realizar transferências e fazer pagamentos apenas com o smartphone, não existe mais a necessidade de andar com dinheiro físico ou cartões, uma facilidade para os consumidores, mas também um cenário que exige preparo das empresas”, avalia Homero. 


Para os pequenos negócios que ainda não aceitam PIX, o cenário de atualizações previstas para implementar novas funcionalidades ao sistema de pagamento é um sinal de alerta. Segundo a pesquisa realizada pela Capterra, 43% dos clientes consideram desistir de uma compra se o estabelecimento não aceita o PIX como forma de pagamento.


 “Por envolver processos de tecnologia como QR Code e integrações via API de pagamento, a experiência do consumidor acaba ficando mais desafiadora. Além disso, a base para iniciação desse formato de pagamento está na automação, algo que ainda é carente na maioria dos negócios”, aponta o CTO. Homero revela ainda que é preciso que as empresas trabalhem para expandir a diversidade nas formas de pagamentos para seus clientes. “No Cartão de TODOS, temos feito uma série de testes, com uma grande variedade de meios de pagamentos alternativos.


 Alguns deles, como o próprio caso do PIX, estão mais avançados”, ressalta o CTO. 


Além do PIX automático, com previsão já anunciada, o Banco Central prepara inovações como o PIX Garantido — que possibilitará o parcelamento de compras e pagamentos por meio do sistema de pagamento instantâneo — e o PIX Internacional — com o objetivo de fazer as transferências para outros países serem mais eficientes e baratas. No fim do ano passado, o BC disponibilizou as funções de PIX Saque e PIX Troco — que permitem, respectivamente, que os clientes de qualquer participante do PIX realizem um saque em um dos pontos que ofertar o serviço e faça saques em espécie junto com a realização de uma compra no agente de saque.



Ascensão irrefreável: o crescimento do poder feminino nos negócios rumo ao futuro da economia brasileira

No Brasil, segundo levantamento divulgado em 2023 pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o número de empreendedoras femininas ultrapassa 10,3 milhões. Existem muitas projeções e otimismo para que esse número cresça a cada dia, pois além de trazer maior igualdade de gênero na indústria, negócios liderados por mulheres, outrora desprezados, mostram seu poder, podendo impactar significativamente na economia do país, impulsionando o crescimento de diversos setores, gerando empregos e estimulando a inovação.

Historicamente, as mulheres enfrentaram muitas barreiras ao ingressar no mundo dos negócios, desde desafios culturais e sociais até obstáculos financeiros e estruturais. No entanto, nos últimos anos, temos testemunhado um movimento de mulheres que desafiam essas limitações e encontram maneiras criativas de criar e gerir seus negócios. Dados da GoDaddy desse ano revelam que 23% das mulheres abrem as próprias empresas buscando por mais flexibilidade e 22% desejam trabalhar com suas paixões. 

À medida que estão engajadas, tendo prazer no que fazem e com mais tempo para si mesmas, essas mulheres expandem seus negócios, criando empregos e contribuindo para a economia brasileira como um todo. 

Outro ponto a ser destacado é que quando o assunto é inovação, as mulheres também estão imersas nesse universo, como aponta a GoDaddy indica, que 92% confiam em tecnologias de inteligência artificial para potencializar o crescimento do negócio. As mulheres, muitas vezes, trazem perspectivas únicas e abordagens criativas para resolver problemas e atender às necessidades do mercado. Com isso, criam empresas capazes de trazer novos produtos, serviços e modelos de negócios, impulsionando a concorrência e estimulando o crescimento econômico. 

No entanto, apesar dos avanços, ainda há desafios a serem superados quando o assunto é empreendedorismo feminino no Brasil. Por isso, é importante criar e continuar implementando programas que apoiem as mulheres empreendedoras, oferecendo acesso a financiamentos, capacitação e recursos necessários para o sucesso de seus negócios. Também é fundamental combater estereótipos de gênero e criar uma cultura empresarial que valorize e promova a diversidade e a igualdade de oportunidades.

Além disso, do meu ponto de vista, de mulher que está à frente de um negócio no país, reforço a importância do desenvolvimento do pensamento inovador e crítico, o que inclusive pode ser trabalhado na escola, durante os ensinos fundamental e médio. Conhecer a história para construir um futuro melhor e investir no autoconhecimento como seres humanos é essencial para um amanhã singular. Reconhecer isso com uma visão de questionamento, pode impactar diretamente na forma como os empreendedores dos próximos anos irão gerir seus negócios.

Enfim, à medida que mais mulheres entram no mercado de trabalho como empreendedoras, a economia se beneficia de um maior número de empresas, uma base de consumidores diversificada e uma força de trabalho dinâmica e inovadora. Isso, por sua vez, ajuda na resiliência econômica do país.

Mais do que isso, o empreendedorismo feminino é uma força capaz de transformar vidas, famílias, realizar sonhos e, ainda, impulsionar a economia brasileira. Conforme mais mulheres se tornam empreendedoras, estão não apenas construindo para os próprios futuros, mas também algo próspero e inclusivo para milhões de outras mulheres. 

 

Carla D’Elia - especialista em ensino de Business English e fundadora da Save Me Teacher.
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