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sexta-feira, 2 de setembro de 2022

Fibroses pulmonares podem ser consequência de quadros pós-Covid-19[i]

Confundida com asma, bronquite e até problemas cardíacos, condição é de difícil diagnóstico, o que atrasa o tratamento adequado com o pneumologista [ii]
 

Desde o início da pandemia de Covid-19, criou-se uma alerta para outras doenças respiratórias que podem ser facilmente confundidas com a infecção. Agora, uma nova preocupação começa a ganhar força entre pessoas que tiveram a doença: o aumento de diagnósticos de fibroses pulmonares que dificultam a respiração plena. 

Um dos tipos da doença é a fibrose pulmonar idiopática (FPI), condição rara, de causa desconhecida (idiopática), crônica e progressiva, que afeta os pulmões, causando cicatrizes (fibrose pulmonar) que reduzem a área de troca de ar e que atrapalham a oxigenação do sangue.[iii] 

A doença atinge de 0,22 a 17,4 pessoas a cada 100.000 indivíduos[iv]. É mais comum em homens acima de 60 anos, fumantes e ex-fumantes[v]. Entre os sintomas mais comuns estão a falta de ar e a tossev. “Esses sinais são muitas vezes confundidos com o envelhecimento e atribuídos a doenças cardíacas ou outras doenças respiratórias, o que costuma atrapalhar e atrasar o diagnóstico correto” explica a pneumologista Dra. Regina Tibana. Atualmente, a doença é tratada com medicamentos antifibróticos que atuam retardando sua progressãov. 

A pesquisa “Panorama das doenças pulmonares raras no Brasil” realizada pelo Datafolha e a Boehringer Ingelheim entrevistou pacientes, cuidadores e médicos que tratam doenças pulmonares intersticiais (DPIs), entre elas, a FPI. Ao todo, 36% dos pacientes com FPI relataram que entre os desafios durante sua jornada, a etapa mais longa foi entre o diagnóstico e o início do tratamento[vi]. Em seguida, foi o tempo entre a suspeita da doença, a solicitação e a realização de exames específicos (26%). Já do ponto de vista médico, a etapa mais longa da jornada do paciente é o pré-diagnóstico. 

“Após o início do tratamento, manter as consultas regularmente é muito importante. Principalmente quando os dados apontam que 17% dos pacientes com FPI disseram que a doença piorou em menos de um ano”, explica a pneumologista. O tempo médio para o diagnóstico da FPI, segundo pacientes, é de três anosvi. “Isso se dá pela falta de informações sobre a doença, tanto do ponto de vista do médico quanto dos pacientes”.

Em média, 28% dos pacientes com FPI demoraram até três anos para o diagnóstico da doençavi. Após o diagnóstico de FPI, 82% dos pacientes relatam demora de um ano até iniciar o tratamento e 14% relatam demora de quase quatro anosvi. Entre as dores mais comuns, 60% dos pacientes com FPI relatam incômodo nos músculos e articulaçõesvi.
 

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico pode ser feito pela combinação do histórico clínico do paciente, tomografia computadorizada de tórax e, em alguns casos, a biópsia pulmonar cirúrgica pode ser necessáriav. A correta identificação da doença é fundamental para iniciar o tratamento adequado do paciente. 

A evolução dos medicamentos foi considerada um divisor de águas para médicos e pacientes. Até 2016, eram administrados apenas tratamentos para sinais e sintomas. “Os novos antifibróticos atuam impedindo a proliferação descontrolada das células que formam as cicatrizes, desaceleram o ritmo de evolução da doença e diminuem os riscos de exacerbação da FPIiii v [vii]”, esclarece a Dra. Regina Tibana.

Além do uso de medicamentos, alguns pacientes podem aderir a um programa de reabilitação pulmonar, com a prática de atividades físicas adequadas para cada nível da doença. “É muito importante que as pessoas não se acostumem com a falta de ar e que procurem um pneumologista para tomar os devidos cuidados com a saúde do seu pulmão. Só assim é possível ampliar a qualidade de vida dos pacientes e de seus familiares”, explica a médica.

 

Boehringer Ingelheim

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[i] Tanni SE, Fabro AT, de Albuquerque A, Ferreira EVM, Verrastro CGY, Sawamura MVY, et al. Pulmonary fibrosis secondary to COVID-19: a narrative review, Expert Review of Respiratory Medicine, 15:6, 791803, disponível aqui.

[ii] Cosgrove, G. P., Bianchi, P., Danese, S., & Lederer, D. J. (2018). Barriers to timely diagnosis of interstitial lung disease in the real world: the INTENSITY survey. BMC Pulmonary Medicine volume 18, Article number: 9 (2018).

[iii] Raghu G, Remy-jardin M, Myers JL, et al. Diagnosis of Idiopathic Pulmonary Fibrosis. An Official ATS/ERS/JRS/ALAT Clinical Practice Guideline. Am J Respir Crit Care Med. 2018;198(5):e44-e68.

[iv] L. Wollin, E. Wex, A. Pautsch, et al. Mode of action of nintedanib in the treatment of idiopathic pulmonary fibrosis. Eur. Respir. J. 2015; 45: 1434-1445.

[v] Richeldi L, du Bois RM, Raghu G, Azuma A, Brown KK, Costabel U, et al. Efficacy and safety of nintedanib in idiopathic pulmonary fibrosis. N Eng J Med. 2014;370(22):2071--82.

[vi] Pesquisa Datafolha: Panorama das doenças pulmonares raras no Brasil. População Brasileira -- Médicos PM745174. abril e maio de 2021.

[vii] Richeldi L, Cottin V, du Bois RM, Selman M, et al. Nintedanib in patients with idiopathic pulmonary fibrosis: Combined evidence from the TOMORROW and INPULSIS(®) trials. Respir Med. 2016 Apr;113:74-

 

Cinco mentiras sobre Esclerose Múltipla

Divulgação/Google Imagens
A falta de conhecimento sobre a doença, dificulta o tratamento e a qualidade de vida de muitas pessoas

 

Ser diagnosticado com uma doença, seja ela qual for, nunca é algo fácil de lidar. São tantas dúvidas, medos e incertezas que muitos pacientes acabam interpretando de forma errônea um diagnóstico como o da Esclerose Múltipla.

Embora tenha em seu nome a palavra “Esclerose”, a doença está além deste significado, isso por que a EM não é demência e nem uma doença de idosos.  A EM é autoimune e afeta em sua maioria pacientes jovens, de 20 a 40 anos, principalmente mulheres. Estima-se que existam mais de 40.000 brasileiros com este diagnóstico, um número ainda subestimado.

Existem três tipos de manifestação da doença, a remitente-recorrente, primariamente progressiva e secundariamente progressiva. Muitas pessoas demoram a procurar um especialista para diagnosticar a doença, já que em muitos casos, os sintomas se confundem com outros problemas de saúde e como em cerca de 85% dos casos, se inicia na forma de surtos, muitos acabam deixando de lado a investigação após o surto.

A causa da Esclerose Múltipla é desconhecida, porém sabe-se que há uma interação entre fatores genéticos e ambientais (como valores baixos de vitamina D, infecção pelo vírus Epstein-Barr, tabagismo e obesidade). Os locais afetados pela doença são o cérebro, a medula espinhal e o nervo óptico. Existem dois mecanismos que explicam a o funcionamento da doença. Um é o inflamatório/desmielinizante (lesões inflamatórias e perda da bainha de mielina. Um material adiposo que reveste nossos neurônios, o que afeta a condução normal de mensagens elétricas) e o outro é degenerativo (perda da própria “fibra nervosa” ou axônio, que é o prolongamento do neurônio, ou mesmo do próprio neurônio como um todo).

Existem diversas dúvidas sobre os indícios da doença em uma pessoa e muitos mitos que permeiam os recém diagnosticados. De acordo com o neurologista especialista em Esclerose Múltipla, o Dr. Mateus Boaventura, as principais perguntas são sobre invalidez, tempo de vida, dificuldades para ter filhos, hereditariedade, entre outras. Por essa razão, o profissional elencou as principais dúvidas acerca da doença.


Vou ficar inválida?

Não. O paciente pode ter uma vida totalmente ativa e produtiva, mesmo com esclerose múltipla. A doença não é atestado de óbito ou de invalidez. Embora não possua cura, a doença tem tratamento controle para ser silenciada. Pelo fato de se manifestar por meio de surtos, é possível que algumas sequelas oriundas do surto permaneçam, como problemas de força ou visão. Por isso é extremamente importante procurar um especialista no primeiro sinal da doença, controlar e tratar.  É completamente possível viver com qualidade de vida e com a doença controlada.


Vou morrer cedo?

Felizmente, quando tratado precocemente e corretamente, a expectativa de vida não é tão diferente da população geral. Outro conceito é que “não se morre pela doença em si”. A Esclerose afeta o sistema nervoso central. As fibras nervosas das células do sistema nervoso estão revestidas por uma bainha chamada mielina, que estimula a comunicação entre o cérebro e corpo.  A esclerose múltipla  destrói a mielina , prejudicando essa comunicação. A doença causa um processo inflamatório responsável pelos surtos,  lesionando as próprias células nervosas, porém, nenhuma das sequelas tem efeito degenerativo ou compromete o funcionamento de algum órgão vital. O que pode ocorrer em pacientes com grandes sequelas e sem mobilidade, são maiores chances de outras doenças como infecções e trombose.


Não vou poder ter filhos?

A esclerose múltipla não afeta a fertilidade. Quando bem planejada e em momentos de controle da doença é completamente possível ter filhos. O Dr Mateus Boaventura relata que teve vários casos de gravidez e conversa sobre este desejo desde a primeira consulta, estimulando que as pacientes concretizem o sonho de ser mãe.


Meus familiares vão ter também?

EM não é uma doença hereditária. O que se sabe é que existe um grau de predisposição genética. Cerca de 2 a 5% dos filhos de pacientes com EM podem desenvolver a doença. Ainda não se sabem as causas exatas do surgimento da doença, porém alguns estudos apontam que existem mais de 200 genes envolvidos no surgimento da doença. Entretanto não existe um único gene suficiente e diretamente responsável pelo desenvolvimento da EM. O que se sabe é que um caso de EM na família pode aumentar a probabilidade de uma nova geração desenvolver a doença, posto que o fator genético é um entre tantas causas do surgimento da doença. 

 

Homens não tem Esclerose Múltipla

Mentira. Cerca de 30% dos diagnósticos são no sexo masculino. Muitos estudos epidemiológicos sugerem que a doença possa ser mais agressiva em homens, podendo evoluir mais frequentemente para formas progressivas. Não se sabe ao certo o porquê, mas fatores genéticos, hormonais, imunológicos e de proporção de tecido adiposo corporal poderiam explicar estas diferenças. Estes fatores levariam a uma maior prevalência em mulheres (por exemplo, influência hormonal em receptores e sinalizadores do sistema imunológico, promovendo autoimunidade), mas por outro poderiam levar a um pior prognóstico em homens (uma das teorias é que os níveis de estrógeno seriam protetores para a proteção neuronal, já após uma agressão). 

É possível sim, viver uma vida com saúde e longevidade com a Esclerose Múltipla. Porém, para isso é extremamente importante o diagnóstico precoce e um tratamento adequado. Dessa forma e com o que se sabe, é importante ficar atento com sintomas neurológicos novos em pessoas jovens, e que persistem por mais de 24 horas. O ideal é, além de procurar por médicos generalistas, visitar o neurologista para relatar todos os sintomas. Afinal, o diagnóstico e tratamento precoces serão decisivos na evolução da doença. 

 

Dr. Mateus Boaventura de Oliveira - Médico Neurologista do HC-FMUSP e Hospital Sirio Libanês. Realizou fellow clínico e pesquisa em Esclerose Múltipla em Barcelona -Cemcat- Hospital Vall d’Hebron. Possui título de especialista pela Academia Brasileira de Neurologia. Atualmente realiza pesquisas científicas e acompanha diversos pacientes com EM. O Dr. Mateus Boaventura ainda mantém canais dedicados à disseminação de informações sobre a EM e outras doenças neurológicas de maneira bastante didática.

 

Artroplastia de joelho: Entenda quais são os riscos que devem ser avaliados neste tipo de cirurg

Divulgação
Solução de tratamento para casos severos de artrose de joelho, substituição da articulação por próteses ortopédicas requer cuidados prévios e posteriores à realização do procedimento. Veja em quais casos a cirurgia não é recomendada.


Caracterizada por ser uma das doenças mais incapacitantes ao ser humano, reduzindo sua mobilidade e os bons parâmetros de qualidade de vida, a artrose de joelho é uma doença degenerativa e irreversível, cujo tratamento é meramente paliativo ou, em casos avançados e severos, a única alternativa encontra-se no direcionamento cirúrgico para o alívio da dor e a retomada das atividades básicas do dia a dia.

Entretanto, como em todo procedimento deste porte, alguns riscos devem ser mensurados e prevenidos, mesmo porque, grande parte desses pacientes já apresentam idade um pouco avançada e algumas condições ou doenças pré-existentes, que acionam um alerta na equipe médica. Fatores que, muitas vezes, impossibilitam a realização da cirurgia, levando-se em conta o custo-benefício à saúde do paciente.

1 – Anestesia

A realização da artroplastia de joelho requer a administração de anestesia geral para que o paciente não se movimente, tenha consciência ou sinta dor durante o procedimento. Mas para que o processo anestésico seja validado, é preciso que haja acompanhamento prévio de um médico anestesista, que fará a avaliação geral do paciente, assim como alertará sobre o uso frequente e não indicado de bebidas alcoólicas e outras drogas como o tabaco. Históricos de reação anafilática e alergias são também considerados previamente. Possíveis efeitos colaterais leves são comuns para todos os casos e podem ser facilmente controlados com o uso de medicamentos.

2 – Uso de medicamentos que previnem infecções

Toda pessoa que passa por uma cirurgia pode ser acometida por infecções. Por isso, medicamentos como antibióticos e anti-inflamatórios costumam ser administrados, a fim de evitar quadros que comprometam a saúde e a região lesionada. A equipe médica deve ser notificada pelo paciente sobre os medicamentos que ele possui histórico de alergias ou reações adversas consideráveis. Seguir as recomendações prescritas pelos especialistas pode contribuir com uma reabilitação mais rápida e com menos dores.  

3 – Coágulos sanguíneos e o risco de trombose

Cirurgias desse porte requerem, além da avaliação ortopédica e anestésica, um aval cardiovascular. Em virtude do procedimento, é necessária a administração prévia de medicamentos que afinam o sangue, que melhoram o fluxo sanguíneo e reduzem o potencial de formação de coágulos e possíveis complicações, como a trombose. Após a cirurgia, o uso de meias elásticas ou de compressão, assim como a realização de exercícios de movimentos leves podem ajudar a reduzir esse risco também.

4 – Danos aos vasos, ossos, nervos e músculos próximos

Por se tratar de uma cirurgia que visa substituir a articulação do joelho por próteses ortopédicas, pode ser que os tecidos que envolvem a região sejam lesionados. Com o advento das cirurgias robóticas esses impactos podem ser reduzidos. Sistemas robóticos como o ROSA Knee, desenvolvido pela líder mundial em saúde musculoesquelética Zimmer Biomet, têm auxiliado os cirurgiões nesses procedimentos, fornecendo dados sobre a anatomia do paciente em tempo real e direcionando os profissionais para incisões e posicionamento das próteses de forma mais precisa, preservando estruturas e proporcionando uma recuperação mais rápida aos pacientes.   

5 – Desgaste ou quebra dos implantes

Trata-se de um risco um pouco mais baixo, entretanto, que pode vir a acontecer. Optar por próteses ortopédicas de qualidade pode ajudar a reduzir ainda mais essas ocorrências. De toda forma, é preciso ter cuidado com atividades de alto impacto e repetição; ainda que a dor não esteja mais presente, evitar alguns exercícios pode ajudar a aumentar a longevidade dos implantes.

Em todos os casos, quando os riscos ao paciente forem maiores que as possibilidades de melhorias oferecidas pela artroplastia, é comum que a equipe médica decline este tipo de procedimento. Fatores como histórico de infecções e lesões cutâneas, baixa densidade e estrutura ósseas, lesões nas articulações ou diagnóstico de artrite reumatoide, levam os especialistas a adotarem medidas que aliviem a dor e permitam que o paciente conviva com o quadro de artrose até o fim da vida. Fisioterapias, repouso, perda de peso e uso de medicamentos – analgésicos, anti-inflamatórios, pomadas e infiltrações - são alguns dos paliativos abordados nessas situações.

Pensando em ajudar pacientes que sofrem com doenças ósseas ou articulares e têm interesse em saber mais sobre a saúde musculoesquelética, a Zimmer Biomet lançou recentemente o portal The Ready Patient. Por meio de diversos artigos publicados no canal é possível entender um pouco mais sobre a temática, diagnósticos, curiosidades, dicas de vida saudável, preparo e recuperação de cirurgias como as de quadril e joelho. Basta acessar www.thereadypatient.com.br e conferir o conteúdo completo.

 

Camisinha é aliada essencial na luta contra o câncer do colo do útero e outros tumores: entenda

Preservativo diminui o risco de contaminação pelo HPV, que é responsável por tumores no útero, pênis, entre outros


Provavelmente você não associaria a camisinha com prevenção ao câncer. Mas ela é uma importante aliada para evitar o surgimento de tumores nas mulheres e também nos homens, aponta o médico Andrey Soares, oncologista da Oncoclínicas São Paulo. Isso porque, além de proteger das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), o preservativo evita o contágio do papiloma humano (HPV), que é o principal responsável pelo câncer no colo do útero. Mas não só ele. Nos homens, há uma forte relação também com o surgimento de tumor no pênis.
 

"Além da vacinação em meninas e meninos contra o HPV, a camisinha ainda é a principal barreira de transmissão e, embora se conheça melhor essa relação entre o tumor no útero com o contágio do vírus, ainda é grande o desconhecimento em relação ao câncer peniano. Os homens, em geral, tendem a se preocupar menos com a saúde, fazer menos exames, e etc, até por uma questão cultural mesmo. Então, informar sobre a importância do uso da camisinha também na prevenção do câncer masculino é fundamental e dever dos agentes públicos", cobra o oncologista. 

E a fala dele é apoiada por números. Segundo pesquisa da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), a relação entre o sexo desprotegido e câncer não é conhecida pelos brasileiros: entre 1500 entrevistados, quase 30% dos brasileiros não imaginam que usar preservativos pode reduzir o risco de desenvolver câncer. E são muitos os tipos que podem sofrer influência da contaminação do HPV: 

"Os preservativos estão comumente relacionados à proteção contra o HIV, mas também são o modo de combate a formas de tumor que têm relação com o HPV, como colo do útero, vagina, vulva, pênis, ânus, boca e garganta", explica o especialista. 

O câncer de pênis é considerado raro, mas seu prognóstico pode ter consequências devastadoras para a vida do paciente. Em muitos casos, é necessário fazer a amputação do órgão, embora quando diagnosticado em estágio inicial, apresente elevada taxa de cura. No entanto, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA) mais da metade dos pacientes demora até um ano após as primeiras lesões aparecem para procurar o médico, o que diminui a sobrevida e as chances de um tratamento com menos consequências físicas. Segundo os últimos dados disponíveis, 463 homens morreram em decorrência deste tumor no ano em 2020, de acordo com o Atlas de Mortalidade por Câncer. 

Já o tumor no Colo do Útero é o terceiro mais comum entre as mulheres no Brasil. Também causado em grande parte pelo HPV, ele pode ser detectado no exame preventivo ginecológico, que deve ser realizado anualmente por todas as mulheres sexualmente ativas. Através do exame, é possível ver se o vírus sofreu alguma mutação que poderia levar ao câncer, tratando o local antes mesmo de malignidade. No mundo, segundo o International Journal of Cancer, 207.252 morreram em 2020 por causa da neoplasia
 

Desconhecimento e preconceito atrapalham prevenção

O desconhecimento leva à desproteção: 59% dos brasileiros não usa preservativos como medida de prevenção à doença. Outra aliada importante é a vacinação de meninos e meninas contra o HPV, que ainda sofre bastante preconceito e resistência na sociedade brasileira. Além, é claro, da falta da informação sobre ela. O assunto é tão sério que a Organização Mundial de Saúde (OMS) precisou se pronunciar, afirmando que a vacina é "segura e indispensável". 

"Os rumores infundados sobre as vacinas contra o HPV seguem adiando ou impedindo de modo desnecessário o aumento da imunização, que urgentemente necessário para a prevenção do câncer cervical", disse em evento no começo de 2020 Elisabete Weiderpass, diretora do Centro Internacional de Pesquisas sobre o Câncer (CIIC), vinculado à OMS.

 

Grupo Oncoclínicas

www.oncoclinicas.com

Como driblar genética da obesidade para ter uma vida mais saudável


Cada vez mais ouvimos falar sobre como a genética está relacionada à predisposição para determinadas doenças e como os genes precursores de algumas enfermidades podem ser herdados dos nossos familiares. É o que a medicina chama de herança genética. 

A obesidade, é uma das doenças mais comuns presentes nos genes dos brasileiros, cerca de 70% da população brasileira tem em seu DNA, algum gene relacionado a comorbidade, como o PPARG, relacionado ao aumento do número e tamanho das células de gordura no tecido adiposo. Polimorfismos nesse gene, predispõe a resistência insulínica e a um ganho maior de gordura a noite. Outro exemplo de gene associado ao excesso de peso, é MC4R, que está relacionado ao controle de fome, saciedade e a fome emocional. Pessoas com polimorfismos nesse gene tendem a ter mais compulsão alimentar, ou seja, a beliscar mais, comer frequentemente, comer em maiores quantidades, além de ter dificuldades para se sentir saciado. 

De acordo com o Dr. Pedro Andrade, um dos pioneiros em medicina de precisão no Brasil e entusiasta da medicina funcional, existem vários genes que, associados aos maus hábitos comuns na sociedade, como o consumo excessivo de fast food, produtos embutidos, excesso de açúcar e de álcool, podem desenvolver facilmente a obesidade e outros problemas de saúde decorrentes da doença. 

O especialista explica que, não basta ter determinado gene, é necessário despertá-lo para que a doença seja desenvolvida e os efeitos na balança sejam sentidos. “Ainda que você tenha todos os genes relacionados a obesidade, isso só vai explicar a sua facilidade em engordar, mas não vai determinar que você seja obeso. Alguns fatores têm o poder de modular esses genes.” 

De acordo com o médico, algumas mudanças de hábitos podem quebrar o ciclo da obesidade, presente em grande parte das famílias. “Assim como os genes são passados de pais para filhos, os hábitos, sobretudo, os alimentares, também são. Muitas pessoas pensam que, por ter uma família que sofre com a obesidade, também vai ter, necessariamente, os mesmos problemas com o peso”, conta. Mas não é bem assim. De acordo com o especialista, melhorar a alimentação é a base para driblar o fator genético e ter uma vida mais saudável. “Para cada gene relacionado à obesidade, existe uma estratégia específica para silenciá-lo. Existem dois grupos de alimentos que agem, de maneira geral, contra todos os genes associados à obesidade. Esses são: as fibras, como chia, linhaça, vegetais folhosos, casca e bagaço de frutas, e as proteínas magras, como peixe, frango sem pele, feijões, grão de bico, lentilha, ervilha, entre outros", conta. 

Outro fator importante para uma vida mais saudável, segundo o especialista, é a atividade física. De acordo com o Dr. Pedro Andrade, ter o hábito de se exercitar é uma ferramenta importante para silenciar os genes ligados à obesidade, entre outros benefícios. “Ter uma rotina de exercícios promove uma série de vantagens para o corpo e para mente”, afirma. Assim como as más escolhas alimentares, muitas pessoas têm, desde a infância, outro elemento ligado à obesidade, que é o sedentarismo. “Para quem não tem o hábito de praticar atividade física, uma dica é ir devagar, duas vezes na semana, três e ir aumentando gradativamente. Outra dica, a mais importante, é escolher um exercício que você goste de fazer. Existem diversas opções: Esportes, plataformas de exercícios em casa, musculação, aulas de dança. Independente da escolha, o importante é se mexer,” finaliza.


Pacientes com câncer: como obter isenção no IR?

Há anos, o câncer permanece na lista das principais causas de morte ao redor do mundo. Dentre todos os tipos, mais de 60% dos casos se concentram nos 10 mais frequentes, sendo responsáveis também por 70% de todas as mortes, segundo dados da Agência Internacional para Pesquisa em Câncer.

Em meio a tratamentos longos e exaustivos, a isenção do IR aos pacientes com este diagnóstico é um benefício concedido visando prestar o máximo de apoio possível àqueles que enfrentam esta doença. Mas, são poucos os que ainda sabem como solicitar esta garantia ou, ainda, que a conseguem de forma fácil e sem empecilhos burocráticos.

Como regra geral, a legislação é clara ao determinar que, independentemente do tumor, aposentados, pensionistas e militares reformados que forem diagnosticados com algum tipo de câncer possuem o direito de solicitarem a isenção do imposto de renda, mediante apresentação de laudo médico completo sobre seu estado.

Obrigatoriamente, o documento tem de ser preenchido por um médico pertencente à rede de saúde pública e deve conter: a data do diagnóstico (o dia da liberação do resultado da biópsia que confirmou a doença), o CID da categoria e os procedimentos e tratamentos realizados. Caso o paciente ainda esteja em vigência de tratamento, é necessário também incluir a previsão de seu término.

Para facilitar sua aquisição, estes laudos costumam ser descritos em uma linguagem mais acessível para aqueles responsáveis por sua análise – principalmente, levando em consideração a alta probabilidade de o perito não ser um especialista naquele determinado câncer. Assim, quanto mais descritivas e acessíveis forem as informações prestadas, mais claro será o entendimento sobre o requerimento e a chance de ser aprovado. Um processo aparentemente simples, mas que ainda enfrenta certos empecilhos e entraves.

O modelo de laudo que deve ser utilizado neste preenchimento é disponibilizado pela Receita Federal, independentemente do tipo de câncer diagnosticado – mas, são poucos os que conhecem essa informação, e podem acabar sofrendo entraves do INSS caso entreguem uma versão que não seja a oficial. Ainda, muitos pacientes já curados da doença podem ter seus pedidos negados, mesmo sendo uma negativa ilegal dada a clareza legislativa de que uma vez diagnosticado com câncer, o direito à isenção do IR é certa – independentemente se já foi curado ou não.

Evitando a recusa destes pedidos, um dos maiores cuidados a serem tomados é, justamente, informando a data correta do diagnóstico. Aqui, é importante ressaltar que este dia deve corresponder ao resultado da biópsia que confirmou a existência de um tumor maligno, uma vez que é somente a partir desse achado que se define o diagnóstico preciso do paciente e que é estabelecido um planejamento terapêutico. Nos casos de cânceres reincidentes, o relatório deve ser atualizado conforme o contexto em que o paciente se encontra e especificar as condutas médicas que serão implementadas.

Muitos pacientes confundem o diagnóstico que é obtido através da biópsia (laudo anatomopatológico ou histopatológico) com o de outros exames, como os de imagem (tomografias ou ressonâncias magnéticas, por exemplo). Por serem fundamentais para a avaliação da extensão da doença e escolha do tratamento, os achados obtidos pelos exames de imagem devem constar no laudo médico, porém na grande maioria dos casos não substituem o laudo anatomopatológico fornecido pela biópsia. Assim, esse resultado deve ser sempre bem guardado pelo paciente, já que, muito provavelmente, também será solicitado pelo INSS como documento obrigatório na análise da concessão da isenção. Cabe destacar que a isenção não se restringe a aposentadorias do INSS, mas também a aposentadorias complementares, privadas e do servidor público.

No geral, todos os tipos de tumores malignos, por si só, são suficientes para garantir este direito. Entretanto, diante dos procedimentos burocráticos exigidos pelos órgãos reguladores, o paciente pode optar pela contratação de escritórios especializados no ramo para a condução deste processo. O auxílio de profissionais com expertise na área, quando é possível, facilita não só a obtenção do direito de isenção do IR, como também permite que aqueles que lutam contra a doença possam concentrar seus esforços exclusivamente em sua saúde.

 

Dr. André Paternò Castello - oncologista do Hospital Israelita Albert Einstein.


Bruno Farias - sócio da Restituição IR, empresa especializada em restituição de imposto de renda.

 

Restituição IR
https://restituicaoir.com.br/

Nova técnica ajuda a descobrir se bactéria que causa meningite é resistente a antibióticos

Estudo desenvolvido por pesquisadores do Instituto Adolfo Lutz pode ser útil tanto para a vigilância epidemiológica quanto para o tratamento dos doentes. Resultados foram publicados na revista PLOS ONE (pneumococo observado por microscopia; imagem: Ivana Campos) 

 

 Estudo publicado na revista PLOS ONE pode, no futuro, ajudar os profissionais de saúde a determinar se bactérias da espécie Streptococcus pneumoniae que causam meningite – inflamação nas membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal – são resistentes a algum tipo de antibiótico.

Até então, essa não era uma tarefa fácil. Requeria isolar o microrganismo na amostra do paciente e analisá-lo ainda vivo – algo difícil, já que a bactéria é sensível e, na maior parte das vezes, não suporta a viagem até o laboratório.

Para contornar o problema, pesquisadores do Instituto Adolfo Lutz – Laboratório Regional de Santo André (SP) – elaboraram uma nova forma de fazer essa análise. Entre 2014 e 2020, o grupo recebeu 873 amostras de líquido cefalorraquidiano (líquor) de pessoas com suspeita da doença em centros de saúde de seis municípios paulistas (Diadema, Mauá, Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul e Ribeirão Pires) para o diagnóstico de meningite bacteriana. Essa substância é um fluido estéril presente nas cavidades do cérebro e da medula espinhal que atua como amortecedor, protegendo essas estruturas de traumas.

Como parte da rotina do laboratório, os cientistas submeteram as amostras a um ensaio de PCR em tempo real (muito usado no diagnóstico de doenças infecciosas, entre elas a COVID-19), que amplifica um gene específico do microrganismo-alvo in vitro, caso ele esteja presente na amostra, permitindo identificá-lo mais facilmente. Foi possível identificar a presença do Streptococcus pneumoniae, ou pneumococo, em 149 amostras.

Com essas amostras positivas, foi realizado outro ensaio de PCR em tempo real, desta vez utilizando um corante chamado SYBR Green. A substância se liga ao DNA e emite um sinal de fluorescência que é captado pelo equipamento para detecção de um dos três genes estudados, simultaneamente, que estão relacionados com a resistência a antibióticos.

Para que fosse possível determinar a quais classes de antibióticos a bactéria era resistente – penicilina, lincosamidas ou macrolídeos –, o grupo usou uma técnica conhecida como curva de dissociação.

“Nesse método, vamos aumentando a temperatura das amostras grau por grau, o que faz com que o corante vá se desprendendo do DNA, pois a dupla hélice que forma o material genético amplificado na PCR vai se separando gradualmente. Então, analisamos a chamada temperatura de melting [Tm], que é quando metade da estrutura está unida e metade está separada, o que varia de acordo com o gene amplificado. Dependendo de quantos graus isso aconteceu, conseguimos diferenciar qual gene foi amplificado, logo, a qual antibiótico essa bactéria é resistente”, explica a bióloga Ivana Campos, responsável pelo estudo.


Validação

Depois de realizados todos esses processos, os pesquisadores compararam seus resultados com os obtidos pelo método tradicionalmente usado para avaliar resistência a antibióticos – que consiste em colocar os microrganismos vivos em contato com cada um dos fármacos e observar se são capazes de se proliferar na presença da substância. Esse teste convencional só foi realizado com 25 amostras, já que somente elas apresentaram pneumococos viáveis para o processo. Os resultados foram similares, o que confirmou o potencial da nova técnica desenvolvida.

“Pudemos averiguar que 51% das amostras avaliadas, recebidas entre 2014 e 2020, eram sensíveis a antibióticos, o que é um bom sinal, já que esses pacientes devem ter tido um bom prognóstico”, diz Campos. “Por outro lado, 17% se mostraram resistentes a diversas drogas, o que é muito perigoso, pois nesses casos é mais difícil realizar o tratamento e precisamos adotar antibióticos de outras classes”, explica.

A pesquisadora ressalta ainda que a S. pneumoniae tem grande capacidade de trocar material genético, ou seja, facilidade em passar esses genes que conferem resistência antimicrobiana para outras bactérias, tornando-as resistentes também.

“Portanto, concluímos que com o ensaio que desenvolvemos é possível estudar o perfil de resistência do pneumococo mesmo na ausência das cepas isoladas, como evidenciado para nossa região.”

O trabalho teve apoio da FAPESP por meio de dois projetos (17/03022-6 e 18/22718-4) e os resultados obtidos pelos especialistas podem ser úteis tanto para ações de vigilância epidemiológica quanto para aprimorar o tratamento dos pacientes no futuro.

O artigo Multiplex real-time PCR using SYBR Green: Unspecific intercalating dye to detect antimicrobial resistance genes of Streptococcus pneumoniae in cerebrospinal fluid pode ser lido em: https://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0269895.

 


Thais Szego

Agência FAPESP 

https://agencia.fapesp.br/nova-tecnica-ajuda-a-descobrir-se-bacteria-que-causa-meningite-e-resistente-a-antibioticos/39495/

 

Retomada dos cuidados: diagnósticos de Alzheimer devem crescer após isolamento na pandemi

Estudos indicam que casos de demência podem triplicar até 2050; esquecimento nem sempre está presente entre os pri meiros sintomas da doença

Alzheimer é a mais comum das demências neurodegenerativas nos idosos, principalmente após os 85 anos
Créditos: envato



Albanita Bauer foi diagnosticada com doença de Alzheimer há pouco mais de 4 anos. Neste tempo, perdeu parte de lembranças importantes da vida, mas nunca esqueceu do marido, Izan, com quem é casada há mais de seis décadas. Recentemente, quando ele precisou ser internado por problemas cardíacos e covid-19, no Hospital Marcelino Champagnat, em Curitiba (PR), ela ficou em casa perguntando o tempo todo  onde estava o namorado, a que horas ele chegaria. “O amor que ela sente pelo meu pai é algo que o Alzheimer não conseguiu apagar”, conta a filha Patrícia. 

O esquecimento é o sintoma mais conhecido do Alzheimer, mas nem sempre acompanha a doença. O comprometimento da memória, principalmente em relação aos fatos mais recentes, existe, mas, muitas vezes, a apatia, depressão, alteração na linguagem e dificuldades para realizar tarefas do dia a dia podem ser os sinais iniciais da doença. Quanto mais avançada, mais comum é o paciente ter maior irritabilidade, agressividade, desconfiança excessiva, passividade e tendência ao isolamento. Por isso, médicos afirmam que é preciso pesquisar a doença, muito antes que ela apareça. 

“É um combo. Existem fatores genéticos, mas a qualidade de vida também influencia no surgimento da doença. Quem praticou atividade física aeróbica de forma constante, evolui menos com o Alzheimer, assim como as pessoas com maior escolaridade. Estudos já nos mostram que a doença tem o fator genético, mas o ambiental também interfere”, explica o neurologista do Hospital Marcelino Champagnat, Gustavo Franklin.


Números

Em 2019, o número estimado de casos de demência no mundo era maior que 57,4 milhões. Se levarmos em conta que a cada três segundos uma pessoa desenvolve essa síndrome, o número deve triplicar até 2050. E muitos desses casos podem receber o diagnóstico tardio, isto é, após o isolamento da pandemia, que interrompeu os acompanhamentos de rotina.

O Alzheimer é a mais comum das demências neurodegenerativas nos idosos, principalmente após os 85 anos. Ainda sem causa definida, essa doença acontece quando há alteração no processamento de proteínas específicas do sistema nervoso central. Dessa forma, passam a surgir fragmentos de proteínas mal cortadas e tóxicas, não apenas dentro dos neurônios, mas também no espaço entre eles. Essa toxicidade é capaz de gerar perda progressiva dos neurônios. 

Após o diagnóstico, é fundamental manter a terapia medicamentosa, mas também oferecer estímulos físicos, psicológicos, fonoaudiologia e hábitos adequados de sono. “Uma rotina bem estabelecida ajuda a pessoa com Alzheimer”, complementa Franklin.


Créditos acumulados de ICMS em São Paulo - novo procedimento simplificado

Um dos grandes problemas enfrentados pelo contribuinte do ICMS no Estado de São Paulo chama-se crédito acumulado, desde a sua formação, apropriação e utilização.

Os gargalos da apropriação e da utilização do crédito acumulado devem ser objeto de análise e de estudos sempre buscando melhorias, mas com segurança jurídica também ao erário.

Um desses gargalos é o procedimento atual e demorado de apropriação do crédito acumulado que é por demais burocrático até a sua efetiva autorização.

Neste cenário, que sempre foi desfavorável ao contribuinte, surge uma luz no final do túnel que num esforço conjunto dos setores industriais com a secretaria da fazenda e planejamento do Estado de São Paulo, sob nova gestão, busca simplificar para os contribuintes a apropriação do crédito acumulado.

A publicação do Decreto nº 66.921, de 30 de junho de 2022, já havia sido um alento aos contribuintes acerca da nova diretriz do fisco estadual, porém, somente agora com a publicação da Portaria SRE nº 54, de 05-08-22, que altera a Portaria CAT 26/10, e dispõe sobre a apropriação e utilização de crédito acumulado do ICMS é que efetivamente se observa um ganho de simplificação nos procedimentos para o contribuinte.

Referida portaria visa simplificar os procedimentos de apropriação do crédito acumulado para os contribuintes do Estado de São Paulo e que estão classificados no programa “nos conformes”, nos termos de Lei Complementar nº 1320/18, nas categorias A+, A e B.

Em resumo, foi alterada a sistemática de apropriação do crédito acumulado (e-credac) dispensado a verificação fiscal prévia e oferecimento de garantia (total ou parcialmente) para os referidos contribuintes listados nas categorias A+, A e B, dentre outras alterações.

I – categoria "A+" será liberado 100% do crédito acumulado antes da verificação fiscal, dispensada a apresentação de garantia;

II - categoria "A" será liberado 80% do crédito acumulado antes da verificação fiscal, podendo solicitar o restante mediante apresentação de garantia correspondente a 20% desse valor;

III – para o contribuinte classificado na categoria "B" será liberado 50% do crédito acumulado antes da verificação fiscal, podendo solicitar o restante mediante apresentação de garantia correspondente a 50% desse valor.

Serão passíveis de utilização do procedimento que trata a referida portaria, os pedidos relativos às 25 referências mensais imediatamente anteriores ao pedido formulado no sistema e-CredAc sendo que tal procedimento também será aceito para os contribuintes que possuem pedidos pendentes em data anterior à publicação da referida portaria e que ainda estão pendentes de autorização de apropriação.

A portaria também disciplina o que se entende por contribuinte classificado na categoria A+, A e B, para fins de utilização dos procedimentos simplificados, ou seja, considera-se A+, A ou B, o contribuinte que tenha permanecido, nas respectivas categorias que estiver, por nove meses consecutivos ou alternados num período de 1 ano.

A portaria entrará em vigor em 1º de setembro de 2022, por conta de ajustes que terão que ser feitos nos sistemas da Secretaria da Fazenda.

Consideramos um importante avanço na simplificação da apropriação dos créditos acumulados no Estado de São Paulo e início da implementação das contrapartidas em favor dos contribuintes, que estão no programa de conformidade tributária “nos conformes”, além de demonstrar uma nova relação fisco contribuinte que se instala no âmbito da Secretaria de Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo.

 

Caio Cesar Braga Ruotolo - advogado e sócio do escritório Luiz Silveira Sociedade de Advogados. Consultor Jurídico da ABIMAQ. Juiz do Tribunal de Impostos e Taxas do Estado de São Paulo. Membro do Conselho de Assuntos Tributários da Fecomércio em São Paulo. Foi Coordenador Jurídico da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. Foi membro da Comissão de Direito Tributário da OAB/SP (2017/2018) e da Comissão de Assuntos Fiscais da CNI (2014-2020). Pós Graduado com Especialização em Direito Empresarial pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e em Direito Constitucional pela Escola Superior de Direito Constitucional e em Gestão de Recursos Humanos. Experiência consultiva e contenciosa nas áreas de direito tributário, empresarial, ambiental, aeronáutico e crimes contra a ordem tributária.

 

Sete empresas estão com oportunidades abertas para estagiários e trainees

Processos seletivos conduzidos pela Companhia de Estágios estão em busca de estudantes a partir do segundo semestre de graduação e recém-formados


A Companhia de Estágios, empresa líder de recrutamento e seleção de estagiários e trainees, está conduzindo processos seletivos com oportunidades de estágio e trainee para estudantes e recém-formados de diversos estados: São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Piauí.

Confira a seguir os benefícios oferecidos e prazos de inscrição de cada programa. A participação é gratuita, basta se inscrever. Participe! 

 

AUXILIADORA PREDIAL

A Auxiliadora Predial, uma das maiores prestadoras de serviços de Administração de Condomínios, está lançando seu mais novo Programa de Estágio Auxiliadora Predial 2022. Para participar, basta ter previsão de conclusão de graduação até Dezembro de 2023 nos seguintes cursos: Administração, Ciências Contábeis, Ciências Econômica, Economia, Engenharia de Produção, Tecnologia em Gestão Comercial, Análise e Desenvolvimento de Sistemas, Ciência da Computação, Engenharia da Computação, Engenharia de Processos, Engenharia de Produção, Engenharia de Software, Marketing ou Sistemas de Informação. 

São 14 vagas para as cidades de Porto Alegre/RS e São Paulo/SP em áreas como Aluguéis (Produtos e Processos), Aluguel Corporate, Condomínio, Contabilidade, Controles e Processos, Financeiro, Marketing e Tecnologia da Informação. Os estagiários irão receber vale transporte, vale refeição, vale alimentação, seguro de vida, recesso remunerado e sistema de trabalho híbrido. 

Bolsa-auxílio: R$1.500,00

Prazo de inscrição: dia 18/09

Inscrição: https://sgce.ciadeestagios.com.br/estudantes/registrar?lang=pt

 

ARDAGH

A Ardagh Metal Packaging, uma das líderes na produção e venda de embalagens de alumínio, está buscando 17 jovens talentos para participar do Programa Crescer - Estágio Ardagh 2022. Para concorrer, basta ter conhecimentos em Pacote Office e Inglês, poder atuar em Alagoinhas/BA, Jacareí/SP ou São Paulo/SP e ter graduação no ensino superior ou técnico prevista entre junho e dezembro de 2021 nos cursos de Ardagh: Administração, Comunicação e Marketing, Economia, Engenharias, Logística, Química e correlatos.

Além da bolsa auxílio, o estagiário irá receber plano de saúde Sulamérica; vale-refeição ou restaurante na empresa; vale-transporte, fretado, transporte flex ou estacionamento; seguro de vida Bradesco e Gympass. 

As oportunidades são para as áreas de Qualidade, Produção, Manutenção, EHS, Melhoria Contínua, Materiais, Engenharia, Planejamento Integrado, Comercial, Customer Service e Sustentabilidade.

Bolsa-auxílio: de R$ 900,00 até R$1,800,00

Prazo de inscrição: 11/09

Inscrição: https://www.ciadeestagios.com.br/vagas/ardagh/

 

HITACHI ENERGY 

A Hitachi Energy, empresa mundial do segmento de tecnologia, está em busca de 4 profissionais para participar do Power + Programa de Trainee Hitachi Energy 2022. Os participantes serão expostos a diferentes papéis e experiências para desenvolver suas habilidades ao longo do tempo e, para ampliar suas perspectivas, irão participar de diversos desafios e contextos.

A empresa deseja que os candidatos possuam inglês avançado ou fluente, disponibilidade para trabalhar em Guarulhos/SP e formação entre junho/2020 e dezembro/2022 nos cursos de Engenharia Elétrica, Engenharia Eletrônica, Engenharia Mecânica e Engenharia Mecatrônica. O programa tem 18 meses de duração e, a cada 6 meses, os trainees passarão por Job Rotation (diversas áreas) e terão a possibilidade de trabalhar em outro país.

Como benefícios, a empresa oferece: vale-transporte ou estacionamento, restaurante ou vale-alimentação, seguro de vida, convênio médico e odontológico, previdência privada e PLR.

Salário: Compatível com o mercado

Prazo de inscrição: 18/09

Inscrição: https://www.ciadeestagios.com.br/vagas/hitachienergy/

 

AZUL

A Azul, maior companhia aérea do Brasil em número de voos e cidades atendidas, está com 40 vagas abertas para o Programa de Estágio Azul 2022. A empresa busca estudantes a partir do 2º ano da graduação até o início do último ano, que tenham disponibilidade para estagiar em Barueri/SP e Campinas/SP. Além disso, não há restrição de cursos de graduação e o inglês é exigido apenas para algumas áreas. 

Os estagiários participarão de uma trilha de desenvolvimento que inclui etapas como workshop técnicos e comportamentais e plano individual de desenvolvimento. Como benefícios, o estagiário irá receber: passagens aéreas nacionais e internacionais, seguro de vida, refeitório próprio, auxílio-transporte, Gympass/TotalPass e Clube de Desconto (escolas de idiomas, universidades, aluguéis de carro e hotel). 

Bolsa-auxílio: R$ 1.500,00

Prazo de inscrição: 12/09

Site: https://www.ciadeestagios.com.br/vagas/azul/

 

GOODYEAR

A Goodyear, fabricante global de pneus para automóveis, vans, picapes, SUVs, caminhões e ônibus, além de pneus para aviação, há mais de 100 anos no Brasil, está com inscrições abertas para o Programa de Estágio Goodyear 2023. O programa é destinado a estudantes que estejam no penúltimo ano da graduação no primeiro semestre de 2023 nas áreas de humanas e exatas. 

Os futuros estagiários terão oportunidade de desenvolver competências por meio da criação de projetos, participação em treinamentos e serão expostos a aprendizados variados. Cabe observar que, além do talento, a empresa valoriza a diversidade, pois são as diferenças e semelhanças que, juntas, formam grandes equipes.

Os aprovados iniciarão suas jornadas em março de 2023 e devem ter disponibilidade para trabalhar, em São Paulo (SP), Americana (SP) ou Santa Bárbara D’Oeste (SP), 6 horas diárias (30 horas semanais), durante os dois anos de contrato. O programa contempla diversas vagas em áreas como Finanças, Engenharia, Jurídico, Manufatura, Recursos Humanos, Supply Chain, Vendas, Comunicação e Marketing. 

Além da bolsa-auxílio é compatível com o mercado, a empresa oferece aos estagiários benefícios  como Programa de assistência aos associados, vale-transporte, convênio para desconto em medicamentos, Gympass, acesso a produtos com desconto, plano médico e odontológico e seguro de vida.

Bolsa-auxílio: compatível com o mercado

Prazo de inscrição: 23/09

Site: https://www.ciadeestagios.com.br/vagas/goodyear/

 

BUNGE 

A Bunge, multinacional americana de agronegócio e alimentos, está buscando 29 talentos criativos, com espírito de equipe, vontade de fazer a diferença e se desenvolver em um ambiente ágil e dinâmico, no qual todos se sentem respeitados. 

Para participar do Programa de Estágio Bunge 2023, os candidatos devem devem estar cursando nível superior, a partir do segundo semestre, nas áreas de Administração, Engenharias (Engenharia de Produção, Engenharia química, Engenharia Mecânica, Engenharia de Alimentos, Engenharia Agronômica), Psicologia, Gestão de Recursos Humanos, Economia, Ciência de Dados, Matemática, Estatísticas, Química, Análise e desenvolvimento de sistemas e Marketing.

Além disso,  os futuros estagiários devem ter disponibilidade para estagiar no modelo híbrido ou presencial (dependendo da localidade), no mínimo 6h/dia (30 h/semanais), no período matutino ou vespertino, nas seguintes cidades: Dourados/MS, Gaspar/SC, Luís Eduardo Magalhães/BA, Luziânia/GO, Nova Mutum/MT, Passo Fundo/RS, Ponta Grossa/PR, Rio Grande/RS, Rondonópolis/MT, Santa Luzia/MG, São Paulo/SP ou Uruçuí/PI. 

Bolsa-auxílio: compatível com o mercado

Prazo de inscrição: 16/09

Inscrição: https://www.ciadeestagios.com.br/vagas/bunge/

 

PÁTRIA INVESTIMENTOS

A Pátria Investimentos, empresa líder em gestão de ativos alternativos na América Latina, com mais de 30 anos de atuação nas áreas de Private Equity, Infraestrutura, Crédito, PIPE e Real Estate, está com inscrições abertas para o Programa de Estágio Pátria Academy 2023

São 45 vagas para estudantes dispostos a aprender sobre o modelo de investimentos e de gestão da empresa por meio da exposição de cases e aulas interativas com os líderes da companhia.

Podem participar estudantes com previsão de conclusão de graduação entre dezembro/2023 e dezembro/2024 nas áreas de Administração de Empresas, Administração Pública, Ciências Atuariais, Ciências Contábeis, Ciências da Computação, Comércio Exterior, Direito, Economia, Engenharias (todas), Estatística, Física, Matemática, Psicologia e Relações Internacionais. Além disso, devem ter inglês avançado ou fluente e disponibilidade para trabalhar em São Paulo/SP.

Os estagiários poderão atuar nas áreas de Investimentos Private Equity e Infraestrutura, Investimentos Crédito, PIPE e Real Estate, Sales e Relações com Investidores ou Gestão e Transformação. 

Como benefício, a empresa oferece seguro de vida, plano de saúde, descontos em produtos e serviços das investidas, vale-transporte e vale-refeição. 

Bolsa-auxílio: R$2.500,00

Prazo de inscrição: 08/09

Site: https://www.ciadeestagios.com.br/vagas/patria

 

Companhia de Estágios

www.ciadeestagios.com.br

 

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