Desde 1988, a luta contra o Vírus da Imunodeficiência Humana (da sigla em inglês HIV) é lembrada mundialmente, no dia 1 de dezembro. Trata-se de um vírus que prejudica o sistema imunológico por meio da destruição de linfócitos TCD4, responsáveis por defender o organismo de doenças.
De acordo com a Dra.
Ana Paula Jafet Ourives Vanderlinde, médica do SCIH do Hospital IGESP, o HIV é
transmitido por meio de contato sexual desprotegido, compartilhamento de
agulhas, como no caso do uso de drogas ilícitas, mães infectadas com HIV
durante a gestação, no parto ou durante amamentação. O teste sorológico para
diagnóstico do HIV é feito com coleta de sangue.
A especialista
explica que os sinais na fase inicial ocorrem geralmente de duas a quatro
semanas após contato com o vírus, duram poucos dias ou semanas e, são
caracterizados por sintomas semelhantes a um quadro gripal, como febre,
calafrios, dor muscular, cansaço, linfonodomegalias e úlceras orais.
Entretanto, ela ressalta que existem pessoas que não apresentam sintomas
iniciais e aproveita para explicar a diferença entre HIV e AIDS, que para
muitas pessoas é vista da mesma forma. "Após esse primeiro estágio, o
paciente se torna assintomático e, com o passar dos anos, caso não seja
realizado o teste sorológico para diagnóstico do HIV e o tratamento, esse vírus
começará a destruir as células TCD4, levando ao desenvolvimento da AIDS",
esclarece.
Então, AIDS é a
doença causada pelo vírus HIV, diagnosticada quando a contagem dos linfócitos
TCD4 ficam abaixo de 200 cél/mm ou quando o paciente apresenta doenças
oportunistas causadas pela baixa da imunidade, como candidíase, carcinoma
invasivo de colo uterino, criptococose, histoplasmose, linfoma, tuberculose e
pneumocistose. "Os sintomas de uma pessoa com AIDS podem ser diversos,
como a perda de peso, diarreias, febre recorrente, infecções pulmonares de
repetição, dentre outras infecções", explica.
Tratamento
A melhor forma de
tratamento do HIV é com o uso diário dos medicamentos antirretrovirais,
prescritos pelo médico infectologista e distribuídos gratuitamente pelo Sistema
Único de Saúde (SUS). A médica explica que, atualmente, os medicamentos
iniciais incluem um ou dois comprimidos ao dia, com redução dos efeitos
colaterais, o que facilita a adesão ao tratamento.
Profilaxia
pré-exposição
De acordo com a
especialista, há uma forma de minimizar as chances de contrair o vírus antes de
uma relação com indivíduo vivendo com HIV. Chamada de profilaxia pré-exposição,
o tratamento consiste na administração de antirretrovirais a uma pessoa não
portadora do HIV antes da exposição sexual com indivíduo vivendo com HIV.
Entretanto, esse método não substitui o uso de camisinha e deve ser discutido,
individualmente, com o médico infectologista.
Profilaxia
pós-exposição
Caso a pessoa tenha
se exposto ao risco de se contaminar, como em casos de violência sexual e
relação sexual desprotegida (sem o uso de camisinha ou com rompimento da
camisinha), ela tem até 72 horas para receber a medicação antirretroviral, por
28 dias, para evitar a sobrevivência e a multiplicação do HIV no organismo.
Essa é a chamada profilaxia pós-exposição. Nesse período, o paciente deve ser
acompanhado por um médico infectologista.
Cura
Ainda não existe a
cura para o HIV, porém há estudos que que caminham para chegar nessa
descoberta. Uma pesquisa chefiada pelo Ricardo Diaz, diretor do Laboratório de
Retrovirologia do Departamento de Medicina Da Escola Paulista de Medicina
(EPM/UNIFESP), vem trabalhando em duas frentes para tentativa de cura do HIV,
uma com medicamentos antirretrovirais que tentam eliminar o vírus latente e,
outra, com produção de uma vacina que induz o sistema imunológico do indivíduo
a eliminar as células infectadas. Porém, esse estudo ainda está em curso, sem
resultados definitivos até o momento.
Hospital IGESP
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