Mulheres com Síndrome Pré-Menstrual (SPM)
têm mais chances de desenvolver menopausa precoce
Créditos: Envato
Cólicas fortes,
dores de cabeça frequentes e irritabilidade exacerbada podem dobrar chances de
último ciclo menstrual antes dos 40 anos
Mulheres que possuem a Síndrome Pré-Menstrual (SPM)
têm o dobro de chances de desenvolver menopausa precoce, de acordo com um
estudo realizado com mais de 3 mil mulheres, divulgado em setembro. A Síndrome
Pré-Menstrual é um transtorno que ocorre na fase lútea do ciclo e que é
caracterizado pela irritabilidade, ansiedade, dor de cabeça, mau humor, fadiga,
insônia, ganho de peso e mamas doloridas, entre outros.
Além da SPM, há também o Transtorno Disfórico
Pré-Menstrual (TDPM), que é ainda mais grave e severo. Ele é caracterizado
principalmente por sintomas que podem interferir nas atividades rotineiras da
mulher, comprometendo tanto a vida pessoal quanto profissional. Alguns exemplos
comuns são: instabilidade emocional, mau humor extremo, ansiedade intensa e
humor deprimido. O diagnóstico do TDPM deve ser feito por um médico, levando em
conta a exclusão de outras condições médicas, como transtorno de ansiedade,
depressão, endometriose e problemas de tireoide, por exemplo.
A menopausa corresponde ao último ciclo menstrual
de uma mulher e normalmente ocorre entre os 45 e 55 anos. Quando a última
menstruação ocorre antes dos 40 anos, é considerada precoce. A menopausa antes
dos 45 anos é incomum, mas não é considerada precoce.
Duas décadas de pesquisa
O estudo foi realizado com 3.635 mulheres, entre
junho de 1991 e junho de 2017. Desse total, 1.220 delas apresentavam distúrbios
pré-menstruais, enquanto 2.415 não apresentavam. As participantes foram
avaliadas a cada dois anos para relatar a gravidade dos sintomas da TPM e
registrar a data da última menstruação. Entre as mulheres com SPM, 17 relataram
ter tido menopausa precoce, e entre as mulheres sem SPM, 12 relataram o mesmo.
Os cálculos demonstraram uma incidência de menopausa precoce de 7,1 para cada 1.000
pessoas por ano entre as pacientes com SPM, em comparação com 2,7 casos para
cada 1.000 pessoas por ano entre as pacientes sem Síndrome Pré-Menstrual.
A pesquisa foi publicada pela revista médica Jama
Network Open, que é produzida pela Associação Médica Americana. Os
pesquisadores ressaltaram que o estudo tem caráter observacional, ou seja, não
é possível afirmar que os sintomas graves da TPM causem menopausa precoce, mas
há uma correlação entre os dois.
Para a ginecologista Renata Mieko Hayashi, coordenadora
do setor de Saúde da Mulher do Hospital São Marcelino Champagnat, é importante
que as mulheres façam acompanhamento ginecológico e estejam bem informadas
sobre seus corpos. “Cólicas muito intensas não são normais. Sangramento
excessivo não é normal. Ter que mudar completamente a rotina devido à TPM ou ao
período menstrual não é algo normal. Ter um profissional de confiança e
atencioso é essencial para identificar problemas ginecológicos e considerar o
melhor tratamento para cada caso”, recomenda.
Exames de rotina para cada
fase
Adolescência
- A primeira consulta com um médico ginecologista
deve ser realizada na adolescência, especialmente após a menarca, que é a
primeira menstruação da mulher. É importante que o acompanhamento com um
especialista seja feito nessa fase da vida, fornecendo orientações sobre saúde
íntima, informações sobre métodos contraceptivos e como se proteger contra
doenças sexualmente transmissíveis.
Início da vida sexual
- A partir da primeira relação sexual, é importante
que a mulher esteja atenta à necessidade de realizar o exame de Papanicolau
anualmente, além de exames de sangue recomendados pelo especialista.
Exames periódicos
- O Papanicolau é feito para detectar lesões
precursoras do câncer do colo do útero e infecções pelo HPV, e deve ser
realizado anualmente, a menos que haja um(a) parceiro(a) fixo(a); nesse caso, a
frequência pode ser reduzida para a cada três anos.
Entre 30 e 40 anos
- A partir dos 30 anos, é recomendada a mamografia
para mulheres que tenham histórico de câncer de mama na família. Para as
demais, a recomendação vale a partir dos 40. Além disso, um ultrassom
pélvico é realizado para verificar o estado do útero, ovários e trompas. Exames
de sangue são solicitados pelo médico especialista, dependendo das necessidades
individuais.
Entre 40 e 50 anos
- A atenção à saúde das mamas é ainda mais
importante, com a mamografia sendo realizada anualmente. Além dos exames
mencionados anteriormente (que devem ser mantidos), é aconselhável uma
avaliação cardíaca com um especialista. O ginecologista também deve monitorar o
funcionamento da tireoide e avaliações hormonais para verificar a necessidade
de reposição devido à menopausa.
Entre 50 e 60 anos
- Além dos exames citados na faixa etária anterior,
recomenda-se uma avaliação da densidade óssea para verificar o risco de
desenvolvimento de osteoporose.
A partir dos 60 anos
- É importante realizar um acompanhamento anual,
com todos os exames relacionados acima e, se possível, agendar uma consulta com
um neurologista para identificar eventual doença neurológica.
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