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Foto: Vitor Zanfagnini Altas temperaturas, clima chuvoso ou dias muito ensolarados podem colocar em risco a saúde dos animais de estimação |
Clima quente e
chuvoso pode colocar animais em risco
Dias mais quentes e férias são motivos para
programar passeios e viagens na companhia dos pets. Mas apesar da diversão
garantida, não dá para relaxar com os cuidados: altas temperaturas, clima
chuvoso ou dias muito ensolarados podem colocar em risco a saúde dos animais de
estimação. Para que o verão seja tranquilo, a médica veterinária e consultora
da rede de farmácias de manipulação veterinária DrogaVET, Farah de Andrade,
preparou uma lista de cuidados.
- Cuidado
com a hipertermia
Os cães apresentam uma temperatura corporal mais
elevada que os humanos, entre 38,2ºC e 39,1ºC, e transpiram muito pouco pelas
patas. A liberação do calor ocorre principalmente pela respiração, fazendo com
que fiquem mais ofegantes e respirando com a boca aberta quando está muito
quente. Já os gatos transpiram pelas patas, queixo, ânus e lábios.
Embora pareça o contrário, a pelagem dos pets ajuda
a controlar a temperatura corporal, pois evita que os raios solares e o calor
atinjam diretamente a pele dos animais. No entanto, essa proteção tem limites.
É preciso fornecer ambiente e recursos adequados para o pet se refrescar. O
ar-condicionado é uma boa opção, principalmente, para as raças braquicefálicas
(com focinho achatado), que têm maior dificuldade em respirar por apresentarem
alterações anatômicas que geram obstrução das vias aéreas superiores, como
prolongamento de palato, estenose de narinas e macroglossia (língua grande e
grossa). Porém, a temperatura deve ficar em torno de 24º C, já que ambientes
demasiadamente gelados podem causar hipotermias.
Pets dentro do carro? Perigo à vista. Mantenha o
ar-condicionado ligado ou as janelas abertas e evite sempre os horários mais
quentes. No quintal, assegure que o pet tenha áreas com sombra e piso fresco
para ficar. Caso contrário, recolha-o para dentro de casa nos horários mais
quentes do dia.
O alerta também vale para mudanças bruscas de
temperatura. Se o pet está dando sinais de calor excessivo, procure refrescá-lo
gradativamente com panos molhados em água fresca e ofereça água. O ideal é
beber água gelada com muitos cubos de gelo para que o animal tome apenas uma
quantidade suficiente de água evitando uma distensão gástrica excessiva e/ou
vômitos e broncoaspiração, principalmente nos braquicefálicos.
- Uma
boa hidratação é essencial
A desidratação é um dos principais riscos nessa
época do ano, por isso, é muito importante ficar atento à quantidade de água
ingerida. Uma boa dica é comprar potes graduados, nos quais o tutor pode
acompanhar o volume ingerido.
Deixar vários potes de água pela casa e comprar
fontes para os gatos também auxilia, pois os felinos adoram água em movimento.
Uma maior quantidade de potes também estimula os animais a beberem água,
principalmente, se estiver fresca e com cubos de gelo. Congelar frutas e
legumes e oferecer como “sorvete” para os pets também vale.
- Atenção
com a exposição ao sol
Cães e gatos adoram tomar sol e não é à toa. A luz
solar é responsável pela absorção de vitamina D, fundamental para a imunidade,
para prevenir problemas ósseos e também ajuda a aliviar dores musculares e
articulares. Porém, como os pets não entendem os perigos da exposição
excessiva, é preciso avaliar a temperatura e limitar os banhos de sol, se
necessário. Quer passear com o seu cão? Somente até 10h da manhã ou após às
16h, mas para quem mora em uma cidade de clima muito quente, vale a pena
iniciar o passeio ainda mais tarde, prevendo locais com sombra e muita água à
disposição.
Também vale o alerta: o calor do piso pode queimar
as patas, provocando dor e fissuras que podem permitir a entrada de bactérias,
causando lesões e infecções. Antes de sair, o indicado é colocar a palma da mão
no chão por um minuto. Se estiver confortável, passeio liberado. Caso
contrário, será preciso esperar.
Filtro solar é indispensável. Passe o produto no
focinho, abdomên, pontas das orelhas e áreas com menos pelos. “O uso do
protetor solar deve ser um hábito diário para os cuidados com os pets, assim
como deve ser para os humanos, pois é uma importante forma de prevenção do
câncer de pele, principalmente, para aqueles com pelagem e pele clara, com
focinhos e extremidades despigmentadas. Uma dica é manipular o protetor solar
com ativos que promovem a hidratação da pele ou com repelente, desta forma, aproveitando
a aplicação para aumentar os cuidados”, aconselha a veterinária.
- Banho
e tosa merecem atenção especial
Embora sejam refrescantes, os banhos em excesso
retiram a proteção natural da pele, o que pode ser prejudicial para os animais.
O indicado é que os cães tomem banho com o intervalo mínimo de uma semana. Já
para os gatos, a recomendação é não dar banhos em pet shops, pois eles realizam
a sua própria higiene, além de se estressarem muito com o calor e a mudança de
ambiente.
Tosar demasiadamente os pelos também pode ser
prejudicial, pois pelos curtos demais deixam a pele mais exposta, podendo
causar queimaduras. O ideal é buscar um tosador experiente e seguir a
recomendação para cada raça. Uma alternativa eficiente é fazer a tosa
higiênica, tosando uma área maior do abdomên para ajudar o pet a se refrescar.
- Capriche
na prevenção
Entre os meses de novembro e março, há chuvas e
calor em excesso, fatores que promovem uma maior proliferação de pulgas,
mosquitos e carrapatos, por isso, a prevenção com antipulgas e carrapaticidas
precisa ser ainda maior. Pulgas causam desconforto, podem transmitir vermes e
causar problemas de pele, como a Dermatite Alérgica à Picada de Pulga (DAPP),
para animais que apresentam sensibilidade. Carrapatos podem transmitir doenças
hemolíticas graves como a erliquiose e a babesiose, infecções que causam
anemias, hemorragias, insuficiência renal, alterações neurológicas, perda de
apetite, icterícia, cansaço e depressão no animal. Ambas são gravíssimas e com
grandes chances de óbito, se não tratadas de forma adequada.
Vermífugos protegem contra diversas verminoses e,
conforme a composição, previnem também a dirofilariose (doença do verme do
coração), transmitida por mosquitos, principalmente em cidades litorâneas.
“Para prevenção do verme do coração é indicada a administração mensal do
vermífugo. O uso de repelentes, próprios para animais, também é recomendado
para complementar a prevenção dessa doença, evitar picadas comuns e como
coadjuvante nos cuidados para combater a leishmaniose, doença grave que pode
ser prevenida com vacina própria para esse fim”, explica Farah.
É fundamental consultar o médico veterinário para
orientação dos cuidados adequados, incluindo a vacina polivalente, pois doenças
como a parvovirose, a cinomose e o coronavírus são ainda mais comuns no verão.
- Facilite
os tratamentos preventivos
Com tantos cuidados, algumas alternativas podem
facilitar a prevenção. “Medicamentos manipulados são feitos na dose exata para
o pet e podem combinar mais de um fármaco, o que otimiza a administração e pode
reduzir custos. Além da variedade de formas farmacêuticas e flavorizantes que
agradam aos pets e facilitam a administração dos medicamentos”, indica a
veterinária. Para os cães que aproveitam o verão para tomar banhos de mar ou piscina,
a dica é optar por antipulgas de administração oral, já que os de uso tópico
terão menor durabilidade.
DrogaVET
www.drogavet.com.br