Nutricionista explica como a alimentação interfere na qualidade do sono trazendo prejuízos à saúde e favorecendo a obesidade
A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) aponta que 72% dos
brasileiros têm doenças relacionadas ao sono, entre elas a insônia. São
inúmeros os efeitos que uma noite mal dormida causa ao organismo, mas ao invés
de buscar a raiz do problema, muita gente prefere maquiar e recorrer aos
remédios que vão desde os “naturais”, como a base de passiflora ou melatonina,
vendidos sem receita nas farmácias, até os sedativos tarja preta.
Só que muitas vezes, o problema poderia ser
amenizado ou resolvido observando hábitos comuns do dia a dia, como a
alimentação. A nutricionista Ana Paula Braun explica: “Dormir bem é essencial
para quem está no processo de emagrecimento ou manutenção do peso. Tem muita
gente que chega ao consultório contando que apesar de estar fazendo tudo certo,
voltou a ganhar peso e eu vou logo perguntando sobre a rotina de sono”, conta.
De acordo com a especialista em nutrição funcional,
um dos erros mais comuns é comer muito no jantar porque isso faz com que o
corpo acelere o metabolismo para digerir os alimentos e transformá-los em
energia para o corpo, prejudicando o sono, que não vai ser tranquilo como
deveria. O ideal é distribuir bem as refeições ao longo do dia, começando por
um super café da manhã e reduzindo à noite, com preferência por opções mais
leves e de fácil digestão. “O problema é que as pessoas estão na correria o dia
inteiro, tem dia que mal conseguem almoçar, aí quando chegam em casa, querem
descontar e comer tudo de uma vez, o que é um grande erro”, explica.
E o cafezinho no período da tarde? Quem precisa dormir melhor deve passar longe. O ideal é não tomar nada com cafeína após as 15 horas, mas se a pessoa não abre mão de uma bebida quente à tarde ou no lanche da noite, a preferência deve ser por chás, como os de melissa, erva doce, erva cidreira ou camomila.
“Outra dica é não tomar muita água perto da hora de
deitar porque isso vai provocar vontade de ir ao banheiro a noite toda e, ficar
acordando, também prejudica a qualidade do sono”, alerta Braun.
Segundo a especialista, entre os alimentos que
devem ser evitados por quem busca uma noite de sono com mais qualidade estão:
café, chocolate, chás mate, preto e verde, refrigerantes, pimenta e gengibre
por conter cafeína ou acelerar o metabolismo.
“Há diversos estudos sobre a relação entre a
privação do sono e a obesidade por desníveis dos hormônios da fome, a grelina,
e da saciedade, a leptina, que sofrem alterações quando o sono está
desregulado. Isso também pode ser observado entre as crianças, pois o consumo
de alimentos ultraprocessados, de difícil digestão, e o uso excessivo de telas,
prejudicam muito a qualidade do sono, e consequentemente, aumentando os níveis
de obesidade”, conclui a especialista.
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