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quarta-feira, 12 de julho de 2023

12 principais vitaminas para aumentar sua imunidade

Quando a imunidade está baixa, o organismo fica mais exposto às chamadas doenças oportunistas

 

Segundo a pesquisa de mercado “Hábitos de Consumo de Suplementos Alimentares no Brasil”, promovida pela Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais (ABIAD), os suplementos alimentares estão presentes em 59% dos lares brasileiros. A pesquisa aponta ainda para um crescimento no consumo consciente, visto que os cuidados com a alimentação correspondem à preocupação de 72% dos entrevistados. 

Outro estudo recente, publicado pela Future Market Insights (FMI), apontou que o mercado global de suplementos alimentares deve ultrapassar US$ 252 bilhões (R$ 1,25 trilhões) em 2025. Segundo a estimativa, o setor deve crescer 7,5% no valor de CAGR, Taxa de Crescimento Anual Composta, em um período de dez anos, entre 2015 e 2025. 

Segundo Paula Molari Abdo, farmacêutica pela USP e diretora técnica da Formularium, o mercado vem crescendo não só pela maior preocupação com a saúde, mas também pela dificuldade de manter a ingestão adequada de alimentos em meio a correria do cotidiano, sendo possível consumir todos estes nutrientes sob a forma de suplementos e complexos vitamínicos. 

“Já havíamos notado um crescimento na busca de maior qualidade de vida. Com a pandemia, essa preocupação foi intensificada, principalmente em relação ao desenvolvimento do sistema de defesa natural do organismo”, afirma Paula, que também é especialista em Atenção Farmacêutica pela USP e Membro da ANFARMAG (Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais). 

Segundo ela, o sistema imunológico é composto por uma série de células que mantêm a defesa do corpo, protegendo o organismo contra doenças e infecções causadas por agentes externos como bactérias, vírus e parasitas. Quando a imunidade está baixa, o corpo encontra dificuldade para se proteger, deixando o organismo mais exposto às chamadas doenças oportunistas. 

Daí a importância de adotar hábitos saudáveis, incluindo o consumo de vitaminas e ativos que sejam específicos para o bom funcionamento do sistema imunológico. Confira os principais:

 

Zinco

A deficiência do zinco no organismo é um convite para infecções virais, já que ele atua diretamente na manutenção do sistema imunológico, desde a barreira da pele até na síntese das hemoglobinas. Também um aliado da cicatrização de feridas, o zinco é encontrado em alimentos como ostras, camarão, carnes, cereais, grãos, castanhas, frutas secas, legumes, hortaliças e tubérculos.

 

Selênio

Por ser um importante antioxidante, protege o corpo contra o estresse oxidativo. Dentre suas funções, faz o controle dos radicais livres, atuando na resposta do sistema imunológico a infecções. Castanha-do-brasil, nozes, castanha-do-pará, cogumelos e abacate são alimentos ricos em selênio. 

“Lembrando que o consumo em excesso do selênio pode ser tóxico ao organismo, sendo indicado somente cerca de 50 microgramas ou uma a duas castanhas-do-pará ao dia”, alerta Paula Abdo.

 

Vitamina A

Dentre suas propriedades, a vitamina A é anti-inflamatória e possui a função de modular a imunidade. É essencial para a manutenção de estruturas externas, como a pele e mucosas. Pode ser encontrada em alimentos de origem vegetal (carotenoides) como espinafre, abóbora, batata-doce e cenoura, e também em alimentos de origem animal (retinoides) como fígado bovino e ovos.

 

Vitamina B6

Também conhecida como piridoxina, a vitamina é necessária para a manutenção das células no sangue, sendo que sua deficiência pode ocasionar doenças cardiovasculares. Principais fontes alimentares: frango, peixes, nozes, grão-de-bico, milho, banana, batata, abacate, atum, salmão e semente de girassol.

 

Vitamina B12

Assim como a B6, também é fundamental para a formação de células sanguíneas, além de auxiliar no funcionamento do sistema nervoso e na síntese do DNA. A B12 é encontrada em alimentos como frutos do mar, fígado bovino, leite e sardinha.

 

Ômega 3

Trata-se de um ácido graxo responsável por combater a baixa imunidade e estimular o bom funcionamento do sistema nervoso e imunológico, além de proteger a saúde cardiovascular. Também potencializa a atividade das células brancas do sangue, impedindo que bactérias patógenas causem doenças e infecções. 

O ômega 3 está presente em peixes como salmão, atum, sardinha, truta e cavala. “Neste caso, o consumo diário recomendado é de cerca de 1,8 gramas, ou seja, 300 gramas de peixe por semana”, diz Paula Molari Abdo.

 

Vitamina C

Pela sua função antioxidante, ela protege o organismo dos radicais livres, responsáveis pelo envelhecimento das células. Além disso, possui papel preventivo contra doenças que afetam o sistema respiratório. Os alimentos ricos em vitamina C são frutas como abacaxi, laranja, acerola, goiaba, limão, tangerina, morango, caju e kiwi, e nos legumes e verduras, como pimentão, rúcula, alho, cebola, tomate, agrião e alface.

 

Vitamina D

Muito além da saúde óssea, essa vitamina é essencial para diminuir o risco de doenças que afetam o trato respiratório e infecções que atingem o sistema imune. Pode ser obtida por meio da exposição solar e em alimentos como atum, salmão e ovos.

 

Vitamina E

Assim como a vitamina A, ela modula as funções do sistema imune, atuando no combate a doenças infecciosas. Além disso, a vitamina E possui um antioxidante (α-tocoferol) que retarda o envelhecimento das células, auxilia na cicatrização dos tecidos do corpo e previne doenças do sistema nervoso, como Parkinson e Alzheimer. 

A vitamina pode ser obtida em óleos vegetais (soja, amendoim, palma, milho, girassol e oliva), nozes, amêndoas, sementes de girassol, kiwi, abacate, espinafre, grãos integrais, peixes e leite de cabra.

 

Cobre

O mineral ajuda na produção de glóbulos brancos e vermelhos na defesa do organismo, além de propiciar o transporte de ferro no sangue e oferecer uma defesa natural contra os radicais livres. Exemplos de alimentos ricos em zinco: frutos do mar, sementes e nozes.

 

Folato

Atuando em conjunto com a vitamina B12, o folato também auxilia na formação de glóbulos vermelhos, sendo fundamental para a atividade das células do sistema nervoso. Pode ser encontrado em feijões, lentilha, aspargos e morangos.

 

Ferro

O mineral é fundamental no transporte de oxigênio pela hemoglobina no sangue, no metabolismo energético das células e no desenvolvimento dos organismos de defesa imunológica. Neste caso, a boa aliada é a vitamina C, que ativa a absorção do ferro, aumentando a prevenção do envelhecimento precoce das células e a propensão de doenças oftalmológicas. 

O ferro está presente em vários alimentos como carnes vermelhas, gema de ovo, ostra, tofu, cereais, vegetais verde-escuros, como alface, espinafre e brócolis, frutas secas, oleaginosas como castanhas e nozes e grãos como a ervilha, feijão e o milho. 

“Vale lembrar que. Entretanto, busque antes o acompanhamento de um médico ou nutricionista. Estes profissionais podem ajudar a descobrir suas deficiências nutricionais e os suplementos indicados para você”, finaliza Paula Molari Abdo.

 

Principal causa de morte prematura e incapacidade: alta nas internações por traumatismo cranioencefálico desafia hospitais

 

Considerado problema de saúde pública,
traumatismo cranioencefálico representa
131 mil casos de internações por ano
Créditos: Envato




Neurocirurgiões e equipe multiprofissional unem esforços para salvar vidas e minimizar sequelas em casos de lesões cerebrais graves


São mais de 131 mil internações por traumatismo cranioencefálico (TCE) a cada ano, sendo que os jovens entre 20 e 29 anos representam 21% dos casos. Esses números preocupantes foram divulgados em um artigo publicado na Revista Brasileira de Terapia Intensiva, com base em dados do DataSUS. A alta incidência de TCE na população representa uma carga significativa para a saúde pública e é apontada pelo Ministério da Saúde como a principal causa de morte prematura e incapacidade no Brasil. Diante de lesões cerebrais graves, os neurocirurgiões unem esforços com uma equipe multiprofissional para salvar vidas e reduzir as sequelas dos pacientes.

Acidentes de trânsito, quedas e agressões estão entre as ocorrências mais comuns que chegam aos centros especializados em trauma, como o Hospital Universitário Cajuru, em Curitiba (PR). Além de escoriações e ferimentos leves, essas situações podem resultar em lesões mais sérias, como traumatismo craniano ou cranioencefálico, que afetam o cérebro e podem causar sangramentos, formação de coágulos e edemas. "No atendimento de uma emergência é crucial estabelecer um tratamento eficaz o mais rápido possível para minimizar o sofrimento cerebral. Muitas vezes, a luta inicial é pela sobrevivência e depois avaliamos estratégias para a recuperação do paciente com o mínimo de sequelas possíveis", explica Leonardo Almeida Frizon, neurocirurgião do Hospital Universitário Cajuru, que atende exclusivamente pelo SUS.

As lesões cerebrais se tornaram um problema de saúde pública. De acordo com os dados do DataSUS apresentados na pesquisa "Incidência hospitalar de traumatismo cranioencefálico no Brasil: uma análise dos últimos 10 anos", os gastos com tratamentos aumentaram de R$ 123,7 milhões em 2008 para R$ 278 milhões em 2019. Dessas despesas, mais de 80% são relacionadas a custos hospitalares, sem considerar gastos ambulatoriais, como reabilitação, medicamentos, tratamento domiciliar, cuidadores, transporte e dias não trabalhados pelos pacientes ou seus familiares.


Avanços da neurocirurgia

A abordagem cirúrgica pode ser necessária no protocolo de atendimento para traumatismos cranioencefálicos. De acordo com Frizon, a neurocirurgia tem o propósito de estabilizar o paciente, facilitar a recuperação e promover a reabilitação neurológica. "Geralmente, a cirurgia é indicada em situações de risco imediato à vida ou quando há danos significativos no cérebro que demandam intervenção direta. Isso visa reduzir o impacto do trauma e aumentar as chances de uma recuperação bem-sucedida, proporcionando uma melhor qualidade de vida ao paciente", salienta o neurocirurgião.

A neurocirurgia sempre esteve à frente na incorporação de novas tecnologias, devido à delicadeza com que o cérebro deve ser tratado. Conforme o estudo Traumatic brain injury: progress and challenges in prevention, clinical care and research, publicado na revista britânica The Lancet, o traumatismo cranioencefálico está sendo cada vez mais reconhecido como uma condição crônica com consequências de longo prazo, incluindo um maior risco de neurodegeneração tardia. O estudo também ressalta que avanços significativos no tratamento do traumatismo cranioencefálico estão sendo alcançados por meio da inclusão de variáveis clínicas, avanços na neuroimagem, monitoramento multimodal, avaliação de biomarcadores e integração de dados personalizados para um gerenciamento individualizado.


Caminho da reabilitação

A reabilitação de uma lesão cerebral ocorre em fases e ao longo de períodos extensos, com o apoio de uma equipe composta por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos e outros profissionais. Trata-se de um processo colaborativo focado em metas, em que o paciente, seus familiares e os profissionais de saúde trabalham juntos para abordar os problemas mais urgentes que necessitam de intervenção. "Isso depende muito do grau de comprometimento e do tipo de cirurgia. Quando o objetivo é tratar a dor, o próprio procedimento cirúrgico contribui para a reabilitação. Porém, em casos de lesões graves no sistema nervoso, a resposta à reabilitação é mais lenta e pode levar de seis meses a dois anos e mesmo após esse tempo ainda há a possibilidade de intervenções que melhoram a qualidade de vida do paciente", contextualiza o neurocirurgião.

A vida continua após uma lesão cerebral, embora com algumas mudanças, mas também com novos significados e conquistas. O impacto do traumatismo cranioencefálico na rotina diária de um indivíduo depende de diversos fatores, como a localização da lesão, sua gravidade, a idade e as características individuais de cada paciente. No entanto, essas emergências têm um aspecto particular: a maioria delas é evitável. "É essencial agir com rapidez no atendimento e avançar nas intervenções para a reabilitação de pacientes, sem esquecer a importância da conscientização pela prevenção", finaliza Leonardo.

 

PNL Para Tratamento de Fobias: Entenda Como Funciona Essa Técnica

O medo é uma das emoções humanas fundamentais, juntamente com a felicidade, tristeza, raiva, nojo e surpresa. Sentir medo não é necessariamente algo negativo, pois essa emoção é essencial para a nossa sobrevivência. 

Imagine se os seres humanos não sentissem medo. Como ele se mobilizaria para fugir de um tigre-dente-de-sabre na pré-história, ou de uma situação de risco, nos tempos atuais? 

No entanto, assim como a tristeza disfuncional é um sintoma da depressão. O medo disfuncional e exagerado é um sintoma de fobia.

 

Como surgem as fobias?

Madalena Feliciano, especialista, Master em Programação Neurolinguistica, comenta que nosso cérebro cria muitas associações negativas com o objetivo de nos proteger. Por exemplo, imagine uma pessoa que sentiu muita dor ao arrancar um dente. Algum tempo depois, quando ela volta ao dentista, pode sentir muito medo, mesmo que não sinta nenhuma dor. 

Isso acontece porque o cérebro dela criou uma associação entre “ir ao dentista” e “sentir muita dor”. Então, para protegê-la, o cérebro, inconscientemente, ativa a emoção do medo para fazê-la fugir daquele perigo. A isso chamamos fobia. 

A fobia é um dos transtornos de ansiedade mais comum. Divide-se em três grupos principais:

 

1. Fobias específicas: medo intenso causado por estímulos ou situações específicas, como a fobia de cobra (estímulo específico) ou fobia de lugares fechados (situação específica).

 

2. Agorafobia: Geralmente acompanha da síndrome do pânico. A agorafobia consiste em um medo extremo de situações em que parecem ser difíceis de se sair. Entre essas situações, estão espaços abertos, tráfego viário, centros comerciais, ou simplesmente qualquer situação em que a pessoa se encontra fora do local de residência.

 

3. Fobia social: Esse tipo de fobia está relacionada com o medo exagerado de situações sociais. A pessoa fica ansiosa ao lidar com as outras ao seu redor pelo receio de sofrer avaliações negativas ou se sentir humilhada. 

Os sintomas da fobia vão muito além da agitação mental causada pelo medo. Durante as crises, levam a taquicardia, tremedeira, suor excessivo, falta de ar, tontura e até mesmo desmaios.

 

PNL e o tratamento de fobias 

Para tratar fobias, existem diversas formas. A técnica de PNL para Cura Rápida de Fobias se baseia no conceito de submodalidades - se refere às diferentes formas em que as informações sensoriais são representadas em nossa mente. As submodalidades são características específicas dos sentidos que nos permitem perceber o mundo de maneira diferente, que são propriedades dos nossos sentidos, para alterar a representação de memórias com conotação negativa.   

Na PNL (Programação Neurolinguística), acredita-se que as submodalidades, que são características dos nossos cinco sentidos (visual, auditivo, cinestésico, olfativo e gustativo), estão diretamente relacionadas com a forma como nos sentimos em relação a algo. Por exemplo, uma memória visual pode ter submodalidades como cor, brilho, tamanho, foco, distância e proporção. Uma memória auditiva pode ter submodalidades como som grave ou agudo, volume alto ou baixo, ritmo rápido ou lento, som interno ou externo, mono ou estéreo.  

Segundo Richard Bandler, criador da PNL, enquanto as submodalidades de uma memória permanecerem as mesmas, as fobias e traumas associados a ela também permanecerão. Porém, se alterarmos as submodalidades de uma memória, podemos modificar fobias e traumas.   

Na PNL, as modalidades seriam os nossos 5 sentidos: visual, auditivo, cinestésico, olfativo e gustativo. 

Segundo a PNL, as submodalidades das nossas lembranças estariam diretamente conectadas com a forma como nos sentimos em relação a algo.

Madalena Feliciano cita algumas outras estratégias utilizadas na PNL para fobias:

 

•Soluções imaginárias para problemas imaginários: Como as fobias são baseadas em expectativas e não em perigos reais no presente, podemos utilizar a imaginação para resolvê-las. 

 

•Metáforas: Contar uma história com sentido metafórico ajuda a transmitir uma mensagem de maneira indireta, o que pode ser útil no tratamento de fobias. 

 

•Âncoras: São estímulos que provocam uma reação emocional ou de comportamento. Podemos utilizar âncoras para induzir estados de calma e segurança ao lidar com fobias.

 

•Distanciamento (dissociação): Visualizar a si mesmo de longe, como se estivesse assistindo um filme, ajuda a obter uma perspectiva mais racional sobre a situação temida, reduzindo a ansiedade. Essa estratégia também é utilizada em terapia cognitivo-comportamental.

 

“A PNL oferece diversas ferramentas baseadas na imaginação e no conceito de submodalidades para ajudar no tratamento de fobias, alterando memórias e associações disfuncionais. Combinando essas técnicas, é possível obter uma cura rápida e efetiva de diversos tipos de fobias.” Finaliza Madalena Feliciano. 

 

Madalena Feliciano - Empresária, CEO de três empresas, Outliers Careers, IPCoaching e MF Terapias, consultora executiva de carreira e terapeuta, atua como coach de líderes e de equipes e com orientação profissional há mais de 20 anos, sendo especialista em gestão de carreira e desenvolvimento humano. Estudou Terapias Alternativas e MBA em Hipnoterapia. Já concedeu entrevistas para diversos programas de televisão abordando os temas de carreira, empregabilidade, coaching, perfil comportamental, postura profissional, hipnoterapia e outros temas relacionados com o mundo corporativo. Master Coach, Master em PNL e Hipnoterapeuta, Madalena realiza atendimentos personalizados para: Fobias, depressão, ansiedade, medos, gagueira, pânico, anorexia, entre muitos outros.


Varizes: saiba quais são os fatores de risco que podem ser evitados

Médico especialista explica as causas que podem ser mudadas

 

 

As varizes são veias dilatadas, tortuosas e de calibre aumentado, que podem aparecer em diversas regiões do corpo. De acordo com a SBACV, Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, índices nacionais mostram uma prevalência média de varizes em 38% na população geral brasileira, sendo encontrada em 30% dos homens e 45% das mulheres, levando em consideração todas as faixas etárias.  

As veias dilatadas geralmente não causam maiores sintomas a não ser o incômodo estético. Elas surgem sempre nas veias mais superficiais, por isso são tão aparentes. Quando grandes, as varizes podem sangrar após sofrerem traumas ou formar pequenos trombos, um quadro denominado de tromboflebite. “As varizes, quando múltiplas, podem ser uma das manifestações da chamada insuficiência venosa crônica. Quando várias veias tornam-se insuficientes e varicosas, o sangue começa a ficar retido nos membros inferiores, causando desconforto, sensação de peso, dor local, edemas, escurecimento da pele e, em casos avançados, aparecimentos de úlceras e infecções de pele”, explica Guilherme Jonas, médico angiologista e cirurgião vascular, especialista em cirurgia vascular pela SBACV. 

Elas são um problema crônico e podem surgir em qualquer idade. Não é possível interferir em algumas condições que favorecem o aparecimento de varizes. “Embora sejam fatores de risco para varizes imutáveis servem de alerta para que as pessoas redobrem a atenção diante de possíveis manifestações iniciais da doença e procurem tratamento. Dentre eles podemos considerar predisposição genética, idade e sexo”, destaca o angiologista.

 

Fatores de risco que podem ser mudados 

No entanto, existem fatores de risco para varizes que podem ser evitados.  

·         Sedentarismo: A atividade física é fundamental na prevenção e tratamento das varizes. Praticar exercícios estimula o sistema circulatório como um todo e facilita o retorno do sangue para o coração; 

·         Ficar muito tempo na mesma posição: Viagens longas, por exemplo, a pessoa é obrigada a permanecer sentada ou em pé por muito tempo, na mesma posição, qualquer exercício que facilite a contração e relaxamento da panturrilha ajuda a bombear o sangue de volta para o coração. Um exemplo é tentar sempre caminhar alguns passos para estimular a musculatura da batata das pernas. Meias elásticas, desde que possuam a compressão adequada para o tipo de perna, também favorecem o bombeamento de sangue para o coração e colaboram para sua circulação no interior das veias; 

·         Obesidade: O sobrepeso e as complicações associadas, pressão alta e diabetes são duas delas, representam sobrecarga para o sistema circulatório e aumentam o risco de desenvolver varizes, uma vez que a gordura acumulada no abdômen faz subir a pressão sobre os vasos e dificulta o fluxo normal do sangue, que vai criando bolsões nas veias das pernas. Alimentação equilibrada e a prática regular de exercícios físicos são medidas fundamentais para diminuir o risco que o excesso de peso representa; 

·         Tabagismo: As substâncias que entram na composição do cigarro deixam o sangue mais viscoso, o que dificulta a circulação e favorece seu acúmulo nas veias das pernas. Largar o cigarro é uma medida de que não só as pernas, mas todo o organismo se beneficia; 

·         Salto alto: É um tema controverso. Alguns estudiosos do assunto garantem que não oferecem risco maior. O fato é que o uso rotineiro de saltos muito altos e finos pode manter a musculatura da perna por muito tempo contraída, obstáculo que torna mais difícil o retorno do sangue venoso e permite que parte dele fique retida nas veias das pernas e dos pés


Fonte: Guilherme Jonas, médico angiologista e cirurgião vascular, especialista em cirurgia vascular pela SBACV (Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular). CRMMG 44020, RQE 28561, 37143. Diretor técnico da clínica Angiomais em Belo Horizonte MG.


Ataques cardíacos ocorrem com mais frequência na segunda-feira, aponta pesquisa

De acordo com o cardiologista Dr. Roberto Yano, existem hipóteses, mas a ciência ainda não consegue explicar completamente o fenômeno

 

A segunda-feira é um dia da semana bastante controverso, há quem ame, há quem deteste, mas o início da semana pode estar relacionado a muito mais que gostos pessoais. De acordo com os resultados de uma pesquisa, divulgados na conferência da Sociedade Cardiovascular Britânica (BCS - Sigla em inglês) em Manchester, os infartos ocorrem com mais frequência no dia inicial da semana de trabalho.

O estudo analisou dados de mais de 10,5 mil pacientes internados devido a infarto coletados entre 2013 e 2018 em hospitais e identificou um pico de casos de infartos na forma mais grave, o Infarto Agudo do Miocárdio com Supradesnivelamento do segmento ST, na segunda-feira, em análises na Irlanda e Irlanda do Norte.


Mas por que às segundas feiras?

De acordo com o cardiologista Dr. Roberto Yano a causa da alta de infartos nas segundas-feiras é multifatorial, mas todos os fatores que contribuem para esse pico ainda não são totalmente claros.

Existem diversas teorias sobre o que pode gerar esse tipo de aumento de casos em um dia específico da semana. Uma das teorias é a alteração no ciclo circadiano, que regula o sono e vigília do corpo, e que pelas mudanças abruptas de rotina durante dias da semana e finais de semana, pode ficar desregulada. Outra questão é do estresse que geralmente aumenta na segunda-feira, o que pode gerar uma exacerbação do sistema nervoso simpático, aumentando a pressão arterial e a frequência cardíaca”.

A verdade é que a causa desse fenômeno depende com certeza de muitos fatores e é bastante complexa, por isso ainda não há consenso sobre qual seria, ou se há, um fator decisivo e único para esse fato”.

Por fim, para evitar esse tipo de problema em qualquer dia da semana, é importante realizar o seu acompanhamento médico de rotina, ter um estilo de vida saudável, alimentando-se bem, praticando exercício físico regular, controlando ao máximo o estresse do dia a dia e finalmente dormir bem” Afirma Dr. Roberto Yano.

  

Dr. Roberto Yano -  médico cardiologista e especialista em Estimulação Cardíaca Artificial pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular e AMB. Atualmente suas redes sociais, que traz a #amigosdocoracao, contam com um número expressivo de seguidores. São mais de 2 milhões engajados e distribuídos nos canais do Facebook, Youtube e Instagram.

 

Tudo o que você precisa saber sobre o risco de câncer associado ao consumo de adoçante artificial, carne processada e bebida alcoólica

Tudo o que você precisa saber sobre o risco de câncer associado ao consumo de adoçante artificial, carne processada e bebida alcoólica, segundo dados da OMS 

Um dos adoçantes artificiais mais comuns do mundo, o aspartame deve ser declarado como possível cancerígeno pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (Iarc, na sigla em inglês), que é ligada à Organização Mundial da Saúde (OMS). 

O aspartame é um adoçante artificial que tem sido alvo de muitas pesquisas ao longo dos anos. Alguns estudos sugerem que o consumo de aspartame pode estar associado a um maior risco de câncer. 

A Iarc recomenda ainda evitar a carne processada e limitar o consumo de carne vermelha, como forma de prevenção de câncer de intestino e de estômago. Além disso, a instituição alerta que beber álcool pode estar relacionado à causa de vários tipos de câncer. 

A nutricionista funcional Cris Ribas Esperança destaca que a alimentação é um dos fatores mais importantes quando se trata de prevenção do câncer. Alguns alimentos podem aumentar o risco de desenvolver a doença, enquanto outros podem ajudar na prevenção. 

Um estudo publicado em 2018 no Journal of the American Medical Association (JAMA) avaliou a associação entre a qualidade da dieta e o risco de câncer. O estudo descobriu que uma dieta rica em vegetais, frutas, grãos integrais e leguminosas estava associada a um risco menor de câncer, enquanto uma dieta rica em carnes processadas, açúcar e alimentos refinados estava associada a um risco maior de câncer. 

Além disso, observa-se que a obesidade e o sobrepeso estão associados a um aumento do risco de vários tipos de câncer, incluindo câncer de mama, cólon, rim, pâncreas e outros. Uma dieta rica em alimentos vegetais pode ajudar a manter um peso saudável e reduzir o risco de obesidade.

 

Dados e estatísticas 

- O câncer é uma das principais causas de morte em todo o mundo, mas até 50% dos casos poderiam ser prevenidos com mudanças no estilo de vida, incluindo a dieta.

- Estima-se que o consumo de carnes processadas aumente o risco de câncer de intestino em até 18%.

- O consumo excessivo de álcool é responsável por cerca de 4% dos casos de câncer em todo o mundo.

 

Alimentos a evitar 

- Carnes processadas: salsicha, linguiça, bacon, salame, mortadela, peito de peru ou blanquet de peru devem ser evitados ao máximo possível. “Esses alimentos contêm aditivos químicos e conservantes, como nitratos e nitritos, que podem se transformar em compostos cancerígenos no organismo.” esclarece Cris Ribas Esperança.

- Carne vermelha: o consumo excessivo de carne vermelha, como carne bovina, suína e de cordeiro, está associado a um maior risco de câncer de intestino. Isso se deve ao fato de que a carne vermelha contém gorduras saturadas e colesterol, além de compostos químicos que podem danificar o DNA das células e aumentar o risco de câncer.

- Aspartame: esse adoçante artificial é encontrado em muitos alimentos e bebidas dietéticas e tem sido associado a um maior risco de câncer em estudos com animais. Embora a evidência em humanos seja limitada, é importante limitar o consumo de aspartame e optar por adoçantes naturais, como estévia ou açúcar de coco.

- Bebidas alcoólicas: Quanto ao álcool, o alerta é que o consumo regular de álcool pode aumentar o risco de vários tipos de câncer, incluindo câncer de boca, garganta, esôfago, fígado, mama e cólon. O álcool pode danificar o DNA das células, aumentar a produção de radicais livres e interferir na absorção de nutrientes, o que pode levar ao desenvolvimento de câncer. Por isso, é importante moderar o seu consumo.

 

Alimentos a incluir 

- Frutas e vegetais: esses alimentos são ricos em vitaminas, minerais e antioxidantes, que ajudam a proteger as células do corpo contra danos. Além disso, as fibras presentes nesses alimentos ajudam na digestão e na prevenção do câncer de intestino.

- Grãos integrais: arroz integral, quinoa, aveia, trigo integral e outros grãos integrais são ricos em fibras, vitaminas e minerais, além de ajudar a manter o nível de açúcar no sangue estável.

- Leguminosas: feijão, lentilha, grão-de-bico e outras leguminosas são ricas em proteínas vegetais, fibras e outros nutrientes importantes. Além disso, esses alimentos ajudam a reduzir o colesterol e a manter a saúde do coração.

- Água: manter-se hidratado é importante para a saúde geral do corpo, incluindo a prevenção do câncer. Beber bastante água ajuda a eliminar as toxinas do corpo e ajuda na digestão.

- Chás: possuem fitoquímicos naturais, ações bacterecidas, toxificantes e anti-inflamatórios. Porém é importante lembrar que não é adequado tomar em grandes quantidades do mesmo chá, 500 ml por dia é o indicado. Opte por tomar os chás sem adição de açúcares ou adoçantes. Importante lembrar também, de ingerir os chás sempre respeitando os horários, os que produzem mais termogênicos durante o dia e os com efeito calmante pela noite. Exemplo: Termogênicos – Hibisco, chá-verde, chá-mate, gengibre e canela. Calmantes – Camomila, mulungu, maçã, maracujá e erva-cidreira.

 

Dicas para uma dieta saudável e equilibrada 

- Opte por alimentos naturais e minimamente processados, como frutas, legumes, grãos integrais e proteínas magras.

- Evite alimentos processados e industrializados, como salgadinhos, refrigerantes e fast food.

- Escolha alimentos orgânicos sempre que possível, para evitar a exposição a pesticidas e outros produtos químicos.

- Limite o consumo de álcool e evite o tabagismo.

- Pratique atividade física regularmente, pelo menos 30 minutos por dia.

- Busque orientação de um nutricionista funcional para planejar uma dieta adequada às suas necessidades individuais.

 

"A dieta é um dos fatores mais importantes quando se trata de prevenção do câncer. Alimentos ricos em vitaminas, minerais e antioxidantes podem ajudar a proteger as células do corpo contra danos, enquanto alimentos processados e industrializados podem aumentar o risco de câncer. É importante adotar hábitos alimentares saudáveis e equilibrados para prevenir várias doenças crônicas, incluindo o câncer", finaliza a nutricionista funcional Cris Ribas Esperança.

 

Cris Ribas Esperança - Nutricionista Funcional Cris Ribas Esperança:
CRN-3 48747. Sócia proprietária do Instituto do Bem-Estar Giulliano Esperança, onde divide seus compromissos junto a carreira de nutricionista.

 

Cardiopatias congênitas atingem um em cada 100 bebês

Doença é a segunda causa de mortalidade no período neonatal e cerca de 30% dos casos necessitam de intervenção cirúrgica

 

As cardiopatias congênitas são malformações ou anomalias na estrutura do coração, que surgem ainda nas primeiras semanas de gestação, durante a formação do órgão.

Dados apontam que a incidência da doença é de um em cada 100 nascidos vivos. No Brasil estima-se que aproximadamente 30 mil crianças nascem com cardiopatia congênita ao ano, sendo a segunda causa de mortalidade no período neonatal.

“Cerca de 30% dos casos necessitam de intervenção cirúrgica ainda no período neonatal, ou seja, logo após o nascimento. Por isso, estar preparado para o momento do parto, com assistência adequada e especializada é importantíssimo”, destaca Claudia Pinheiro de Castro Grau, coordenadora da Ecocardiograma Fetal e Pediátrico da Maternidade São Luiz Star.

A unidade da Rede D’Or, localizada na zona Sul da capital paulista, conta com que há de mais moderno em termos de tecnologia hospitalar e dispõem de equipe multidisciplinar especializada em cardiologia e ecocardiografia fetal e pediátrica, serviço de hemodinâmica e cirurgia cardíaca infantil, sendo referência no diagnóstico e tratamento de cardiopatias congênitas.

A especialista destaca que o diagnóstico precoce é essencial para otimizar o atendimento do bebê, com impacto direto no prognóstico, sendo o exame de ecocardiograma fetal essencial neste processo, ainda durante o pré-natal.

“Isso porque ele avalia pontualmente as estruturas cardíacas do bebê, como artérias e válvulas, para identificar anomalias ainda no período gestacional”, explica Claudia Grau.

O diagnóstico ainda durante o desenvolvimento do bebê possibilita a definição da linha de cuidado, aconselhamento da família e principalmente o planejamento do parto em serviço com estrutura necessária, como UTI neonatal e equipe de cardiologia e cirurgia cardíaca pediátrica, “aumentando consideravelmente as chances de recuperação e vida do bebê”, enfatiza a profissional.

No último mês de junho, uma lei sancionada pelo governo federal incluiu o exame de ecocardiograma fetal no pré-natal das gestantes no Sistema Único de Saúde (SUS). “É uma vitória importante, pois proporciona mais segurança e o correto acompanhamento dos casos”, finaliza Cláudia Grau.



Férias escolares e cuidados com a saúde bucal

CROSP sensibiliza a população e conscientiza sobre a importância da Ortodontia Preventiva em crianças a partir dos 6 anos


Durante o mês de julho os brasileiros procuram mais os Cirurgiões-Dentistas, especialmente os Odontopediatras e Ortodontistas, em função das férias escolares. Não há dúvidas de que o tempo extra para reforçar os cuidados precoces com a saúde bucal devem ser aproveitados, mas existe uma idade ideal para levar os pequenos ao consultório odontológico e até mesmo para iniciar um tratamento, inclusive ortodôntico?

Para esclarecer dúvidas como essa, o Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP), elenca algumas informações importantes.

A Odontopediatra e membro da Câmara Técnica de Odontopediatria do CROSP, Dra. Silvana Viana Monteiro Frascino, preconiza introduzir a prevenção desde o pré-natal odontológico, fornecendo à gestante e familiares informações sobre a importância da amamentação, os cuidados antes, durante e após a erupção dos dentes de leite, além de orientar a futura mãe a realizar uma consulta com especialista em Odontopediatria para iniciar um programa preventivo.

“Essa consulta preventiva contribui para assegurar a saúde bucal da criança, que está em desenvolvimento, além de verificar os hábitos orais e gerais, avaliar o tipo de respiração, sono da criança, posturas corporais e informações pertinentes ao pleno desenvolvimento do paciente”, explica a Dra. Silvana.

A especialista destaca, ainda, que a Odontopediatra deve orientar o momento exato para avaliação dessa criança por um especialista em tratamento ortodôntico e/ou ortopédico precoce.

“Estas atitudes devem ser praticadas em qualquer momento do ano, apesar de que, tradicionalmente, nas férias de julho, os responsáveis pela criança costumam fazer os periódicos de avaliação de saúde e consultar um Cirurgião-Dentista Odontopediatra, que, como já dito, vai encaminhar para uma avaliação de extrema importância ao especialista em Ortodontia, Ortopedista Funcional, para eventualmente realizar um tratamento preventivo”, ressalta a doutora.

A Dra. Silvana conclui ressaltando que, soberanamente, toda prevenção resultará em benefício e evitará consequências futuras mais complexas à criança.

Assim como a Odontopediatra, o Ortodontista e membro da Câmara Técnica de Ortodontia do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP), Dr. Waldemar Pereira Junior, reforça que os pais devem levar a criança a um Odontopediatra logo que os primeiros dentes surgem.

“O crescimento facial e desenvolvimento da dentição devem ser acompanhados desde o início. Se houver algum desvio no desenvolvimento da dentição/oclusão, o Cirurgião-Dentista usará medidas de prevenção para a não instalação de uma má oclusão ou adotará medidas interceptoras para corrigir ou amenizar um desvio da oclusão normal”, detalha o Dr. Waldemar.

O especialista informa que não existe uma idade ideal para o tratamento ortodôntico. De acordo com ele, em algumas situações, como no caso de mordidas cruzadas, o tratamento deve ser imediato, tão logo seja identificada a má oclusão (o que pode acontecer já aos 3 ou 4 anos de idade da criança). 

O Ortodontista esclarece que, em outras situações, é possível esperar até a pré-puberdade para iniciar um tratamento.

“Geralmente, a criança é levada primeiramente ao Odontopediatra ou ao Clínico Geral. Estes profissionais vão conduzir o tratamento dentro de seu conhecimento ou indicarão para um especialista. No caso de tratamentos ortodônticos, o Odontopediatra está capacitado a tomar medidas preventivas e interceptoras de tratamento da oclusão. Casos corretivos são da alçada de especialistas em Ortodontia”, explica..

Dr. Waldemar considera que esse período mais tranquilo de férias é bem-vindo para consultar o Cirurgião-Dentista, contudo, reforça novamente que o usual é que, além de buscar o acompanhamento logo no início da dentição, compareçam ao Cirurgião-Dentista a cada 6 meses.  



Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP)
www.crosp.org.br

 

Alerta CEO’s: 5 indícios de etarismo dentro das empresas

Nas últimas semanas, vimos casos de etarismo ganharem repercussão e as pessoas começaram a dar voz a um grupo que sofre há muito tempo com um preconceito velado, imposto facilmente no dia a dia. Esse sofrimento, em sua maioria, está atrelado principalmente à carreira profissional.

Conhecido popularmente como etarismo, esse preconceito também pode ser chamado de discriminação etária, idadismo ou ageismo - termo advindo de uma palavra já muito conhecida no ramo empresarial, o “aging”. Dessa forma é chamado o tipo de discriminação contra pessoas ou grupos baseado na idade.

Um bom exemplo foi o caso da estudante Patrícia Linares, de 45 anos, que ganhou repercussão após sofrer preconceito quando, duas colegas de classes mais jovens, gravaram vídeos a ridicularizando por "acharem um absurdo ter uma colega de sala com 40 anos".  Contudo, se verificarmos a nossa volta, facilmente iremos encontrar depoimentos não só de pessoas +40, +50, como também de pessoas consideradas jovens para o mercado de trabalho e que se viram sem credibilidade tão somente pela idade que tinham ou aparentavam ter.


É importante tirarmos um tempo para analisar essa realidade. Na sua empresa, termos como “muito velho” ou “novo demais” são citados nos momentos de tomada de decisão? Se sim, talvez seja a hora de ligar o alerta e recalcular a rota do que está sendo normalizado.



O primeiro sinal de etarismo na sua empresa


Um dos primeiros e mais perceptíveis sinais de etarismo dentro de uma empresa, são frases como “Ele não entende dessas coisas, pois já está velho”, ‘‘Ele está muito bem pra idade dele” ou até mesmo “Eu acho que isso não combina com sua idade”. Muitas vezes essas frases surgem como uma brincadeira, ou até mesmo a tentativa de um elogio ou conselho, porém não são nada além de preconceito velado.



Traumas e demissão marcam outra forma de etarismo

A exclusão de funcionários de dinâmicas e conversas da equipe, devido a idade também é uma prática etarista. Segundo estudo realizado pela Universidade Sauder School of Business da Columbia Britânica, a exclusão pode gerar insatisfações maiores do que a prática de bullying no ambiente de trabalho. Inclusive podendo acarretar doenças psicológicas e constante vontade de demissão.



Desvalorizar opiniões ou ideias de acordo com a idade do colaborador


A desvalorização de opiniões, ideias e feedbacks é um assunto que já vem sendo trabalhado por muitas frentes, sendo elas frentes femininas, antirracistas e LGBTQIA+, e agora teremos também a frente contra o etarismo para endossar essa luta contra a desvalorização empresarial. Isso acontece porque grupos específicos veem constantemente suas ideias, falas e opiniões serem tratadas como irrelevantes apenas por serem quem são. Precisamos entender que desconsiderar a fala de alguém por ser muito jovem ou mais velho, coloca sua empresa em uma posição etarista, e leva ao desperdício de boas ideias, networking e de uma interação plural, que hoje é vista como cada vez mais agregadora.



Estacionar a carreira do colaborador

A prática de congelar um colaborador em um setor, levando em conta que ele é velho demais para outros cargos, ou até mesmo novo demais para ser promovido trata-se de uma ação preconceituosa. Imagine só, você sentir-se totalmente pronto para um novo desafio, ter plena consciência de sua evolução e ainda sim ver sua carreira estacionada pois estão levando em consideração somente a idade que possui. Parece péssimo, não?!

Em momentos como de promoção, considere outros pontos dos seus colaboradores. Avalie suas qualidades, pontos a melhorar e não esqueça que o feedback é uma prática muito importante, independente da decisão que for tomada.



Cuidado com os pedidos de contratação para o RH

Usar a cultura “jovem” da empresa como desculpa para não contratar pessoas mais velhas é mais comum do que parece. Muitas vezes, o time de recursos humanos encontra o perfil perfeito para aquela vaga, mas se vê impossibilitado de dar prosseguimento a seleção, devido a pedidos feitos pelos contratantes.

Cultura jovem está muito longe de ser relacionada tão somente com a idade, a experiência e o aperfeiçoamento ao longo de uma carreira com certeza pode agregar muita jovialidade a vaga. Ao tratar com pessoas, desculpas como essas serão totalmente prejudiciais ao candidato e afastará bons perfis para a empresa.



Ouvir é um caminho para a solução desses e outros problemas

Por fim, é importante sempre estar disposto a escutar seus colaboradores. Aprendi, ao longo da minha vida, que ouvir é um dos princípios do networking que mais trazem resultados. Ao escutarmos o que os outros têm para nos dizer, iremos enxergar além de nossos olhos, sentir além de nossas emoções.

Entendo que ainda estamos com um longo caminho para percorrer em busca do mundo empresarial equitativo, mas lembre-se que cada detalhe dessa jornada importa.

  

Mara Lemes Martins - PhD. Psicóloga e VP da BNI Brasil - Business Network International - a maior e mais bem-sucedida organização de networking de negócios do mundo. 


 

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