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quinta-feira, 17 de agosto de 2023

Dia da Aviação Agrícola: os avanços no mercado

 

Canva Divulgação

Do novo marco egulatório da ANAC à tecnologia de gestão e monitoramento da pulverização aérea que torna mais precisa, segura e sustentável a atividade


A aviação agrícola tem sido cada vez mais utilizada no campo para a aplicação de fertilizantes, sementes e defensivos agrícolas, que auxiliam na produção de alimentos, grãos, fibras e biocombustíveis. Grande aliada dos pequenos, médios e grandes agricultores do país e responsável por uma parcela considerável do PIB nacional, nada mais justo do que existir uma data em sua homenagem. No dia 19 de agosto é comemorado o Dia Nacional da Aviação Agrícola. O motivo desse reconhecimento se deu graças a  uma grande operação que combateu um ataque de pragas que ameaçavam destruir as lavouras em 1947, há 76 anos.

A primeira operação aeroagrícola no Brasil aconteceu na cidade gaúcha de Pelotas, com um avião do aeroclube local e utilizando um sistema improvisado de pulverização para combater gafanhotos, que estavam dizimando a produção local em diversas culturas. Ainda nos dias de hoje essas pragas são motivos de preocupação e por vezes mobilizam governos e organizações em ações de emergência, principalmente em países da América Latina, Oriente Médio e África.

De acordo com o Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag) o Brasil teve em 2022 um crescimento de 3,40% da frota totalizando 2.432 aeronaves, mantendo a posição de segunda maior frota aérea agrícola do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, com mais de 3,6 mil aeronaves.

Leonardo Luvezuti, diretor de negócios da Perfect Flight, relata que a atividade de pulverização via aeronaves ou drones é extremamente necessária para a produção de alimentos em larga escala, dado que em determinadas condições a aplicação terrestre se torna inviável, e que doenças nas lavouras reduzem o volume de produção e diminuem a qualidade dos produtos.


Inovação tecnológica que promove assertividade e segurança na pulverização aérea

O novo marco regulatório da ANAC, aprovado em junho e que entrará em vigor em 2 de outubro, traz modernidade para os operadores e expansão do setor aeroagrícola. Entre as principais mudanças destaca-se a substituição do Cadastro de Operador Aeroagrícola (CDAG) pelo extinto Certificado de Operador Aérea (COA). E também se torna desnecessário apresentar à ANAC o cadastro da empresa junto ao MAPA.

A pulverização de precisão tem um importante papel na aviação agrícola do Brasil e na evolução da atividade. A Perfect Flight, startup brasileira que desenvolveu a mais completa plataforma de gestão e rastreabilidade de pulverização aérea do mundo, é um exemplo de inovação no setor. Leonardo Luvezuti diz que a inovação é essencial para o desenvolvimento do setor, assim como para outras cadeias produtivas.

A tecnologia da agtech efetivamente diminui a quantidade de defensivos liberados por aeronaves, pois auxilia no planejamento e análise das aplicações por parte tanto dos produtores quanto dos pilotos, evitando a sobredosagem e a subdosagem dos produtos, que nesse último caso tem como consequência a necessidade de uma nova aplicação para o controle de pragas e doenças.

A plataforma também se torna uma aliada do piloto de aeronaves agrícolas durante o processo de pulverização, pois conta com uma ferramenta de pré-voo que, quando selecionada a área onde o defensivo será aplicado, já se observa os pontos de restrição previamente cadastrados, impedindo que a aplicação seja feita em locais de restrição (como nascentes, APPs, civilização e outras produções). Consequentemente, gera mais assertividade e aumento nas taxas de rendimento e sustentabilidade, preservando a flora e a fauna nas proximidades. Outro aspecto relevante apresentado pela solução é o custo-benefício proporcionado, uma vez que promove a diminuição do tempo de voo de aeronaves e o uso de combustível.

"Nós possuímos dados de áreas e regiões que tinham parado de usar a aviação agrícola e retomaram o serviço graças à segurança, alta performance, economia e sustentabilidade que a plataforma oferece. Por isso, ressalto sempre a importância do agronegócio estar aberto ao novo”, menciona Luvezuti.

Com o objetivo de manter-se constantemente atualizada e agregar ainda mais valor ao mercado, a Perfect Flight busca participar de diversos eventos nacionais do setor, como o Congresso de Aviação Agrícola, e internacionais também. Nesse ano, por exemplo, entre os dias 4 e 7 de dezembro, participará da maior feira mundial do setor aeroagrícola: a NAAA Ag Aviation Expo, nos Estados Unidos. O evento promove a indústria de aviação agrícola, apresenta seminários e fóruns que abordam eventos e questões atuais, além de oportunidades de networking.

“Esses eventos são fundamentais para todos os profissionais da área, pois são uma forma de destacar o que está sendo feito no mercado. E para nós da Perfect Flight, é uma forma de expandir nossa tecnologia em prol do setor aeroagrícola”, finaliza Leonardo Luvezuti.

 

Leonardo Luvezuti - Engenheiro agrônomo, formado pela Universidade Federal de Lavras, Leonardo Luvezuti trabalha com agricultura de precisão desde 2014. Atua como head de negócios da Perfect Flight, startup que vem ganhando destaque no cenário agrícola mundial, promovendo a gestão sustentável da pulverização agrícola. Leonardo possui MBA em Marketing pela USP-Esalq e especialização em Customer Engagement pela International House de Brisbane, Austrália.


Perfect Flight
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Como a assinatura digital pode contribuir com a área de TI

Na era digital, a segurança da informação tornou-se uma preocupação fundamental para as empresas, especialmente na área de Tecnologia da Informação (TI).

Nesse contexto, a autenticidade e a integridade dos documentos digitais são elementos essenciais para garantir a confiabilidade das transações e a proteção dos dados sensíveis.

Sob esse ponto de vista, a assinatura digital desponta como uma solução eficiente, permitindo a validação e a autenticação de documentos de forma segura e juridicamente válida em diversas áreas, inclusive na área de TI.


O que é assinatura digital?

Em síntese, a assinatura digital é um mecanismo criptográfico que garante a autenticidade e a integridade de documentos ou dados digitais. Todavia, ao contrário da assinatura manuscrita, que é feita com uma caneta em papel, a assinatura digital é baseada em algoritmos matemáticos e utiliza chaves criptográficas para validar a autoria e a integridade do documento.

Diante disso, para criar uma assinatura digital, é gerado um par de chaves criptográficas: uma chave privada, que é mantida em sigilo pelo signatário, e uma chave pública, que é compartilhada publicamente. Nesse sentido, a chave privada é usada para assinar digitalmente o documento. Por sua vez, a chave pública é usada para verificar a autenticidade da assinatura.

Deste modo, ao aplicar a assinatura digital em um documento, qualquer alteração posterior ao conteúdo será detectada, pois a integridade dos dados é protegida pela criptografia. Portanto, a assinatura digital é única para cada documento. Logo, garante que não possa ser copiada ou reutilizada em outro contexto.

Sob essa ótica, graças à sua segurança e validade jurídica, a assinatura digital tem se tornado uma ferramenta essencial para diversas áreas, especialmente no campo da Tecnologia da Informação (TI), contribuindo, portanto, para a proteção dos dados e a agilidade dos processos em um ambiente digital cada vez mais presente em nossas vidas. Desde a criação de sites especializados em oferecer soluções tecnológicas, a área de TI está presente para fazer não só com que tudo funcione, como também esteja protegido.


Benefícios da assinatura digital na área de TI

A assinatura digital traz diversos benefícios para a área de Tecnologia da Informação (TI), destacando-se como uma solução segura e eficiente para lidar com documentos e processos digitais. Logo, entre os principais benefícios estão:


– Aumento da segurança

A assinatura digital utiliza criptografia avançada para garantir a autenticidade e a integridade dos documentos. Consequentemente, previne a falsificação e a adulteração de informações sensíveis.


– Redução de custos e tempo

Com a eliminação do uso de papel e a necessidade de impressão, envio e armazenamento físico de documentos, a assinatura digital contribui para a redução de custos operacionais. Além disso, agiliza os processos.


– Conformidade legal

A assinatura digital é reconhecida legalmente em muitos países e atende aos requisitos de validade jurídica, permitindo, então, que transações e contratos sejam realizados de forma segura e em conformidade com a legislação vigente.


– Facilidade de uso

A aplicação da assinatura digital é simples e acessível, possibilitando que usuários a utilizem de forma intuitiva em diferentes dispositivos, como, por exemplo: computadores, tablets e smartphones.


– Rastreabilidade e auditoria

A assinatura digital proporciona um registro detalhado de cada transação, facilitando, dessa maneira, a rastreabilidade e a auditoria de documentos, o que é especialmente importante em ambientes corporativos e transações financeiras.


– Sustentabilidade ambiental

Com a redução do uso de papel e recursos físicos, a adoção da assinatura digital contribui para a preservação do meio ambiente e a sustentabilidade.


– Integração com sistemas e aplicativos

A tecnologia da assinatura digital pode ser facilmente integrada a sistemas e aplicativos utilizados na área de TI, garantindo uma experiência fluida e integrada aos processos existentes.

Em suma, a adoção da assinatura digital na área de TI é uma estratégia inteligente e vantajosa, trazendo eficiência, segurança e conformidade legal para as operações e processos digitais. Além disso, contribui para uma gestão mais sustentável e econômica.


Aplicações práticas da assinatura digital na área de TI

A tecnologia de assinatura digital tem uma ampla gama de aplicações na área de Tecnologia da Informação (TI), trazendo maior segurança, eficiência e agilidade nos processos digitais. Assim sendo, algumas das principais aplicações práticas incluem:


– Contratos eletrônicos

A assinatura digital é amplamente utilizada para formalizar contratos, acordos e outros documentos legais de forma digital. Com isso, elimina-se a necessidade de documentos físicos e permite que as partes envolvidas assinem eletronicamente, garantindo autenticidade e validade jurídica.


– Autenticação de usuários

A assinatura digital pode ser empregada como um meio de autenticação forte em sistemas e aplicativos, garantindo que apenas usuários autorizados tenham acesso a informações e funcionalidades específicas. Por conseguinte, ajuda a proteger dados sensíveis e evitar acessos não autorizados.


– Fluxo de trabalho digital

Com a assinatura digital, os processos de aprovação, revisão e validação de documentos em ambientes de trabalho digitais tornam-se mais ágeis e eficientes. Dessa maneira, os documentos podem ser assinados eletronicamente, reduzindo a necessidade de impressões, envios e armazenamento físico.


– Gerenciamento de documentos

A assinatura digital facilita o gerenciamento de documentos em ambientes digitais. Assim, eles podem ser assinados, rastreados e armazenados de forma segura e organizada. Deste modo, simplifica a busca por informações com total integridade dos documentos ao longo do tempo.


– Assinatura de e-mails e transações online

A assinatura digital pode ser aplicada em e-mails e transações online, conferindo autenticidade e segurança às comunicações digitais. Logo, isso é especialmente relevante em ambientes corporativos e em transações financeiras realizadas pela internet.

– Assinatura de aplicativos e atualizações

A tecnologia de assinatura digital é utilizada para assinar digitalmente aplicativos e atualizações. Com isso, evita-se adulterações e que sejam originários de fontes não confiáveis.


– Validade jurídica internacional

A assinatura digital é reconhecida internacionalmente como uma forma legítima de autenticação de documentos. Posto isso, com ela é possível realizar transações comerciais e legais em escala global. 

Em resumo, a assinatura digital oferece soluções inovadoras e seguras para diversas aplicações na área de TI, tornando-se uma ferramenta indispensável para garantir autenticidade, integridade e eficiência nos processos digitais.

 

QualiSign
https://qualisign.documentoeletronico.com.br/assinatura-digital-e-eletronica-anuncio-principal?utm_source=post&utm_medium=blog&utm_campaign=qs-news-assinatura-digital-na-area-de-ti


FDA, Anvisa americana, alivia regulação sobre charutos premium

Decisão saiu na semana passada e atende demanda de anos do setor. Segmento no Brasil movimenta cerca de 1,5 bilhões de reais


Os apreciadores de charutos nos Estados Unidos podem soltar fumaça de felicidade. Na última semana, o Food and Drug Administration (FDA), equivalente a Anvisa brasileira, tomou uma decisão incontestável: revogou uma lei de 2016 que classificava da mesma forma charutos premium e cigarros comuns. A decisão corrige um erro histórico ao equiparar os produtos da mesma forma e retira ainda a obrigatoriedade de alertas nas embalagens.

As duas maiores associações americanas do setor, a Premium Cigar Association e a Cigar Rights of America, moviam uma ação que requisitava a diferenciação entre os produtos. Eles alegaram que, ao contrário dos cigarros comuns e cigarros eletrônicos, os charutos premium não atraem os jovens e não estão associados ao vício. Embasaram ainda o pedido com estudos que mostram que é improvável que jovens consumam charutos premium, uma vez que o custo por unidade é elevado e que usuários de charutos não consomem o produto com alta frequência, como acontece com cigarros.

Os representantes do setor anexaram estudos que demonstram que o eventual consumo de charutos não está associado ao aumento da mortalidade e fabricantes de charutos registram seus produtos anualmente e fornecem listas de ingredientes para cada produto, exigindo que todos os produtos sejam submetidos a testes de laboratório. A decisão seria impraticável para charutos premium, feitos de forma artesanal.


Mercado nacional

O Brasil é um importante player desse mercado, ocupa o posto de 2º maior produtor mundial de tabaco e, desde 1993, maior exportador do mundo. Segundo dados do Sinditabaco, 85% da produção nacional destina-se ao mercado exterior. Clientes de todo o mundo – 105 países – são abastecidos com o tabaco brasileiro. Em 2021, as exportações do setor alcançaram 464 mil toneladas e divisas de US$ 1,46 bilhões.


Moeda digital poderá otimizar transações no varejo e reduzir burocracias

  Drex demandará estímulo à educação digital, mas tem potencial para aumentar a produtividade e diminuir trâmites nas operações

 
O Drex, moeda digital brasileira lançada pelo Banco Central (Bacen), tem potencial de trazer agilidade e eficácia às transações no varejo, aumentando a produtividade dos negócios e, consequentemente, o lucro a longo prazo. A avaliação é da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Para a Entidade, os empreendedores terão novas possibilidades com a chegada da inovação, que promete simplificar transações por meio da tokenização, reduzindo barreiras burocráticas.
 
Graças aos smart contracts — contratos digitais executados automaticamente por meio de um software —, processos serão automatizados e otimizados, ao acelerar negociações e diminuir a necessidade de intermediários. Os objetivos da moeda, segundo o Bacen, são minimizar os custos de transação, potencializar a eficiência de pagamentos e catalisar inovações financeiras. “Enquanto o PIX é uma ferramenta para realizar transferências de dinheiro em tempo real, o Drex é o próprio dinheiro em formato digital. A infraestrutura blockchain dele abre portas para inovações contínuas, garantindo a transação de informações de maneira ágil, transparente e segura, com redução de custos”, pontua a assessora técnica do Conselho de Economia Digital e Inovação da FecomercioSP, Kelly Carvalho. Ela ainda reforça que “o Drex é uma extensão do dinheiro físico, desenhada para modernizar e, diversificar as opções financeiras, otimizando a maneira como conduzimos as transações diárias, mas não será o fim do papel-moeda”.
 
Com a chegada da moeda digital, o comércio passa a ter uma importante vantagem: a capacidade de recebimento de valores, quase imediata, após uma transação. Isso otimizará o fluxo de caixa e vai tornar a moeda digital ainda mais atrativa para as empresas. No caso das pequenas e médias, o uso do Drex evidenciará alguns desafios práticos. Na avaliação da FecomercioSP, será crucial que elas mantenham um diálogo proativo com o Bacen, identificando como a nova moeda pode otimizar as atividades. A digitalização implica também uma avaliação refinada ao escolher parceiros e modelos de negócio. Nesse cenário, manter-se atualizado será fundamental para a permanência e a competitividade em um mercado em constante evolução.


 
Segurança e receptividade

Embora a moeda tenha potencial para maior rastreabilidade em transações, ajudando na mitigação de atividades ilícitas, como com qualquer inovação, haverá desafios quanto à segurança de dados. Por essa razão, a implementação de métodos de identificação robustos — além da consciência do funcionamento e de estratégias para manter a privacidade nas transações — é ponto essencial para garantir a proteção dos dados dos usuários e das empresas.
 
Atualmente, os esforços para a implementação do Drex estão em etapa de experimentação, que se deu início em março. As simulações estão programadas para setembro de 2023. O lançamento oficial da moeda é previsto para o fim de 2024 ou começo de 2025. O Drex funcionará, primordialmente, como moeda de atacado, circulando apenas entre as instituições financeiras. Embora os clientes realizem operações com essa moeda, não terá acesso direto a ela. A atuação se dará apenas por intermédio de carteiras digitais disponíveis nos apps dos bancos. Ainda não há uma definição clara dos serviços que serão executados via Drex. No entanto, os ativos a serem testados no projeto-piloto são os seguintes: depósitos de contas de reservas bancárias; depósitos de contas de liquidação; depósitos de conta única do Tesouro Nacional; depósitos bancários à vista; contas de pagamento de instituições; e títulos públicos federais.
 
Além disso, para que a operação se torne factível, será imprescindível uma integração tecnológica que englobe bancos comerciais, o Bacen (para a emissão do real digital) e autoridades como Detrans e cartórios de notas e de registros de imóveis. Esse movimento também deve abarcar marketplaces, que atuarão como intermediadores, garantindo a verificação do processo e assegurando a identidade das partes, das transações e dos ativos negociados. Outras questões a serem consideradas são a inclusão digital e a aceitabilidade da moeda. Será preciso garantir que todos, independentemente da localização ou do status socioeconômico, tenham acesso à moeda digital. Os beneficiários precisarão aprender como usar a nova plataforma, realizar transações, verificar saldos e entender as taxas associadas. Nesse sentido, o Bacen desempenhará papel importante ao explicar o modelo à população.
 
As transações realizadas via blockchain são reconhecidas por sua elevada segurança. No entanto, isso não significa que estejam imunes a ameaças. O principal risco não reside na tecnologia em si, mas nos fatores externos a ela, deixando os usuários vulneráveis a roubos de dados, fraudes e outros tipos de crimes que envolvam a segurança das informações.
 
Por fim, será preciso fortalecer a aceitação da moeda em uma vasta gama de estabelecimentos, promovendo sua universalidade, especialmente em lojas menores ou mais tradicionais, que podem não estar preparadas para lidar com pagamentos digitais ou desconhecem o seu uso. O Drex implicará, ainda, certos custos operacionais ainda não divulgados pelo Bacen.


 
FecomercioSP


Começa neste sábado (19) fase de teste do novo FGTS Digital

Período de testes segue até 10 de novembro; novo sistema de recolhimento vai gerar economia e transparência para empregadores 

 

O FGTS Digital é a nova plataforma de arrecadação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). O sistema trará mudanças nas formas de recolhimento do fundo para as empresas e, de acordo com a IOB, smart tech que entrega conteúdo de legislação e sistemas de gestão contábil e empresarial, a migração para o digital vai simplificar a obrigação mensal e trazer vantagens para empresas e transparência aos colaboradores. MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) inicia a fase de testes do FGTS Digital neste sábado (19).  

Uma das principais mudanças é o pagamento via PIX. Segundo Mariza Machado, especialista trabalhista e previdenciária da IOB, antes realizado via guia de recolhimento, o pagamento passará a ser feito exclusivamente por meio do PIX. “No FGTS Digital, os novos boletos serão gerados com QR Code para leitura e pagamento via aplicativo ou site da instituição financeira da empresa. Essa modalidade de pagamento permite uma segurança maior no processo de recolhimento e, além disso, resulta numa economia para a empresa”, explica.   

“Ao contrário das guias de recolhimento, no pagamento via PIX não há a cobrança de tarifas bancárias, o que representa uma economia de recursos que pode ser destinado a outras áreas da empresa”, diz a especialista da IOB.  
 

Uso do eSocial 

A plataforma do FGTS Digital também será integrada ao eSocial, sistema utilizado pelas empresas para envio de informações fiscais, trabalhistas e previdenciárias ao Governo Federal. Com a adaptação, a plataforma fará uso do CPF dos funcionários para registros, não sendo necessário o número do PIS, além de otimizar o tempo gasto no envio dos dados.  

A integração também facilitará o acompanhamento do recolhimento do FGTS por parte dos empregados, pois os depósitos dos valores nas contas vinculadas serão mais ágeis, o que facilitará a constatação do cumprimento das obrigações por parte das empresas. “O não recolhimento dos valores devidos nos prazos corretos gera consequências, como no bloqueio da emissão do certificado de regularidade do FGTS”, pontua a especialista.  

Esse bloqueio pode complicar e muito a vida dos empresários. “Esse documento é fundamental em várias situações, como por exemplo, para empréstimos bancários; para participar de processos de licitação e em contratações com o governo”, reforça Mariza Machado. 
 

Quando começa a valer? 

O FGTS Digital tem sua implementação prevista somente para janeiro de 2024. No entanto, a partir do dia 19 de agosto de 2023, as empresas do grupo 1 do eSocial  já poderão participar do período de testes da plataforma, chamado de Produção Limitada, que vai até o dia 10 de novembro. Os integrantes dos grupos 2, 3 e 4 do eSocial poderão iniciar os testes a partir de 16 de setembro.  

Os cadastros realizados durante o período de testes serão válidos quando o FGTS Digital entrar em vigor no próximo ano. Para Mariza Machado, as empresas devem aproveitar esse período para se adaptarem ao novo sistema e se prepararem para sua implementação definitiva no começo do próximo ano. 
 

Pagamentos de período anterior à implementação do FGTS Digital ficarão como? 

Empresas que precisam efetuar depósitos de competências anteriores à implementação do FGTS Digital continuarão utilizando as guias de recolhimentos emitidas pela Caixa Econômica Federal. O FGTS Digital só terá efeito para os pagamentos ocorridos a partir de janeiro de 2024. Ou seja, os valores em aberto antes da implementação do FGTS Digital devem ser feitos pelo sistema conectividade da Caixa via SEFIP.  

 

Quais as consequências para quem descumprir? 

As penalidades pelo não recolhimento do FGTS estão previstas no artigo 22 da Lei 8.036/90, com correção pela Taxa Referencial (TR) além de juros de 0,5 ao mês e multa de 5% no mês de vencimento da obrigação e 10% a partir do mês seguinte ao do vencimento da obrigação.  

A repetida falta de depósito do FGTS pode ser caracterizada como falta grave do empregador prevista no artigo 483 da CLT, a qual enseja a rescisão indireta do contrato de trabalho (justa causa) da empresa, devendo quitar as verbas rescisórias decorrente de uma dispensa imotivada.  

 

IOB

 

Bancos e instituições financeiras podem fortalecer suas operações com soluções de segurança física e cibernética unificadas e abertas

 Diante de um contexto no qual a criminalidade física e cibernética cresce dia após dia, é fundamental que as empresas do setor financeiro tenham soluções unificadas e sofisticadas de segurança para garantir a proteção do seu patrimônio, das pessoas que frequentam suas agências e de todos os dados que movimentam

 

Os bancos brasileiros representam 8% do PIB nacional e são essenciais para o crescimento econômico e estabilidade financeira do País, sendo referência global em termos de eficiência operacional e inovação tecnológica. Até pela natureza de seus negócios uma das áreas em que investem pesadamente é a de segurança, tanto patrimonial, como cibernética, que teve seus valores ampliados em 29% em 2022, chegando a R 45 bilhões, segundo dados da Febraban (Federação Brasileira de Bancos). 

Estes investimentos incluem aquisição de novas tecnologias para proteger seus ativos e sistemas, como firewalls, antivírus, sistemas de detecção de intrusão, câmeras, leitores de placas e outros sistemas de segurança, além de treinamentos de pessoal com o intuito de ajudá-los a identificar riscos e evitar ameaças. Contemplam também melhorias da governança, como a criação de políticas e procedimentos, nomeação de gestores e realização de auditorias. “Os bancos são muito conscientes da importância da segurança para garantir suas operações e a resiliência e desenvolvimento de seus negócios, pois tem cálculos muito claros sobre os grandes prejuízos financeiros e operacionais gerados por invasões físicas e cibernéticas, assim como dos danos causados à reputação de suas marcas”, afirma José Rodrigues da Silva Neto, gerente de Vendas para verticais de Varejo e Finanças. 

Segundo Rodrigues Neto, com o avanço das transformações digitais, os desafios de segurança dos bancos só crescem, devido ao aumento da complexidade e interconexão dos sistemas e processos, à sofisticação e ampliação vertiginosa dos ataques dos hackers, seja para roubar dados, atacar infraestruturas críticas ou causar interrupções nos negócios. Outros obstáculos a serem superado são a falta dos recursos necessários para implementar e manter a segurança robusta, gerados por orçamentos limitados, a existência de silos em equipes com uso de tecnologias e processos antigos e enraizados, dificuldade de encontrar profissionais qualificados e de envolver a alta administração nessas questões. 

“Diante desse cenário complexo de ameaças e para atender a evolução das necessidades dos clientes, os bancos precisam de sistemas de segurança empresarial unificados, com plataformas abertas para aceitar a adoção de novas tecnologias, garantindo flexibilidade e agilidade à implementação, e que possam ser gerenciados de forma centralizada para otimizar seus investimentos, sem limitar o potencial de crescimento futuro”, explica o executivo da Genetec. 

Mais do que apenas uma coleção de ferramentas, um banco precisa de uma plataforma que seja projetada com segurança e conectividade em mente desde o início. Isso significa uma arquitetura acessível, fácil de gerenciar e segura por dentro e por fora — acima de tudo. Com a adoção do Genetec Security Center, o banco pode ter uma Central de Segurança conectada para proteger as pessoas, seus ativos e dados de modo a atender às expectativas do mercado e as legislações nacionais, com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
 

Soluções de segurança unificadas apoiam agências bancárias e financeiras conectadas 

Dentro de qualquer agência bancária ou financeira existem muitos dispositivos e notificações para acompanhar diariamente.  Por isso, a plataforma de segurança deve ajudar a criar um banco totalmente conectado, com uma coleção de sistemas que podem ser gerenciados e dimensionados à medida que a instituição cresce. Um sistema unificado permite o monitoramento de espaços, validação de transações em caixas eletrônicos e caixas físicos com imagens de vídeo, contextualização de eventos de intrusão, proteção de áreas restritas e colaboração com a aplicação da lei. 

“Outra questão é fortalecer a resiliência cibernética, pois as instituições financeiras estão cada vez mais na mira dos ataques cibernéticos à medida que a conectividade se expande na era da IoT. Esta nova realidade exige um sistema seguro com múltiplas linhas de defesa para apoiar a proteção de dados, ajudando a entender, identificar e mitigar riscos para tornar a organização mais protegida”, enfatiza Rodrigues Neto. De acordo com ele. Por este motivo, os painéis personalizáveis do Genetec Security Center podem calcular uma pontuação dinâmica de segurança cibernética para o sistema do banco, sugerindo medidas a tomar para aumentar a resiliência e verificar se estão sendo adotadas as melhores práticas. 

A cibersegurança é fundamental porque hoje os clientes esperam experiências satisfatórias com serviços bancários contínuos e seguros. Mas para conseguir isso, é preciso que as pessoas consigam navegar de forma fácil e tranquila pelos serviços, o que requer a coleta, armazenamento, processamento e análise de dados, capazes de se tornarem informações valiosas. Isso demanda que o sistema de segurança possa filtrar o ruído e apresentar insights de maneira eficiente. Com um banco conectado unificado, operadores e equipe de segurança podem visualizar e acessar os dados de todos os sistemas de segurança por meio de painéis personalizados e mapas gráficos, em um aplicativo móvel ou cliente da web. 

“Com este objetivo, os gestores de segurança devem visualizar as atividades de várias filiais remotas e locais corporativos de um sistema centralizado, sem interromper as operações. Isso facilita as investigações, porque se verifica as ocorrências a partir de um único ponto de contato, no qual se monitora vídeos, gerencia alarmes e coleta dados relevantes”, ressalta o executivo da Genetec. Outro diferencial é poder simplificar as operações, tendo uma visão geral de todas as operações da instituição, o que contribui para aumentar a eficiência e escalabilidade entre departamentos. “Com essa centralização, é possível Imediatamente localizar câmeras, portas e outros dispositivos perto de incidentes e escolher o melhor curso de ação para resolver os incidentes de segurança mais rapidamente, seguindo automaticamente procedimentos pré-definidos”, diz Rodrigues Neto. 

Outro diferencial é que uma plataforma unificada e aberta, como o Security Center, possibilita redimensionar as ferramentas à medida que suas necessidades evoluem, pois garante a viabilidade de longo prazo dos investimentos suportando uma gama cada vez maior de câmeras, dispositivos de controle de acesso e fechaduras eletrônicas. Uma vantagem adicional é ter uma pesquisa transacional incorporada e ferramenta de unificação de vídeo, na qual a equipe de segurança pode pesquisar critérios de transações suspeitas e visualizar imediatamente as correspondentes transações nos caixas eletrônicos ou físicos junto com seus vídeos associados. “Outro aspecto importante é que nossa plataforma, além de unificada e aberta, pode ser adquirida as a service, pois está disponível na nuvem, permitindo que as instituições financeiras migrem seus sites em seu próprio ritmo, o que elimina a necessidade de equipamentos no local e custos associados. Esta é uma alternativa interessante para driblar os orçamentos limitados de muitas empresas”, conclui Rodrigues Neto. 
 

Genetec



10 mudanças de hábitos que farão sua vida financeira decolar

Mentora e especialista, Carina Costa lançará livro sobre o tema e compartilha insights para quem deseja ter uma relação saudável com o dinheiro


Conquistar uma vida financeira saudável é uma das metas que quase todas as pessoas desejam alcançar. Entretanto, não é fácil. Para quem sofre com dívidas e problemas com dinheiro, lidar com essas situações pode ser um grande problema, mas, felizmente, é algo que pode ser resolvido, desde que haja comprometimento e autocontrole. 

Para Carina Costa, mentora high performance para empresários, mudar a própria situação em relação ao campo financeiro é uma jornada de transformação e disciplina, requer uma abordagem estruturada e um compromisso sincero para criar impactos duradouros.  

Para auxiliar quem vivencia ”situações de aperto”, ela compartilha 10 passos que podem ajudar quem deseja mudar seus hábitos e ter uma nova vida financeira. 

 

Confira! 

1. Busque ter autoconsciência financeira 

Faça uma análise honesta de seus padrões financeiros atuais. Identifique onde está gastando excessivamente, onde pode economizar e áreas que precisam de ajustes. Esse é o primeiro passo.

 

2. Defina metas financeiras objetivas 

Estabeleça metas financeiras específicas, mensuráveis e alcançáveis. Seja realista sobre o que deseja alcançar, como pagar dívidas, criar uma reserva de emergência ou investir para o futuro.

 

3. Crie um plano de orçamento realista 

Criar um orçamento realista que permita o equilíbrio entre gastos, economias e investimentos é fundamental. Acompanhe suas despesas e ajuste, conforme necessário, para atingir suas metas.

 

4. Identifique hábitos destrutivos 

Reconheça os hábitos financeiros negativos que o impedem de evoluir nesse assunto, como compras impulsivas ou despesas desnecessárias. Compreender esses gatilhos é crucial para evitar recaídas.

 

5. Gradualmente, faça substituição de seus hábitos 

Em vez de tentar mudar tudo de uma vez, foque em substituir gradualmente os hábitos negativos por comportamentos saudáveis. Por exemplo: reserve um tempo para planejar compras e evite decisões impulsivas.

 

6. Aplique os ensinamentos da Educação Financeira de forma contínua 

Invista tempo na sua educação financeira. Leia livros, participe de cursos online ou busque orientação de especialistas. Quanto mais você entende sobre finanças, mais capaz será de tomar decisões informadas.

 

7. Automatize suas finanças 

Configure transferências automáticas para poupança, investimentos ou pagamento de dívidas. Isso garante que você esteja cumprindo suas metas financeiras regularmente.

 

8. Crie um círculo de apoio 

Compartilhe suas metas com amigos, familiares ou grupos online que tenham interesses semelhantes. Ter um sistema de apoio pode mantê-lo motivado e responsável.

 

9. Celebre pequenas vitórias 

À medida que alcança marcos financeiros, celebre suas conquistas, mas sem ultrapassar limites e sem ir contra todo seu trabalho. Isso reforça a positividade e incentiva a continuidade dos novos hábitos.

 

10. Faça avaliações e ajustes constantes 

Periodicamente, reveja seu progresso, faça ajustes no seu plano e redefina metas mais ambiciosas à medida que alcança sucesso. 

A especialista explica que seguir esses passos é só o início da jornada, mas que os resultados são recompensadores. “Mudar hábitos exige tempo e esforço, mas a recompensa é uma nova vida financeira sustentável e gratificante. Lembre-se de que cada pequeno passo, o aproxima do seu objetivo e permite que você crie uma base sólida para um futuro promissor”, pontua. 

Carina, em breve, estará lançando o livro “O Despertar do Coma Financeiro”, que ela define como um “guia transformador para aqueles que desejam redefinir sua relação com o dinheiro e conquistar uma vida financeira mais plena”.  

São, em média, 230 páginas onde ela explora estratégias eficazes para sair das dívidas, recuperar o controle financeiro e desenvolver uma mentalidade próspera e empreendedora, além de compartilhar ferramentas e recursos valiosos para ajudar os leitores a reconstruírem suas vidas e alcançarem a independência financeira.


Inclusão de regras de tributação de criptoativos na MP do salário-mínimo é inconstitucional, defende ABCripto

Emenda parlamentar não tem ligação direta com o texto principal em discussão no Congresso Nacional, e não leva em consideração as especificidades do mercado cripto

 

Na esteira das discussões sobre a reforma tributária, a medida provisória (MP 1171 e 1172, de 2023) que definiu o reajuste do salário mínimo, incluiu dispositivos para definir novas regras de tributação de investimentos no exterior envolvendo criptoativos e ativos digitais. A comissão mista que analisa a MP aprovou, na última terça-feira (08) o novo texto que incorpora disposições originalmente previstas na MP no Projeto de Lei de Conversão (PL) 15/2023. 

O PL trata da qualificação de criptoativos e carteiras digitais com rendimentos enquanto aplicações financeiras; a qualificação da variação da criptomoeda frente à moeda nacional e de rendimentos em depósitos em carteiras digitais, a exemplo dos rendimentos de aplicações financeiras no exterior. Com a mudança para a MP, o envio e recebimento de criptoativos passam a ser equiparados, para fins tributários, às transações com demais ativos financeiros, com a possível aplicação dos novos regimes de alíquotas e outras definições da reforma tributária. 

Em nota técnica disponível na íntegra neste link, a Associação Brasileira de Criptoeconomia (ABCripto), com suporte dos advogados Daniel e Eduardo de Paiva Gomes, sócios do VDV Advogados – escritório que é membro da associação –, defende que a emenda parlamentar inserida na MP do salário mínimo pega carona em uma pauta sem relação com o tema inicial da proposta, o chamado “jabuti”, no jargão jurídico. “A inserção dos criptoativos, de maneira indiscriminada, na categoria de aplicações financeiras é uma questão controversa, imprópria, ilegal e potencialmente inconstitucional", ressalta Daniel Paiva. 

Segundo o especialista, os criptoativos não podem ser tratados de forma ampla e indiscriminada como aplicações financeiras tradicionais, e é essencial adaptá-los à realidade atual, respeitando as peculiaridades e garantindo um ambiente jurídico seguro e coerente. "As carteiras digitais são essenciais para o funcionamento e gestão dos criptoativos, mas não são aplicações financeiras. São ferramentas ou infraestruturas que permitem o armazenamento das chaves privadas e a transação de criptoativos. Enquadrá-las como aplicações financeiras é uma simplificação excessiva e imprecisa da sua verdadeira função e natureza", explica Paiva.  

Para o advogado, enquanto aplicações tradicionais possuem relações claras com terceiros – como a relação entre um investidor -, as carteiras digitais servem como meio para os usuários gerenciarem seus próprios ativos. Além disso, destaca Eduardo Paiva, “o valor de um criptoativo dentro de uma carteira digital pode flutuar com base no mercado, mas a carteira em si não tem influência sobre essa valorização ou desvalorização. Ela é neutra e apenas reflete o valor atual do ativo". Cada tipo de carteira digital foi projetado para atender a diferentes necessidades e níveis de segurança. Na visão de Eduardo, ao enquadrar os criptoativos como aplicações financeiras de forma genérica, o texto reduz a segurança jurídica e ignora as nuances desses ativos. “A consequência é a possibilidade de políticas regulatórias inadequadas, prejudicando tanto os investidores quanto o desenvolvimento do setor", completa.  

Além disso, os criptoativos não possuem, necessariamente, o seu valor atrelado a uma cotação em moeda nacional ou moeda estrangeira. "Em razão disso, o preço do criptoativo corresponde simplesmente à demanda do mercado em um dado momento, como acontece com qualquer tipo de ativo. Uma bitcoin pode ser adquirida pelo preço praticado em determinada corretora, ao mesmo tempo em que pode ser negociada diretamente entre as partes por outro preço, seja inferior ou superior", explica Eduardo Paiva.  

Segundo Daniel Paiva, do VDV, o Projeto de Lei de Conversão não traz conceitos ou definições aprofundadas. "O texto se vale apenas de exemplos, sem critérios sólidos para definir quando está localizado no Brasil ou no exterior, o que impede a identificação adequada da tributação. O texto atual traz lacunas conceituais que elevam a insegurança jurídica e a complexidade do sistema tributário”, afirma. Daniel lembra, ainda, que as operações com criptoativos já são tributadas normalmente pelas regras atuais e que a Lei 14.478/2022, o Marco Legal dos Criptoativos, já dialoga com a noção de ativos virtuais. "Logo, incluir os criptoativos como aplicações financeiras e rendimentos em uma outra Medida Provisória só aumenta a complexidade do tema e, sob a perspectiva da arrecadação, não trará resultados práticos", diz. 

Como alternativa, o especialista sugere que os ativos virtuais, quando equiparados às aplicações financeiras no exterior sejam apenas representações digitais de ativos financeiros, restringindo a aplicação da norma apenas aos security tokens ou valores mobiliários digitais negociados por meio de prestador de serviço de ativos virtuais com domicílio no exterior, e com tributação restrita ao momento da conversão em moeda fiduciária. 

Para Bernardo Srur, diretor-presidente da ABCripto, a ascensão e a popularização dos criptoativos têm chamado a atenção para o debate em todo o setor, no cenário jurídico e financeiro. "As propostas tributárias fazem parte da primeira parte da reforma do Imposto de Renda e, com a incorporação dos textos na MP do salário mínimo, o Congresso pretende acelerar e garantir duas medidas que estavam para caducar. A adição do texto, da forma como foi feita, usando definições próprias e reduzindo a criptoeconomia a "aplicações financeiras", trará insegurança para mercado brasileiro, uma vez que exclui os mais diversos usos de dos criptoativos e criptomoedas, como os relacionados a meios de pagamento e registros, entre outros. Atualmente, o Brasil é referência mundial em desenvolvimento e evolução regulatória. Passar o texto como foi inserido é retroceder fortemente nessas evoluções", completa. 

 

Associação Brasileira de Criptoeconomia - ABCripto

 

Robôs do INSS: DPU cobra medidas para solucionar limitações em casos de negativas automáticas

Nova solicitação só pode ser apresentada ao órgão após 30 dias do indeferimento automático do pedido de benefício


A Defensoria Pública da União (DPU) enviou um ofício, nesta quarta-feira (16), ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), cobrando providências imediatas em relação à limitação de realização de novos requerimentos administrativos após indeferimentos automáticos, os chamados “robôs do INSS”. Em caso de negativas automáticas, o interessado tem que esperar cerca de 30 dias para realizar um novo requerimento no INSS.

Em agosto de 2022, em reunião do Comitê Executivo do Pacto da Desjudicialização da Previdência Social, o INSS já havia atendido ao pedido da DPU para suprimir a “trava” para novo requerimento. Passados um ano, a DPU se surpreendeu com o retorno da trava e enviou ofício ao INSS cobrando o cumprimento do acordo firmado.

A questão tem sido motivo de preocupação da Câmara de Coordenação e Revisão Previdenciária da DPU em razão dos efeitos negativos que essa "trava" de 30 dias tem causado, principalmente para grupos mais vulneráveis, como indígenas, povos tradicionais e pessoas excluídas digitalmente.

“A Defensoria Pública da União, em razão de sua atuação voltada aos grupos mais vulneráveis, em especial indígenas, povos tradicionais e excluídos digitais, destaca especial preocupação com a "trava" para novos requerimentos nos casos de BPC idoso e de salário-maternidade, em que um erro simples de preenchimento acarreta o indeferimento automático do benefício”, diz o ofício.



Judicialização

A DPU aponta ainda, em documento, que, com a inserção dos “robôs do INSS”, as análise de pedido de benefícios feita pela inteligência artificial geraram uma quantidade significativa de indeferimentos desnecessários. Essa situação potencialmente amplia o cenário de judicialização dos pedidos.

“O indeferimento recorrente praticado de forma equivocada pela inteligência artificial é preocupante e causa de judicialização, sobretudo porque o INSS não vem permitindo a reabertura de tarefa à necessária correção. No caso, novo requerimento só pode ser apresentado após 30 dias do indeferimento automático do pedido de benefício”, também diz o documento.

Assinaram o ofício as defensoras públicas federais Carolina Botelho, Patrícia Bettin, Luaní Melo, e os defensores públicos federais Eraldo Silva Júnior e Gilmar Menezes da Silva. A DPU concedeu um prazo de 15 dias para que sejam fornecidas informações acerca das medidas adotadas para remover a restrição de novo requerimento nos casos de indeferimento automático por inteligência artificial.

Leia o ofício na íntegra.

 

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