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sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

Janeiro Branco: especialistas falam sobre a importância dos cuidados com a saúde mental

 Divulgação- Freepik
Em uma sociedade cada vez mais ansiosa e afetada pelas doenças psíquicas, olhar com cuidado para o tema se faz essencial
 



Todo início de ano é a mesma coisa. As pessoas olham para os próximos 365 dias como folhas em branco para construir planos, metas, sonhos e desejos. É neste momento que surgem reflexões acerca da vida, das relações, do passado, do presente e do futuro. Não à toa, o mês de janeiro foi escolhido para representar um movimento importante dedicado à construção de uma cultura da saúde mental: o Janeiro Branco. A campanha tem como objetivo chamar a atenção da sociedade para questões voltadas à importância e à necessidade de um cuidado com a saúde mental de cada indivíduo.

Uma humanidade mais saudável pressupõe uma cultura na qual a saúde mental seja reconhecida pela sua importância, haja vista que sua negligência pode influenciar no aparecimento de males físicos. De acordo com Fernando Machado, psicólogo do Hospital Anchieta de Brasília, ter uma boa saúde mental é estar em equilíbrio psicológico, físico, emocional e espiritual, buscando enfrentar os contratempos da vida e conseguindo retomar o equilíbrio.

Atualmente, diagnósticos de ansiedade, depressão, transtornos alimentares e afetivos bipolar têm ficado cada vez mais comuns entre a população brasileira. "O que eu mais observo no consultório hoje é um nível de depressão e um nível de ansiedade altos diante das imposições do mundo. Você tem que ser o melhor em tudo, você tem que fazer muito bem. Há um certo nível de cobrança irrealista atualmente, que leva as pessoas a uma maior taxa de doenças psíquicas", detalha o psicólogo.

Segundo Machado, uma boa forma de cuidar da saúde mental é buscar atividades de prazer nas quais é possível descarregar estresses de outros espaços, como do trabalho, de problemas de relacionamento ou outros. "Devemos identificar o que está ao nosso alcance para trazer o equilíbrio. Às vezes a meditação, às vezes uma religião, às vezes psicoterapia", conta o profissional. "O intuito é procurar situações que nos levam para o reequilíbrio emocional, é um cuidado com o pensamento e com o comportamento", completa.

Quando a mente está sobrecarregada, o corpo começa a dar sinais e é importante estar atento a cada um deles. "Cansaço, alteração de sono, alterações alimentares, irritabilidade, sentimentos negativos e preocupação exagerada que não condizem com a situação merecem atenção", explica Pedro Leopoldo, psiquiatra do Hospital Anchieta de Brasília.

Outro sintoma que também deve ser avaliado são as perdas cognitivas. A cognição é toda aquela habilidade do indivíduo de se concentrar e realizar atividades. Muitas vezes, em quadros de estresse ou de doenças psíquicas, os pacientes começam a ter perdas cognitivas e passam a perder a capacidade de efetuar tarefas que costumavam ser simples. "Uma pergunta clássica na psiquiatria é: as atividades que você faz habitualmente, todo dia, estão mais difíceis de fazer? Via de regra, quem está procurando a gente vai ter essa queixa. Isso significa a perda dessa tal de função cognitiva que deve ser analisada pela psiquiatria e neurologia", conta Leopoldo.

O psiquiatra também ressalta que, no caso de aparecimento desses sintomas, é necessário buscar especialistas para diagnóstico e acompanhamento com uma equipe multiprofissional. "Psiquiatria e psicologia associadas são fundamentais para um bom tratamento, além disso, o apoio familiar também é de grande importância", afirma.


Formas graves da COVID-19 aumentam risco de problemas cardiovasculares, de saúde mental e incapacidades em longo prazo

Pesquisa da Coalizão COVID-19 Brasil mostra complicações tardias na população brasileira devido à infecção. Estudo avaliou 1.508 pacientes durante um ano, após alta hospitalar


A Coalizão COVID-19 Brasil — aliança para condução de pesquisas, formada por Hospital Israelita Albert Einstein, Hcor, Hospital Sírio-Libanês, Hospital Moinhos de Vento, Hospital Alemão Oswaldo Cruz, BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo, o Brazilian Clinical Research Institute (BCRI) e Rede Brasileira de Pesquisa em Terapia Intensiva (BRICNet) — conduz estudos clínicos sobre tratamentos e os impactos do coronavírus na saúde. Um novo estudo foi publicado pelo Intensive Care Medicine, periódico científico oficial da Sociedade Europeia de Medicina Intensiva. O Coalizão VII analisou a associação entre gravidade da COVID-19 em sua fase aguda e a qualidade de vida em longo prazo. 

Após um ano de acompanhamento de pacientes que receberam alta após internação por COVID-19 em instituições brasileiras, os pesquisadores identificaram que quadros de maior gravidade da doença durante a hospitalização — definidos pela necessidade de ventilação mecânica, por exemplo — estão associados a maiores impactos na qualidade de vida e piores resultados nos desfechos de mortalidade, eventos cardiovasculares maiores, re-hospitalizações, novas incapacidades para atividades diárias, sintomas de ansiedade e estresse pós-traumático e dificuldade de retorno ao trabalho ou aos estudos. 

Um dos principais achados é o alto percentual de pacientes que relataram novas incapacidades, como dificuldade de se locomover, de cuidar da própria higiene, fazer compras e administrar suas finanças. Entre os que necessitaram de ventilação mecânica, esse índice foi de 47%. 

O estudo identificou que uma em cada quatro pessoas intubadas durante o tratamento precisou ser internada novamente ao longo dos 12 meses subsequentes. Além disso, 5,6% tiveram infarto, AVC ou morreram por doença cardiovascular, o dobro da taxa entre pacientes que não exigiram suporte respiratório durante a internação. 

Os impactos na saúde mental também preocupam os pesquisadores. A prevalência de transtorno do estresse pós-traumático (TEPT) em pacientes que fizeram uso da ventilação mecânica foi o dobro daquela da população brasileira em geral. Além disso, um em cada quatro apresentou sintomas de ansiedade. Esse acometimento de saúde mental, somado às incapacidades físicas relatadas, está associado à redução significativa da qualidade de vida. 

A taxa de mortalidade pós-alta hospitalar nos pacientes intubados durante o tratamento para a COVID-19 foi de 8% ao longo dos 12 meses, enquanto entre os que não precisaram de suporte ventilatório era de 2%.. De acordo com os pesquisadores, a ventilação mecânica é um marcador importante de gravidade da doença e indica um grau maior de comprometimento pulmonar e de outros órgãos — não é a técnica o que provoca o dano (ao contrário, ela ajuda a salvar vidas), mas é um indicativo de que aquele indivíduo vai precisar de um tratamento prioritário na reabilitação.

 

Os pacientes

Os pesquisadores acompanharam 1.508 pacientes, internados em 84 hospitais do Brasil, e que participaram dos demais estudos da Coalizão. Os voluntários foram classificados em quatro grupos: os que não precisaram de suporte de oxigênio; os que receberam oxigenação por meio de máscara ou cânula nasal; os que necessitaram de ventilação não invasiva ou oxigênio por cateter nasal de alto fluxo; e os que foram intubados e necessitaram de ventilação mecânica. Os contatos para monitoramento da qualidade de vida, dos sintomas persistentes, complicações de saúde e outras doenças, foram realizados através de entrevistas telefônicas, aos três, seis, nove e 12 meses após a alta.

 

A importância do Coalizão VII

Muitas consequências da COVID-19 ainda são desconhecidas e preocupam especialistas no mundo inteiro. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda três passos para enfrentar esse desafio: reconhecer e encontrar esses pacientes, priorizar a reabilitação deles e investir em pesquisa. 

O estudo, ao fazer a associação das sequelas, impactos e danos para a qualidade de vida à gravidade dos casos, ajuda a identificar as populações de maior risco e que precisam ter prioridade no tratamento e na reabilitação. De acordo com o Comitê Científico da Coalizão COVID-19 Brasil, saber quem necessitou de ventilação mecânica é uma forma de buscar esses pacientes e incluí-los em programas específicos para que sejam reabilitados. 

A pesquisa também alerta para a necessidade de rastreamento dos pacientes pós-alta, pois muitos morrem em decorrência de complicações da doença, mas constam nos levantamentos como recuperados. Outra medida importante é preparar os profissionais para atuarem precocemente na reabilitação.

 

Os outros estudos da Coalizão COVID-19 Brasil que serão publicados

  • Coalizão VIII -- Avaliou se anticoagulação com rivaroxabana previne agravamento da doença com necessidade de hospitalização em pacientes não-hospitalizados com COVID-19. Foi finalizado e será submetido à publicação.
     
  • Coalizão IX -- Avaliou se drogas antivirais isoladas e/ou em combinação entre si são efetivas para tratar casos de COVID-19 hospitalizados com doença moderada. Os antivirais testados foram atazanavir e daclatasvir associados a sofosbuvir. Foi concluído e submetido à publicação.

5 hábitos para melhorar a qualidade de vida dos idosos em 2023

2023 já começou e muitas pessoas já programaram como vai ser o ano, seus planos, metas e objetivos. Entre eles, a maioria tende a buscar por uma vida melhor e mais saudável, seja com alimentação adequada ou por meio de exercícios físicos para espantar o sedentarismo.

Quando se é jovem, ter essa perspectiva de mudança é mais fácil, afinal, se espera ter muitos anos pela frente para aproveitar e usufruir o que o mundo tem a oferecer. Contudo, quando falamos de idosos, estabelecer alterações em suas rotinas é mais difícil, pois muitos não querem sair da área de conforto por achar não haver necessidade, uma vez que já estão com uma idade mais avançada.

Mas essa afirmação está errada, e muito pelo contrário, buscar melhorar a saúde e sua rotina na terceira idade tem um poder físico e mental de aumentar a vontade de viver e se sentir emocionalmente mais feliz e estável.

Pensando nisso, a Gerente Enfermeira Marcelle Mariano, do Grupo Said, empresa de cuidadores de idosos, listou cinco hábitos para melhorar a qualidade de vida desse público em 2023:


  
Alimentação

Tendo em vista que esse é um dos pilares para manter uma boa saúde em qualquer idade, buscar por alimentos mais adequados, com nutrientes e que trazem uma saciedade maior, é o primeiro passo para quem quer começar o ano mudando a rotina e melhorando a qualidade de vida.

  1. Exercícios físicos

Também sendo um dos hábitos mais indicados para qualquer idade, começar uma atividade física do seu gosto, podendo ser uma caminhada, pilates, natação, dança, entre outros, irá auxiliar não somente a fortificar o corpo, como também trará benefícios para a saúde mental, gerando mais alegria e vontade de viver.

  1. Fazer check up médico

Sabemos que na terceira a incidência de doenças é mais comum e frequente, mesmo para aqueles que sempre foram saudáveis, por isso, independente se você está se sentindo bem ou não, realizar check ups poderá auxiliar na manutenção da saúde e até mesmo ajudar a tratar doenças diagnosticadas precocemente ou evitar que elas apareceram.

  1. Realizar atividades em grupo

O índice de depressão e ansiedade em pessoas com mais de 60 anos está aumentando, isso porque esse grupo tende a ser afastado ou até mesmo se auto afastar, por não conseguir participar das atividades da atualidade ou por não ter mais tantas condições físicas.

Diante disso, é necessário pensar em duas possibilidades: a primeira é realizar atividades em grupo com pessoas da sua idade, onde será possível fazer brincadeiras, jogar jogos e até conversar sobre assuntos relacionados a sua época. E a segunda é começar a ser mais ativo com filhos e netos e ter uma relação que será preciso abrir mão dos dois lados, com a possibilidade dos mais velhos aprenderem coisas sobre a geração de hoje e os mais novos estarem dispostos a aprender atividades que eram feitas antigamente. Assim, o exercício da mente permitirá que ela se mantenha estável e saudável.

  1. Por um fim nos vícios

Álcool e cigarro são os vícios mais comuns entre os idosos, inclusive, de acordo com o Datafolha, quase um em cada 10 homens idosos brasileiros (9%) bebe todos os dias, cinco vezes a média do país (2%) e o dobro do percentual de beberrões (4%), e sobre o cigarro, a pesquisa aponta que a taxa de fumantes nessa idade é de 14%.

Por isso, estimular tratamento e formas de colocar um fim nos vícios, aliados aos itens citados acima, poderá fazer com que a qualidade de vida melhore drasticamente e evite doenças ou seus agravamentos. Comece 2023 com novos hábitos.

“Sabemos que o ideal é começar desde jovem, contudo, ter a decisão de ter uma vida mais saudável é aceito e indicado em qualquer idade. Por isso, nunca é tarde para começar e mudar seus hábitos”, finaliza a profissional.

 

Grupo Said


Doenças bucais podem levar ao parto prematuro e comprometer a saúde do bebê

Você sabia que o pré-natal odontológico é imprescindível para a saúde da mãe e do bebê?


A internação da pequena Aurora, filha de Pedro Scooby com a modelo Cíntia Dicker, serve de alerta para a importância do pré-natal. O estado de saúde da filha de Pedro Scooby, surfista e ex-BBB, tem sido um dos temas mais procurados da internet nos últimos dias. 

Aurora, filha de Scooby com a modelo Cíntia Dicker, está internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital no Rio de Janeiro desde o dia 27 de dezembro, data de seu nascimento. 

Ainda que a gestação tenha recebido o devido acompanhamento, a realidade socioeconômica do país reflete a gravidade da desinformação sobre a importância do pré-natal. 

As consultas de pré-natal são fundamentais para que possam ser identificadas e evitadas doenças que podem atingir a mãe e o feto, proporcionando o crescimento saudável do bebê e reduzindo os perigos para a gestante. 

O Ministério da Saúde atesta que a deficiência de cuidados hospitalares, como a realização de pré-natais, se destaca como uma das principais razões para a elevada taxa de mortalidade infantil no Brasil. 

A cirurgiã-dentista e especialista em saúde bucal Dra. Bruna Conde alerta que o pré-natal geral também envolve cuidados com o pré-natal odontológico. É importante manter a saúde bucal em dia durante a gestação, pois isso pode afetar diretamente o bebê. Dessa forma, é recomendado que as mulheres consultem um dentista regularmente durante o pré-natal. 

Muitas incertezas e mitos a respeito da saúde bucal de gestantes são transmitidos de geração em geração a partir de suas experiências pessoais. Contudo, diversas pesquisas evidenciam o desconhecimento das grávidas em relação a fatores biomédicos cruciais para sua saúde bucal, bem como às crenças populares acerca das doenças orais e da gestação, assim como do tratamento odontológico durante o período de gravidez. “Desta maneira, muitas gestantes não colocam o pré-natal odontológico como prioridade, contribuindo para o agravo de problemas bucais e para a precariedade das condições bucais tanto da mãe quanto de suas crianças.” afirma a Dra. Bruna Conde. 

Durante a gravidez, o corpo sofre diversas transformações físicas e emocionais, tornando-se um momento ideal para a promoção de hábitos saudáveis. A gravidez gera muitas questões, que podem incentivar a futura mamãe a buscar por mais conhecimento e assim se adaptar a práticas melhores para a saúde. 

Assim, é possível promover um cuidado autossuficiente durante a gravidez para melhorar a saúde bucal, prevenindo a ocorrência de cáries e doença periodontal. 

Além disso, várias evidências comprovam a relação entre infecções bucais durante a gestação e o risco para o bebê nascer com baixo peso ou prematuramente. Estima-se que mais da metade dos partos prematuros, sem fator de risco estabelecido, podem estar associados à doença periodontal. 

A doença periodontal é uma infecção das gengivas que pode levar à destruição do tecido conjuntivo e à perda óssea. Se não for tratada, pode causar sérios problemas de saúde, incluindo o parto prematuro. “Por isso, é importante manter a saúde bucal em dia e realizar o tratamento da doença periodontal o quanto antes. Pesquisas revelam que bactérias presentes na placa dental são capazes de migrar para o útero e causar inflamação, o que pode levar às contraturas uterinas e ao parto prematuro.” ressalta a cirurgiã-dentista Bruna Conde. 

Para criar bons hábitos desde o começo, as Diretrizes da Política Nacional de Saúde Bucal sugerem que é essencial oferecer ações educativas preventivas para gestantes. Trabalhando em conjunto com a equipe médica, deve-se encaminhar a gestante para a consulta odontológica durante o pré-natal, onde poderão avaliar cuidadosamente sua saúde bucal, verificar se existem cáries, restaurações deficientes, alguma alteração no hálito, paladar, dicas para ânsia na escovação, hábitos alimentares (ingestão de açúcares) entre outros. 

Segundo a Dra. Bruna Conde, no pré-natal odontológico, além de toda a avaliação da saúde bucal as gestantes recebem orientações sobre os cuidados necessários com a cavidade bucal do futuro bebê, sobre aleitamento materno, utilização de bicos artificiais (chupeta e mamadeira), sintomas de erupção dentária e alimentação saudável para o desenvolvimento dos dentes do bebê. 

“O pré-natal odontológico fornece todas as informações para que a gestante possa cuidar da saúde bucal do bebê. Assim como o pré-natal convencional, o pré-natal odontológico é importante para garantir o bem-estar e a saúde do bebê. Além disso, a mãe também é informada sobre os cuidados que deve ter com o bebê após o nascimento.” finaliza a Dra. Bruna Conde.  



Dra. Bruna Conde - Cirurgiã-Dentista.
CRO SP 102038


Mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya

  • Mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya
    Registro de mortes causadas pela doença alcançou recorde histórico em 2022
  • Especialista dá dicas de como driblar a proliferação do inseto na época do verão


Altas temperaturas e aumento no acúmulo de água da chuva é a combinação perfeita para a reprodução do mosquito Aedes aegypti, transmissor de doenças como a dengue, zika e chikungunya. Em 2022, foram confirmados 1.086 óbitos no Brasil de acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde no início deste mês. O número representa o novo recorde anual de óbitos pela doença no país, superando em 10% o maior patamar anterior, de 985 mortes, registrado em 2015. 

Cuidados na organização e limpeza caseira ajudam no controle do mosquito. Algumas ações básicas podem mudar o cenário da doença para o verão de 2023, afirma o especialista Jeferson de Andrade, pesquisador de Desenvolvimento de Produto e Mercado da BASF. “Um programa de controle do mosquito A. aegypti requer um trabalho conjunto de toda a sociedade. Não há inseticidas ou larvicidas que, por si só e de forma isolada, possibilite resolver um tema tão complexo. Todos nós fazemos parte da solução. Os inseticidas são uma das ferramentas deste trabalho”, garante. 

De acordo com o pesquisador, o conhecimento é o maior aliado na prevenção das doenças e no controle do vetor. "Para um controle eficaz do mosquito, é essencial conscientizar a população através de medidas simples, como usar telas nas portas e janelas, colocar areia nos vasos de plantas, manter sempre a residência livre de entulhos e outros possíveis locais de criadouros de larvas e colaborar com os agentes de saúde pública para proteger toda casa contra o mosquito. Além disso, empresas especializadas no controle de pragas urbanas também podem ser acionadas para aplicação de inseticidas e outras técnicas de controle em áreas com maior incidência de casos", finaliza Jeferson. 

Confira mais detalhes sobre a reprodução do mosquito:

 

Água limpa não é o único local de reprodução
A fêmea do mosquito A. aegypti põe seus ovos em água, preferencialmente limpa. No entanto, existem casos reportados, ainda que raros, de larvas em águas sujas ou poluídas. Os ovos podem ficar ativos por um período de até um ano, à espera de água para eclodir. Por esse motivo, os cuidados para evitar recipientes com água parada devem ser constantes.

 

Os criadouros podem ter qualquer tamanho 

Nem sempre os criadouros se formam em pequenos e médios recipientes. O mosquito A. aegypti pode depositar seus ovos em qualquer concentração de água. Ou seja, qualquer tipo de recipiente pode se tornar criadouro se não houver o hábito de organização e limpeza no entorno do local. Outro fato importante é o período em que a água fica parada no recipiente: se é superior a sete dias, é importante que o ele seja eliminado.

 

 Os criadouros nem sempre estão em locais sombreados

Mesmo que busquem preferencialmente lugares protegidos e sombreados, os insetos também são encontrados em recipientes com água parcial ou totalmente expostos ao sol. As larvas fogem do sol, mas este não é um fator que impede o seu desenvolvimento.

 

Uma piscina pode ser um criadouro potencial

Se a piscina não é usada, é preciso esvaziá-la. Caso acumule água depois da chuva, ela deve ser tratada com cloro, observando a dosagem correta, para eliminar as possíveis larvas geradas.

 

O controle do mosquito também deve continuar no inverno

É certo que as baixas temperaturas reduzem o aparecimento de mosquitos porque tornam os ciclos biológicos mais longos, ou seja, é necessário mais tempo para o mosquito atingir a fase adulta. No entanto, os ovos podem sobreviver durante o inverno e continuar seu desenvolvimento na primavera. 


BASF na Agricultura. Juntos pelo seu Legado.
www. agriculture. basf. com


BASF
www. basf. com


Infectologista alerta sobre o aumento do número de casos de dengue

A pausa nas ações contra a doença durante a pandemia de Covid-19 e o aumento das chuvas no verão de 2023 são os fatores principais para a alta nos registros 

 

O Brasil encerrou o ano de 2022 com um total de 980 mortes por dengue confirmadas, além de mais de 1,4 milhão de casos registrados. Segundo dados do Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, é o maior número de mortes nos últimos seis anos, o que liga o alerta para uma nova epidemia da doença já nos primeiros meses de 2023. 

“As pessoas precisam se lembrar de que a dengue mata. Especialmente nesse período chuvoso, é necessário redobrar os cuidados para evitar o acúmulo de águas paradas, tornando o ambiente perfeito para a proliferação do Aedes aegypti”, explica o enfermeiro infectologista Milton Alves Monteiro Junior, coordenador do serviço de controle de infecção hospitalar do HSANP. 

O especialista esclarece que, graças ao aumento das chuvas, o mosquito encontra o ambiente perfeito para se reproduzir, já que precisa do acúmulo de água parada para botar seus ovos. “A transmissão ocorre por meio da picada do mosquito Aedes aegypti fêmea infectado, por isso é importante impedir a proliferação”, acrescenta.
 

Sintomas

A dengue é uma doença febril aguda, sistêmica e dinâmica, e a infecção pode ser assintomática, apresentar sintomas leves ou mais graves. Dentre os principais sintomas, estão a febre alta, dor no corpo e articulações, dor atrás dos olhos, mal-estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas avermelhadas pelo corpo. 

Na maioria dos casos, o primeiro sintoma da doença costuma ser a febre alta, que persiste por 2 a 7 dias, associada a fraqueza e dores pelo corpo. Esta é a fase mais complicada para obter um diagnóstico exato, por conta da dificuldade de diferenciar a doença de outras enfermidades. 

O enfermeiro infectologista do HSANP alerta que a doença pode evoluir para formas mais graves. “É importante ficar atento aos sintomas. Caso a pessoa apresente fortes dores abdominais, sangramento de mucosa, vômitos persistentes, tontura, queda de pressão, perda de sensibilidade, movimentos ou irritabilidade, deve procurar imediatamente por atendimento médico”.

 

Prevenção

A principal forma de prevenção é impedir a proliferação do mosquito Aedes aegypti, portanto, tomar os cuidados básicos como eliminar água parada em pneus, garrafas plásticas, vasos de plantas, piscinas sem uso e até mesmo em recipientes menores. Outra maneira é proteger-se das picadas do mosquito, utilizando roupas que diminuam a exposição da pele durante o dia, além de fazer uso de repelentes e inseticidas e incluir mosqueteiros nos cômodos da casa. 

“Além desses cuidados, é importante que os governos estaduais e municipais incentivem e alertem a população, realizando campanhas de conscientização e prevenção”, finaliza Milton Alves Monteiro Junior .

 

HSANP - Zona Norte de São Paulo (SP)

 

Comece o ano novo livre das dores de cabeça

Neurologista separou quatro atitudes que podem mudar sua vida para melhor


Já pensou em incluir em suas metas de ano novo a opção de sentir menos dor de cabeça ao longo dos próximos 12 meses? Pois bem. Esse deve ser o desejo de muita gente, já que somente no Brasil cerca de 140 milhões de pessoas sofrem com dores de cabeça, segundo dados da Sociedade Brasileira de Cefaleia.

São mais de 150 tipos de cefaleia que podem atingir diferentes regiões da cabeça, causando dores leves, moderadas e até incapacitantes, além de virem acompanhadas de sintomas, como náuseas, vômitos e sensibilidade à luz, ao som e aos cheiros. Uma parcela destas dores são sintomas secundários a outras doenças como sinusite, tumor e problemas de visão, e devem ser investigadas para que a origem seja tratada.

Para a outra grande parte, quando a própria dor de cabeça é a doença, a neurologista pela Santa Casa de São Paulo e neurofisiologista pelo HCFMUSP, Dra. Natália Longo, separou algumas atitudes simples que podem evitar muitas delas.

“Hoje em dia, um dos maiores inimigos da saúde e da qualidade de vida é o estresse. E, com certeza, uma das maiores causas de dores de cabeça também. A minha dica é que o paciente encontre uma atividade que o ajude a relaxar, seja um hobby, uma massagem, um programa de lazer ou até meditação. O mais importante é reservar um tempo exclusivo na agenda para cuidar da saúde mental e emocional, vivendo bons momentos”, salientou.

A atividade física pode ser uma boa opção tanto para reduzir o estresse como para amenizar a intensidade das dores de cabeça, pois diversos estudos sinalizam que a prática regular de exercícios diminui a incidência das cefaleias. E, nestes casos, a recomendação é que sejam atividades mais moderadas, como caminhadas, natação, pilates e danças.

A terceira dica é ficar de olho na alimentação e na ingestão de água. Quem sofre de enxaqueca não deve ficar várias horas em jejum, pois isso diminui as taxas de açúcar no sangue, o que pode ser um gatilho para a dor. A dica é manter o hábito de comer de três em três horas e sempre optar por alimentos saudáveis, evitando comidas processadas e ricas em gordura, que são outros gatilhos de crises de enxaquecas.

“Na maioria das vezes, o paciente nem imagina que a razão da sua dor de cabeça pode ser por falta de água no organismo, porém isso é mais comum do que se pensa. O dia passa e a pessoa simplesmente esquece que precisa beber água e, quando percebe, está com dor. Por isso, beber muita água é essencial para quem deseja evitar as cefaleias”, explicou.

A quarta e última dica é evitar a má postura. Passar horas sentado ou em pé com a coluna mal posicionada pode com o tempo comprimir os nervos e gerar uma grande tensão local, que irá refletir em uma dor de cabeça inicialmente localizada próxima ao pescoço. O segredo neste caso é planejar o ambiente de trabalho da maneira mais confortável possível e manter uma rotina de alongamentos ao longo do dia, sempre que possível.

 

Dra. Natália Longo – médica neurologista e neurofisiologista graduada em medicina pela Universidade Federal do Pará. Residência médica de neurologia clínica na Santa Casa de São Paulo. Título de especialista em Neurofisiologia pela Sociedade Brasileira de Neurofisiologia Clínica (SBNC). Fellowship no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) em neurofisiologia com ênfase em epilepsia, eletroencefalograma e videoeletroencefalograma.

 

Sem disposição para treinar? A chave pode estar no seu intestino

Nutricionista lista alimentos e hábitos que regulam a produção de dopamina ajudam despertar e manter a vontade de se exercitar


Atire a primeira pedra quem nunca teve preguiça de malhar. Desculpas não faltam: cansaço, falta de tempo, academia longe demais. Mas o verdadeiro motivo, por trás de todas as desculpas, é a falta de disposição. Ela pode afetar não só a rotina de treinos, mas até tornar mais difícil manter hábitos saudáveis, principalmente para quem está começando. Mas o nutricionista funcional Diogo Cirico, responsável técnico pela Growth Supplements, explica que nem tudo está perdido. Certos alimentos e hábitos podem colaborar com aqueles que precisam descobrir os prazereis do exercício e também para aqueles que já adotaram treinamento físico na sua rotina mas precisam assegurar que para não perderão a vontade de seguir em frente com a sua mudança de vida. “O segredo está nos níveis de dopamina, um hormônio que funciona como combustível para que o nosso cérebro tenha motivação”, revela.

Pesquisa recente da Universidade de Pensilvânia, nos Estados Unidos, evidenciou a influência da microbiota intestinal sobre o desempenho físico e disposição para treinar das pessoas. Segundo o estudo publicado em dezembro na revista Nature, algumas bactérias intestinais contribuem para que os níveis de dopamina pós exercício estejam aumentados.

Produção de dopamina aumenta logo após a atividade física
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Diogo Cirico, explica que essa pesquisa confirma o que já é constatado na prática há muitos anos: pessoas que não se alimentam bem e, portanto, não têm uma microbiota saudável, sentem menos disposição para treinar. “Indivíduos com redução no número e na variedade de micro-organismos presentes no trato gastrointestinal têm uma quantidade maior de uma enzima que degrada a dopamina. O hormônio faz parte do nosso sistema de recompensas para qualquer atividade, e é determinante para que a gente não perca a vontade de praticar exercícios”, observa.

Diogo diz que inúmeros fatores impactam a saúde do nosso intestino, até mesmo a forma como ocorre o parto/nascimento. “A microbiota é formada por um conjunto de micro-organismos vivos que possuem um código genético que determina como será a vida desse ser vivo. Tudo aquilo que nós fazemos interfere na microbiota. Quando você altera o padrão de vida, passa a se alimentar melhor, por exemplo, você altera conjuntos básicos de genes”, acrescenta.

 

Hábitos de vida saudáveis ajudam a regular a produção de dopamina

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Tudo está conectado


Por isso, diz o nutricionista, a forma como vivemos tem uma influência maior na nossa saúde do que as nossas heranças genéticas. “O estilo de vida determina a expressão dos genes. E é graças à expressão dos genes que nós podemos controlar a nossa vida, nossa saúde e a nossa forma física. Há quem nasça numa família de obesos e, por ter hábitos de vida saudáveis, não desenvolva a obesidade”, exemplifica.

Segundo ele, a idade, a dieta, a qualidade do sono e até o uso de medicamentos interferem na saúde do nosso intestino. “Quanto mais saudável for a dieta do indivíduo, mais saudável é o trato gastrointestinal. E uma dieta saudável não é complexa ou difícil de consumir, ela é baseada no consumo variado de vegetais como frutas, verduras, legumes; consumo adequado de água e evitar o consumo de açúcar, farináceos e álcool”, reforça.


Sem extremos

A essa altura você deve estar pensando em alguma forma de acelerar a sua produção de dopamina para ter mais vontade de treinar, mas o especialista explica que a chave é o equilíbrio. “Tanto a falta, quanto o excesso de dopamina podem gerar prejuízos muito grandes. Nós precisamos regular o nosso organismo para que a produção e a degradação da dopamina aconteçam naturalmente”, ensina. 

A boa notícia é que não existe mistério para atingir esse equilíbrio: basta ter uma boa alimentação, praticar atividade física frequentemente, uma boa qualidade de sono e uma vida com menos estresse – essa é a parte mais difícil nos tempos atuais. “Tudo que é bom para o nosso corpo é conseguido através de hábitos de vida saudáveis e isso requer um pouco de trabalho. Mas funciona”, completa Diogo.


Dicas para regular a produção de dopamina

Tenha boas noites de sono
Beba bastante água diariamente
Pratique atividade física todos os dias
Reduza ao máximo o nível de estresse
Evite álcool, açúcar e alimentos ultraprocessados como biscoitos recheados, sorvetes, embutidos.
Coma verduras, frutas, legumes, grãos, carnes magras, peixes e aves (referência de padrão alimentar: Dieta do Mediterrâneo).


Janeiro Branco

Cuide também da saúde mental

 

A campanha Janeiro Branco acontece no primeiro mês do ano a fim de aproveitar esse momento de reflexão e de planejamento, atrelado à simbologia de recomeço. Assim, o principal objetivo da campanha é discutir a relevância da saúde mental e do cuidado com as emoções. Mas é muito importante entender o que significa Janeiro Branco e a relevância da campanha para estimular a conscientização da sociedade quanto à saúde mental e ao bem-estar emocional. Veja, então, por que é fundamental atentar nesses cuidados.

O objetivo dessa campanha é estimular a compreensão de que, igual ao físico, a mente também requer cuidados especiais. Evidenciar esse tema com o propósito de gerar abordagens mais diretas, que estimulem a conscientização sobre a importância de prevenir os danos emocionais, são algumas das propostas do Janeiro Branco. Sabe-se que a falta de atenção com a saúde mental influencia o aparecimento de outros males físicos e psicológicos.

A escolha de janeiro foi uma estratégia para chamar a atenção, logo no começo do ano, para os motivos frustrantes de não ter conseguido cumprir alguma meta no ano finalizado. Sensações típicas de final de ano podem impactar decisões precipitadas e gerar preocupações e ansiedade excessiva, por não saber lidar com certas situações. Nesse sentido, o Janeiro Branco alerta para a importância de começar esse novo ciclo de forma mais saudável e tranquila. Cuidar das emoções deve ser o primeiro objetivo para o ano que se inicia, já que todas as outras conquistas dependem de estabilidade psicológica. Um efetivo autoentendimento e posterior controle emocional é a chave para alcançar uma vida plena e cheia de realizações.

 

Quais são os objetivos da campanha Janeiro Branco? 

Explorar a simbologia do mês de janeiro. Para começar, um dos pontos cruciais é fomentar o diálogo e incentivar discussões mais abertas sobre a importância da saúde mental. Ou seja, uma das propostas da campanha é explorar a simbologia de janeiro— em relação à oportunidade de um recomeço— a fim de motivar reflexões a respeito da necessidade de conversar sobre saúde mental.

 

Quebrar paradigmas 

Estabelecer o mês de janeiro para efetivar ações mais específicas acerca desse tema é fundamental para romper paradigmas. É necessário promover debates sobre tabus e preconceitos que ainda existem sobre os tratamentos psiquiátricos. Saber lidar com essas questões estimula a busca de soluções e reduz os desajustes que a ausência de tratamento adequado provoca. 

 

Fomentar uma cultura voltada para a saúde mental 

Trabalhar a educação preventiva e contribuir para a formação de ideias que valorizem a saúde mental é um dos objetivos centrais da campanha. Isso também ajuda na promoção do autocuidado entre as pessoas que precisam de intervenção profissional.

 

Por que atentar nos cuidados com a saúde mental? 

A maioria das desordens mentais está ligada à carga da depressão, estresse e ansiedade. E isso, em caráter global, pois a Organização Mundial de Saúde (OMS) afirma que os números de depressão no mundo giram em torno de 300 milhões. O problema são as implicações da doença, porque há relação direta da depressão com o desenvolvimento de diversas enfermidades crônicas. 

Conforme a OMS há forte associação entre essa doença e o desenvolvimento de problemas psíquicos mais graves. Uma das preocupações é a influência das crises depressivas sobre ideações suicidas ou atos concretizados: o suicídio é a segunda principal causa global de óbitos entre jovens de 15 a 29 anos, segundo a mesma fonte. 

No Brasil, o panorama da saúde mental é preocupante, uma vez que o suicídio entre jovens brasileiros é a quarta maior cauda de morte. Além da depressão, o alcoolismo, isolamento social, perdas recentes, traumas de infância e dependência química também impactam a saúde mental e são razões para justificar a relevância do Janeiro Branco.

 

Como contribuir para a promoção da saúde mental da família e dos amigos?

A promoção da saúde mental passa pela compreensão de que a estabilidade emocional é tão importante quanto a física. O equilíbrio das funções do organismo humano está associado à perspectiva biológica e psicológica. Por isso, a adoção de hábitos saudáveis afeta tanto o bem-estar do corpo quanto o da mente. 

Sob essa ótica, observe algumas práticas que podem contribuir para melhorar a qualidade de vida e promover a saúde mental: 

Afaste-se de situações que gerem emoções negativas; 

Separe um tempo para curtir a vida e aproveitar o que ela oferece de melhor; 

Valorize a convivência social e viva intensamente os bons momentos em família; 

Pratique atividade física, tenha uma dieta saudável e cuide da qualidade do sono. 

Por fim, vale ressaltar a relevância de campanhas preventivas e informativas como a do Janeiro Branco para a proteção da saúde mental. Mediante isso, se precisar de ajuda, não tenha vergonha de procurar atenção especializada em saúde mental. Conte com o suporte do Hospital Dona Helena instituição que reconhece a importância nos cuidados integrais, incluindo a saúde mental dos usuários.

  

Mônia Bresolin - médica psiquiatra, coordenadora da Unidade de Saúde Mental do Hospital Dona Helena, de Joinville/SC. 

 

Cannabis: uso recreativo X uso medicinal

 Entenda a diferença entre as formas de uso e os benefícios da cannabis na melhora da qualidade de vida  


Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mais de 100 mil pacientes fazem uso, sob prescrição médica, de produtos importados à base de cannabis no Brasil. Esses dados mostram um aumento de 15 vezes nos pacientes que usam o extrato da cannabis como tratamento para as mais diversas patologias. Porém, apesar do aumento na procura de tratamentos a base de cannabis, ainda existe muito preconceito e desinformação, principalmente com relação ao uso adulto (ou recreativo) versus o uso terapêutico.  

Segundo a médica da Clínica Gravital Curitiba - especializada em tratamentos com cannabis -, Amanda Medeiros Dias, as principais diferenças estão na forma de consumo e nos produtos. “O uso recreativo é realizado por meio do fumo, vaporização e alimentação e está mais relacionado ao efeito psicotrópico que a planta oferece, uma vez que a concentração de THC não é controlada, já que o produto que se tem acesso geralmente é de origem desconhecida. Já o uso medicinal é feito por meio de uma análise médica e com produtos onde há o controle das dosagens de THC, CBD e outras substâncias que existem na planta, com objetivo de melhorar a qualidade de vida dos pacientes”, explica.

Amanda reforça que o grande inimigo da cannabis é o preconceito e a falta de informação sobre os benefícios da planta e de seus componentes. “O THC é a substância que “dá barato”, mas isso só vai acontecer quando há uma grande concentração dessa substância. No uso medicinal, o THC não é utilizado com esse objetivo e conta com benefícios significativos, pois tem a capacidade de oferecer relaxamento, aumento de apetite, alívio de dores, etc. Já o CBD, muitos acreditam se tratar de um fitocanabinoide atrelado apenas ao uso terapêutico, quando na verdade ele também está presente quando é feito o uso recreativo, assim como outras substâncias”, conta Amanda. 

O uso terapêutico deve ser considerado independentemente da sua forma de uso, tendo uma relação com a busca do bem-estar do indivíduo, porém, o manejo voltado à saúde prevê as formulações que são legalmente permitidas e aprovadas pela Anvisa, contando com acompanhamento médico e posologias adequadas às necessidades de cada paciente. “A cannabis medicinal prioriza a seleção de matéria-prima orgânica, sem agrotóxicos e que conta com um processo de produção controlado. Dessa forma, sabemos a procedência do produto, a forma de cultivo e as dosagens de substâncias que cada produto tem”, conta a médica. 

A qualidade dos produtos à base de cannabis é um diferencial que merece atenção, sendo que a produção dos óleos medicinais devem contar com níveis de tecnologia avançados que permitam uma produção segura e de alta qualidade. “É necessário entendermos que os produtos criados para uso terapêutico contam com uma série de procedimentos que visam garantir a qualidade de vida dos pacientes. São produtos naturais, que contam com processos de testagens seguros e que oferecem uma solução economicamente mais viável e mais saudável do que produtos sintéticos. Estamos cada vez mais seguros e embasados sobre os benefícios da cannabis, assim como sobre os limites entre o uso recreativo e o uso medicinal”, reforça Amanda.  


Benefícios da cannabis medicinal 

São inúmeros estudos que garantem os benefícios do uso da cannabis medicinal em patologias como esclerose, Alzheimer, dor crônica, ansiedade, câncer, autismo, epilepsia, entre outras doenças, sendo que o êxito do uso da planta de dá principalmente pela forma como o nosso organismo recebe os canabinoides. “Não se trata de um milagre da medicina e sim de muitos estudos que mostram que o corpo humano possui um sistema organizado com receptores, sinalizadores e cadeias de canabinoides próprios que atuam no sistema endocanabinoide, que por sua vez tem a capacidade de potencializar os fitocanabinoides da planta’, completa a médica. 

Conheça mais detalhes sobre os benefícios da cannabis medicinal em alguns tipos de tratamento:

Esclerose múltipla - O THC e o CBD atuam em regiões que controlam a dor e os movimentos, podendo inibir a transmissão de impulsos que causam espasmos, a rigidez muscular, entre outros. 

Dor crônica - Nosso cérebro e nervos periféricos possuem receptores para os canabinoides. Quando eles se ligam às moléculas de CBD, podem reduzir consideravelmente os sinais da dor. 

Epilepsia - O tratamento diminui a super ativação de circuitos nervosos, responsáveis pelas convulsões. Pode beneficiar sobretudo crianças e adolescentes.

Inflamações - O THC e o canabidiol possuem efeito anti-inflamatório, podendo  tratar doenças como artrite reumatoide e distúrbios inflamatórios do trato gastrointestinal.

Espectro autista - O canabidiol tem interação natural com os neurotransmissores do corpo humano, ou seja, quando ligados a eles, ajudam a equilibrar a função dos neurotransmissores. Dessa forma, é possível uma melhora no controle de características como a inquietação excessiva.

Outras condições - As náuseas provocadas pela quimioterapia e o glaucoma podem ser tratados com os canabinoides. A ansiedade também pode ser tratada com o canabidiol e o THC.

  

Clínica Gravital

www.clinicagravital.com.br

 

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