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quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

Investimento em pesquisa e busca de novas tecnologias estão entre os focos da agricultura digital

     

Última edição do Ciclo ILP-FAPESP de Ciência e Inovação em 2021 reuniu quatro pesquisadores que apresentaram cenários, oportunidades e desafios a serem enfrentados pelos agroprodutores brasileiros nos próximos anos (foto: Embrapa)

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Aliar pesquisa, desenvolvimento e inovação na área da agricultura digital visando sustentabilidade e agregação de valor nas cadeias produtivas da agropecuária. Além disso, colocar à disposição dos produtores novas tecnologias que permitam o aumento da produtividade. Esses pontos estão entre os focos e desafios a serem enfrentados pelos agroprodutores brasileiros e seus parceiros nos próximos anos.

“A agricultura de precisão e a digital serão determinantes para esse novo agro que visa garantir segurança alimentar de maneira sustentável para o mundo”, disse Silvia Maria Fonseca Silveira Massruhá, chefe-geral da Embrapa Agricultura Digital, durante seminário on-line promovido pela FAPESP e pelo Instituto do Legislativo Paulista (ILP), na segunda-feira (29/11).

O evento reuniu quatro pesquisadores para tratar de tecnologias inovadoras no campo. Foi o último realizado em 2021 no âmbito do Ciclo ILP-FAPESP de Ciência e Inovação, que tem o objetivo de divulgar a legisladores, gestores públicos e sociedade em geral os avanços das pesquisas científicas financiadas com recursos públicos.

Ao apresentar tendências, desafios e oportunidades na agricultura digital, Massruhá apontou como o setor pode se beneficiar de um amplo leque de tecnologias, usando internet das coisas, mídias sociais, big data, automação, entre outros. Também mostrou soluções criadas pela Embrapa para assessorar produtores, como a Unidade Mista de Pesquisa em Genômica Aplicada a Mudanças Climáticas, aplicativos e a plataforma AgroAPI Embrapa, voltada para o mercado de tecnologias em agricultura digital, possibilitando acesso a informações e modelos agropecuários.

“É preciso passar da etapa de como usar o conteúdo digital para auxiliar os produtores na tomada de decisões de olho em uma agricultura mais autônoma. A tecnologia vem para melhorar a vida humana, a inclusão social, a sustentabilidade. E é com essa visão que temos caminhado com as tecnologias para a agricultura”, afirmou, lembrando que, com o avanço no segundo trimestre de 2021, o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio nacional acumulou alta de 9,81% no primeiro semestre deste ano.

Para ela, entre os desafios ainda estão o custo da tecnologia, principalmente para pequenos e médios produtores, e as dificuldades de conectividade. No Brasil, de acordo com o último censo do setor realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem cerca de 5 milhões de estabelecimentos agropecuários, dos quais 77% são classificados como de agricultura familiar, mas respondem por apenas 23% do valor da produção.

Além disso, somente 23% da área rural é conectada no país. Segundo estudo realizado pelo Ministério da Agricultura em parceria com a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP), é possível duplicar a cobertura de internet no meio rural dobrando o atual número de antenas. Hoje são 4.400 no Brasil. Se o total de dispositivos subir para 15 mil, a cobertura passa para 90%.

“O grande produtor tem capacidade de investimento e consegue adotar a tecnologia. No caso dos pequenos e médios, é preciso ganhar escala. As cooperativas e associações de produtores foram fundamentais na comercialização de produtos e podem ser, neste novo momento, fomentadores das tecnologias digitais. Se alguns tinham resistência em usar a tecnologia, percebemos que, com a pandemia de COVID-19, eles ficaram mais sensíveis”, complementa Massruhá, citando a importância da capacitação e de incentivos à pesquisa e à inovação, como os oferecidos pela FAPESP.

A combinação de investimentos em pesquisa aliada à busca de recursos para alavancar empresas que desenvolvem produtos destinados ao campo foi um dos pontos destacados por Lucas Garcia von Zuben, biólogo, pesquisador na área de entomologia e sócio de uma startup apoiada pelo Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), da FAPESP.

Von Zuben é sócio-fundador da Decoy, que criou um carrapaticida feito à base de fungos (leia mais em: revistapesquisa.fapesp.br/novos-agentes-biologicos-contra-pragas/) para combater o carrapato-do-boi, Rhipicephalus (Boophilus) microplus, considerado um dos piores inimigos dos rebanhos. A praga chega a causar prejuízos de US$ 3 bilhões ao ano, segundo pesquisa publicada na Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária. Atualmente, o carrapaticida vem sendo utilizado em 800 fazendas produtoras de gado, com mais de 210 mil cabeças tratadas.

“Do ponto de vista de inovação, o controle biológico vive uma efervescência tecnológica. Os investimentos que a FAPESP vem fazendo em projetos nessa área mostram a evolução. Ressalto a Fundação porque ela tem um papel central na inovação. É importante entender que os investimentos não se encerram no PIPE. É preciso uma combinação de incentivo à pesquisa e ao desenvolvimento com investidores externos que vão alavancar outros aspectos do negócio”, destacou.

Segundo o pesquisador, o controle biológico é a nova fronteira quando se trata de combate a pragas. “Estamos vivendo um esgotamento químico, que tem deixado de entregar os resultados que o produtor espera. Um vetor que puxa essa fronteira é o próprio produtor e o outro vem do mercado consumidor, que, por exemplo, aumentou o consumo de orgânicos em 30%.”

Para Von Zuben, há um movimento de mudança no campo e o protagonista será a biologia. “Mais do que uma transição tecnológica em si, ela está alinhada a uma questão fundamental: todos estão conectados em rede. É preciso entender que somos parte de uma rede interdependente e conectada entre todos os seres vivos.”

Novas frentes

O investimento em startups para desenvolver produtos e equipamentos de menor custo foi um dos pontos citados pela pesquisadora Clíssia Barboza da Silva, do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena-USP), ao falar sobre a interação com a pesquisa.

“Com o conhecimento gerado pelos estudos é possível criar equipamentos de menor custo para obter resultados precisos”, afirmou Silva, que apresentou como a inteligência artificial combinada com imagens abre caminho para a análise da qualidade de sementes agrícolas.

Com financiamento da FAPESP por meio de Apoio a Jovens Pesquisadores, Silva vem trabalhando em estudos de sistemas de imagens combinados com inteligência artificial para serem usados no processo de análise da qualidade de sementes.

São empregadas tecnologias baseadas em luz para obter imagens das sementes, analisadas e interpretadas por máquinas específicas para o trabalho. A técnica mantém as amostras de sementes intactas e não gera resíduos, como metodologias convencionais, porque não requer uso de substratos ou reagentes. Além disso, os resultados são obtidos mais rapidamente do que as análises convencionais, que demoram de sete dias a semanas para ficarem prontas.

O processo de análise da qualidade das sementes é exigido por lei e feito de forma manual por analistas credenciados pelo Ministério da Agricultura.

Um dos trabalhos citados pela pesquisadora durante o evento é o realizado para detectar fungos em sementes de Jatropha curcas, conhecida como pinhão-manso e usada na produção de biodiesel. Em dezembro do ano passado, artigo publicado na Frontiers in Plant Science, um dos principais periódicos científicos internacionais na área da agricultura, mostrou o uso da técnica em sementes de tomate e cenoura (leia mais em: agencia.fapesp.br/35224/).

"Temos conseguido desenvolver pesquisas de alto nível, tornando o setor sementeiro altamente competitivo mundialmente. Temos recebido prêmios internacionais, publicado em revistas de alto impacto, contribuindo para o setor de semente agrícola do país, particularmente no Estado de São Paulo", afirmou.

Outra tecnologia disruptiva empregada na agricultura e apresentada no seminário foi a que usa radares de precisão inteligente, cujo projeto é coordenado pelo professor Hugo Enrique Hernández Figueroa, da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação da Universidade Estadual de Campinas (FEEC-Unicamp).

O professor detalhou o impacto do uso do sistema de radar de abertura sintética (SAR) de banda tripla transportado por drones. “O radar em drone traz uma série de vantagens para a agricultura. É capaz de calcular com alta precisão vários parâmetros", afirmou. Entre os exemplos citados por Figueroa estão mapas de umidade e afundamento de solo e de predição de biomassa acima do solo.

Ele também mostrou projeto desenvolvido para monitorar o crescimento da cana-de-açúcar com o objetivo de estimar o melhor momento para a colheita. "Temos criado software específico para cana-de-açúcar, com impacto de 10% a 20% na produção. Há inúmeras aplicações e cada uma delas pode ser um produto, integrando hardware e software", afirmou.

A moderação do evento foi realizada pelo diretor-presidente da FAPESP, Carlos Américo Pacheco. "Lembro que a última vez em que fui presencialmente à Agrishow [Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação] parecia uma feira de produtos eletrônicos. Uma feira agrícola que só tinha eletrônicos. Ouvindo vocês falarem me convenço que o digital é para valer", finalizou Pacheco.

A íntegra do evento está disponível em: www.youtube.com/watch?v=Mncu5rZ76dM&list=PLlFwpa8d7xSyXXZHSPcrtrYW3WtBuNh-w&index=1.

 

  

Luciana Constantino

Agência FAPESP

https://agencia.fapesp.br/investimento-em-pesquisa-e-busca-de-novas-tecnologias-estao-entre-os-focos-da-agricultura-digital/37461/


Caminhada pelo Fim da Violência contra Mulheres e Meninas será realizada no próximo domingo (5) na Avenida Paulista

Com o slogan "Eu meto a colher sim", o Grupo Mulheres do Brasil pretende reunir mais de 2 mil pessoas para protestar contra o aumento no índice de violência no país 

 

O Grupo Mulheres do Brasil, fundado pela empresária Luiza Helena Trajano, realizará no próximo domingo, dia 05 de dezembro, mais uma "Caminhada pelo Fim da Violência contra Mulheres e Meninas". O evento será na Avenida Paulista, com concentração a partir das 9h, em frente ao número 2.440. A estimativa é que neste ano cerca de 2 mil pessoas que irão colorir de laranja a avenida.   

Com o slogan "Eu meto a colher sim", o Grupo Mulheres do Brasil convida toda a sociedade brasileira a participar deste evento em São Paulo e nas cidades com núcleo estabelecido a mais de um ano.  Homens também foram convidados a participar, justamente porque  essa causa é de toda a sociedade, mulheres e homens, temos que andar lado a lado para mudar essa realidade. 

O combate a violência contra mulher é uma causa global do Grupo Mulheres do Brasil, “isso porque para o grupo ‘cada mulher conta” e isso significa que cada vida conta! Não há como silenciar diante dos números da violência contra mulheres e meninas”. 

Segundo Luiza Helena Trajano, presidente do Grupo Mulheres do Brasil, será uma grande mobilização que colocará nas ruas a voz de todas as pessoas, pedindo um basta aos índices inaceitáveis da violência contra mulheres e meninas. “Durante a pandemia, a violência contra as mulheres cresceu 20% nas cidades brasileiras, não podemos assistir a isso passivamente. Temos que mudar essa realidade urgente, é a união de toda a sociedade por uma causa global”, conclui a executiva. 

O núcleo de Santos, recentemente fundado, tem como lideranças Christine Martins e Maria José e como líderes do Comitê de Combate à Violência contra Mulheres e Meninas a advogada Mayra Vieira Dias e a psicóloga Márcia Atik, que estarão presentes no evento de São Paulo e com elas várias pessoas da comunidade santista.   

"A violência contra mulheres e meninas tem aumentado significativamente nos últimos anos, por isso não podemos nos calar. Não fique de fora deste evento tão grandioso e necessário que dá visibilidade a este tema tão importante que é o combate a violência contra a mulher. Meta a colher sim!", convoca Mayra Dias Vieira

 

Campanha 

A caminhada é parte da Campanha “16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres” que é uma mobilização global da sociedade civil em torno desse tema. No Brasil a campanha dura 21 dias, pois começa em 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra, e se encerra em 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos – nos demais países ocorre entre 25 de novembro, Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, e 10 de dezembro. 

A cor laranja foi escolhida pela ONU para criar-se uma visão simbólica de um mundo brilhante e positivo, o ideal de um mundo livre da violência contra as mulheres e meninas. 

A ONU Brasil mobiliza parcerias com o governos, parlamentos, sistema de justiça, empresas e sociedade civil com o tema “UNA-SE pelo fim da violência contra as mulheres e meninas – esse ano com o tema: Vida e dignidade para todas” em apoio à iniciativa internacional 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres.  

Em todo o mundo, a ONU está abordando o tema: “Pinte o mundo de laranja: fim da violência contra as mulheres agora!”. 

A campanha da ONU Brasil faz o chamamento para a união de esforços e de ações para garantir a vida e a dignidade de todas as mulheres e meninas, inclusive no período de recuperação da pandemia da Covid-19. A pandemia exacerbou fatores de risco para a violência contra mulheres e meninas, incluindo desemprego e pobreza, e reforçou muitas das causas profundas, como estereótipos de gênero e normas sociais prejudiciais.

 

Serviço 

"Caminhada pelo Fim da Violência contra Mulheres e Meninas" 

Data - 05 de dezembro 

Local - Avenida Paulista, às 10h, com concentração a partir das 9h em frente ao número 2440 

Mais informações: Instagram: @grupomulheresdobrasilsantos

 

Após cinco meses de queda, emplacamentos de veículos zero km crescem 7,31% em novembro e chegam a quase 13% no acumulad

Esta é a primeira alta de emplacamentos de veículos após cinco meses de quedas seguidas, demonstrando que o setor vai, aos poucos, retomando o ritmo de crescimento esperado. A FENABRAVE calcula que o ano deve fechar com licenciamentos 11,1% maiores do que em 2020


De acordo com dados da FENABRAVE – Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores, em novembro, cinco dos seis segmentos automotivos registraram altas nos emplacamentos. Apenas Caminhões, segmento que teve elevação de mais de 45% no acumulado do ano, registrou baixa em relação ao mês anterior.

No total, o Setor como um todo somou 296.203 mil unidades, uma alta de 7,31%, em novembro, sobre o mês de outubro de 2021, mas queda de 11,40% sobre novembro de 2020. No acumulado dos 11 meses do ano, o Setor teve crescimento de 12,86%, sobre o mesmo período do ano passado.

“Após cinco meses de quedas seguidas, o Setor reagiu em novembro, e acredito que podemos fechar o ano dentro das nossas projeções de crescimento (11,1% para o ano de 2021). Dados os desafios enfrentados nos últimos meses, como a crise de abastecimento global e alta de juros no País, penso que é um ótimo desempenho, ainda que sobre uma base comparativa mais baixa, de 2020. Valem ser destacados os bons resultados de Ônibus, Motocicletas e Comerciais Leves no mês. Todos cresceram, de forma consistente, em novembro”, analisa Alarico Assumpção Júnior, Presidente da FENABRAVE.

Resumo Mensal novembro de 2021 – Tabela Geral e por Segmento


 Automóveis e Comerciais leves



Os segmentos de Automóveis e Comerciais Leves apresentaram comportamentos positivos.

“A disponibilidade de veículos tem modulado o ritmo desses segmentos. Oferta e aprovação de crédito continuam em bons patamares”, destaca Assumpção Júnior, lembrando que as altas recentes, nas taxas de juros, podem impactar os financiamentos e, consequentemente, os emplacamentos, nos próximos meses.



Caminhões


Apesar de ser o único dos segmentos a registrar retração em novembro sobre outubro, a queda é atribuída ao baixo ritmo de oferta de veículos, por parte da indústria. A demanda continua aquecida, tanto que alguns modelos estão sendo comercializados agora, mas com previsão de entrega apenas para junho de 2022. “No acumulado do ano, a alta já é de 45,06%, a maior de todo o Setor da Distribuição de Veículos. As vendas continuam aquecidas, em especial, em função da demanda do agronegócio”, diz o Presidente da FENABRAVE.



Ônibus


Registrou a maior alta percentual de todo o Setor da Distribuição de Veículos em novembro, na comparação com o mês anterior. No entanto, Assumpção Júnior afirma que esse comportamento de vendas se deve ao baixo desempenho deste segmento ao longo de todo o ano de 2021. “A melhora, de 14,35%, nas vendas de Ônibus é uma ótima notícia para o Setor, mas temos que contextualizar que se trata de um aumento de menos de 200 unidades sobre as registradas em outubro. Acredito que teremos uma visão mais clara sobre a recuperação deste segmento, apenas, em 2022”, explica o Presidente da FENABRAVE.



Implementos Rodoviários


Mantém-se positivo em todos os parâmetros de avaliação.

“Tem sido um excelente ano para o segmento e acredito que este mercado deve se manter aquecido nos próximos meses, uma vez que os Implementos Rodoviários acompanham, de perto, o desempenho dos emplacamentos de Caminhões”, diz Assumpção Júnior.




Motocicletas


A alta registrada, em novembro, está relacionada com a capacidade de entrega de Motocicletas pela indústria. A aprovação de crédito continua próxima de 4,8 propostas a cada 10 enviadas (apesar da alta na taxa de juros) e houve redução da espera de alguns modelos. “Em meses anteriores, estávamos trabalhando com agendamentos para até 120 dias. Neste mês, o prazo de entrega diminuiu um pouco, com alguns modelos podendo ser entregues em um período de 50 a 60 dias” , afirma Assumpção Júnior.


Tratores e Máquinas Agrícolas


Obs.: Por não serem emplacados, tratores e máquinas agrícolas apresentam dados com um mês de defasagem, pois dependem de levantamentos junto aos fabricantes.

Com alta expressiva em outubro, sobre o mês anterior, as vendas de Tratores e Máquinas Agrícolas devem terminar o ano com um desempenho bem próximo ao previsto pela FENABRAVE, no terceiro trimestre. “O resultado não surpreende, dado o bom desempenho do agronegócio. Estimamos uma alta de 20,4% para este ano, o que deve fazer com que o segmento atinja a comercialização de mais de 55 mil unidades no período”, afirma o Presidente da FENABRAVE. 


quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

Hoje, no Dia Mundial da Luta Contra a Aids, chega às farmácias do Brasil autoteste inovador para diagnóstico do HIV

Produzido pela Chembio Diagnostics Brazil, produto revoluciona o diagnóstico da infecção, que será realizado de forma simples em apenas 15 minutos

 

Nesta quarta-feira, Dia Mundial de Luta Contra a Aids, o Brasil celebra a evolução na autotestagem para HIV com a chegada do autoteste Sure Check® HIV, da Chembio Diagnostics Brazil, a grande parte do território nacional. Destinado ao uso do público em geral, o autoteste detecta de forma simples, rápida e segura os anticorpos contra HIV-1/2 por punção digital. Com sensibilidade e efetividade de 99,9%, o Sure Check® HIV já é comercializado mundialmente e está presente em ações estratégicas de combate ao HIV junto ao GLOBAL FUND. Aprovado pela Anvisa e com marcação CE, o produto também é pré-qualificado pela OMS (Organização Mundial da Saúde).

O teste funciona com a coleta de uma pequena amostra de sangue – 2,5uL (microlitros) – o menor volume de amostra no mundo. Outra inovação do Sure Check® HIV é que o sangue é colhido diretamente no dispositivo, o que torna o produto muito mais simples para o usuário e menos propenso a erros. O resultado aparece na forma de linhas que indicam se há ou não presença de anticorpos para o vírus HIV. A presença dos anticorpos mostra que a pessoa foi exposta ao vírus causador da aids. O resultado leva 15 minutos para ficar pronto e caso o consumidor tenha qualquer dúvida antes ou depois de fazer o teste, o número 0800-887-1589 está disponível para auxiliar 24 horas por dia, 7 dias por semana.

É importante lembrar que a infecção pelo HIV só pode ser confirmada 30 dias depois da exposição ao vírus – seja ela por relação sexual desprotegida, transfusão de sangue contaminado, compartilhamento de seringas contaminadas ou demais formas de transmissão do HIV. Esse período é o tempo que o organismo precisa para produzir anticorpos em níveis que o autoteste consiga detectar (janela imunológica). Se o resultado for negativo, a recomendação é que o teste seja repetido 30 dias depois do primeiro teste e outra vez após outros 30 até completar 120 dias da primeira exposição. E, caso seja positivo, a recomendação é procurar um médico ou unidade de saúde para a realização de mais exames e acompanhamento especializado.

O diagnóstico tardio ainda é um problema no combate à epidemia do HIV, pois permite a continuidade da cadeia de transmissão do vírus. O Sure Check® HIV é uma ferramenta de triagem sorológica, concebida para ampliar, com total privacidade, a autotestagem de pessoas com suspeita de infecção pelo HIV que, de outra forma, não se submeteriam a testagem em instituições de saúde como laboratórios ou centros de referência.

Devido aos avanços no tratamento, os portadores do vírus HIV podem ter uma vida longeva e normal e, para isso, é fundamental ter conhecimento da sua condição sorológica por meio da testagem diagnóstica.

O Sure Check® HIV já está disponível para venda nas grandes redes e farmácias independentes das principais cidades do país.

 

COMO REALIZAR O AUTOTESTE SURE CHECK® HIV

A caixa do produto tem um envelope de alumínio contendo:

Dispositivo de teste com uma tira de teste no interior, cápsula do tampão junto ao dispositivo de teste, lanceta estéril, curativo, gaze estéril, sachê de álcool, suporte descartável e manual de instruções.

 

PREPARANDO O TESTE

Posicione o suporte do teste numa superfície plana com a base maior para baixo.

Abra o sachê do teste no picote

Retire a cápsula do tampão do dispositivo de teste

Insira a cápsula do tampão no suporte do teste

Abra o sachê de álcool e a gaze estéril

Limpe o dedo com álcool e deixe secar

Tire a tampa da lanceta

Encoste a parte vermelha da lanceta e pressione para perfurar a pele

Aperte o dedo suavemente para formar uma gota de sangue

Preencha a ponta do dispositivo de teste com sangue

 

FAZENDO O TESTE

Posicione o dispositivo verticalmente acima do suporte do teste

Empurre firmemente através do lacre de alumínio até o fundo

Verifique se há um fluxo de cor rosa em até 1 minuto

Se não houver fluxo rosa, empurre o dispositivo de teste mais fundo na cápsula do tampão

Marque no relógio para ler o resultado em 15 minutos

Use a gaze estéril para limpar o dedo e colocar o curativo

 

INTERPRETANDO O RESULTADO APÓS 15 MINUTOS

Resultado NÃO REAGENTE

Se o seu autoteste tem apenas a linha controle

 

Resultado REAGENTE

Se o seu autoteste tem a linha controle e a linha teste 


DADOS DO HIV/AIDS NO BRASIL

De acordo com o Boletim Epidemiológico publicado pela Secretaria de Vigilância em Saúde / Ministério da Saúde em dezembro do ano passado, de 1980 a junho de 2020, foram identificados 1.011.617 casos de aids no Brasil. O país tem registrado, anualmente, uma média de 39 mil novos casos nos últimos cinco anos. O número anual de casos de aids vem diminuindo desde 2013, quando se observaram 43.368 casos; em 2019 foram registrados 37.308 casos.

 

Chembio Diagnostics Systems

 www.instagram.com/surecheckhiv/

www.facebook.com/SureCheckHIV/


Dezembro vermelho: especialista do Hospital IGESP alerta sobre prevenção ao HIV

Desde 1988, a luta contra o Vírus da Imunodeficiência Humana (da sigla em inglês HIV) é lembrada mundialmente, no dia 1 de dezembro. Trata-se de um vírus que prejudica o sistema imunológico por meio da destruição de linfócitos TCD4, responsáveis por defender o organismo de doenças.

De acordo com a Dra. Ana Paula Jafet Ourives Vanderlinde, médica do SCIH do Hospital IGESP, o HIV é transmitido por meio de contato sexual desprotegido, compartilhamento de agulhas, como no caso do uso de drogas ilícitas, mães infectadas com HIV durante a gestação, no parto ou durante amamentação. O teste sorológico para diagnóstico do HIV é feito com coleta de sangue.

A especialista explica que os sinais na fase inicial ocorrem geralmente de duas a quatro semanas após contato com o vírus, duram poucos dias ou semanas e, são caracterizados por sintomas semelhantes a um quadro gripal, como febre, calafrios, dor muscular, cansaço, linfonodomegalias e úlceras orais. Entretanto, ela ressalta que existem pessoas que não apresentam sintomas iniciais e aproveita para explicar a diferença entre HIV e AIDS, que para muitas pessoas é vista da mesma forma. "Após esse primeiro estágio, o paciente se torna assintomático e, com o passar dos anos, caso não seja realizado o teste sorológico para diagnóstico do HIV e o tratamento, esse vírus começará a destruir as células TCD4, levando ao desenvolvimento da AIDS", esclarece.

Então, AIDS é a doença causada pelo vírus HIV, diagnosticada quando a contagem dos linfócitos TCD4 ficam abaixo de 200 cél/mm ou quando o paciente apresenta doenças oportunistas causadas pela baixa da imunidade, como candidíase, carcinoma invasivo de colo uterino, criptococose, histoplasmose, linfoma, tuberculose e pneumocistose. "Os sintomas de uma pessoa com AIDS podem ser diversos, como a perda de peso, diarreias, febre recorrente, infecções pulmonares de repetição, dentre outras infecções", explica.


Tratamento

A melhor forma de tratamento do HIV é com o uso diário dos medicamentos antirretrovirais, prescritos pelo médico infectologista e distribuídos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A médica explica que, atualmente, os medicamentos iniciais incluem um ou dois comprimidos ao dia, com redução dos efeitos colaterais, o que facilita a adesão ao tratamento.


Profilaxia pré-exposição

De acordo com a especialista, há uma forma de minimizar as chances de contrair o vírus antes de uma relação com indivíduo vivendo com HIV. Chamada de profilaxia pré-exposição, o tratamento consiste na administração de antirretrovirais a uma pessoa não portadora do HIV antes da exposição sexual com indivíduo vivendo com HIV. Entretanto, esse método não substitui o uso de camisinha e deve ser discutido, individualmente, com o médico infectologista.


Profilaxia pós-exposição

Caso a pessoa tenha se exposto ao risco de se contaminar, como em casos de violência sexual e relação sexual desprotegida (sem o uso de camisinha ou com rompimento da camisinha), ela tem até 72 horas para receber a medicação antirretroviral, por 28 dias, para evitar a sobrevivência e a multiplicação do HIV no organismo. Essa é a chamada profilaxia pós-exposição. Nesse período, o paciente deve ser acompanhado por um médico infectologista.

Cura

Ainda não existe a cura para o HIV, porém há estudos que que caminham para chegar nessa descoberta. Uma pesquisa chefiada pelo Ricardo Diaz, diretor do Laboratório de Retrovirologia do Departamento de Medicina Da Escola Paulista de Medicina (EPM/UNIFESP), vem trabalhando em duas frentes para tentativa de cura do HIV, uma com medicamentos antirretrovirais que tentam eliminar o vírus latente e, outra, com produção de uma vacina que induz o sistema imunológico do indivíduo a eliminar as células infectadas. Porém, esse estudo ainda está em curso, sem resultados definitivos até o momento.

 

Hospital IGESP


Chegada do verão exige cuidados e proteção para os olhos

A estação mais quente do ano vem acompanhada de uma série de recomendações de saúde e que vão além de manter a hidratação adequada e utilizar filtro solar. Neste período, proteger os olhos dos raios UVA e UVB é indispensável para não prejudicar a visão.

De acordo com o cirurgião oftálmico, Dr. Ricardo Ducci, a exposição inadequada pode trazer sérias consequências. "Os raios solares podem danificar nossa córnea, o cristalino e até causar uma degeneração macular, que causa perda progressiva da visão", alertou.

Confira algumas dicas do especialista para cuidar da saúde dos seus olhos:

1 - SEMPRE USE ÓCULOS ESCUROS - O acessório protege os olhos da ação dos raios UVA e UVB. "Na hora de escolher o produto verifique se as lentes têm a proteção adequada, compre em uma loja certificada. Em relação às cores, lentes marrom e fumê são indicadas para dias mais claros, já as lentes laranja e amarela são ideais para usar no começo ou no final do dia", esclareceu.


2 - EVITE O USO DE LENTES DE CONTATO NA PRAIA OU PISCINA - O contato com a água traz maior risco de infecção durante o uso das lentes e, por isso, deve ser suspenso. Ducci afirma que existem outros métodos para correção de grau nestes casos. "É possível realizar uma cirurgia refrativa ou solicitar que sejam feitos óculos escuros com grau".


3 - APOSTE EM CHAPÉUS OU BONÉS - O ideal é manter os olhos sempre na sombra para maior conforto e segurança da sua visão.


4 - NÃO FIQUE MUITO TEMPO COM OS OLHOS EXPOSTOS AO VENTO - A exposição dos olhos ao vento pode causar sintomas como vermelhidão, coceira e ardência nos olhos. "Isso ocorre devido ao ressecamento que o vento provoca na região, já que aumenta a velocidade da evaporação das lágrimas", explica o cirurgião.


No retorno das férias é sempre importante realizar uma avaliação com médico especialista.



CIRURGIA REFRATIVA

A cirurgia refrativa é aquela que corrige o grau e permite parar de usar óculos. Segundo Ducci, o procedimento é altamente tecnológico e rápido, não necessita de internação e oferece rápida recuperação ao paciente.


"Dependendo da técnica utilizada, no dia seguinte à cirurgia já é possível retomar as atividades cotidianas e, inclusive, dirigir. Orientamos um período de repouso um pouco maior em relação ao trabalho para os pacientes que utilizam muito computador ou celular nas atividades profissionais", afirmou.


Entre as vantagens de realizar o procedimento para o verão está maior liberdade para a prática de esportes e para aproveitar a praia.


"A recuperação cirúrgica completa acontece em até 30 dias. Os pacientes não costumam queixar-se de dor, mas é comum apresentar um pouco de vermelhidão nos olhos, lacrimejamento, sensibilidade à luz e sensação de areia nos olhos".


Um levantamento feito pela empresa Market Scope afirma que, em 2018, foram realizadas cerca de 158 mil cirurgias de correção visual a laser no Brasil.


Dezembro Laranja: descubra os cuidados para se prevenir do câncer de pele

A prevenção e o diagnóstico precoce são as melhores formas de lidar com a doença

 

O Dezembro Laranja é uma campanha criada em 2014 pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e que visa a conscientização sobre a prevenção do câncer de pele. No Brasil, um país tropical em que o sol e o calor predominam na maior parte do ano, o câncer de pele é o tumor mais frequente. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), ele corresponde a cerca de 33% de todos os diagnósticos de câncer no Brasil. 

Embora menos frequente (representando cerca de 5% dos casos), o melanoma é o tipo de câncer de pele mais grave, devido à sua alta possibilidade de sofrer metástase, ou seja,  de se disseminar para outros órgãos. Em 2020, no Brasil, foram registrados 8,4 mil novos casos de melanoma e aproximadamente 2 mil mortes relacionadas à doença. 

O melanoma tem origem nos melanócitos, células produtoras de melanina (substância que determina a cor da pele), e pode aparecer em qualquer parte do corpo, na pele ou mucosas, na forma de manchas, pintas ou sinais. É mais frequente em adultos brancos, mas também pode acometer os adultos de pele negra, sendo mais comum nas áreas claras, como palmas das mãos e plantas dos pés. 

A exposição elevada aos raios ultravioleta é a principal causa do melanoma, porque pode levar à mutação do DNA dos melanócitos. Alguns dos fatores de risco para o desenvolvimento da doença são: exposição excessiva e desprotegida ao sol, ter pele clara, histórico prévio de câncer de pele, histórico familiar de melanoma, pinta escura e idade (após 15 anos de idade a propensão para este tipo de câncer aumenta).  

Quando o câncer de pele é diagnosticado no início, ele tem mais de 90% de chance de cura. O diagnóstico precoce evita que o paciente tenha que ser submetido a cirurgias mais complicadas e tratamentos intensos, como quimioterapia, terapia alvo e imunoterapia. Nos últimos anos, a sobrevida dos pacientes com este tipo de câncer de pele melhorou, principalmente por conta da detecção precoce do tumor e da introdução de novos medicamentos imunoterápicos. 

Mas melhor ainda é a prevenção! Por isso, listamos as formas de como se prevenir e se proteger do câncer de pele. 

 

1) Proteção contra radiações solares 

Para se prevenir do câncer de pele e se proteger das lesões provocadas pelos raios UV, é recomendável evitar a exposição excessiva ao sol sem proteção sempre que possível, sobretudo nos horários mais intensos, entre 10 e 16 horas.  

Se precisar se expor ao sol, devem ser utilizados chapéus, guarda-sóis, óculos escuros, camisas de mangas longas, calças e, principalmente, filtros solares durante qualquer atividade ao ar livre. O produto deve ser reaplicado a cada duas horas.  

O filtro solar deve ter um fator de proteção solar (FPS) de, no mínimo, 30 e deve ser utilizado diariamente, mesmo dentro de casa e em dias frios e nublados, porque a radiação UV atravessa até mesmo as nuvens.

 

2) Acompanhamento médico e investigação com exames  

É necessário consultar, anualmente, um dermatologista para um exame completo que pode identificar possíveis riscos. Sobretudo, aqueles com sinais ou sintomas da doença, histórico familiar e pertencentes aos grupos com as maiores chances de desenvolver a doença. 

A realização de exames clínicos, laboratoriais, endoscópicos ou radiológicos e consultas médicas possibilitam a detecção precoce, que aumenta as chances de cura. 

 

3) Método ABCDE 

O método ABCDE é uma espécie de auto exame que ajuda a avaliar o risco de uma mancha ou sinal se tratar de um tumor de pele. Como os sinais da doença são visíveis, é possível ficar alerta a qualquer alteração. As letras apontam sinais sugestivos de tumor de pele:

 

  • A - Assimetria - quando uma metade do sinal ou pinta é diferente da outra;
  • B - Bordas irregulares - quando o contorno é mal definido;
  • Cor variável - quando existem várias cores em uma mesma lesão, mancha ou pinta, como preta, castanha, branca, avermelhada ou azul;
  • Diâmetro - quando é maior que 6 milímetros.
  • Evolução - quando é possível notar mudanças em suas características, como tamanho, forma ou cor.

 

Se notar alguma alteração, é importante que seja investigada por um médico.

 

4) Testes genéticos

Já existe um teste genético que identifica predisposição ao melanoma de origem hereditária e ajuda a prevenir o surgimento de milhares de casos desse câncer. Ele é comercializado pelo meuDNA, healthtech de mapeamento genético que utiliza a tecnologia mais avançada de mapeamento genético do mundo aqui dentro do Brasil. Com apenas uma amostra de saliva coletada em casa, o usuário pode descobrir se possui predisposição a desenvolver essa doença e buscar uma prevenção especializada da forma mais precoce possível com o seu médico, diminuindo as chances da doença o surpreender e melhorar as chances de cura, caso ela se desenvolva. 

O meuDNA Saúde avalia se existem mutações no gene CDKN2A. As pessoas com mutações nesse gene têm muito mais risco de desenvolver a doença. Por isso, quando descoberta a predisposição, o usuário deve aumentar a frequência de  consultas com o médico, evitar ainda mais a exposição excessiva ao sol e proteger a pele dos efeitos da radiação UV, além de informar a família para ter os mesmos cuidados, já que se trata de uma mutação genética que pode estar presente em outros membros da família.

 

 meuDNA Saúde


Especialista do São Camilo SP esclarece principais mitos e verdades sobre HIV/Aids

Dados do Unaids indicam que, em 2020, 6 milhões de pessoas desconheciam ser portadoras do vírus no mundo


Quarenta anos depois da descoberta da Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (AIDS) no mundo, muitas dúvidas ainda cercam a doença causada pela infecção do vírus HIV. Apesar de não ter cura, a evolução da ciência ao longo destas décadas permite o controle da carga viral no organismo, impedindo seu progresso e garantindo uma expectativa de vida longa.

Atualmente, cerca de 920 mil pessoas vivem com HIV no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde. Dessas, 89% foram diagnosticadas e 77% fazem tratamento com antirretroviral. Em 2020, até outubro, cerca de 642 mil pessoas estavam em tratamento, um aumento de mais de 8% em relação a 2018.

Ainda assim, segundo dados do relatório divulgado pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS), em 2020, cerca de 6 milhões de pessoas no mundo desconheciam ser portadoras do vírus.

Com o objetivo de desmistificar o assunto e promover a prevenção e o autocuidado no Dia Mundial do Combate à AIDS, lembrado em 1º de dezembro, a infectologista Dra. Anna Claudia Turdo, da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, esclarece os principais mitos e verdades sobre a doença.



Todos os portadores de HIV têm Aids
Mito.
 Ser portador do vírus HIV não é a mesma coisa que ter AIDS, que é um estágio avançado da infecção com diminuição grave da imunidade do organismo. Muitos portadores do vírus vivem anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença, caracterizada pelo enfraquecimento do sistema de defesa do corpo, facilitando o surgimento de doenças oportunistas.

A infectologista explica que, ao detectar a contaminação pelo vírus através do teste de HIV, o paciente deve iniciar o tratamento com antirretrovirais (ARVs) e acompanhamento médico a fim de evitar o desenvolvimento da Aids e prevenir infecções secundárias.



Beijo na boca transmite HIV
Depende. O vírus não é transmitido por meio da saliva. No entanto, é válido alertar para o risco de contaminação em casos de uma ferida na boca. “Apesar de raro, é possível entrar em contato com o sangue do parceiro durante o beijo e, nestes casos, é importante ter cuidado”, diz a médica.



Mulheres com HIV não podem engravidar
Mito.
 Com a evolução no tratamento do HIV, mulheres soropositivas podem engravidar e dar à luz a crianças sem o vírus. Chamada transmissão vertical, a contaminação do bebê pela mãe pode ser evitada quando as gestantes aderem ao tratamento corretamente e ficam sem vírus detectáveis nos exames de sangue (carga viral indetectável).

Dra. Anna ressalta que o Brasil é signatário do compromisso global de eliminar a transmissão vertical do HIV. “Essa é uma das prioridades das entidades de saúde do país e a estratégia adotada pelo Ministério da Saúde tem reduzido consideravelmente o número de casos de crianças contaminadas ao longo dos anos, principalmente com o diagnóstico materno durante o pré-natal.”



Preservativos nas relações sexuais previnem HIV/Aids
Verdade.
 O preservativo é o método mais acessível e eficaz na prevenção do HIV e outras doenças sexualmente transmissíveis, como sífilis, HPV, gonorreia e alguns tipos de hepatites. “Pessoas com ou sem parceiros jamais devem abrir mão desta proteção. Lembrando que soropositivos com carga viral indetectável não propagam o vírus na população, mas ainda são susceptíveis e transmissores de outras doenças infecciosas”, complementa a infectologista.

 

Portadores de HIV têm expectativa de vida reduzida
Mito. A especialista do São Camilo reforça que, com a adesão ao tratamento adequado, os portadores de HIV podem apresentar a mesma expectativa de uma pessoa sem o vírus. Ela lembra que a doença não tem cura e, portanto, a prevenção é fundamental.

De acordo com dados do UNAIDS, a mortalidade por HIV teve uma queda de 42% desde 2010. O último relatório da organização aponta que, em 2020, cerca de 37,6 milhões de pessoas estavam vivendo com a doença no mundo, sendo que, desse total, 27,4 milhões tiveram acesso à terapia antirretroviral.

“Os dados indicam que ainda é necessário reforçar o alerta a população sobre os riscos da contaminação, que ocorre principalmente por meio de relações sexuais desprotegidas e compartilhamento de seringas, bem como a importância de realizar testes regularmente”, alerta a médica.

A Dra. Anna destaca ainda a necessidade de combater o preconceito com a doença. “O estigma da pessoa com HIV faz com que muitas pessoas não realizem o teste regularmente, aumentando os riscos de contaminação e atrasando o início dos tratamentos, que são fundamentais para evitar o desenvolvimento da AIDS”, finaliza.

 

 

Hospital São Camilo

@hospitalsaocamilosp


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