Cada vez mais ouvimos falar sobre como
a genética está relacionada à predisposição para determinadas doenças e como os
genes precursores de algumas enfermidades podem ser herdados dos nossos
familiares. É o que a medicina chama de herança genética.
A obesidade, é uma das doenças mais comuns presentes nos genes dos brasileiros, cerca de 70% da população brasileira tem em seu DNA, algum gene relacionado a comorbidade, como o PPARG, relacionado ao aumento do número e tamanho das células de gordura no tecido adiposo. Polimorfismos nesse gene, predispõe a resistência insulínica e a um ganho maior de gordura a noite. Outro exemplo de gene associado ao excesso de peso, é MC4R, que está relacionado ao controle de fome, saciedade e a fome emocional. Pessoas com polimorfismos nesse gene tendem a ter mais compulsão alimentar, ou seja, a beliscar mais, comer frequentemente, comer em maiores quantidades, além de ter dificuldades para se sentir saciado.
De acordo com o Dr. Pedro Andrade, um dos pioneiros em medicina de precisão no Brasil e entusiasta da medicina funcional, existem vários genes que, associados aos maus hábitos comuns na sociedade, como o consumo excessivo de fast food, produtos embutidos, excesso de açúcar e de álcool, podem desenvolver facilmente a obesidade e outros problemas de saúde decorrentes da doença.
O especialista explica que, não basta
ter determinado gene, é necessário despertá-lo para que a doença seja
desenvolvida e os efeitos na balança sejam sentidos. “Ainda que você tenha
todos os genes relacionados a obesidade, isso só vai explicar a sua facilidade
em engordar, mas não vai determinar que você seja obeso. Alguns fatores têm o
poder de modular esses genes.”
De acordo com o médico, algumas mudanças de hábitos podem quebrar o ciclo da obesidade, presente em grande parte das famílias. “Assim como os genes são passados de pais para filhos, os hábitos, sobretudo, os alimentares, também são. Muitas pessoas pensam que, por ter uma família que sofre com a obesidade, também vai ter, necessariamente, os mesmos problemas com o peso”, conta. Mas não é bem assim. De acordo com o especialista, melhorar a alimentação é a base para driblar o fator genético e ter uma vida mais saudável. “Para cada gene relacionado à obesidade, existe uma estratégia específica para silenciá-lo. Existem dois grupos de alimentos que agem, de maneira geral, contra todos os genes associados à obesidade. Esses são: as fibras, como chia, linhaça, vegetais folhosos, casca e bagaço de frutas, e as proteínas magras, como peixe, frango sem pele, feijões, grão de bico, lentilha, ervilha, entre outros", conta.
Outro fator importante para uma vida
mais saudável, segundo o especialista, é a atividade física. De acordo com o
Dr. Pedro Andrade, ter o hábito de se exercitar é uma ferramenta importante
para silenciar os genes ligados à obesidade, entre outros benefícios. “Ter uma
rotina de exercícios promove uma série de vantagens para o corpo e para mente”,
afirma. Assim como as más escolhas alimentares, muitas pessoas têm, desde a
infância, outro elemento ligado à obesidade, que é o sedentarismo. “Para quem
não tem o hábito de praticar atividade física, uma dica é ir devagar, duas
vezes na semana, três e ir aumentando gradativamente. Outra dica, a mais
importante, é escolher um exercício que você goste de fazer. Existem diversas
opções: Esportes, plataformas de exercícios em casa, musculação, aulas de
dança. Independente da escolha, o importante é se mexer,” finaliza.
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