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quinta-feira, 6 de julho de 2023

Alergia, quem não tem uma para 'chamar de sua'?

Irritações nas vias respiratórias são as mais comuns; dados da OMS apontam que mais de 700 milhões de pessoas sofram de rinite e asma; médica do Hospital Paulista aponta quais são principais dúvidas dos pacientes, além dos mitos e verdades acerca do tema 

 

Hoje em dia é muito raro ouvir alguma pessoa dizer que não tem qualquer tipo alergia. Na dúvida, faça um teste com alguém ao seu lado e pergunte. Na certa você escutará o relato de, pelo menos, uma restrição. Algumas até questionáveis, tendo em vista os vários 'mitos' sobre o tema ainda presentes na cultura popular. Mas é fato que, no geral, todo mundo tem (ou acha que tem, ao menos) uma alergia para 'chamar de sua'. 

Indo além do campo das impressões, entretanto, a estimativa (científica) é que cerca de 40% da população mundial sofra com algum tipo de alergia. O dado é da Organização Mundial de Alergia (WAO). As respiratórias, como a asma e a rinite, são as mais recorrentes. Somadas, atingem cerca de 700 milhões de pessoas - segundo estudos recentes da Organização Mundial de Saúde (OMS).  

Essa é a razão, aliás, de a comunidade médica se mobilizar anualmente em torno do Dia Mundial da Alergia (8 de Julho) - data instituída pela OMS com objetivo de justamente conscientizar a população sobre o tema. Mais do que 'achismos', é importante que as pessoas realmente estejam a par de como lidar com essas irritações, cada vez mais presentes em nosso dia a dia. 

Mitos, verdades e as principais dúvidas 

Especialista em alergias respiratórias, a médica otorrinolaringologista Cristiana Passos Dias Levy, do Hospital Paulista - que é referência no atendimento especializado em ouvido, nariz e garganta - explica que, no geral, as pessoas fazem algumas confusões em relação aos diagnósticos e nas formas de tratamento das alergias que afetam as vias aéreas. 

"É muito comum haver confusão em relação aos sintomas de resfriado, gripe, sinusite, e muitas vezes as pessoas acabam recorrendo a tratamentos que são ineficazes por falta de conhecimento", observa a médica, que elencou aqui as principais dúvidas que chegam ao seu consultório, além dos mitos e verdades que precisamos saber a respeito do assunto. 

 

Quais são os tipos de alergias respiratórias, e o que provoca essas irritações? 

As principais alergias respiratórias incluem a rinite alérgica (alergia ao pólen, ácaros, pelos de animais, entre outros); a asma (alergia que afeta as vias respiratórias); a sinusite alérgica (alergia que afeta os seios da face) e a alergia ao mofo (fungos que crescem em ambientes úmidos). Outros alérgenos comuns incluem fumaça, poluição e produtos químicos. 

 

Como podemos identificar que estamos com alguma alergia respiratória? 

Os principais sintomas de alergias respiratórias incluem: 

- Coriza (nariz escorrendo) 

- Espirros frequentes 

- Coceira nos olhos, nariz e garganta 

- Tosse 

- Olhos vermelhos e lacrimejantes 

- Falta de ar ou chiado no peito (em casos de asma) 

Esses sintomas podem variar em intensidade e duração, dependendo do tipo de alergia respiratória e da exposição aos alérgenos. 

 

Como podemos distinguir gripes e resfriados de uma crise alérgica?  

Gripes, resfriados e rinite alérgica são condições diferentes, com sintomas distintos e causas diferentes.  A gripe é uma infecção viral aguda que afeta o sistema respiratório. Os sintomas incluem febre alta, dor muscular, dor de cabeça, tosse seca, dor de garganta, coriza e mal-estar geral. A gripe geralmente dura de 5 a 7 dias e pode ser grave em pessoas com sistema imunológico comprometido, idosos e crianças. O resfriado é uma infecção viral menos grave que a gripe, que afeta principalmente o nariz e a garganta. Os sintomas incluem coriza, espirros, tosse, dor de garganta e congestão nasal. O resfriado geralmente dura de 3 a 5 dias e é mais comum durante os meses de outono e inverno. A rinite alérgica é uma reação alérgica a substâncias inaladas, como pólen, poeira, pelos de animais e mofo. Os sintomas incluem coriza, espirros, coceira no nariz e nos olhos, congestão nasal e lacrimejamento. A rinite alérgica pode ser sazonal (causada por pólen) ou perene (causada por alérgenos presentes no ambiente durante todo o ano). Para diferenciar essas condições, é importante observar os sintomas e o tempo de duração. A gripe geralmente vem acompanhada de febre alta e dor muscular, enquanto a rinite alérgica não costuma causar febre. Além disso, a gripe geralmente dura mais tempo que o resfriado. Se você estiver com sintomas de gripe ou resfriado, é importante ficar em casa e evitar contato com outras pessoas para evitar a propagação do vírus. Se os sintomas persistirem ou piorarem, procure um médico. Se você suspeita de rinite alérgica, um otorrinolaringologista pode ajudar no diagnóstico e no tratamento adequado. 

 

Quais são os medicamentos indicados para tratar alergias respiratórias? 

Existem vários tipos de medicamentos disponíveis para o tratamento de alergias respiratórias. Alguns dos mais comuns são: 

  1. Anti-histamínicos: são medicamentos que bloqueiam a ação da histamina, uma substância produzida pelo sistema imunológico que desencadeia os sintomas de alergia. Podem ser encontrados em forma de comprimidos, xaropes ou sprays nasais. 
  2. Corticosteroides: são medicamentos que reduzem a inflamação e a resposta imunológica no corpo. Podem ser encontrados em forma de comprimidos, sprays nasais ou inaladores. São mais indicados para alergias mais graves e persistentes. 
  3. Descongestionantes: são medicamentos que reduzem a congestão nasal, aliviando os sintomas como coriza e espirros. Podem ser encontrados em forma de comprimidos, xaropes ou sprays nasais. 
  4. Anti leucotrienos: são medicamentos que bloqueiam a ação dos leucotrienos, substâncias produzidas pelo sistema imunológico que desencadeiam os sintomas de alergia.  
  5. Imunoterapia: é um tratamento que envolve a administração de doses crescentes de um alérgeno específico, a fim de ajudar o sistema imunológico a se acostumar e reduzir a resposta alérgica ao longo do tempo. 

É importante lembrar que esses medicamentos devem ser prescritos por um médico, que avaliará o tipo e a gravidade da alergia e indicará o tratamento mais adequado. 

 

Se eu tenho rinite ou asma, por exemplo, meus filhos também vão ter? É genético? 

Existem evidências que sugerem uma relação genética entre alergias. Estudos mostram que pessoas com histórico familiar de alergias têm maior probabilidade de desenvolver alergias respiratórias, como rinite alérgica e asma. No entanto, a genética não é o único fator que contribui para o desenvolvimento de alergias respiratórias, além do fator genético, existem fatores desencadeastes, como a exposição a alérgenos e o ambiente em que se vive. 

 

Os sintomas da rinite e da sinusite podem ser confundidos?  

Embora a rinite alérgica e a sinusite aguda possam compartilhar alguns sintomas, como coriza e congestão nasal, é importante diferenciá-las para que o tratamento adequado possa ser prescrito. Se você estiver com sintomas de rinite alérgica ou sinusite aguda, é recomendado que procure um médico para obter um diagnóstico preciso. 

 

O frio piora os quadros de alergias respiratórias? 

O frio não piora diretamente os quadros alérgicos, mas pode aumentar a incidência de algumas doenças respiratórias, como a rinite alérgica e a asma. Quando a temperatura cai, as pessoas tendem a ficar mais tempo em ambientes fechados e com pouca ventilação, o que pode aumentar a exposição a alérgenos como ácaros, mofo e pelos de animais. Além disso, o frio também pode ressecar as mucosas do nariz e da garganta, deixando-as mais susceptíveis a irritações e infecções. Outro fator que pode agravar os quadros alérgicos durante o frio é o aumento da poluição do ar, que pode irritar as vias respiratórias e agravar os sintomas de rinite alérgica e asma. Portanto, se você tem alergias respiratórias, é importante tomar medidas para preveni-las durante o frio, como manter a casa limpa e ventilada, evitar ambientes com fumaça e poluição, usar um umidificador para manter a umidade do ar e tomar os medicamentos prescritos pelo médico para controlar os sintomas. 

 

As crianças sofrem mais com alergias respiratórias?  

Não necessariamente. As alergias respiratórias podem afetar pessoas de todas as idades, e não há um grupo etário específico que seja mais propenso a desenvolvê-las. No entanto, é verdade que as alergias respiratórias são mais comuns em crianças e jovens adultos, e que elas tendem a diminuir com a idade. Isso pode ser devido a uma série de fatores, como a exposição a alérgenos em ambientes escolares ou de trabalho, a mudanças hormonais durante a puberdade, e a fatores genéticos e ambientais que podem aumentar a suscetibilidade a alergias. Em qualquer caso, é importante que as pessoas de todas as idades estejam cientes dos sintomas de alergias respiratórias e procurem tratamento adequado se eles ocorrerem. 

 

Rinite sem tratamento pode se tornar sinusite? 

A rinite é uma inflamação da mucosa nasal, enquanto a sinusite é uma inflamação da mucosa dos seios da face. A rinite pode levar à sinusite porque a inflamação pode se estender da mucosa nasal para os seios da face, favorecendo uma infecção nos seios da face. Além disso, a rinite pode causar obstrução nasal, o que pode impedir que os seios da face sejam drenados adequadamente, levando a um acúmulo de muco, o que cria um meio propício as bactérias que podem levar à sinusite. Por isso, é importante tratar a rinite adequadamente para prevenir a sinusite. 

 

Quais são os cuidados que podemos ter em casa para evitar alergias respiratórias? 

Existem diversas medidas que podem ser tomadas em casa para ajudar a prevenir alergias respiratórias, tais como: 

  1. Manter a casa limpa e livre de poeira: limpar regularmente a casa com pano úmido, aspirador de pó e evitar acúmulo de objetos que possam acumular poeira, como tapetes, cortinas e bichos de pelúcia. 
  2. Controlar a umidade: manter a umidade dentro dos níveis recomendados (entre 40% e 60%) pode ajudar a evitar o crescimento de ácaros e fungos. É importante ventilar a casa diariamente e usar desumidificadores ou aparelhos de ar-condicionado com filtros antialérgicos. 
  3. Evitar fumar: o tabagismo pode irritar as vias respiratórias e desencadear alergias respiratórias, portanto, é importante evitar fumar dentro de casa ou estar exposto a fumaça de cigarro. 
  4. Evitar alérgenos: identificar e evitar os alérgenos que causam as alergias, como pólen, mofo, ácaros e pelos de animais de estimação. 
  5. Manter uma alimentação saudável: uma dieta equilibrada pode ajudar a fortalecer o sistema imunológico e reduzir a suscetibilidade a alergias. 
  6. Higienizar as mãos: lavar as mãos com frequência ajuda a prevenir a propagação de germes e bactérias que podem desencadear alergias. 

Em geral, os cuidados em casa para evitar alergias respiratórias têm como objetivo manter um ambiente limpo e saudável, reduzindo a exposição a alérgenos e irritantes. É importante lembrar que cada pessoa pode ter necessidades específicas, e que o acompanhamento médico é fundamental para identificar e tratar alergias respiratórias. 
 

Hospital Paulista de Otorrinolaringologia 
 

Câncer de cabeça e pescoço na região Sudeste: RJ lidera estimativas de casos de câncer de tireoide, ES, de cavidade oral, e SP, de laringe


Apesar dos principais fatores de risco do câncer de cabeça e pescoço - tabagismo, bebidas alcoólicas e infecção pelo Papilomavirus Humano (HPV) - serem conhecidos e potencialmente evitáveis, a doença segue comum, com o agravante dos casos serem descobertos em fase avançada, exigindo tratamentos mais complexos e o envolvimento de diferentes especialidades médicas. No Julho Verde, mês de conscientização sobre esse tipo de câncer, o Grupo Brasileiro de Câncer de Cabeça e Pescoço (GBCP) abraça a causa com uma série de ações reunidas na campanha "Pessoas que Mudam Histórias"


Estamos no Julho Verde, mês de conscientização sobre o câncer de cabeça e pescoço, doença oncológica que reúne diferentes tumores malignos que podem acometer a cavidade oral (boca, lábios, língua, gengiva, assoalho da boca e palato); seios da face (maxilares, frontais, etmoidais e esfenoidais); faringe, nasofaringe (atrás da cavidade nasal), orofaringe (onde estão a amígdala e a base da língua), hipofaringe (porção final da faringe, junto ao início do esôfago), laringe (supraglote, glote e subglote), glândulas salivares e glândula tireoide.

 As estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA) para cada ano do próximo triênio (2023-2025) apontam para 41 mil novos casos de câncer de cabeça e pescoço. No Brasil, os tipos mais comuns são os de cavidade oral, nos homens, e de laringe e de tireoide, nas mulheres.

Na região Sudeste do país, o estado do Rio de Janeiro lidera as estimativas do INCA de câncer da tiroide, com 6,24 casos para cada 100 mil habitantes; o Espirito Santo, de cavidade oral, com 7,05 casos para cada 100 mil habitantes; e São Paulo, de câncer de laringe, com 3,32 casos para cada 100 mil habitantes. A seguir, as estimativas do INCA para todos os estados da região Sudeste:


CÂNCER DE TIREOIDE – INCA - 2023

Estado

Homem *

Mulher*

Geral*

Espirito Santo

0,64

2,58

1,78

Minas Gerais

1,97

4,26

5,25

Rio de Janeiro

1,84

7,68

6,24

São Paulo

2,21

9,22

5,85

*casos para cada 100 mil habitantes/taxas ajustadas

 CÂNCER DA CAVIDADE ORAL – INCA - 2023

Estado

Homem *

Mulher*

Geral*

Espirito Santo

12,47

2,07

7,05

Minas Gerais

9,89

3,05

6,30

Rio de Janeiro

9.19

2,78

5,58

São Paulo

10,85

2,72

6,41

*casos para cada 100 mil habitantes/taxas ajustadas

 CÂNCER DE LARINGE– INCA - 2023

Estado

Homem *

Mulher*

Geral*

Espirito Santo

4,28

0,39

2,20

Minas Gerais

5,52

0,88

3,06

Rio de Janeiro

5,10

0,71

2,52

São Paulo

6,62

0,75

3,32

*casos para cada 100 mil habitantes/taxas ajustada

Apesar dos principais fatores de risco do câncer de cabeça e pescoço – tabagismo, bebidas alcoólicas e infecção pelo Papilomavirus Humano (HPV) – serem conhecidos e potencialmente evitáveis, a doença segue comum, com o agravante dos casos serem descobertos em fase avançada, exigindo tratamentos mais complexos e o envolvimento de diferentes especialidades médicas.

Ao evitar os fatores de risco, especialistas alertam que cerca de 40% dos casos poderiam ser evitados. Não fumar, não consumir em excesso bebidas alcoólicas e estar vacinado contra HPV. Por sinal, desde janeiro de 2017, o Ministério da Saúde oferece a proteção de meninos contra o vírus HPV. Essa medida se soma à imunização que já ocorria desde 2014 nas meninas. As vacinas contra HPV protegem contra os dois subtipos do vírus mais associados com câncer. Os HPVs oncogênicos – 16 e 18 – são também prevalentes em tumores de cabeça e pescoço, principalmente de orofaringe.


Campanha do Grupo Brasileiro de Câncer de Cabeça e Pescoço (GBCP)

Alinhado a essa realidade, o Grupo Brasileiro de Câncer de Cabeça e Pescoço  (GBCP) realiza neste ano, em alusão ao Julho Verde, a campanha “Pessoas que Mudam Histórias”, chamando a atenção para o papel dos profissionais de diferentes áreas envolvidos no cuidado multidisciplinar ao paciente – além de oncologistas clínicos, cirurgiões de cabeça e pescoço e radio-oncologistas – de especialistas das áreas de Fonoaudiologia, Fisioterapia, Nutrição, Endocrinologia, Estomatologia, Enfermagem, Otorrinolaringologia, Odontologia e Psicologia. Simultaneamente, a campanha também alerta para a importância do diagnóstico precoce.

Ao longo de todo o mês de julho, a campanha do GBCP estará presente na comunicação com a imprensa, nas redes sociais, com lives e podcasts. Serão três lives em julho: a primeira no dia 6, com o tema “Novidades no tratamento de câncer de cabeça e Pescoço”; dia 13 será realizada a segunda com o tema “Nova geração de profissionais da área de câncer de cabeça e pescoço – como se preparar”, às 19h, e dia 20, no mesmo horário, “Desafios no pós-tratamento do paciente com câncer de cabeça e pescoço. A campanha também conta com kit de divulgação, incluindo as peças em diferentes formatos, disponível para download gratuito no site do GBCP.


A importância do diagnóstico precoce

O diagnóstico precoce do câncer de cabeça e pescoço aumenta as chances de sucesso do tratamento e contribui para diminuir sequelas, proporcionando mais qualidade de vida para o paciente. Dados sobre câncer de cavidade oral e laringe do levantamento SEER, do Instituto Nacional de Câncer dos Estados Unidos (NCI), apontam que 86,6% dos pacientes estão vivos cinco anos após o tratamento quando o tumor era inicial, localizado apenas no órgão. Quando a doença se espalha pelos linfonodos a taxa de sobrevida em cinco anos cai para 69,1%. Com doença à distância (metástase) a taxa é de 39,3%. Portanto, é importante estar atento a alguns sinais e sintomas, como:

  • Ferida na boca que não cicatriza (sintoma mais comum)
  • Dor na boca que não passa (também muito comum, mas em fases mais tardias)
  • Nódulo persistente ou espessamento na bochecha
  • Área avermelhada ou esbranquiçada nas gengivas, língua, amígdala ou revestimento da boca
  • Irritação na garganta ou sensação de que alguma coisa está presa ou entalada na garganta
  • Dificuldade para mastigar ou engolir
  • Dificuldade para mover a mandíbula ou a língua
  • Dormência da língua ou outra área da boca
  • Inchaço da mandíbula que faz com que a dentadura ou prótese perca o encaixe ou incomode
  • Dentes que ficam frouxos ou moles na gengiva ou dor em torno dos dentes ou mandíbula
  • Mudanças na voz
  • Nódulos ou gânglios aumentados no pescoço
  • Perda de peso
  • Mau hálito persistente

São sinais e sintomas que não necessariamente podem estar relacionados a um câncer, mas é importante consultar o médico ou o dentista, principalmente, se esses incômodos persistirem por mais de duas semanas. A confirmação do diagnóstico depende de biopsia.



GBCP - Grupo Brasileiro de Câncer de Cabeça e Pescoço
https://www.gbcp.org.br/


Septicemia: doença que mais mata no mundo volta aos holofotes

47 a 50 milhões de casos de septicemia ocorrem
anualmente, sendo cerca de 80% deles
fora do ambiente hospitalar 

Créditos: Envato
Entenda o que é essa condição que pode ser fatal se não diagnosticada precocemente


A septicemia, também conhecida como sepse, é uma doença que volta aos holofotes por ser uma das principais causas de morte em todo o mundo. O Ministério da Saúde estima que ocorram de 47 a 50 milhões de casos de septicemia anualmente, sendo que cerca de 80% deles ocorrem fora do ambiente hospitalar. Recentemente, personalidades como o ator Stênio Garcia e as cantoras Preta Gil e Madonna chamaram a atenção ao apresentarem estágios diferentes dessa infecção.

Um estudo divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e realizado por 24 pesquisadores de universidades de seis países baseado em registros médicos de 195 nações, revelou uma estatística alarmante: 11 milhões de pessoas morrem todos os anos com septicemia, ou seja, 1 a cada 5 óbitos mundo, mais do que as mortes causadas pelo câncer. Apesar de assustador, o estudo traz uma boa notícia: o número de casos e mortes relacionadas à doença tem diminuído nas últimas duas décadas, registrando uma redução de 50% desde 1990. 

Entenda a doença


"A sepse é um estado inflamatório que ocorre em consequência de um quadro infeccioso no organismo. Essa infecção pode ser causada por diferentes micro-organismos, como vírus, fungos, parasitas, protozoários e, principalmente, bactérias”, explica o médico infectologista do Hospital São Marcelino Champagnat, Bernardo Montesanti.

Quando a infecção avança, o sistema imunológico reage lançando uma resposta inflamatória sistêmica na tentativa de controlá-la. No entanto, em alguns casos, essa resposta exagerada pode levar ao colapso do sistema imunológico, que passa a atacar outras partes do próprio corpo. Esse processo inflamatório pode levar a alterações no funcionamento de órgãos vitais e, se não diagnosticado rapidamente, pode levar à morte. 


Como identificar a sepse?

O Ministério da Saúde alerta que qualquer tipo de infecção, seja leve ou grave, pode evoluir para septicemia. No entanto, é mais comum que ocorra em casos de pneumonia, infecções abdominais e infecções urinárias. Embora não existam sintomas específicos, é importante que todas as pessoas que estejam enfrentando uma infecção e apresentem febre, taquicardia, aceleração dos batimentos cardíacos, respiração acelerada, fraqueza intensa e tontura devem procurar imediatamente um serviço de emergência ou um médico.

Segundo o médico infectologista, a prevenção é o melhor caminho, tanto para evitar que a doença ocorra quanto para o cuidado da sepse.  “No primeiro caso, práticas de higiene geral, como lavar as mãos com água e sabão, além de usar álcool em gel, diminuem as chances de transmissão de micro-organismos presentes em ambientes, como botões de elevadores, corrimãos e trincos de portas, para o organismo humano. Outra forma de prevenção é por meio da vacinação em todas as idades. Então, é importante conferir se a carteira vacinal está em dia, porque existem vários micro-organismos causadores de sepse que podem ser prevenidos dessa forma”, reforça o especialista.


Qual é a população mais vulnerável a adquirir a doença?

Qualquer pessoa pode desenvolver septicemia, porém, existem alguns grupos que apresentam maior risco. Isso inclui prematuros, crianças com menos de um ano, idosos com mais de 65 anos, pacientes com câncer, AIDS ou que tenham passado por quimioterapia ou outros tratamentos que afetam o sistema imunológico. Além desses, pacientes com doenças crônicas como insuficiência cardíaca, insuficiência renal e diabetes, usuários de álcool e drogas, assim como pacientes hospitalizados que fazem uso de antibióticos, cateteres ou sondas. 


O tratamento

Existem duas abordagens no tratamento da septicemia: o de suporte e o específico. “O primeiro consiste em medidas para otimizar a troca gasosa através de ventilação mecânica, medidas para controlar a pressão arterial e outras terapias que visam minimizar o impacto desse estado inflamatório sistêmico nos casos mais graves, que pode levar a complicações como o choque séptico. Já o tratamento específico é realizado de acordo com o agente causador da infecção. No caso de infecções bacterianas, tratamos com antibióticos específicos. Se a causa for um vírus, usamos medicamentos com antivirais adequados para combater o micro-organismo responsável”, finaliza.

 

Por que o padrão de sono dos adolescentes é diferente

Estudo mostrou que entre 14 e 33% dos jovens se queixam de problemas de sono

 

A fase da adolescência é um tema muito estudado, já que ela é considerada um período importante de alterações hormonais e cerebrais, cuja transição pode ser determinante para a formação da identidade pessoal. 

Um destes estudos, publicado no periódico médico JAMA, analisou o sono dos adolescentes e descobriu que entre 14 e 33% dos jovens se queixam de problemas de sono, enquanto 10 a 40% dos estudantes do ensino médio apresentam moderada ou transitória privação ou insuficiência de sono. 

Segundo Danielle H. Admoni, psiquiatra geral, da Infância e Adolescência, supervisora na residência da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM) e especialista pela ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria); os adolescentes são bastante vulneráveis a distúrbios do sono, principalmente a insônia. 

“O adolescente é um ser biologicamente ‘programado’ para dormir e acordar mais tarde, sendo que, na maior parte da manhã, seu cérebro não está em estado de vigília”, afirma Danielle Admoni.

 

Como é o sono deles

De acordo com a psicóloga Monica Machado, fundadora da Clínica Ame.C e pós-graduada em Psicanálise e Saúde Mental pelo Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Albert Einstein; enquanto as crianças são predominantemente matutinas, os adolescentes vão se tornando mais atrasados durante a puberdade, atingindo o máximo da vespertinidade próximo dos 20 anos de idade. “Geralmente, acometem primeiro as meninas, podendo ser considerado um marcador do final da adolescência”. 

Mas, por que isso acontece? Segundo Danielle Admoni, o nosso relógio biológico é orientado pelo ciclo luz/escuro, que é a principal fonte de informação do corpo sobre horários. 

“A secreção do hormônio melatonina se inicia no escuro e é inibida pela exposição à luz. A mesma passa pela retina para o núcleo localizado no cérebro, o supraquiasmático, que é considerado o relógio central do nosso organismo. Nos adolescentes, a melatonina passa a ter seu pico de excreção mais tarde, atrasando a sensação de sono”. 

Ainda, segundo a psiquiatra, o hormônio cortisol, liberado pelas glândulas suprarrenais, é responsável por nos manter em alerta durante o dia. Já para os adolescentes, essa secreção também é tardia, levando ao despertar vagaroso e apresentando muito sono ao longo da manhã.

 

Menos horas de sono afetam o desempenho dos alunos

De acordo com recomendações da American Academy of Sleep Medicine, AASM, Academia Americana de Medicina do Sono, os adolescentes devem dormir de 8 a 10 horas por noite para terem uma vida minimamente saudável. 

“Caso não cumpram esse padrão de sono, eles podem apresentar dificuldades de atenção e de concentração, baixo desempenho escolar, oscilações de humor, predisposição a acidentes, atraso no desenvolvimento puberal, hipertensão, obesidade, diabetes e depressão, entre outras complicações”, alerta a psicóloga Monica Machado. 

Um estudo realizado pela Escola de Medicina de Harvard (Harvard Medical School) dividiu estudantes do ensino médio em dois grupos. Por 7 dias, um grupo dormiu nove horas por noite, enquanto o outro grupo dormiu apenas cinco horas. 

Os estudantes que dormiram menos apresentaram mais alterações cognitivas e de humor ao longo da semana, quando comparados ao outro grupo. Além disso, foram necessárias duas noites de “sono de recuperação” para o organismo voltar ao normal.

 

O que fazer

Há evidências de que os adolescentes, na maioria das sociedades industrializadas, não atingem as horas diárias de sono recomendadas durante o período escolar, o que é consistente com estimativas de que, nos últimos 100 anos, o sono encurtou em cerca de uma hora para os adolescentes. 

“Junte a isso o excessivo uso de telas e a intensa atividade social, que acabam contribuindo para a diminuição do tempo de sono. Além disso, a exposição à luz durante a noite favorece ainda mais a desregulação desse ciclo comportamental e biológico”, analisa a psiquiatra. 

Ainda que não seja saudável, ela defende a importância de entender e respeitar que o organismo dos adolescentes atue de forma diferente. “Nesta fase, o ideal é organizar as atividades e a vida do adolescente conforme seu ritmo. Cobrar, exigir e pressionar uma rotina fora do seu padrão biológico só irá gerar improdutividade e desgaste. Se for preciso, vá incentivando a mudança de hábitos aos poucos, até chegar no prazo de validade da adolescência”, finaliza Danielle Admoni.

 

Tratamento tardio tem provocado cegueira e deficiência visual

Consequências podem ser evitadas com abordagem precoce conforme alerta o Dia da Saúde Ocular no Brasil

 

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), no Brasil cerca de 30 milhões de pessoas enfrentam problemas com algum nível de cegueira ou deficiência visual. A celebração do Dia da Saúde Ocular no Brasil, em 10 de julho, alerta a população para esses casos que poderiam ter sido evitados com o devido diagnóstico precoce em uma consulta regular com um oftalmologista.

Na ausência de detecção oportuna, a visão reduzida ou ausente pode ter efeitos pessoais e altos custos econômicos de longo prazo. A OMS estima que problemas na visão podem causar custos em perda de produtividade de cerca de US$411 bilhões por ano.

Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019, realizada pelo Ministério da Saúde e o IBGE, 3,4% da população do país com 2 anos ou mais de idade declararam ter muita dificuldade ou não conseguir de modo algum enxergar, o equivalente a 6,9 milhões de brasileiros com deficiência visual, que atingia a 2,7% dos homens e a 4% das mulheres.

Cerca de 0,5% da população com 2 a 9 anos tinha deficiência visual, ante 9,2% entre os idosos. Entre as pessoas com 18 anos ou mais de idade, cerca  de 4,2% tinham deficiência visual. A própria OMS estima que no mundo todo, cerca de um bilhão de pessoas sofrem com algum tipo de problema de visão que poderia ter sido prevenido ou tratado.

A deficiência visual afeta pessoas de todas as idades, sendo a maioria com mais de 50 anos, mas, crianças, jovens e adultos também têm apresentado cada vez mais problemas de visão devido ao uso prolongado de telas e com cada vez menos idade.

“Além de afetar a qualidade de vida, o desempenho educacional, a produtividade, a participação na força de trabalho e contribuir para a depressão, os problemas oculares não detectados em tempo podem levar à perda da visão por meio de doenças como a catarata, o glaucoma, a degeneração macular relacionada à idade e a retinopatia diabética”, alerta o Dr. Cristiano Caixeta, oftalmologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo e presidente do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO).

As principais causas de deficiência visual e cegueira são erros refrativos não corrigidos (miopia, hipermetropia, astigmatismo, presbiopia) e catarata, todos preveníveis com uma consulta ao oftalmologista e o devido diagnóstico e tratamento. Uma pesquisa do Ibope-Alcon, com apoio do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), apontou que 34% da população brasileira adulta nunca foi ao oftalmologista.

“A saúde ocular é crítica para o bem-estar como um todo do indivíduo. Cerca de 80% das informações que processamos e utilizamos no dia a dia vem da visão. Por isso, é muito importante ter regularidade na visita ao oftalmologista, com o agravante de que várias doenças oculares são assintomáticas”, explica o especialista.


Proteção dos Olhos

Segundo Caixeta, é fundamental cultivar hábitos saudáveis, como consumir mais peixe, não fumar, praticar exercícios físicos, manter o peso adequado e uma boa alimentação, para a saúde ocular em conjunto com a visita regular ao médico oftalmologista. Confira algumas orientações sobre como proteger os olhos:

  • Evite coçar os olhos!;
  • Faça pausas. Evite ficar longos períodos na frente de telas;
  • Não use colírios sem recomendação médica. Alguns deles podem prejudicar a sua visão;
  • Proteja seus olhos. Isso vale para maquiagem vencida, sol em demasia e pequenos acidentes do dia a dia;
  • Use óculos ou lentes de contato apenas quando prescritos por médico oftalmologista;
  • Antes de colocar, ou, ao tirar as lentes de contato, lavar bem as mãos e higienizar as lentes com produtos indicados pelo fabricante. O estojo onde as lentes são guardadas também deve estar sempre limpo;
  • Use óculos de proteção ocular sempre que houver risco de algo atingir seus olhos;
  • Consulte seu médico oftalmologista regularmente! Alguns problemas oculares não apresentam sintomas e o diagnóstico precoce é fundamental.

 

Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo

 

Nutrólogo destaca os benefícios que o chocolate traz à saúde

Reprodução: Pinterest
No Dia Mundial do Chocolate, nutrólogo revela que a iguaria, de sabor irresistível para alguns, pode não ser apenas o vilão das dietas

 

Na próxima sexta-feira, 7 de julho, comemora-se o Dia Mundial do Chocolate. Apreciado por muitos, o chocolate é acusado de ser o vilão da dieta, por conta do sabor irresistível, entretanto a iguaria pode trazer uma série de benefícios. É o que revela o médico nutrólogo Weder Willian. 

O chocolate tem como principal matéria prima o cacau, que é misturado a açúcar e leite. No caso do cacau em pó, por exemplo, o alimento é produzido esmagando os grãos e removendo a gordura ou a manteiga do fruto. Weder Willian destaca que o cacau conta com compostos importantes que podem trazer benefícios à saúde. 

Acredita-se que a civilização Maia, da América Central, foi a primeira a utilizar o cacau e que foi introduzido na Europa pelos conquistadores espanhóis, no século 16. Rapidamente o fruto tornou-se popular pelo mundo, tendo o chocolate como principal iguaria feita a base do cacau. 

O cacau é rico em polifenóis, que são antioxidantes naturais encontrados em diversos alimentos – como vinho, chá, frutas e vegetais – e abundante em flavonoides, que têm potentes efeitos antioxidantes e anti-inflamatórios. Por conta disso, foram associados a vários benefícios à saúde, a exemplo de redução da inflamação, melhoria do fluxo sanguíneo, redução da pressão arterial, melhoria dos níveis de colesterol e açúcar e redução da velocidade de envelhecimento da pele. 

Reprodução: Pinterest

O nutrólogo Weder Willian destaca uma série de benefícios que o chocolate pode trazer à saúde. Claro que sem esquecer que parcimônia e moderação são fundamentais para uma boa dieta. Weder ressalta ainda que os chocolates que apresentam maior percentual de cacau, chocolate 70%, por exemplo, são os que possuem mais antioxidantes. Vale destacar que uma alimentação saudável, associada a atividades físicas e repouso adequado formam os pilares para uma boa saúde. 

O cacau, tanto em pó quanto em chocolate amargo, pode ajudar a reduzir a pressão arterial. O fruto tem outras propriedades que podem reduzir o risco de ataque cardíaco e derrame. Diminui ainda o colesterol LDL, conhecido como colesterol ruim, tem um efeito de afinamento do sangue semelhante à aspirina, reduz o açúcar no sangue e a inflamação.

 

Os flavonóis do cacau podem apoiar a produção de neurônios, a função cerebral e dar um “up” no fluxo sanguíneo e no fornecimento do tecido cerebral. O fruto pode exercer alguns efeitos positivos sobre o humor e os sintomas de depressão, reduzindo os níveis de estresse e melhorando a calma e o bem-estar psicológico geral. 

Encontrados no cacau e em frutas, vegetais e outros alimentos, os flavonóides têm atraído atenção devido às suas propriedades de proteção contra o câncer, baixa toxicidade e poucos efeitos colaterais adversos. De acordo com um estudo publicado no Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, o cacau foi revelado como um alimento com propriedades imunorreguladoras, em particular a resposta inflamatória inata e a resposta imunológica adaptativa sistêmica e intestinal.

 

73 milhões de brasileiros convivem com insônia

Melatonina auxilia na regulação do ritmo biológico e suplementação
da substância pode ser aliada no combate à insônia 
istock
Uso adequado de medicamentos e suplementos como melatonina pode ajudar na indução e manutenção do sono


No Brasil, aproximadamente 72% da população sofre de algum distúrbio relacionado ao sono, de acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A Associação Brasileira do Sono indica que 73 milhões de pessoas sofrem com a insônia no país. São brasileiros que têm dificuldade em adormecer, manter o sono durante a noite ou acordar cedo demais, e isso pode ter um impacto significativo na qualidade de vida e no bem-estar.

Na busca por alternativas para promover um sono saudável, muitas pessoas acabam recorrendo a medicamentos para dormir. No entanto, o uso desses medicamentos também pode apresentar riscos se feito sem orientação médica. Uma opção, que até algum tempo atrás só estava disponível para venda fora do Brasil, são os suplementos alimentares de melatonina, os quais tiveram a comercialização aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em outubro de 2021.

Produzida naturalmente pelo corpo, a melatonina desempenha um papel fundamental na regulação do ritmo biológico, estimulando o sono. A analista de Desenvolvimento Farmacotécnico da Prati-Donaduzzi, Maria Eduarda ZImmermann, destaca que, apesar dos benefícios, a substância não é um remédio para dormir e deve ser usada com cautela. “Ela auxilia e contribui para que nós durmamos, mas não é um tratamento para insônia e deve ser usada em períodos curtos. Além disso, não é recomendada para gestantes, lactantes, crianças e pessoas cujo trabalho requer atenção constante”, explica. 


Funcionamento

A melatonina desempenha um papel importante na regulação do sono e da vigília. Ela é produzida naturalmente pelo corpo durante a noite, pela glândula pineal localizada no cérebro. Sua produção é influenciada pela luz e escuridão. Durante o dia, o corpo inibe a produção de melatonina sinalizando que é hora de ficar acordado e atento. À noite, a produção é induzida para que a pessoa durma. “A suplementação de melatonina ajuda a regular o sono, principalmente para as pessoas que apresentam algum distúrbio. Quando a substância é absorvida no organismo, ele entende que é hora de dormir, facilitando o início do sono e auxiliando também na manutenção”, esclarece Maria Eduarda. “É recomendado que a pessoa tome o comprimido cerca de 30 minutos antes de deitar. No entanto, para que obtenha o efeito desejado, é importante adotar uma higiene do sono, como ficar em ambiente escuro e afastado de telas de celular ou televisão”, complementa. 

Outros fatores que também podem impactar o sono e causar a insônia são: estresse, ansiedade, problemas de saúde, uso de medicamentos e hábitos inadequados de sono. A recomendação é identificar a causa e procurar atendimento médico quando necessário, em vez de fazer uso prolongado da melatonina sem acompanhamento especializado.


Prati-Donaduzzi

 

Fibromialgia: dores podem aumentar durante o inverno

Reumatologista Cláudia G. Schainberg explica quais cuidados devem ser intensificados

 

A fibromialgia é uma doença reumatológica que causa dores generalizadas, principalmente dores musculares, além de apresentar sintomas de cansaço, fadiga, depressão e ansiedade.

Algumas partes do corpo que podem ser acometidos por essa doença são: cervical, tórax, abdome, dorso, lombar, mandíbula, ombro, braço, coxa e perna. Fatores climáticos podem intensificar as dores nessas regiões. Portadores da fibromialgia relatam a dificuldade de saber quando foi que as dores começaram, pois, “a dor começa bem leve e vai aumentando conforme o passar dos dias, sendo elas nos ossos, mais precisamente nas articulações” explica a médica reumatologista Cláudia G. Schainberg.

É essencial que ao sentir dores persistentes o médico seja procurado, para realizar exames físicos que detalham o diagnóstico e o tratamento correto a ser seguido, pois esta doença não tem cura, mas também não leva à morte. Segundo a especialista, o tratamento inclui medicamentos, atividades físicas e massagens.

Para diminuir as dores em tempos gelados como nessa época do ano é necessário realizar uma boa rotina e intensificar alguns cuidados. “Tenha uma alimentação saudável, faça exercícios físicos, mantenha o peso controlado e evite o sobrepeso, reduza o estresse, procure posições confortáveis para se sentar e deitar, mantenha o ambiente com uma temperatura agradável e use os medicamentos indicados pelo o seu médico” ressalta a Cláudia G. Schainberg. 



Dra. Cláudia G. Schainberg - graduada em Medicina pela Universidade Federal da Bahia e possui mestrado e doutorado pela Faculdade de Medicina da USP. Fez também especialização em Reumatologia no Canadá e Estados Unidos. Atualmente exerce atividades de ensino, assistência e pesquisa no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, onde chefia o Laboratório de Imunologia Celular do LIM-17 e o Ambulatório de Artrites da Infância. Também faz parte do corpo clínico dos hospitais Israelita Albert Einstein, Sírio Libanês e Alemão Oswaldo Cruz. Já no Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, atua nos Ambulatórios de Osteoartrite, Gota e Espondiloartrites.


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