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sexta-feira, 2 de setembro de 2022

Fibroses pulmonares podem ser consequência de quadros pós-Covid-19[i]

Confundida com asma, bronquite e até problemas cardíacos, condição é de difícil diagnóstico, o que atrasa o tratamento adequado com o pneumologista [ii]
 

Desde o início da pandemia de Covid-19, criou-se uma alerta para outras doenças respiratórias que podem ser facilmente confundidas com a infecção. Agora, uma nova preocupação começa a ganhar força entre pessoas que tiveram a doença: o aumento de diagnósticos de fibroses pulmonares que dificultam a respiração plena. 

Um dos tipos da doença é a fibrose pulmonar idiopática (FPI), condição rara, de causa desconhecida (idiopática), crônica e progressiva, que afeta os pulmões, causando cicatrizes (fibrose pulmonar) que reduzem a área de troca de ar e que atrapalham a oxigenação do sangue.[iii] 

A doença atinge de 0,22 a 17,4 pessoas a cada 100.000 indivíduos[iv]. É mais comum em homens acima de 60 anos, fumantes e ex-fumantes[v]. Entre os sintomas mais comuns estão a falta de ar e a tossev. “Esses sinais são muitas vezes confundidos com o envelhecimento e atribuídos a doenças cardíacas ou outras doenças respiratórias, o que costuma atrapalhar e atrasar o diagnóstico correto” explica a pneumologista Dra. Regina Tibana. Atualmente, a doença é tratada com medicamentos antifibróticos que atuam retardando sua progressãov. 

A pesquisa “Panorama das doenças pulmonares raras no Brasil” realizada pelo Datafolha e a Boehringer Ingelheim entrevistou pacientes, cuidadores e médicos que tratam doenças pulmonares intersticiais (DPIs), entre elas, a FPI. Ao todo, 36% dos pacientes com FPI relataram que entre os desafios durante sua jornada, a etapa mais longa foi entre o diagnóstico e o início do tratamento[vi]. Em seguida, foi o tempo entre a suspeita da doença, a solicitação e a realização de exames específicos (26%). Já do ponto de vista médico, a etapa mais longa da jornada do paciente é o pré-diagnóstico. 

“Após o início do tratamento, manter as consultas regularmente é muito importante. Principalmente quando os dados apontam que 17% dos pacientes com FPI disseram que a doença piorou em menos de um ano”, explica a pneumologista. O tempo médio para o diagnóstico da FPI, segundo pacientes, é de três anosvi. “Isso se dá pela falta de informações sobre a doença, tanto do ponto de vista do médico quanto dos pacientes”.

Em média, 28% dos pacientes com FPI demoraram até três anos para o diagnóstico da doençavi. Após o diagnóstico de FPI, 82% dos pacientes relatam demora de um ano até iniciar o tratamento e 14% relatam demora de quase quatro anosvi. Entre as dores mais comuns, 60% dos pacientes com FPI relatam incômodo nos músculos e articulaçõesvi.
 

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico pode ser feito pela combinação do histórico clínico do paciente, tomografia computadorizada de tórax e, em alguns casos, a biópsia pulmonar cirúrgica pode ser necessáriav. A correta identificação da doença é fundamental para iniciar o tratamento adequado do paciente. 

A evolução dos medicamentos foi considerada um divisor de águas para médicos e pacientes. Até 2016, eram administrados apenas tratamentos para sinais e sintomas. “Os novos antifibróticos atuam impedindo a proliferação descontrolada das células que formam as cicatrizes, desaceleram o ritmo de evolução da doença e diminuem os riscos de exacerbação da FPIiii v [vii]”, esclarece a Dra. Regina Tibana.

Além do uso de medicamentos, alguns pacientes podem aderir a um programa de reabilitação pulmonar, com a prática de atividades físicas adequadas para cada nível da doença. “É muito importante que as pessoas não se acostumem com a falta de ar e que procurem um pneumologista para tomar os devidos cuidados com a saúde do seu pulmão. Só assim é possível ampliar a qualidade de vida dos pacientes e de seus familiares”, explica a médica.

 

Boehringer Ingelheim

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[i] Tanni SE, Fabro AT, de Albuquerque A, Ferreira EVM, Verrastro CGY, Sawamura MVY, et al. Pulmonary fibrosis secondary to COVID-19: a narrative review, Expert Review of Respiratory Medicine, 15:6, 791803, disponível aqui.

[ii] Cosgrove, G. P., Bianchi, P., Danese, S., & Lederer, D. J. (2018). Barriers to timely diagnosis of interstitial lung disease in the real world: the INTENSITY survey. BMC Pulmonary Medicine volume 18, Article number: 9 (2018).

[iii] Raghu G, Remy-jardin M, Myers JL, et al. Diagnosis of Idiopathic Pulmonary Fibrosis. An Official ATS/ERS/JRS/ALAT Clinical Practice Guideline. Am J Respir Crit Care Med. 2018;198(5):e44-e68.

[iv] L. Wollin, E. Wex, A. Pautsch, et al. Mode of action of nintedanib in the treatment of idiopathic pulmonary fibrosis. Eur. Respir. J. 2015; 45: 1434-1445.

[v] Richeldi L, du Bois RM, Raghu G, Azuma A, Brown KK, Costabel U, et al. Efficacy and safety of nintedanib in idiopathic pulmonary fibrosis. N Eng J Med. 2014;370(22):2071--82.

[vi] Pesquisa Datafolha: Panorama das doenças pulmonares raras no Brasil. População Brasileira -- Médicos PM745174. abril e maio de 2021.

[vii] Richeldi L, Cottin V, du Bois RM, Selman M, et al. Nintedanib in patients with idiopathic pulmonary fibrosis: Combined evidence from the TOMORROW and INPULSIS(®) trials. Respir Med. 2016 Apr;113:74-

 

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