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terça-feira, 10 de outubro de 2023

Brasil é segundo colocado na lista de países em situação crítica à saúde mental

Freepik
Para mulheres que atuam como acompanhantes de luxo, dados são ainda mais preocupantes


O Dia Mundial da Saúde Mental é celebrado em 10 de outubro, trazendo à tona a oportunidade de refletir sobre as principais doenças mentais do trabalhador, em especial. No Brasil, segundo levantamento de 2023 da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt), aproximadamente 30% dos trabalhadores brasileiros sofrem com a Síndrome de Burnout, caracterizada pelo estresse crônico no trabalho. 

Um estudo realizado neste ano pelo ISMA-BR (International Stress Management Association no Brasil) aponta que 72% dos brasileiros estão estressados em razão do trabalho, colocando o país como o segundo colocado na lista de países em situações mais preocupantes quanto à saúde mental. 

“O excesso de trabalho está levando os profissionais ao estresse crônico, e isso acontece por muitas empresas não investirem em seus respectivos departamentos de recursos humanos e gestão de pessoas e, assim, prejudicarem os funcionários.” aponta Alex Araújo, CEO da 4Life Prime. 

Quando o tema é saúde mental do trabalhador, as mulheres brasileiras ganham destaque ao passo que são as maiores impactadas pelas doenças psicológicas, além da falta de acesso e tempo para adquirir tratamento psicológico. Dados levantados pela plataforma LinkedIn constataram que 74% das entrevistadas disseram que estavam em estado de constante estresse por motivos ligados ao trabalho. 

A dupla jornada de trabalho, baixas remunerações, sobrecarga de tarefas domésticas e falta de reconhecimento são alguns dos principais fatores que levam as trabalhadoras ao estresse crônico. Para mulheres que optam por atuar no mercado de trabalho como acompanhantes de luxo, os dados quanto à saúde mental são ainda mais preocupantes. 

As profissionais do sexo, por conta de fatores frequentemente presentes no setor, como condições insatisfatórias de trabalho; dificuldade de atendimento nos serviços de saúde; e exposição à violência sexual, psicológica ou física; parecem apresentar maior vulnerabilidade na saúde que outros grupos da população. 

De acordo com um estudo publicado pela Universidade Federal de Uberlândia, a presença de algum sintoma de transtorno mental foi constatada em 51,6% das mulheres, sendo que 74,4% das participantes da pesquisa assinalaram que sentem nervosismo e tensão, 54,9% dormem mal e 45,8% relataram ter dificuldades no serviço. 

“Estive no NEP (Núcleo de Estudos da Prostituição) de Porto Alegre e soube que elas fazem encaminhamento de profissionais do sexo direto para o hospital, para atendimento médico ginecológico. Isso demonstra como, dependendo dos valores morais do profissional e da experiência de vida, talvez a acompanhante não tenha o tratamento adequado”, conta Paula, acompanhante cadastrada no site Fatal Model, maior plataforma de acompanhantes do país que, através da credibilidade e da transparência na plataforma, busca contribuir para tornar a profissão mais segura ao diminuir a necessidade de profissionais ficarem nas ruas em busca de clientes. 

Nina Sag, Acompanhante e Diretora de Comunicação da plataforma, explica que o diálogo é o diferencial se tratando da saúde mental das acompanhantes. “O Fatal Model acredita na força do diálogo para quebrar tabus e preconceitos. Hoje, investimos em múltiplos canais de comunicação para abordar diversos temas que integram o universo dos profissionais do sexo, criando uma rede segura e unida”, diz. 

As acompanhantes relatam dificuldades até mesmo em encontrar profissionais da psicologia que desempenhem a função profissional sem comentários tendenciosos que causem constrangimento à paciente, sugerindo que mudem de profissão, por exemplo. 

Paula, como estudante de psicologia, revela o desejo de, quando formada, atender mulheres que trabalham como acompanhantes e também atuar na educação sexual de adolescentes: “Além de ter propriedade para ajudar essas mulheres , também planejo atuar com educação sexual de adolescentes, porque vejo muitas dificuldades em meus clientes que poderiam ter sido amenizadas na adolescência se tivessem obtido o acesso necessário às informações”. 

Paula evidencia que os transtornos mentais não são exclusivos das profissionais do sexo, mas também dos clientes, que durante os encontros desabafam sobre dificuldades pessoais: 

“O cliente geralmente vai com o intuito de transar, muitas vezes convencido de que é sua única necessidade, mas chegando lá, percebe que o ambiente passa confiança e recebe atenção genuína. Assim, acaba se abrindo pra essa ‘terapia’ e nota que a conversa muitas vezes é mais gratificante e prazerosa que o próprio sexo, mas isso muito se deve à sociedade machista que impõe que o homem precisa transar”, pontua Paula.



Como escolher o profissional ideal: enfermeiro ou cuidador?

Ambas profissões possuem o mesmo objetivo de promover qualidade de vida, explica o enfermeiro e franqueado da Padrão Enfermagem, José Eduardo Loureiro

 

Quando se trata do cuidado de saúde em casa, a escolha certa entre um enfermeiro ou cuidador é fundamental. Ambos desempenham papéis valiosos, mas suas habilidades variam e esse é o ponto principal para decidir o profissional que melhor atende a sua necessidade. “Cada profissional possui sua importância e função específica para cada situação, mas sempre com o mesmo propósito de promover saúde e qualidade de vida a quem precisa”, comenta o José Eduardo Loureiro, enfermeiro e franqueado da Padrão Enfermagem, rede responsável pelo agenciamento de profissionais da área da saúde.

Loureiro conta que a principal diferença está relacionado ao nível de formação e atividades que cada um pode exercer, enquanto o cuidador está ligado a atividades básicas, o enfermeiro atua de forma mais profunda. Mas, ambos  são o elo entre a pessoa que necessita de cuidados, a família e a equipe de saúde. “É preciso ter um olhar singular para cada paciente, estar atento e ser solidário. Além disso, ambos devem ajudar nos cuidados de higiene, estimular e ajudar na alimentação, além de realizar a administração de medicamentos prescrita por médicos ", esclarece o enfermeiro.

O cuidador pode acompanhar o paciente em exercícios físicos leves, em consultas médicas e na realização de exames, é responsável por prestar cuidados paliativos e básicos a pacientes de baixa complexidade. Tudo de acordo com a orientação de especialistas das áreas competentes, com a rotina previamente definida. É peça chave para garantir o convívio com a família e a saúde mental do paciente, visto que a sua companhia é essencial para que seu dia seja mais leve e feliz. Já a enfermagem, é solicitada quando há serviços que exigem um preparo maior obtido através de cursos, como técnicos em enfermagem ou ensino superior. Além da realização dos cuidados mais específicos ao paciente, é responsável pelo planejamento diário. Esse plano envolve uma série de medidas para acelerar o processo de cura e restabelecimento da saúde do paciente.

Para entender qual o profissional indicado para cada paciente, José Loureiro, listou três dicas:

- Avalie as necessidades do paciente: determine as necessidades considerando sua condição de saúde e nível de independência e cuidados médicos requeridos

- Consulte um profissional de saúde: entenda quais tipos de cuidados serão necessários

- Comunicação e empatia: solicite um profissional com habilidades de comunicação e empatia para criar um ambiente confortável.

A escolha entre um enfermeiro e cuidador depende das circunstâncias individuais de cada paciente. “Ambos são fundamentais na promoção do bem-estar e melhoria da qualidade de vida, e a decisão deve ser baseada nas necessidades primordiais”, finaliza.

 

Padrão Enfermagem

 

Sintomas intensos de TPM podem estar relacionados à menopausa precoce no futuro

  

Mulheres com Síndrome Pré-Menstrual (SPM)
têm mais chances de desenvolver menopausa precoce 
 
Créditos: Envato

Cólicas fortes, dores de cabeça frequentes e irritabilidade exacerbada podem dobrar chances de último ciclo menstrual antes dos 40 anos

 

Mulheres que possuem a Síndrome Pré-Menstrual (SPM) têm o dobro de chances de desenvolver menopausa precoce, de acordo com um estudo realizado com mais de 3 mil mulheres, divulgado em setembro. A Síndrome Pré-Menstrual é um transtorno que ocorre na fase lútea do ciclo e que é caracterizado pela irritabilidade, ansiedade, dor de cabeça, mau humor, fadiga, insônia, ganho de peso e mamas doloridas, entre outros. 

Além da SPM, há também o Transtorno Disfórico Pré-Menstrual (TDPM), que é ainda mais grave e severo. Ele é caracterizado principalmente por sintomas que podem interferir nas atividades rotineiras da mulher, comprometendo tanto a vida pessoal quanto profissional. Alguns exemplos comuns são: instabilidade emocional, mau humor extremo, ansiedade intensa e humor deprimido. O diagnóstico do TDPM deve ser feito por um médico, levando em conta a exclusão de outras condições médicas, como transtorno de ansiedade, depressão, endometriose e problemas de tireoide, por exemplo.

A menopausa corresponde ao último ciclo menstrual de uma mulher e normalmente ocorre entre os 45 e 55 anos. Quando a última menstruação ocorre antes dos 40 anos, é considerada precoce. A menopausa antes dos 45 anos é incomum, mas não é considerada precoce. 


Duas décadas de pesquisa

O estudo foi realizado com 3.635 mulheres, entre junho de 1991 e junho de 2017. Desse total, 1.220 delas apresentavam distúrbios pré-menstruais, enquanto 2.415 não apresentavam. As participantes foram avaliadas a cada dois anos para relatar a gravidade dos sintomas da TPM e registrar a data da última menstruação. Entre as mulheres com SPM, 17 relataram ter tido menopausa precoce, e entre as mulheres sem SPM, 12 relataram o mesmo. Os cálculos demonstraram uma incidência de menopausa precoce de 7,1 para cada 1.000 pessoas por ano entre as pacientes com SPM, em comparação com 2,7 casos para cada 1.000 pessoas por ano entre as pacientes sem Síndrome Pré-Menstrual. 

A pesquisa foi publicada pela revista médica Jama Network Open, que é produzida pela Associação Médica Americana. Os pesquisadores ressaltaram que o estudo tem caráter observacional, ou seja, não é possível afirmar que os sintomas graves da TPM causem menopausa precoce, mas há uma correlação entre os dois. 

Para a ginecologista Renata Mieko Hayashi, coordenadora do setor de Saúde da Mulher do Hospital São Marcelino Champagnat, é importante que as mulheres façam acompanhamento ginecológico e estejam bem informadas sobre seus corpos. “Cólicas muito intensas não são normais. Sangramento excessivo não é normal. Ter que mudar completamente a rotina devido à TPM ou ao período menstrual não é algo normal. Ter um profissional de confiança e atencioso é essencial para identificar problemas ginecológicos e considerar o melhor tratamento para cada caso”, recomenda. 


Exames de rotina para cada fase


Adolescência

- A primeira consulta com um médico ginecologista deve ser realizada na adolescência, especialmente após a menarca, que é a primeira menstruação da mulher. É importante que o acompanhamento com um especialista seja feito nessa fase da vida, fornecendo orientações sobre saúde íntima, informações sobre métodos contraceptivos e como se proteger contra doenças sexualmente transmissíveis.


Início da vida sexual

- A partir da primeira relação sexual, é importante que a mulher esteja atenta à necessidade de realizar o exame de Papanicolau anualmente, além de exames de sangue recomendados pelo especialista.


Exames periódicos

- O Papanicolau é feito para detectar lesões precursoras do câncer do colo do útero e infecções pelo HPV, e deve ser realizado anualmente, a menos que haja um(a) parceiro(a) fixo(a); nesse caso, a frequência pode ser reduzida para a cada três anos.


Entre 30 e 40 anos

- A partir dos 30 anos, é recomendada a mamografia para mulheres que tenham histórico de câncer de mama na família. Para as demais, a recomendação vale a partir dos 40. Além disso, um ultrassom pélvico é realizado para verificar o estado do útero, ovários e trompas. Exames de sangue são solicitados pelo médico especialista, dependendo das necessidades individuais.


Entre 40 e 50 anos

- A atenção à saúde das mamas é ainda mais importante, com a mamografia sendo realizada anualmente. Além dos exames mencionados anteriormente (que devem ser mantidos), é aconselhável uma avaliação cardíaca com um especialista. O ginecologista também deve monitorar o funcionamento da tireoide e avaliações hormonais para verificar a necessidade de reposição devido à menopausa.


Entre 50 e 60 anos

- Além dos exames citados na faixa etária anterior, recomenda-se uma avaliação da densidade óssea para verificar o risco de desenvolvimento de osteoporose.


A partir dos 60 anos

- É importante realizar um acompanhamento anual, com todos os exames relacionados acima e, se possível, agendar uma consulta com um neurologista para identificar eventual doença neurológica.


CREME TRATA VARIZES? SALTO ALTO PIORA?

 

 VEJA MITOS E VERDADES SOBRE ELAS

Especialista desmistifica condição repleta de dúvidas que assola cerca de 38% da população brasileira, segundo levantamento



Este tema é envolto em incertezas populares, sobretudo, o que de fato causa as varizes. "Frequentemente, os pacientes me questionam se cruzar as pernas ou o uso de salto alto podem realmente causar varizes, se a meia elástica é importante ou se sempre será preciso operar, por exemplo” – resume a médica especialista em cirurgia vascular Carol Mardegan.

A verdade é que varizes são queixas comuns, seja em função de dores e desconforto que causam ou por razões estéticas. Segundo o levantamento da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), esse problema afeta cerca de 38% da população adulta brasileira. “Se não tratadas adequadamente, podem representar um risco para a saúde, resultando em problemas como úlceras na pele e trombose venosa” – alerta a especialista.
 

Membro da SBACV, Carol Mardegan alerta que a genética representa uma predisposição ao surgimento de varizes e vasinhos, podendo aumentar a probabilidade de pacientes com histórico familiar desenvolverem essa condição em até 90%. No entanto, a evolução e a gravidade de cada caso devem ser tratadas individualmente, uma vez que as causas dessa doença são multifatoriais “As varizes são frequentemente causadas por uma combinação de fatores, incluindo predisposição genética, fraqueza nas paredes das veias, problemas de válvulas venosas e fatores de estilo de vida, como sedentarismo e obesidade. Além disso, a idade avançada e a gravidez também podem aumentar o risco de desenvolver varizes”- resume. 

Por isso, para esclarecer todas as dúvidas, a especialista destaca mitos e verdades acerca das varizes que tanto acometem a população, veja:

 

Salto alto causa varizes?

Mito: O salto alto pode ser um inimigo ortopédico, mas não vascular. Segundo a Dra. Carol é importante salientar que as varizes são causadas principalmente por problemas de circulação e perda da tonificação dos vasos sanguíneos, além de predisposição genética. Portanto, o salto alto não é a causa dessa doença vascular. Mas deve ser evitado saltos muito altos por tempo prolongado, pois estes podem agravar a doença.

 

Ficar em pé ou muito tempo sentado na mesma posição causa varizes?

Verdade: Permanecer em uma única posição por longos períodos pode comprometer a circulação sanguínea, especialmente o retorno do sangue das pernas o que pode resultar em danos nas veias da perna.. “Aconselho sempre intercalar períodos sentados com períodos em pé, incluir atividades físicas para fortalecer as pernas e ao fim do dia, ficar alguns minutos com as pernas elevadas” orienta a especialista em cirurgia vascular.

 

Creme trata varizes?

Mito: Não há nenhum creme no mercado capaz de solucionar esse problema ou minimizar seu aspecto. Mas eles melhoram os sintomas como dor e cansaço das pernas. “Não existem atalhos ou milagre, é preciso ter uma vida saudável e consultar o cirurgião vascular para avaliar suas queixas. A depender do grau da doença o tratamento pode ser preventivo, evitando intervenções cirúrgicas desnecessárias” enfatiza Mardegan.

 

É uma questão hereditária?

Verdade. Se outros membros de sua família já tiverem tido varizes, suas chances de desenvolvê-las são maiores, “A presença de varizes em familiares de primeiro grau é um sinal de alerta importante para a necessidade de atuar na prevenção o quanto antes” - aponta.

 

Varizes são apenas um problema estético?

Mito: Esteticamente, as varizes são ruins, no entanto, não é a única preocupação. Além da dor que podem causar, as varizes, quando não tratadas, podem levar a sérios problemas de saúde, como úlceras e trombose venosa.

 

Gravidez aumenta chances de aparecimento de varizes?

Verdade: Sim, a gravidez também pode ser responsável pelo surgimento das varizes. Isso ocorre devido à liberação de hormônios durante a gestação, bem como ao aumento de peso que as mulheres experimentam nesse período.

 

Receitas caseiras acabam com as varizes?

Mito: São variadas as opções de tratamentos caseiros, mas é importante destacar que nenhum deles realmente elimina as varizes e os vasinhos. Portanto, se você já ouviu falar de pomadas, cápsulas, ou experimentou remédios naturais saiba que nenhuma destas alternativas substitui o tratamento adequado realizado por um médico vascular.

 

O verão aumenta os casos de varizes?

Mito: Em dias mais quentes, quem já tem varizes costuma sentir um incômodo maior, isso porque o corpo incha e as pernas ficam mais doloridas. Mas o verão em si, não aumenta o número de varizes. 


Carol Mardegan - Graduada em medicina pela Universidade de Taubaté, com residência médica em Cirurgia Vascular pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), especialização Fellowship em Cirurgia Endovascular. Carol Mardegan é membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) e tem como foco a Cirurgia Endovascular buscando sempre os melhores resultados através das modernas técnicas minimamente invasivas.
  

Miopia infantil: 10 mitos e verdades que você precisa saber

Considerada uma das condições visuais mais comuns da infância e adolescência, é estimado que 8% das crianças até 10 anos já apresentam o diagnóstico, segundo a OMS; especialista comenta as principais questões que giram em torno da condição 



A miopia infantil é uma das condições visuais mais comuns entre as crianças e adolescentes: segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 8% das crianças até os 10 anos têm o diagnóstico. Até os 15 anos de idade esse número aumenta para 15%. Embora a hereditariedade seja uma das principais causas, o aumento crescente da condição vem sendo estudada por especialistas que apontam motivos externos para a situação: menor exposição à luz natural e tempo excessivo em frente a telas são considerados os principais fatores.

Para piorar, a crise da Covid-19, que levou ao isolamento social e confinamento dentro de ambientes fechados, contribuiu de forma significativa e já aparece em números: de 2020 até 2022, só a cidade de São Paulo registrou aumento de 134% nos casos de miopia entre crianças e adolescentes, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde.

"A miopia acontece quando o globo ocular é muito comprido ou a córnea é muito curva. Com isso, os raios de luz acabam se focalizando antes da retina, criando imagens embaçadas ao longe. Por muito tempo a única causa era mesmo a hereditariedade, mas esses diagnósticos vêm sendo observados em todo o mundo e tem a ver com o estilo de vida moderno, urbano e muito tecnológico. É um fenômeno social também", comenta a Dra. Célia Nakanami, oftalmopediatra e speaker das lentes Essilor® Stellest®.

Contudo, a miopia ainda é cercada por muitas questões que podem acabar impactando no tratamento das crianças. Por isso, a especialista reforça os principais mitos e verdades para toda a família ficar por dentro do assunto:


Exercícios visuais podem reduzir a miopia

Mito! Até o momento, não existem comprovações científicas de que os exercícios visuais podem reverter a progressão da miopia. E, exercícios que pressionam o globo ocular podem, inclusive, causar lesões oculares.


Olhos claros podem ter mais problemas de visão do que os escuros

Esse é um mito bastante comum e muita gente ainda acredita que os olhos claros podem ter mais problemas de visão - incluindo a miopia - do que os escuros.

"Os olhos claros apresentam uma menor pigmentação na íris, mas, sua estrutura é a mesma dos olhos escuros. Independente desse fator, os cuidados com a visão devem ser os mesmos, inclusive o tratamento para miopia", comenta.


Míopes possuem uma maior dificuldade para enxergar à noite


Verdade! Segundo a Dra Célia Nakanami, isso ocorre devido às células dos olhos dos portadores de miopia não corrigidos não se adaptarem bem ao escuro. "A boa notícia é que os tratamentos adequados podem corrigir o sintoma, melhorando a qualidade de vida dos pacientes".


Brincar ao ar livre ajuda no não desenvolvimento da miopia

Verdade! Os estímulos de praticar atividades ao ar livre ajudam na manutenção de uma boa visão. "A luz é importante para o bom funcionamento. Quando a criança passa mais tempo fora de casa, ela consegue exercitar a visão de forma espontânea tanto para perto, como para longe, aumentando a amplitude de visão e evitando danos ao globo ocular", ressalta.

"É importante que os pais entendam que a visão é desenvolvida com o passar dos anos. Ela irá se formar até por volta dos 8 anos de idade, então, esse é um período fundamental para atingir uma visão normal e saudável. Passar cerca de duas horas por dia ao ar livre ajuda a prevenir o desenvolvimento da miopia nas crianças, principalmente para aquelas que possuem mais chances de ser míope, ou seja, aquelas com pais com miopia", complementa a oftalmopediatra.


Alimentos podem melhorar a miopia

Até o momento, não existem estudos que comprovem que alimentos possam melhorar a miopia nas crianças. "Esse é um mito bastante forte, pois crescemos ouvindo dos nossos pais e avós que 'comer cenoura faz bem para os olhos', por exemplo. De modo geral, alimentos com Vitamina A podem sim contribuir para a saúde dos olhos, atuando contra a degeneração macular e a catarata. Mas, não existem comprovações que os alimentos atuem contra a miopia".


Ler com baixa luminosidade piora a miopia

De acordo com a oftalmopediatra, ler no escuro exige maior esforço e cansaço dos olhos. A baixa luminosidade irá diminuir o contraste e dilatar a pupila, piorando a acomodação, ou seja, o foco para enxergar de perto. Contudo, o ato em si não possui relação direta, porém, sabemos atualmente que a luz é importante para não desenvolver a miopia e crianças que passam mais tempo em ambientes internos e com baixa luminosidade correm maior risco de ter miopia.


Usar o computador piora a miopia


Não existem estudos que comprovem que o uso do computador atue no aparecimento de doenças oculares, como a miopia. Mas, segundo a especialista, isso irá depender de alguns fatores como a distância da tela, o tempo prolongado de uso e daí sim, vai ter relação com a piora da miopia.

"É importante que os pais estejam atentos ao tempo de tela. Além disso, se sabe que a radiação emitida pelo computador é baixa e limitada a 2 ou 3 centímetros do monitor, por isso, não é capaz de atingir os olhos", explica a Dra. Célia Nakanami.


O uso excessivo de telas pode atuar no desenvolvimento da miopia

Verdade! O uso prolongado das telas, por longos períodos de tempo, tem levado ao aumento ou agravamento da miopia nas crianças, principalmente devido aos aparelhos menores, nos quais são necessários uma maior proximidade dos olhos.

"É fundamental que as crianças explorem outras atividades e possam descobrir o mundo ao seu redor. Além disso, os pais também possuem uma missão super importante ao participar desse processo, afinal eles são exemplos para os filhos. Por isso, o primeiro passo é evitar ao máximo o uso de telas enquanto estiver com as crianças e, de quebra, aproveitar a oportunidade de ter um momento de qualidade com os pequenos. Isso faz toda a diferença!".


O uso de lentes adequadas podem desacelerar progressão da miopia

Verdade! "Hoje, temos tecnologias inovadoras desenvolvidas especialmente para evitar a progressão da miopia e tornar a visão mais nítida, como é o caso das Lentes Essilor® Stellest®, que atuam como um escudo contra o desenvolvimento da doença.

Além disso, é importante que a escolha dos óculos não leve em consideração apenas uma armação bonita, mas também uma lente ótica de qualidade, junto com uma armação adequada ao tamanho do rosto. Deixar a criança participar da escolha das armações também aumenta a aceitação e torna mais fácil seu uso. Isso fará toda a diferença para um tratamento adequado e preciso", explica.


A miopia pode ser prevenida

Verdade! Para saber mais, prevenir e diagnosticar essa condição, que só cresce, é importante que os pais não se esqueçam de levar seus filhos ao oftalmologista. E o período de férias escolares, com maior flexibilidade de horários e rotina, pode ser ideal para buscar esse acompanhamento.

Alguns sinais podem indicar que a criança está com dificuldades. Como a miopia é uma doença que afeta a capacidade de enxergar objetos distantes, o primeiro sintoma é observar se o pequeno vem tendo dificuldades na escola justamente por não ver, por exemplo, o quadro ou o professor.

"Um comportamento que indica muito isso é quando a criança aperta muito os olhos. O movimento ajuda a clarear temporariamente a visão. Esfregar muito os olhos também pode sinalizar um cansaço visual do esforço empregado para conseguir ver com mais nitidez", explica a especialista.

Outros sinais incluem: piscar excessivamente, sentar muito perto da TV e colocar telas muito próximo ao rosto, fechar um dos olhos, cansaço visual, dores de cabeça e dificuldade na prática de esportes. "A solução para crianças e adolescentes é o uso de óculos com lentes corretivas e a medição se dará através de exames realizados no consultório. Contudo, o acompanhamento é fundamental, já que o grau de correção tende a mudar na infância, na fase de crescimento", conclui Dra. Célia Nakanami.


 EssilorLuxottica



Especialista do Vera Cruz Oftalmologia enumera dez dicas para cuidar da saúde ocular

Em todo o mundo, existem mais de um bilhão de pessoas com problemas oculares; sem prevenção e tratamento, este índice pode ultrapassar 1,8 bilhão até 2050
 

Mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo têm ao menos uma deficiência visual que poderia ter sido evitada ou tratada. O dado é da International Agency for the Prevention of Blindness (IAPB), órgão máximo global do setor de saúde ocular. E para despertar a conscientização, a prevenção e o tratamento para problemas que afetam a visão, foi instituído o Dia Mundial da Visão, comemorado na segunda quinta-feira do mês de outubro. O órgão estima que, se não forem adotadas mudanças com relação à saúde ocular, ao final de 2050, serão mais de 1,8 bilhão de pessoas com a visão comprometida. 

Sendo assim, os cuidados com a visão precisam começar desde cedo, uma vez que a realidade atual faz com que pessoas, desde muito jovens, tenham contato com telas de celulares e computadores. “O uso excessivo de dispositivos eletrônicos pode comprometer as membranas plasmáticas das células oculares, causando prejuízos para a retina e a córnea”, explica o oftalmologista do Vera Cruz Oftalmologia, Pedro Ferrari. 

O especialista elenca dez dicas para que se mantenha a saúde ocular e evite danos a este órgão precioso, que pode impactar de formas diversas na qualidade de vida.

 

1. Faça exames de vista regulares: consulte um oftalmologista pelo menos uma vez ao ano para avaliar a saúde dos seus olhos e verificar a necessidade de óculos ou lentes de contato.

 

2. Proteja seus olhos do sol: use óculos de sol com proteção UV sempre que estiver ao ar livre para prevenir danos causados pelos raios ultravioleta.

 

3. Mantenha uma dieta saudável: consuma alimentos ricos em antioxidantes, como vegetais de folhas verdes e peixes ricos em ômega-3, para promover a saúde ocular.

 

4. Evite o tabagismo: o tabaco aumenta o risco de doenças oculares, como a degeneração macular e a catarata. Pare de fumar se for fumante.

 

5. Descanse seus olhos: ao trabalhar em um computador ou ler por longos períodos, faça pausas regulares para descansar os olhos e reduzir a fadiga ocular. Reduza o tempo de uso das telas ao mínimo possível. Importante ressaltar que, no caso de crianças com menos de dois anos, as telas não são recomendadas.

 

6. Mantenha a tela à distância: posicione o monitor do computador a uma distância de cerca de 60 cm dos olhos e ajuste a altura para que a tela fique ao nível dos olhos.

 

7. Use proteção adequada: use óculos de proteção ao realizar atividades que possam expor seus olhos a objetos voadores, produtos químicos ou à poeira.

 

8. Mantenha a higiene ocular: lave as mãos regularmente e evite coçar os olhos para prevenir infecções.

 

9. Mantenha a umidade: use colírios lubrificantes para manter seus olhos hidratados, especialmente em ambientes secos ou com ar-condicionado.

 

10. Durma o suficiente: o sono adequado é essencial para a saúde ocular. Certifique-se de descansar o suficiente todas as noites. Evite o uso de telas ao menos duas horas antes de dormir, a fim de garantir a qualidade do sono.
 

Cerca de 80% das informações que recebemos são obtidas pela visão, por isso, é um dos mais importantes meios de comunicação com o ambiente. Em determinadas situações, nos permite a sensação de segurança, como ao dirigir um veículo; contribui para o bom desenvolvimento infantil por desempenhar um papel crítico na evolução cognitiva e no aprendizado; permite a independência em atividades diárias; entre tantas outras funções. Por isso, preservar e prevenir problemas com a saúde dos olhos depende de atitudes simples, mas com grandes benefícios para a qualidade de vida.


Nutricionista Juliana Vieira lista 6 alimentos que ajudam a prevenir o câncer e os que devem ser evitados

 A profissional recomenda um cardápio variado, rico em frutas, verduras, legumes, cereais integrais, grãos e pobre em alimentos ultraprocessados

 

De acordo com o INCA (Instituto Nacional do Câncer), a má alimentação é responsável por cerca de 20% dos casos de câncer no Brasil. Segundo a instituição, um em cada três casos poderia ser evitado com a adoção de dieta saudável, controle de peso e prática de atividade física.  

A nutricionista Juliana Vieira diz que um cardápio variado, rico em frutas, verduras, legumes, cereais integrais, grãos, e pobre em alimentos ultraprocessados pode prevenir muitos casos de câncer.  Ela elencou 6 alimentos para você incluir na sua dieta.

 

1)FRUTAS VERMELHAS 

Frutas como morango, amora, framboesa e mirtilo têm sua coloração característica devido à presença de pigmentos chamados antocianinas. Essas substâncias têm poder antioxidante e evitam a formação dos radicais livres, moléculas que prejudicam o DNA das células e favorecem o desenvolvimento do câncer. 

Além disso, essas frutas oferecem boas quantidades de vitamina C, que também é um antioxidante poderoso.

 

2. FRUTAS E VEGETAIS AMARELOS E ALARANJADOS 

A coloração amarela ou alaranjada de alimentos como abóbora, batata-doce, cenoura, manga, nectarina e mamão se deve à presença do betacaroteno, um pigmento que protege nosso material genético dos danos causados pela oxidação. 

Outro excelente benefício são suas altas concentrações de vitaminas, minerais e fibras, que permitem o bom funcionamento de todo o organismo.

 

3. FRUTAS CÍTRICAS 

As frutas cítricas são as campeãs quando o assunto é vitamina C, um micronutriente capaz de evitar o estresse oxidativo nas células e prevenir o desenvolvimento de diversos tipos de tumor maligno, inclusive o câncer de mama. 

Por isso, vale a pena investir em frutas como abacaxi, acerola, maracujá, kiwi, laranja, limão e tangerina, ingerindo pelo menos uma porção todos os dias.

  

4. BRÓCOLIS E OUTROS VEGETAIS CRUCÍFEROS

 Os vegetais crucíferos como brócolis, couve-manteiga, couve-flor e repolho são famosos por seu alto conteúdo de fibras, vitaminas e sais minerais, substâncias essenciais para garantir o bom funcionamento do organismo. Além disso, esses alimentos oferecem substâncias que atuam especificamente na prevenção do câncer, como os glucosinolatos.

 

5. SALMÃO E OUTROS PEIXES GORDUROSOS 

Peixes como salmão, sardinha e atum contêm gorduras insaturadas, que são consideradas boas por proteger a saúde cardiovascular e reduzir o risco de desenvolvimento de vários tipos de câncer. 

Essa propriedade se deve também à presença dos ácidos graxos ômega-3, que combatem e previnem a atividade inflamatória – um forte fator de risco para os tumores malignos.

 

6: Castanhas e outras sementes oleaginosas

As castanhas em geral, como amendoim, amêndoas, avelãs, castanha-de-caju, castanha-do-pará e nozes, são fontes de vitamina E, que também apresenta ação antioxidante.

 

Ela também listou alimentos potencialmente cancerígenos.  

1)Excesso de carne vermelha, que é rica em gorduras saturadas e favorece os processos inflamatórios no organismo, aumentando o risco do câncer de mama. Dessa forma, recomenda-se limitar seu consumo a três porções semanais, dando preferência aos peixes e aves. 

2)Frituras e alimentos gordurosos em geral, como lanches de fast food, leite integral e queijos amarelos, também devem ser evitados. A ingestão excessiva de gordura está relacionada ao acúmulo de peso (fator que aumenta o risco do câncer) e à elevação do estradiol, um hormônio relacionado ao câncer de mama. 

3) Açúcares brancos, doces, refrigerantes e produtos industrializados em geral devem ser consumidos com moderação, pois eles contêm substâncias artificiais que desencadeiam processos inflamatórios no organismo. 

"Agora que você conhece alguns alimentos que ajudam a prevenir o câncer de mama, procure incluí-los no seu dia a dia de forma regular para aproveitar todos esses benefícios e excluir ou diminuir o consumo dos que favorecem o câncer", finaliza Juliana.

 

Quase 8 mil crianças e adolescentes recebem diagnóstico de câncer a cada ano

Descoberta tardia da doença, dificuldade de acesso a centros especializados, a recursos de diagnóstico preciso e às novas terapias são desafios para o tratamento


Nesta quinta-feira, 12 de outubro, é comemorado o Dia das Crianças. A Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (SOBOPE) reforça a importância da atenção aos sinais e sintomas do câncer, que continua sendo a primeira causa de morte por doenças em crianças no Brasil.
 

O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que no triênio 2023/2025 ocorrerão, a cada ano, 7.930 novos casos de câncer em crianças e jovens de 0 a 19 anos de idade. Cerca de 80% dos pacientes têm boas chances de cura, principalmente quando o diagnóstico é precoce. 

“O Brasil precisa avançar muito neste ponto, temos que diagnosticar o câncer ainda em suas fases iniciais e garantir acesso a centros de tratamento especializados”, afirma o Dr. Neviçolino de Carvalho, oncologista pediátrico e presidente da SOBOPE. 

O especialista explica que o pediatra da assistência primária tem em suas mãos a responsabilidade de fazer o diagnóstico oportuno, valorizando as queixas de pais e cuidadores e pensando na possibilidade de diagnóstico de câncer. “O olhar cuidadoso nesta etapa é essencial”, afirma. 

Além dos pais, médicos, professores e todos que convivem com a criança e o adolescente devem estar atentos para notar sinais que podem indicar a doença: manchas arroxeadas na pele (hematomas), caroços pelo corpo (ínguas), febre, vômitos, dor de cabeça e persistente, dores ósseas e inchaços nos membros (veja abaixo). 

“Quando se trata de crianças, batemos muito neste ponto de que é preciso reconhecer a doença o quanto antes e agir, buscar o diagnóstico precocemente para que o tratamento se inicie mais rápido, ampliando as chances de desfecho positivo para o paciente”, afirma o presidente da SOBOPE.

Após o diagnóstico é fundamental que a criança receba suporte da família, o que traz um impacto relevante para a recuperação. “É um trabalho conjunto, dos primeiros sinais ao último dia de tratamento. O acompanhamento e os cuidados continuam inclusive após o período terapêutico. A luta é de todos”, conclui.


Veja alguns dos principais sinais do câncer infantojuvenil:

• Perda de peso sem explicação

• Dores de cabeça progressivas e persistentes

• Protuberância ou massa no abdômen ou pescoço

• Mudança na visão, reflexo nos olhos (olho de gato), estrabismo

• Manchas ou caroços (ínguas) pelo corpo

• Inchaço ou dor permanente nos ossos

• Hematomas

• Náuseas

• Anemia

• Febre


Dia Nacional da Vacinação: infectologista alerta para a importância de manter a imunização em dia

Shutterstock
Dados da OMS apontam que as vacinas salvam a vida de mais de 3 milhões de pessoas por ano, especialmente das crianças 

 

Celebrado no próximo dia 17 de outubro, o Dia Nacional da Vacinação alerta para a importância de imunização como forma de controle de epidemias, erradicação e/ou diminuição de incidência de doenças graves, a exemplo da varíola, pneumonia, meningite, dengue, caxumba, gripe, poliomielite, covid-19, rubéola e sarampo. Não à toa, dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que as vacinas disponíveis nas redes públicas e privadas salvam a vida de mais de 3 milhões de pessoas por ano, principalmente de crianças.   

Em virtude dos benefícios e da segurança dos imunizantes, os especialistas vêm chamando atenção para a necessidade de manter a carteira de vacinação em dia, diante a hesitação de uma parcela da população brasileira, nos últimos anos, de se vacinar, o que pode reverter o progresso de controle de doenças evitáveis por vacina.   

Para exemplificar, o infectologista e consultor técnico do Sabin Diagnóstico e Saúde, Claudilson Bastos, pontua que doenças como a varicela (catapora), controladas com a imunização no passado, voltaram a registrar aumento de casos em alguns estados brasileiros, como na Bahia este ano. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (Sesab), de janeiro ao início de agosto deste ano, foram notificados 443 casos de varicela, com maior incidência em crianças menores de 1 ano (16,19 casos por 100 mil habitantes).  

“Essa doença teve um controle muito importante, mas a negação das vacinas e a dificuldade de acesso aos locais de imunização, durante o período mais grave da pandemia da covid-19, fez com que muitas pessoas deixassem de procurar os postos de saúde para se imunizar. O mesmo aconteceu com relação ao sarampo, que voltou a ter casos registrados em alguns estados. Por isso, orientamos que as pessoas confiem e se imunizem, porque as vacinas têm um benefício muito grande para auxiliar a impedir a transmissão e, obviamente, a hospitalização e a mortalidade”, esclarece.   

O Brasil, inclusive, sempre foi referência de vacinação nas Américas, tendo sido o primeiro a criar o Programa Nacional de Imunizações, que completou 50 anos este ano. “O país sempre se destacou na cobertura vacinal e devemos continuar, porque as vacinas mudaram o destino do mundo, sendo algo revolucionário. A poliomielite no Brasil, por exemplo, está sob controle graças aos imunizantes”, reforça ela, completando que “os imunizantes funcionam para estimular o sistema imunológico, criando o que se chama de memória imunológica. Desta forma, teremos as defesas, caso surjam novas infecções causadas por esse vírus ou bactéria”. 

 

Sabin mobiliza sociedade pela vacinação 

Para mobilizar a sociedade sobre a importância das vacinas, o Grupo Sabin criou o movimento #VacinaEmDia. Por meio da iniciativa, promove uma conscientização popular sobre a imunização e a relevância de manter atualizado o cartão vacinal em todas as fases da vida. Lançada em todo o país, ainda durante a pandemia, a campanha permanente pretende conscientizar e disseminar informações seguras sobre as vacinas e os motivos para manter em dia o esquema vacinal.  

 

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Autocuidado pode impactar profundamente a vida de mulheres que enfrentam desafios relacionados a tratamentos oncológicos

Especialista ressalta a necessidade de destacar não apenas a conscientização sobre o câncer de mama, mas também o autocuidado e a promoção da autoestima.

 

No mês do Outubro Rosa, a conscientização sobre o câncer de mama ganha destaque, mas a importância do cuidado integral da saúde da mulher e da promoção da autoestima não deve ser relegada apenas a este período. Esse cuidado envolve a abordagem de todos os aspectos físicos, emocionais, psicológicos e sociais relacionados à saúde feminina, reconhecendo as especificidades e desafios que elas enfrentam ao longo de suas vidas.

 

A importância do cuidado integral da saúde é fundamental para promover o bem-estar, a qualidade de vida e a igualdade de gênero. Essa abordagem reconhece que a saúde das mulheres não pode ser apenas compreendida de forma tradicional, mas deve considerar os diversos aspectos que afetam suas vidas.

 

A biomédica esteta Jéssica Magalhães, compartilha alguns insights sobre como o autocuidado pode impactar profundamente a vida das mulheres que enfrentam desafios relacionados a tratamentos oncológicos. Segundo Jéssica, a autoestima e o cuidado pessoal das mulheres são afetados de maneira significativa quando se tornam pacientes oncológicas. “Elas enfrentam não apenas a carga emocional do tratamento, mas também mudanças estéticas que refletem diretamente em como se veem no espelho. A perda de cabelo, alterações na qualidade da pele e mudanças no peso corporal podem abalar a confiança e a autoimagem das pacientes”, explica.

 

"O que vemos no espelho tem o poder de impactar diretamente em nossa reação em outras áreas da vida", afirma Dra. Jéssica. A autoestima é um elemento crucial para enfrentar os desafios do tratamento oncológico com otimismo e confiança. Ela acrescenta que essa autoestima perpassa por muitas áreas como: família, amigos, trabalho, saúde, lazer entre outros. Ao se olhar com mais carinho e felicidade há uma mudança de comportamento também para a continuidade do tratamento.

 

No contexto do Outubro Rosa, Jéssica ressalta a necessidade de destacar não apenas a conscientização sobre o câncer de mama, mas também o autocuidado e a promoção da autoestima. Ela enfatiza que as mulheres são socialmente educadas para cuidar dos outros, muitas vezes negligenciando a importância de cuidar de si mesmas. "Não há substituto para o amor próprio", diz ela, destacando a importância de cuidar da saúde física e mental.

Quanto aos tratamentos estéticos benéficos para pacientes em recuperação, a especialista pontua que todo tratamento deve começar pela reflexão sobre o que as incomoda. “Só conseguiremos amar a mudança se ela transformar o que nos incomoda em um ponto positivo para nós. A partir daí é feita toda a orientação de como realizar os cuidados do dia-a-dia e planejamento de tratamento. Tenho muitas pacientes que se permitiram ser cuidadas após vencer o câncer. Elas se sentem merecedoras da felicidade e esse sentimento é que muda tudo. Chegam na procura de se sentirem livres de cobranças, padrões, e mais felizes em ser quem são” ressalta Jéssica.  

Para a biomédica, promover o autocuidado, a saúde da mulher e a autoestima não deve se limitar ao Outubro Rosa. Ela recomenda ações diárias, como um banho relaxante, hidratação da pele e cuidados faciais. Além disso, encoraja um exercício simples: olhar-se no espelho e citar cinco coisas que amam em si mesmas. "Isso é o primeiro passo para reconhecer sua própria força", conclui Jessica Magalhães.


Quase meio milhão de americanos podem apresentar síndrome de alergia à carne transmitida por carrapatos

 Professor de Gerontologia da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná (FEMPAR) e médico especialista em Geriatria e Gerontologia pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG). 


Picadas de carrapatos podem causar infecções incapacitantes em humanos, como a doença de Lyme, mas uma nova pesquisa sugere que elas também podem desencadear uma séria alergia à carne.
 

Chamada de síndrome alfa-gal, a condição pode afetar centenas de milhares de americanos, anunciaram as autoridades de saúde dos EUA, mas muitos médicos não estão familiarizados com a condição e nem como diagnosticá-la ou tratá-la. 

De acordo com um dos dois estudos de pesquisadores dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, ambos publicados no Morbidity and Mortality Weekly Report, houve mais de 110.000 casos suspeitos de síndrome alfa-gal relatados entre 2010 e 2022. Nesta base, os investigadores do CDC estimaram que cerca de 450 mil americanos poderão ser afetados. 

Nesse estudo, pesquisadores analisaram os resultados entre 2017 e 2022, de um laboratório que – até agosto de 2021 – era o principal laboratório comercial que oferecia esses testes nos Estados Unidos. 

Mais de 300.000 amostras foram testadas e mais de 30% apresentaram infecção por AGS. 

"A síndrome alfa-gal é um importante problema emergente de saúde pública, com impactos potencialmente graves na saúde que podem durar a vida toda para alguns pacientes. É fundamental que os médicos estejam cientes da AGS para que possam avaliar, diagnosticar e tratar adequadamente seus pacientes, e educá-los sobre a prevenção de picadas de carrapatos para proteger os pacientes de desenvolver essa condição alérgica”, apontou a pesquisadora do CDC, dra. Ann Carpenter, em um comunicado à imprensa. 

Infelizmente, um segundo estudo dos mesmos pesquisadores do CDC descobriu que muitos profissionais de saúde não estão familiarizados com a condição alérgica potencialmente fatal. 

A pesquisa com 1.500 médicos de família, internistas, pediatras, enfermeiros e médicos assistentes mostrou que quase metade, cerca de 42%, nunca tinha ouvido falar de AGS, um terço disse que "não estava muito confiante" em sua capacidade de diagnosticar ou tratar pacientes com a síndrome, e apenas 5% se sentiram "muito confiantes" em suas habilidades. 

Alpha-gal é um açúcar encontrado em carnes de porco, vaca, coelho, cordeiro e de veado, juntamente com produtos feitos de gelatina, leite de vaca, lácteos e alguns produtos farmacêuticos. AGS é uma reação alérgica grave que algumas pessoas têm depois de comer alimentos ou produtos que contenham alfa-gal. 

As evidências sugerem que o AGS está associado à picada de um carrapato, disseram os pesquisadores. “O fardo da síndrome alfa-gal nos Estados Unidos pode ser substancial, dada a grande porcentagem de casos suspeitos de não serem diagnosticados devido a sintomas inespecíficos e inconsistentes, desafios na busca por cuidados de saúde e falta de conscientização do médico”, disse o pesquisador dr. Johanna Salzer, autor em ambos os estudos. 

"É importante que as pessoas que acham que podem sofrer de AGS consultem seu médico ou um alergista, forneçam uma história detalhada dos sintomas, façam um exame físico e um exame de sangue que procure anticorpos específicos, proteínas produzidas pelo seu sistema imunológico, para alpha-gal", destacou ela no comunicado. 

Os sintomas da AGS podem incluir urticária ou erupção cutânea com comichão, náuseas ou vômitos, azia ou indigestão, diarreia, tosse, falta de ar ou dificuldade em respirar, queda da pressão arterial, inchaço dos lábios, garganta, língua ou pálpebras, tonturas ou desmaios, ou forte dor de estômago. Os sintomas geralmente começam duas a seis horas após a ingestão de carne ou outra exposição a produtos que contenham alfa-gal.

 


Rubens de Fraga Júnior


FONTE:

Ann Carpenter et al, Health Care Provider Knowledge Regarding Alpha-gal Syndrome—United States, March–May 2022, MMWR. Morbidity and Mortality Weekly Report (2023). DOI: 10.15585/mmwr.mm7230a1

Julie M. Thompson et al, Geographic Distribution of Suspected Alpha-gal Syndrome Cases—United States, January 2017–December 2022, MMWR. Morbidity and Mortality Weekly Report (2023). DOI: 10.15585/mmwr.mm7230a2

 

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