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segunda-feira, 5 de abril de 2021

Seis aprendizados em um ano de home office

Conciliar trabalho com o cuidado das crianças é grande preocupação entre profissionais em home office
arquivo Tecnobank


Como empresas e especialistas avaliam o primeiro ano de trabalho em casa e o que levar em conta daqui para frente


A pandemia de Covid-19 demonstrou que o home office é tecnicamente viável e veio para ficar, seja em formato híbrido ou 100% remoto. Como o início do lockdown, em muitas partes do Brasil, se deu em meados do mês de março de 2020, muitas empresas completam agora um ano de erros, acertos e muita aprendizagem. Entre especialistas em gestão de pessoas e colaboradores de empresas de diversos tamanhos e setores, algumas práticas comuns chamam a atenção e servem de lição para o presente e o futuro.


Preocupação com cibersegurança

Há um ano com pelo menos 80% da equipe de administração em home office, a construtora A.Yoshii investiu pesado em cibersegurança, aprimorando o uso de ferramentas de colaboração e digitalização de processos, além de segurança da informação para o acesso remoto, com melhorias e upgrades em VPN, firewall, licenças e ferramentas para videoconferências em grupo. De acordo com o gerente de TI do Grupo A.Yoshii, Michael Vicentim, a migração do trabalho in loco para o home office acelerou a transformação digital nas empresas, trazendo a certeza de que a tecnologia garante a eficiência no trabalho à distância. A empresa, porém, parece exceção, pois, no Brasil, com o aumento de 70% do fluxo na internet (Kantar Consulting) e grande parte dos funcionários utilizando dispositivos pessoais após a mudança para o trabalho remoto, a exposição a ataques cibernéticos se multiplicou, deixando claro que há uma fragilidade no país em questões de cibersegurança. Entre fevereiro e abril de 2020, período que representa a implementação do home office nas empresas brasileiras, ataques direcionados a vulnerabilidades de acesso remoto aumentaram em mais de 300% no Brasil em relação aos meses anteriores. 


O meio ambiente agradece

Com 100% do quadro administrativo em home office, a indústria de alimentos Jasmine registrou economia em itens básicos de funcionamento, como energia, água, papel, impressão e copos descartáveis. De acordo com o professor dos Programas de Pós-Graduação em Administração e Gestão Ambiental da Universidade Positivo, Cleonir Tumelero, além desses itens, a menor mobilidade e, portanto, menor consumo de combustíveis, de roupas e calçados, também contribui com o meio ambiente. Porém, ele chama atenção para que essa economia de energia, água e geração de resíduos seja estendida para as residências. "A digitalização dos processos já exclui a impressão e utilização de papéis. Menos roupas para lavar significa também menos uso de água e de forma mais consciente e, por fim, a energia pode ser melhor aproveitada com o trabalho em ambientes com luz natural", aconselha.


Novos benefícios

Com o trabalho remoto, o vale transporte passa a ser menos importante que o vale internet. A startup PhoneTrack oferece ajuda de custo para que os colaboradores possam adequar as estruturas de trabalho para além dos equipamentos fornecidos pela companhia, além de contribuir também com despesas como internet e energia, que acabaram sofrendo acréscimo com os trabalhadores em casa. "No final de 2020, também fechamos uma parceria para que os colaboradores tenham acesso a terapia virtual, dando assim mais uma ferramenta para o cuidado com a saúde mental, tão importante quanto a do corpo", conta o CTO e Co-Founder da PhoneTrack, Márcio Conceição. Já a Tecnobank, empresa paulista que transferiu 100% dos colaboradores do escritório de 500 m2 na Vila Olímpia para o conforto e segurança de suas casas, percebeu que 30% deles dividiam suas responsabilidades com a maternidade ou paternidade de crianças menores de 14 anos - ou seja, que exigem mais atenção e tempo dedicado dos pais em home office. Para ajudar esses colaboradores, a empresa criou um canal interno de entretenimento educativo infantil, o TBKids, com sugestão de conteúdos, canais do Youtube, livros e vídeos divididos por faixa etária; lives de contação de histórias apresentadas por um grupo teatral e sugestões de atividades lúdicas elaboradas por uma equipe especializada em Educação Infantil.


Atenção à ergonomia

No consultório do ortopedista do Hospital Marcelino Champagnat, Francisco Zaniolo, na capital paranaense, as queixas de um em cada dez pacientes são relacionadas a dores na coluna provocadas pelo home office e pelas mudanças nos hábitos. Segundo o médico, móveis e equipamentos inadequados, a jornada aumentada de trabalho (atividades com os filhos, limpeza e tarefas de casa) e o sedentarismo estão aumentando a incidência de dores lombares e cervicais e, a longo prazo, podem gerar problemas ainda maiores, como tendinite, bursite, desgaste da cartilagem das articulações e artrose precoce na coluna, ombros, joelhos e cotovelos. Pensando nisso, a Jasmine disponibiliza aos colaboradores não apenas o Vale Home Office, como manuais de segurança em casa, orientações de forma de trabalho e cuidados com ergonomia. "Também oferecemos a possibilidade dos nossos colaboradores emprestarem as cadeiras ergonômicas que utilizam em nosso escritório pelo período necessário, até poderem organizar um ambiente em casa que seja seguro para eles", destaca Rodolfo Tornesi Lourenço, diretor de inovação e transformação da Jasmine Alimentos. 


Colaboração e cooperação

De acordo com a professora de Psicologia Organizacional e do Trabalho da Universidade Positivo, Carolina Walger, o afastamento presencial aumentou, na maior parte dos colaboradores, o espírito de equipe, a empatia, a colaboração entre trabalhadores de uma mesma empresa. "Durante o trabalho remoto, os profissionais se sentiram mais à vontade para compartilhar dificuldades, pedirem e oferecerem apoio", revela a psicóloga. Um dos aprendizados da PhoneTrack durante esse período foi enxergar que os colaboradores precisavam se conhecer melhor. "Como boa parte dos novos funcionários foi contratada já no modelo remoto de trabalho, as lideranças perceberam que aproximadamente 30% da empresa não se conhecia. Foi quando passamos a estimular reuniões entre dois membros de diferentes times, onde eles podem se conhecer, identificar interesses em comum e possibilitar trocas fora do ambiente de trabalho", conta Conceição. Para a diretora de Gente & Gestão da Tecnobank, Michaela Vicare, incentivar a realização de happy hours, cafés da manhã e treinamentos, todos feitos virtualmente, é fundamental. Com o apoio da tecnologia, isso pode ocorrer sem prejuízos ao diálogo e ao aprendizado. "Atitudes como essas, que podem ser adotadas por empresas de quaisquer portes e segmentos, contribuem diretamente com a produtividade e o engajamento nesse período e demonstram o respeito da companhia para com os seus colaboradores", enfatiza.


Burnout

Cansaço excessivo, estresse, irritabilidade, dificuldade de concentração, lapsos de memória, ansiedade, depressão, agressividade. Esses são alguns dos sintomas que podem indicar que o profissional chegou ao seu limite, o Burnout. Um dos motivos que podem potencializar a sensação de exaustão é a falta de separação entre trabalho e a vida pessoal provocada pelo formato home office. Uma pesquisa da Microsoft revela que, para 33% das pessoas que estão trabalhando remotamente, a falta de separação entre trabalho e vida pessoal está impactando negativamente seu bem-estar. Segundo a professora de Psicologia Organizacional e do Trabalho da Universidade Positivo, Carolina Walger, alguns cuidados podem ajudar na prevenção e controle do Burnout. “O ideal é separar o horário do trabalho do horário para o lazer, o tempo para interagir com a família, de cuidar da casa, e também um tempo de autocuidado", destaca. Além disso, ela também lembra que o estresse emocional por conta da própria pandemia, perda de familiares, crise econômica nacional - tudo isso influencia diretamente no estado emocional do trabalhador e contribui para o Burnout. "O estado emocional abalado faz com que o profissional perca concentração e produtividade e, para compensar, decide trabalhar mais tempo para dar conta do trabalho – o que acaba piorando ainda mais a saúde emocional e virando uma bola de neve", alerta a psicóloga.

Com mais de 30% dos colaboradores em home office, o CEO da Neodent e EVP do Grupo Straumann da América Latina, empresa líder em implantes odontológicos no Brasil, Matthias Schupp, dá prioridade a video mensagens, que tornam-se mais pessoais que comunicados escritos aos colaboradores. A empresa destaca também town hall meetings - evento on-line promovido para conversas abertas entre os colaboradores e a presidência. "Essas reuniões destinam amplo tempo para perguntas e me certifico de responder uma a uma", destaca Matthias. As mídias sociais foram mais um jeito que o CEO encontrou de se aproximar das pessoas. Através de postagens semanais, Matthias compartilha projetos, perspectivas e inspirações do seu dia a dia. Além disso, a Neodent promove mensalmente conversas on-line com pequenos grupos de colaboradores, para tomar um café e conversarem sobre assuntos diversos com o CEO. Após receber alguns relatos de profissionais que estavam muito esgotados no home office, Matthias procurou estar ainda mais próximo e conta que se preocupa genuinamente com cada um deles. Nos encontros, ele tem reforçado, por exemplo, a importância da hora do almoço para preparar refeições com calma e conseguir desligar do trabalho em um momento de relaxamento e renovação de energia. Além de reforçar a importância de evitar passar o dia inteiro em reuniões on-line, o que torna os dias menos produtivos e mais cansativos.


O emprego nunca mais será o mesmo

Trabalhabilidade deve ser o plano B na retomada econômica quando a pandemia arrefecer


Os dramas da quarentena na economia serão profundos e não há ainda como mensurar seus impactos no mercado de trabalho, mas uma coisa é certa: quando a pandemia arrefecer o emprego nunca mais será o mesmo. Não haverá mais espaço para modelos tradicionais e todos teremos que nos reinventar. As próprias companhias estão revendo seus modelos em função da crise e já consideram mudar a forma de operar com os aprendizados da dinâmica imposta. E isso não se limita ao home office propriamente dito, mas ao jeito de trabalhar e de gerir equipes, que também se tornaram mais exigentes diante dos riscos.

Trata-se de um dos principais desafios para a retomada da economia, que caiu 4,1% no ano passado, menor taxa da série histórica. A taxa de desocupação atingiu 14,2%, segundo dados do IBGE divulgados ao final de março. E pode piorar este ano, pois é preciso levar em conta que a taxa de desemprego atual está subestimada, já que parte da população que ficou sem emprego durante a pandemia não está procurando recolocação por medo de se contaminar. Como, por definição, a taxa de desemprego calculada pelo IBGE se baseia em quem está efetivamente procurando trabalho, pode-se esperar que, ao crescer o número de vacinados, haja o aumento da busca por trabalho, pressionando a taxa de desemprego.

As perspectivas no início de 2021 eram de otimismo, com crescimento do PIB acima de 4% e, consequentemente, melhora do desemprego, última variável econômica a retomar. Isso porque, tradicionalmente, as empresas precisam ter segurança para voltar a investir e a contratar colaboradores. Entretanto, a piora da pandemia neste primeiro trimestre, que provocou o retorno ao isolamento social, mudou as expectativas. Agora, é preciso lidar com o cenário incerto em que muitas empresas estão fechando as portas.

Eis a tempestade perfeita que traz à tona novamente o conceito de trabalhabilidade - competência de manter-se trabalhando e gerando renda, mesmo com fontes alternativas. Esta será a saída que amenizará os impactos da crise tanto para o trabalhador quanto para a empresa. Do lado do primeiro, há a dificuldade em encontrar vagas formais no mercado de trabalho. Do outro, existe o temor de investir no aumento da equipe sem a certeza de como a demanda se comportará.

A receita vai se manter para fazer frente aos custos? O quanto o novo colaborador agregará à empresa?

A trabalhabilidade pode quebrar esse ciclo, ao exigir capacidade de se adaptar e originar renda a partir das próprias habilidades, o que vai muito além da ideia de emprego. Há a necessidade de se desenvolver multicompetências, exigidas em qualquer função, e que representem verdadeiramente desenvolvimento humano, sem perder de vista o impacto das novas tecnologias.

Lidar com a vida sob pressão, desenvolver potenciais ainda não explorados, encontrar possibilidades que antes eram desconhecidas, a fim de conquistar independência, e proatividade para gerar receita. Todas essas são competências buscadas na hora da contratação, que também ganhou novas formas a partir da reforma trabalhista. Caso do trabalho intermitente, que também já contribuiu para aumento das vagas com carteira assinada.

A trabalhabilidade tende a provocar a sociedade a se reinventar a todo o momento, não se conformar com uma situação, e buscar novas oportunidades, mesmo diante de um ambiente adverso como o que vivemos.





Walter Vieira - CEO do Closeer, aplicativo que conecta profissionais às empresas.


Desafios da pandemia: 5 dicas para promover de forma positiva o bem-estar financeiro

Com um ano de pandemia, sabemos dos impactos nas finanças pessoais. O cenário da doença tem se agravado muito nos últimos dois meses e junto com as incertezas vieram ainda mais medidas restritivas, que já levam ao aumento do desemprego. Rebeca Toyama, especialista em bem-estar financeiro traz dicas para os brasileiros conseguirem um respiro diante de tanta incerteza e instabilidade financeira.

A instabilidade e até a ausência de uma política pública, junto da necessidade do isolamento tem gerado queda de renda e desemprego para muitas pessoas, e esses são fatores que comprometem muito o bem-estar financeiro.

Para a especialista, o tema quando não cuidado impacta a saúde física e psicológica das pessoas, além de agravar o cenário de desigualdade social, como também demonstrou o índice que avaliou o desenvolvimento sustentável de mais de 700 cidades brasileiras, divulgado na última semana pelo Instituto Cidades Sustentáveis em parceria com a ONU.

“A organização da vida financeira é uma das bases do tripé para promoção de bem-estar, mas é preciso lembrar que é comum enfrentarmos diversas crises ao longo da vida, e para passar bem por estes momentos difíceis é necessário buscar um estilo de vida saudável. ”, comenta Rebeca Toyama, especialista em bem-estar financeiro.

De acordo com um estudo do CFPB (Órgão de Proteção ao Consumidor Financeiro dos Estados Unidos), o bem-estar financeiro pode ser definido como um estado de estar no qual as pessoas:

  • Têm controle sobre as finanças do dia a dia, mês a mês;
  • Têm a capacidade de absorver choques financeiros;
  • Estão no caminho para atingir seus objetivos financeiros;
  • Têm liberdade financeira para fazer escolhas que lhes permitam aproveitar a vida.

É importante ressaltar que não existe relação direta entre bem-estar financeiro e renda, mas há uma relação ao significado que se dá ao dinheiro e a forma que se relaciona com ele.

“O bem-estar financeiro também não é algo binário, ‘tenho ou não tenho’, é uma escala que pode ser mais positiva ou negativa, de acordo com o que: eu conheço sobre planejamento financeiro; como eu aplico na minha realidade o que conheço sobre finanças pessoais e qual atitude diária eu tenho com o dinheiro. ”, explica a Toyama.

De acordo com a especialista, é necessário buscar hábitos no cotidiano que desperte a consciência de poupar e entender que mudança de comportamento é algo gradual. Muitas vezes as pessoas não seguem seu propósito por conta da indisciplina financeira, e por isso, acabam abrindo mão de sonhos, justamente por não sobrar dinheiro no final do mês.

“Para melhorar de vida precisamos procurar ajuda e perder o medo de encarar as finanças. Começar com pequenos hábitos e fazer suas escolhas a partir da sua realidade, faz muita diferença. Você pode e é capaz de mudar algumas coisas para impactar positivamente em seu bem-estar financeiro, afinal já sabemos que imprevistos acontecem. ”, afirma Rebeca Toyama.

E para auxiliar os brasileiros neste desafio, a especialista em bem-estar financeiro, Rebeca Toyama, elaborou 5 dicas para se promover o bem-estar financeiro de forma positiva:

  1. Planeje um estilo de vida alinhado com seus valores pessoais e sua realidade financeira, encontre formas para garantir qualidade de vida sem comprometer suas finanças pessoais;
  2. Preste atenção nas suas emoções, autoconhecimento é muito importante, pois sem ele raramente conseguimos promover as mudanças comportamentais necessárias para ter os resultados necessários;
  3. Tenha objetivos e escolha os caminhos para atingi-los, guardar dinheiro por guardar é muito mais difícil do que ter disciplina para realizar um sonho pessoal ou de uma pessoa querida;
  4. Faça um orçamento familiar, seu saldo bancário ou seu patrimônio é o resultado de uma série de escolhas que quando feitas em conjunto e com antecedência trazem melhores resultados;
  5. Controle suas finanças diariamente, dinheiro é um recurso limitado, como suas 24 horas por dia, portanto, demanda organização. Lembre-se que nossas atitudes no presente trarão resultados no futuro, se positivos ou negativos, dependerá de você.

 



Rebeca Toyama - fundadora da ACI que integra competências e inteligências e transforma propósitos em carreiras e negócios. Especialista em estratégia de carreira e bem-estar financeiro. Possui formações em administração, marketing e tecnologia. Especialista e mestranda em psicologia. Atua há 20 anos como coach, mentora, palestrante, empreendedora e professora. Colaboradora do livro Tratado de psicologia transpessoal: perspectivas atuais em psicologia: Volume 2; Coaching Aceleração de Resultados e Coaching para Executivos. Integra o corpo docente da pós-graduação da ALUBRAT (Associação Luso-Brasileira de Transpessoal), da Universidade Fenabrave, do Instituto Filantropia, e da Academia GFAI.


Sebrae disponibiliza um tira-dúvidas para quem quer saber mais sobre a Empresa Simples de Crédito

Saiba mais sobre a ESC. Qual sua área de atuação, como abrir uma, quais os seus limites, entre outras informações

 

Em abril de 2019, por meio da Lei Complementar 167, foram criadas as Empresas Simples de Crédito - ESC. Essa nova modalidade empresarial tem por finalidade oferecer crédito aos pequenos negócios utilizando os recursos do próprio empreendedor.

Para tirar dúvidas sobre as ESC e ajudar a entender como funciona esse novo mercado, o Sebrae preparou uma lista de perguntas e respostas que podem apoiar os empreendedores que desejem constituir uma ESC.


Qualquer pessoa natural pode abrir uma ESC?

Sim, mas cada pessoa natural pode participar de apenas uma ESC e não são permitidas filiais. Um ponto importante é que uma pessoa jurídica não poderá ser sócia de uma ESC.


Quais os tipos de personalidade jurídica que poderão ser adotadas para a ESC?

A ESC pode ser registrada como Empresário individual (não confundir com MEI); Empresa individual de responsabilidade limitada (EIRELI) ou Sociedade limitada.


Qual a opção mais adequada para quem quer abrir uma ESC?

A Empresa individual de responsabilidade limitada (EIRELI) ou a sociedade limitada (por cotas), pois limitam a responsabilidade do sócio ao capital integralizado e não ao seu patrimônio pessoal. A recente aprovada Lei da Liberdade Econômica facultou a sociedade limitada unipessoal.


Onde a ESC pode atuar?

A atuação da ESC está limitada ao munícipio sede e aos municípios limítrofes. Para verificar os limites de cada município visite o site: https:// cidades.ibge.gov.br


Qual o objeto social da ESC?

A ESC terá como objeto social, a realização de operações de empréstimo, de financiamento e de desconto de títulos de crédito, exclusivamente com recursos próprios, tendo como contrapartes microempreendedores individuais, microempresas e empresas de pequeno porte, nos termos da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006 (Lei do Simples Nacional).


Quanto a ESC poderá emprestar/ financiar?

O volume de operações da ESC está limitado ao seu capital social; ou seja, ela só pode emprestar com recursos próprios.


Eu posso tomar dinheiro emprestado de familiares, amigos ou outras fontes para compor o capital da ESC?

Sim. A lei estabelece que a ESC não pode captar recursos de terceiros. No entanto, a pessoa física pode fazer um empréstimo em seu nome para montar uma ESC. De qualquer forma, essa atitude deve ser muito bem avaliada pois pode inviabilizar a ESC.


Para quem a ESC poderá emprestar?

A Empresa Simples de Crédito somente poderá emprestar para pessoas jurídicas enquadradas como MEI, microempresa e empresas de pequeno porte. A ESC não poderá emprestar para pessoas físicas ou empresas de médio e grande porte.


A ESC pode vender outros serviços?

Sua fonte de receita operacional é, exclusivamente, oriunda dos juros remuneratórios recebidos das operações realizadas. Porém poderão cobrar também juros de mora pactuado entre credor e devedor e de acordo com a legislação vigente. Possui ainda receitas financeiras advindas da remuneração das aplicações do seu capital e disponibilidades de caixa.


A Lei estipulou algum limite de juros para a ESC?

Não. A ESC poderá cobrar o percentual de juros que entender necessário e suficiente para sua remuneração. No entanto, ela deve estar atenta ao mercado e se adaptar para ser competitiva. Como a ESC não pode cobrar nada além dos juros da operação dos juros de mora para operações em atraso, todos os custos envolvidos na operação de crédito deverão ser embutidos nessa taxa, tais como, despesas administrativas; imposto em geral e lucro da empresa.


Como ocorre a movimentação entre a conta da ESC e do cliente?

A movimentação ocorre exclusivamente mediante débito na conta da ESC e crédito na conta do tomador do crédito. Não existe impeditivos quanto à utilização de conta digital. Já em relação ao pagamento das parcelas poderá ser feito da mesma forma ou por meio de outras modalidades, tais como boleto bancário.


Existem limites de operação para a ESC?

Sim. A receita bruta anual não poderá exceder o limite de receita bruta para Empresa de Pequeno Porte (EPP) definido na Lei do Simples Nacional, atualmente em R$ 4,8 milhões. Considera-se receita bruta, a remuneração auferida pela ESC com a cobrança de juros remuneratórios, inclusive quando cobertos pela venda do valor do bem objeto de alienação fiduciária, deduzidas as perdas por inadimplementos e acrescidas as recuperações de créditos. Esse resultado é auferido ao final do exercício fiscal.


Quais garantias a ESC poderá exigir?

A Lei Complementar nº 167 prevê que a ESC poderá usar a alienação fiduciária. No entanto, outras modalidades também serão permitidas, como avalista e fiador, ou seja, garantias fidejussórias.

 Confira mais detalhes no documento aqui

 

70% dos consumidores tem como maior preocupação não conseguir prover o básico

Segundo levantamento da fintech Acordo Certo, o cartão de crédito lidera a dívida do consumidor, enquanto contas de luz e compras de mercado crescem no orçamento familiar


A maioria dos brasileiros atribuem palavras negativas à situação financeira, sendo ruim a mais citada por eles. Além disso, o sentimento em relação aos gastos fixos se divide entre preocupação (70%) e ansiedade (65%), realidade que tem afligido a população desde o início da pandemia. Segundo pesquisa da Acordo Certo - empresa de renegociação de dívidas 100% online com foco no bem-estar financeiro do consumidor - 69% possuem alguma dívida - desses, 60% devido à pandemia .

Ainda de acordo com o levantamento, as preocupações se dividem entre o medo de não conseguir prover o básico (35%), não conseguir pagar as dívidas (34%) e ficar com o nome negativado(34%). As dívidas também têm impactado diretamente na saúde mental e emocional dos brasileiros, 7 em cada 10 pessoas relatam que tiveram ou ainda tem alterações de humor (72%) ou sono (71%), além de ansiedade (67%) e baixa produtividade nas tarefas do dia a dia(62%).

Com foco no bem-estar financeiro do consumidor por meio de facilitação na renegociação de dívidas com mais de 30 empresas parceiras, a fintech encerrou 2020 com mais de 4 milhões de novos acordos, um crescimento de 240% em relação a 2019. O diferencial gira em torno de dois pontos centrais: empatia e acolhimento no tratamento das pessoas e até 99% de desconto no valor da dívida. Para Thales Becker, CMO (Chief Marketing Officer) da Acordo Certo, é importante entender a situação de forma racional, sem ignorar como a pandemia afetou a vida dos brasileiros.

“Na nossa posição, enquanto empresa dedicada também a promover educação financeira, queremos não só auxiliar no processo de quitação das dívidas, mas também proporcionar os caminhos necessários para uma vida financeira positiva. Sabemos que diante do momento é ainda mais difícil falar sobre o assunto, mas acreditamos que com empatia e conhecimento, as vidas de muitas pessoas serão transformadas”, afirma Thales.

Ainda de acordo com o levantamento, contas de luz (71%), compras de mercado (65%), gás (62%), água (56%) e despesas médicas (42%), foram os gastos que mais tiveram aumento para os consumidores durante quase um ano de pandemia. Somado ao aumento das despesas está o endividamento das contas, liderado pelo cartão de crédito (43%), negociação de dívidas (29%) e parcelamento de loja (26%). Além disso, empréstimo (23%), luz (19%), telefone (15%) e água (14%) aparecem no ranking. 

“Constantemente lemos notícias apontando o aumento dos preços na cesta básica, bandeira vermelha nas contas de luz, aumento no reajuste de aluguel e demais itens de gastos fixos dos brasileiros. Soma-se a isso os juros de dívidas em atraso e o desafio fica ainda maior. Entendemos que o primeiro passo para sair do vermelho é organizar as finanças domésticas e se planejar para zerar as dívidas, nem que seja aos poucos. O ideal é manter a calma, anotar todos os débitos e negociar os melhores descontos e condições de pagamento. Com isso é possível brecar o endividamento, realizar acordos com um bom desconto, de uma forma que caiba dentro do orçamento mensal”, explica Thales.

 


Acordo Certo


Relacionamento abusivo: advogada fala sobre aumento dos casos na pandemia

A advogada Lívia Sampaio aponta principais sinais que indicam que uma mulher pode estar vivendo um relacionamento abusivo e ensina como denunciar casos de violência

 

Além de lidar com todo o medo e as incertezas que o novo coronavírus trouxe para o cotidiano, milhares de mulheres ainda precisam lidar com outro grande problema durante a pandemia, que é a violência. Por isso, a quarentena tem sido um momento difícil para muitas delas que vivem um namoro ou casamento conturbado.  

Não que os relacionamentos abusivos tenham surgido durante a maior crise sanitária mundial. Contudo, por conta de todo esse período em casa – cenário no qual muitos casais estão confinados, por vezes isolados de amigos e familiares –, eles se tornaram mais frequentes.  

A advogada e influenciadora Lívia Sampaio ressalta que o aumento da convivência diária acabou evidenciado um aumento nos casos de relacionamento abusivo e diversos tipos de violência contra a mulher. 

“A rotina diária de milhões de pessoas sofreu grandes mudanças com a chegada da pandemia. Alguns casais passavam pouco tempo juntos; por isso, as brigas que aconteciam eram consideradas normais. Para aquelas que já viviam um relacionamento abusivo, houve um agravamento e a violência praticada passou a ser muito mais frequente”, explicou Sampaio. 

"As mulheres que estão em casa com seus abusadores na pandemia se sentem encurraladas, pois não têm mais o momento de levar o filho para a escola ou a distância de quando o companheiro sai para trabalhar, já que o home office continua super comum", aponta.

 

O que é um relacionamento abusivo?

Em um relacionamento abusivo, existe pelo menos um tipo de violência, entre elas a verbal, moral, psicológica, física, sexual e patrimonial. Para analisar se o relacionamento é abusivo ou não, deve-se levar em consideração fatores como o sofrimento causado na vítima, a frequência dos abusos, os ciclos de agressão e até mesmo a proporção que a violência toma com o passar do tempo. 

“Uma parcela das vítimas não consegue enxergar que está vivendo esse tipo de relação com seu companheiro justamente porque alguns casos não envolvem violência física, que é mais facilmente identificada por ela e pelas pessoas à sua volta. Mas isso não faz do relacionamento abusivo menos grave ou perigoso”, afirma a especialista. 

“Mesmo de forma sutil e mexendo apenas com o psicológico da vítima, o abusador é capaz de deixar marcas permanentes na saúde mental da mulher. Ao controlar a vítima, o agressor manipula a percepção que ela tem sobre si, distorcendo seu senso de realidade, além de criar esperança nela de que o parceiro mude e os abusos acabem”, afirma a especialista.

Nem sempre as vítimas são mulheres, mas Lívia destaca que, na maioria dos casos, o abusador é um homem e a vítima é uma mulher. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), uma em cada três mulheres já sofreu violência sexual ou física, praticada na maior parte das vezes por seus parceiros.

 

Quais são os sinais de um relacionamento abusivo?

Uma das principais marcas de um relacionamento abusivo, segundo a advogada, é a posição de desigualdade entre as duas pessoas envolvidas. 

"O abusador, aos poucos, vai retirando o poder de escolha da mulher e afastando de pessoas que teriam condições de alertá-la, seja comprando uma casa afastada da cidade de forma proposital ou falando que as amigas não prestam. As situações vão se escalando e na última etapa, em alguns casos, é o feminicídio, ou seja, quando essa mulher é morta." 

Outro sinal que pode indicar um relacionamento abusivo é a imposição, evidente ou não, de mudanças no comportamento da mulher.  

“Não é o caso de meras críticas construtivas, porque isso é válido e saudável dentro da relação. O problema é quando essas ‘sugestões’ ganham contornos moralistas, impedindo a vítima de frequentar tais lugares, de mudar o corte de cabelo e de vestir a roupa que bem entende. São mudanças que anulam e diminuem a identidade da mulher”, comenta. 

“À primeira vista, pode parecer até mesmo um gesto de proteção ou manifestação de afeto. Para quem está no olho do furacão, é difícil distinguir uma coisa da outra. Com o tempo, a situação vai piorando ao ponto da mulher esquecer quem realmente é, por aceitar todas as vontades do parceiro.” 

Em um relacionamento abusivo, o agressor ainda pode fazer pouco caso das conquistas da vítima, gritar ou descontar a raiva em objetos, controlar sua vida financeira, dizer que a mulher está louca quando o contraria, forçar relações sexuais e deixar a vítima com medo e constantemente infeliz, entre outras atitudes.

 

Como sair de um relacionamento abusivo?

Não é fácil se desprender de um relacionamento abusivo, garante Lívia. Por isso, em alguns casos, há a intervenção de uma pessoa de fora da relação, como uma amiga ou vizinha que nota os sinais típicos de agressão.  

Mas ela destaca que o apoio especializado é fundamental. A busca por um psicólogo auxilia, inclusive, que a vítima identifique o problema, supere possíveis traumas e possa reconstruir sua vida.  

“Também é essencial que os parentes e amigos não julguem a vítima de maneira alguma, seja pelas agressões, seja por uma eventual procura tardia por ajuda. Para apoiar uma mulher que passa por isso, em primeiro lugar deve-se acolhê-la, criar um espaço seguro para ela. Em segundo lugar mostrar que ela está sofrendo constante agressão e é vítima, não culpada”, pontua.

 

Quais leis e ações protegem as mulheres nesse momento sensível?

Segundo a advogada, também é importante buscar apoio no governo e na esfera jurídica. Ela indica as principais maneiras de denunciar esses casos formalmente. 

“Temos o serviço do Disque Denúncia (180), que é gratuito, funciona em todo o Brasil e preserva o anonimato. Temos também as Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher. Nestes locais, a vítima poderá fazer um boletim de ocorrência contra o agressor e receber orientações”, ressalta. “Para situações de emergência, a orientação é ligar para a polícia (190).”  

Para levar o caso à Justiça, existem leis que foram criadas para proteger as mulheres vítimas de violência. “A Lei Maria da Penha, criada em 2006, é uma conquista para as mulheres brasileiras e narra cinco espécies de violência doméstica: a física, patrimonial, sexual, moral e psicológica, que também podem estar presentes em um relacionamento abusivo”, acrescenta.  

“Com as redes sociais, a pauta tem ganhado mais notoriedade, fazendo com que as mulheres compreendam que estão em um relacionamento abusivo, mesmo que nunca tenham desconfiado anteriormente. Que cada vez mais mulheres tomem coragem de expor o que acontece com elas e inspirem outras a terem força e buscarem ajuda”, completa.

  

Golpe da vacina e o atentado contra a vida, uma responsabilidade civil, criminal e administrativa dos hospitais

O Brasil e o mundo vivem uma das maiores e mais profundas crises de saúde e, que jamais passou pela imaginação da população, tampouco dos melhores filmes de ficção.

De toda forma, passados aproximadamente um ano do início da pandemia, o mundo já começou a ser imunizado, graças a ciência e ao esforço de empresas privadas para estudar e conseguir criar uma cura para o novo coronavírus.

Com efeito, a maioria dos Países caminhou e organizou-se para adquirir e distribuir as vacinas para a sociedade, enquanto o Brasil dividiu-se, politicamente, para distrair os eleitores para as próximas eleições.

A “corrida” pelas vacinas, mundo a fora, a indevida divisão política brasileira e a demora para a vacinação da população, geraram nos cidadãos brasileiros um sentimento de desespero e, assim, tão logo as vacinas aterrissaram no Brasil, foi possível perceber algumas condutas ilícitas daqueles que deveriam cuidar dos nossos idosos.

As condutas “ilícitas” puderam ser vistas por meio da imprensa que divulgou imagens de alguns agentes de saúde que, ao invés de vacinar os idosos estavam, literalmente, fingindo a aplicação.

De acordo com as imagens veiculadas pela imprensa, é possível visualizar os responsáveis pela vacinação, injetando a agulha, sem, contudo, pressionar a ampola, de modo a apenas furar o paciente e permanecer com o remédio para si. Também foi possível verificar em outros casos que os idosos estavam sendo “vacinados” sem o imunizante dentro das vacinas. 

Esses atos apresentam diversas consequências. Contudo, quem será responsabilizado, somente o agente que praticou a conduta ou, também, o hospital, empregador do agente?

A esse respeito, é preciso dividir a resposta em três etapas. Sob o aspecto criminal, cível e até mesmo administrativo.

Sob o aspecto criminal, especificamente em relação a conduta daqueles agentes que fingem aplicar a vacina ou aplicam sem o imunizante, a conduta é extremamente grave, pois, efetivamente, o paciente, após ser imunizado, imagina que pode praticar atividades que antes não poderia, relaxando as suas medidas de proteção.

Ou seja, o agente confia que foi imunizado, relaxa as suas medidas de proteção e, por fim, pode acabar contraindo a doença.

De efeito, a conduta do agente que pratica esse atentado à vida do cidadão idoso amolda-se ao crime de homicídio previsto no artigo 121 do Código Penal, na exata medida em que o agente de saúde é “garante” daquela pessoa que imagina estar sendo imunizada, sendo, portanto, diretamente responsável por causar eventual resultado (art. 13, §único do Código Penal).

Assim, o agente não só expõe a vida e a saúde de outrem a um perigo iminente, mas, por ser “garante” e ter a assumido a obrigação de proteger o cidadão com a aplicação da vacina, acaba por assumir o risco de matar.

É evidente, pois, que para condutas tão graves e deste jaez, o artigo 121 do Código Penal, que prevê pena de seis até 20 anos, adequa-se, em tese, aos casos de falsa aplicação da vacina.

Há quem diga que o golpe da vacina poderia ensejar a aplicação do artigo 132, do Código Penal (“expor a vida ou saúde de outrem a perigo direto e iminente”), contudo, tal delito é subsidiário, ou seja, somente se aplica se a conduta não constitui crime mais grave.

Assim, levando-se em conta a conduta praticada, a pena prevista no artigo 121 do Código Penal (6 a 20 anos) e aquela do artigo 132 (03 meses a 01 ano), é evidente que o crime mais grave é mesmo o de homicídio, daí porque este deve ser aplicado aos casos do “golpe da vacina”.    

No que se refere a responsabilidade do hospital, cumpre mencionar que no âmbito do Direito Penal não há como atribuir a responsabilidade criminal ao hospital, pois, dentre outras lições apreendidas desde o início da academia, não há responsabilidade penal da pessoa jurídica no Direito Penal, sem prejuízo de sua possibilidade no Direito Ambiental.

No Direito Civil, a responsabilidade dos envolvidos estará vinculada aos danos eventualmente suportados pelo paciente, que poderá ser de ordem material, quando atingir de alguma forma o patrimônio da vítima e, moral, na hipótese em que o prejuízo tenha repercussão na saúde do paciente, na exata medida em que a vida, a saúde, dentre outros direitos fundamentais, compõe os direitos de personalidade do cidadão.

Ainda no âmbito do Direito Civil, para que um profissional liberal seja condenado a indenizar qualquer vítima, é fundamental que se demonstre ação culposa (imprudência, imperícia, negligência) no exercício de sua profissão. Da mesma forma, é necessário que exista uma correlação de causa e efeito entre a conduta e o dano sofrido.

Em relação a responsabilidade civil dos hospitais e serviços de saúde congêneres, o sistema de responsabilidade é um pouco distinto e deve ser avaliado de forma particular, visto que a apuração do elemento culpa torna-se desnecessária, nos termos da Lei. Por exemplo, se for verificado algum defeito em determinado equipamento do hospital que venha ocasionar um acidente que afete o paciente, haverá responsabilização e dever de indenizar, ainda que não seja culpa dos agentes envolvidos. O hospital assume total responsabilidade pelo dano baseado no risco que seu próprio negócio pode trazer à saúde de seus pacientes. Na atividade relativa à vacinação, se aplicaria a mesma lógica.

Contudo, quando se avalia a responsabilidade do hospital em conjunto com a atuação do médico, como em uma cirurgia realizada em ambiente hospitalar, a lógica é diferente: o hospital será responsável, juntamente com o médico, em casos de “má-prática”, apenas se houver identificação da culpa do profissional e se este tiver alguma relação jurídica com o hospital, como no caso de o médico ser prestador de serviços ou funcionário.

Por fim, do ponto de vista administrativo, os profissionais envolvidos nas situações antes descritas deverão responder eticamente pela conduta perante seus respectivos órgãos de classe, tendo em vista a clara violação de preceitos e valores de sua profissão, especialmente aqueles relacionados à saúde, dignidade e vida do paciente. Haverá também, potencialmente, espaço para a instauração de um procedimento administrativo de natureza disciplinar, a depender da relação existente entre o autor do ato ilícito e a Administração Pública.

Tais processos de natureza ética tramitam nos conselhos de classes profissionais, autarquias criadas por Lei que têm como objetivos principais representar a classe, regulamentar a atividade profissional e fiscalizar o exercício da profissão. Os médicos, por exemplo, responderão a processos éticos no Conselho Regional de Medicina em que exerce seu ofício, e as decisões proferidas poderão ser revistas pelo Conselho federal de Medicina. As penalidades estão previstas nos códigos de ética de cada profissão, que geralmente estabelecem desde penas mais brandas (advertência) até as mais severas (cassação do exercício profissional). Os profissionais denunciados terão direito à ampla defesa e ao contraditório e poderão sempre contar com a assistência de um advogado.

Resumidamente, tratando-se especificamente do caso da vacinação e projetando um cenário em que entidades privadas e médicos venham a participar da campanha, a responsabilização dos profissionais seguirá a ordem de ideias antes apresentada: condutas culposas – e no limite, intencionais (na absurda hipótese do “golpe da vacina”) – poderão ensejar ações de natureza cível, ética e criminal, valendo registar que essas instâncias são independentes, o que significa que uma mesma conduta poderá ensejar processos em todas as referidas esferas, com diferentes punições.

 



Alan Skorkowski - advogado graduado pela Faculdade de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Especialista em Direito Civil e Direito do Consumidor pela EPD - Escola Paulista de Direito. Sócio do escritório Marques e Bergstein Advogados Associados.

 

Gabriel Huberman Tyles - advogado criminalista, professor universitário e graduado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. É especialista pela PUC-SP em Direito Penal e Processo Penal, mestre pela PUC-SP em Direito Processual Penal. Atualmente, é sócio do escritório Euro Filho e Tyles Advogados Associados.  

 http://www.eurofilho.adv.br/

 

Conheça o procedimento para a solicitação da cidadania Portuguesa

Você sabe quem são as pessoas que têm direito à cidadania internacional? Muitos podem fazer essa solicitação e sempre que possível eu recomendo que, independentemente do país, esse procedimento seja realizado, afinal não sabemos o dia de amanhã e é uma oportunidade de oferecer mais qualidade de vida para a nossa família.

Nos últimos meses tivemos inúmeros exemplos da necessidade de locomoção e mudança. Então seja para agora ou para o futuro, a possibilidade de educação, de trabalho e de mudança é muito importante. No Brasil, muitos cidadãos são descendentes de imigrantes europeus e Portugal é um dos lugares mais procurados para iniciar o processo de cidadania, até mesmo por conta da simplicidade nos meios para adquirir o passaporte.

 Nesse caso, os descendentes diretos são os que tem maior facilidade para conquistar a cidadania de acordo com a lei, eles são os filhos e netos de cidadãos portugueses. Já para os cônjuges, é necessário provar que existe um relacionamento conjugal estável por pelo menos seis anos e, caso tenham filhos juntos, o tempo mínimo de relacionamento passa a ser três anos.  

Caso o filho de um descendente que já possui a cidadania queira realizar o procedimento, é ainda mais simples. O processo é regido pela Lei Orgânica 2/2020, sendo necessária somente a comprovação de cidadania do ascendente (pai ou mãe) para a solicitação da própria por ascendência direta.  Quanto aos netos, normalmente o método é o mesmo, mas nesse caso é necessário comprovar a árvore genealógica dos ascendentes até os nascidos em Portugal de fato.

Para bisnetos de portugueses, é importante ressaltar que o processo é um pouco mais longo e necessita de uma quantidade mais volumosa de documentação.

Existe também a possibilidade de obtenção de cidadania daqueles descendentes de Judeus chamados Sefarditas. 

Os documentos necessários para a realização da cidadania normalmente são as certidões de nascimentos de avós e pais dos solicitantes, além da dele próprio (também podem ser solicitadas através das certidões de bisavós), documentos pessoais como RG, CPF e passaportes. Normalmente todo o processo se desenvolve rapidamente, pois é algo simples.

 

 


Daniel Toledo - advogado da Toledo e Advogados Associados especializado em direito Internacional, consultor de negócios internacionais e palestrante. Para mais informações, acesse: http://www.toledoeassociados.com.br ou entre em contato por e-mail daniel@toledoeassociados.com.br.  Toledo também possui um canal no YouTube com mais de 90 mil seguidores https://www.youtube.com/danieltoledoeassociados com dicas para quem deseja morar, trabalhar ou empreender internacionalmente. Ele também é membro efetivo da Comissão de Relações Internacionais da OAB São Paulo e Membro da Comissão de Direito Internacional da OAB santos

 

Toledo e Advogados Associados

http://www.toledoeassociados.com.br

Plataforma para medicamentos especiais de alto custo pretende crescer 200% em 2021

Conhecidos por terem um alto valor, os medicamentos podem ser comprados mais barato com a ajuda de comparativos


O mercado farmacêutico é um dos que mais cresce no Brasil. De acordo com um levantamento feito pelo Guia Interfarma 2020 entre 2015 e 2019 houve um crescimento de 53%, e seguindo essas estimativas até 2023, a previsão é de que seremos o 5° maior mercado do mundo.

Com a chegada da pandemia, o ano de 2020 teve um aumento nas vendas chegando a atingir R$190 bilhões, segundo dados da IQVIA, multinacional americana que realiza a auditoria do setor no país. E com toda a crise que o coronavírus trouxe, as pessoas começaram a pesquisar muito mais os seus medicamentos, para o fim de economizar em sua compra.

Uma das formas que encontraram para reduzirem seus custos com os remédios foi comparar os preços através de plataformas especializadas, como a Farmaindex, ferramenta que apresenta ao usuário uma forma simples e rápida para a busca do medicamento desejado, fazendo com que o mesmo economize tempo e dinheiro em sua compra.

"Os remédios são conhecidos por terem um custo alto, e não são dispensáveis como por exemplo uma compra de roupa. Então contar com uma boa ferramenta, que traga os melhores preços é essencial para o momento que estamos passando. E o importante é ter uma boa experiência na plataforma, conseguindo buscar o medicamento de forma rápida e fácil para o consumidor", comenta Wilton Torres, fundador da Farmaindex.

Essas facilidades não são as únicas que a Farmaindex oferece. Um dos seus principais diferenciais é contar com medicamentos especiais em sua base de dados. Estes remédios, conhecidos por serem de alto custo, são os que mais necessitam de atenção na hora da compra. Por menor que seja o desconto, já faz uma boa diferença no bolso. A plataforma conta também com um credenciamento de farmácias, que atendem todas as normas da ANVISA, inclusive para os medicamentos especiais refrigerados que necessitam das melhores práticas de "cadeia de frio" em seu sistema, para assim o consumidor na hora de efetuar sua compra, tenha segurança para adquirir seu produto com a drogaria.

"O consumidor espera encontrar uma boa experiência quando interage com a plataforma. Mesmo que você ofereça bons comparativos, se não tiver uma forma de busca facilitada e avançada, com bons filtros, o usuário irá recorrer a outra ferramenta de comparação. Mais que isso, é preciso transmitir a confiança também, e contar com boas farmacêuticas para o consumidor não ter nenhum problema com a compra", explica Wilton Torres.

Atualmente a Farmaindex contém um tráfego muito alto em sua plataforma, tendo um crescimento de mais de 400% no último ano, e com uma taxa de conversão acima de 36%. Os dados reafirmam como as pessoas estão mais atentas aos preços, e com o crescimento do mercado farmacêutico no Brasil, a startup pretende crescer 200%.

"Nosso crescimento reafirma nossa visão que o brasileiro necessita comparar os melhores preços. A contação de gastos chegou para todos, e é importante manter a plataforma atualizada e contar com os principais players do mercado", analisa o fundador da Farmaindex.


Pequenos negócios foram os responsáveis por quase 70% dos empregos gerados em fevereiro

Resultado positivo ocorreu pelo oitavo mês consecutivo e acumulado do ano é superior ao de 2020

 

Em fevereiro de 2021, as micro e pequenas empresas foram responsáveis pela geração de 68,5% dos empregos criados no Brasil, o que corresponde a um pouco mais de 275 mil vagas, mais do que o dobro dos postos de trabalho gerados pelas empresas de médio e grande porte, que foi de 101,8 mil. Os dados constam em levantamento feito pelo Sebrae com base nos dados do Caged do Ministério da Economia.

O presidente do Sebrae, Carlos Melles, destaca que esse resultado positivo vem ocorrendo há oito meses seguidos e que é mais uma prova de que os pequenos negócios são essenciais para a retomada do crescimento da economia do país e para a geração de empregos. “Esse é o 8◦ mês consecutivo que as micro e pequenas empresas puxam a geração de empregos com carteira assinada. São os pequenos negócios que sustentam a geração de empregos nos país e, por isso, é tão importante que sejam realizadas políticas públicas que amparem esse segmento”, afirma o presidente do Sebrae.

No acumulado do ano, dos cerca de 611 mil empregos gerados no primeiro bimestre, 476,7 mil (72,26%) foram das micro e pequenas empresas, enquanto que as médias e grandes empresas criaram 134, 1 mil novas vagas. Apesar dos fortes impactos da pandemia nesse segmento, esse quantitativo é superior ao total de empregos gerados em 2020, quando foram criados 301,9 mil novos postos de trabalho, o que representa um aumento de mais de 102%. As MPE aumentaram a sua participação em 199.563 novas contratações contra 109.413 das MGE.

Setorialmente, os empregos nas micro e pequenas empresas seguem sendo puxados pelos segmentos de serviços (107.980 vagas), seguido pelo comércio (65.084 vagas) e indústria de transformação (63.963 vagas). Nas médias e grandes empresas, o Comércio continua fechando postos de trabalho, acumulando, nesse bimestre, um saldo negativo de -24.626.

Mato Grosso, Goiás e Santa Catarina permanecem como as três Unidades da Federação que mais contrataram proporcionalmente. Amazonas segue como a única UF com mais desligamentos do que admissões em 2021. Esse saldo negativo é consequência do elevado número de demissões nas MPE.


domingo, 4 de abril de 2021

Domingo marcante na astrologia com Mercúrio em Áries e Lua Minguante em Capricórnio

Lua Minguante em Capricórnio
Imagem de Gerd Altmann por Pixabay

Astróloga Sara Koimbra explica como esses movimentos influenciam nas energias da semana


O mês de abril começa com dois acontecimentos importantes na astrologia: Mercúrio entra em Áries e a Lua Minguante do mês em Capricórnio. Os signos protagonistas são cheios de rótulos, por vezes até mal compreendidos, por isso a astróloga Sara Koimbra explica quais são as energias que influenciam nestes dois movimentos.


04 de abril – Mercúrio em Áries

Mercúrio é o planeta do intelecto, da mente racional, se liga à maneira como absorvemos e transmitimos informações. 

Áries é o primeiro signo zodiacal, representa vontade, coragem, dinamismo e a luta pela conquista. Quando Mercúrio está em Áries, ficamos menos preocupados com pontos de vista e explicações subjetivas e mais focados em chegarmos a uma decisão. Nossos pensamentos e ideias passam a ser pioneiros e tendemos a falar de forma mais espontânea e direta.   


04 de abril – Lua Minguante em Capricórnio 

A Lua na Astrologia representa nossas necessidades pessoais mais profundas, nossas emoções. Quando falamos da Lua, nos referimos em como sentimos as coisas, nossos hábitos e reações básicas e nosso inconsciente. Enquanto o Sol é ativo, masculino, a Lua é passiva e feminina. 

Esta fase é propícia para cortar velhos hábitos, para se libertar do passado, seja a que nível for.

Capricórnio é um signo muito voltado para questões materiais, estruturais e a tudo que é tangível. É regido por Saturno (O Senhor Carma) e natural da casa 10 (a casa da carreira, do status e do ego) 

Quando a Lua fica minguante em Capricórnio é o momento perfeito para reavaliarmos aspectos concernentes ao signo de capricórnio que já não nos servem mais: profissão, carreira e o que estamos buscando no mundo das realizações materiais.

 


Sara Koimbra-  atua há mais de 10 anos como astróloga, numeróloga e taróloga. Alia seus conhecimentos a terapias e orientação vocacional para adolescentes em busca da primeira profissão e adultos que querem se reinventar profissionalmente. Atua também com avaliação da política usando suas técnicas.
www.sarakoimbra.com.br
instagram.com/sarakoimbra


Conselhos para renascer com a Páscoa

Um período muito aguardado para cristãos e judeus é a Páscoa. Apesar de significados teológicos diferentes, é uma época de profunda reflexão e respeito. Neuropsicóloga Leninha Wagner explica que o sentido da data vai muito além do que a tradição já impregnada na sociedade de valorizar o coelho e o chocolate.

Mais uma Páscoa está se aproximando. A palavra, originada do hebreu “pessach”, significa “passagem”. A festa é celebrada por judeus há milhares de anos para comemorar a libertação e êxodo do Egito, após 300 anos de sofrimento como escravos. Porém, tal data carrega também o lado cristão, que celebra a dor, sofrimento, mas comemora a passagem para um lugar melhor, ou seja, um recomeço.

Diante do atual cenário pandêmico e considerando as dores da humanidade, a neuropsicóloga Leninha Wagner é taxativa: “Sempre depois de um período de sofrimento, avaliamos, já com a devida distância do fato ocorrido; e constatamos que é preciso mudar, renascer”.

Além das doutrinas religiosas, Leninha reforça que “podemos nos inspirar na mitologia grega, na lenda de Quiron O Curador Ferido, que passou de Centauro Guerreiro a Curador. Certa vez, em batalha ao lado de seu melhor amigo Hércules, eles mataram o monstro Hidra de Lerna com cabeças envenenadas. Acidentalmente o amigo feriu Quiron na coxa com uma das flechas saturadas de sangue do monstro. Embora imortal, ele não conseguia curar a si mesmo, ficando condenado a viver em sofrimento. Ferido e com um ponto sensível que doía ao ser tocado, reconheceu que possuía uma vulnerabilidade”, detalha.

Os ferimentos de Quiron, completa a neuropsicóloga, o transformaram num curador ferido. “Aquele que, por meio de sua própria dor, é capaz de compreender a dor dos outros. Ele representa a parte ferida de cada um, simbolizada por alguma deficiência, limitação ou problema, que o torna benevolente em relação aos que o cercam, pois entende-lhes o sofrimento com compaixão”.

O relato desta história grega se aplica nos dias atuais, onde as famílias precisam se isolar e não podem passar o próximo fim de semana juntos: “Assim somos nós diante da Celebração da Páscoa ainda em plena Pandemia. Reconhecendo que estamos todos feridos, sensíveis, vulneráveis. Que podemos ressurgir da nossa própria dor com o firme propósito de ter relações mais saudáveis, mais recíprocas, mais gentis”, destaca.

Afinal, Leninha ressalta que, “só pode curar quem entende de dor, por carregar sua própria chaga interna. Estamos em busca de um novo e melhor momento. Nossa ambição incessante agora, deve ser em busca de aumentar nosso império interior, dilatar as fronteiras do eu, ampliando o horizonte existencial”.

Diante disso, “quando desfrutamos dos nossos recursos internos, que somente a nós pertence. Oferecemos o nosso melhor ao outro e recebemos o mesmo conteúdo de valor. Aliás, com o passar do tempo, novos caminhos devem ser considerados”, acrescenta a neuropsicóloga.

E como renascer em meio a este cenário tão difícil? Para Leninha Wagner, “Mudar é saudável! Troque as coisas de lugar, repense suas prioridades, valorize quem esteve com você, quem se importou. Faça novos planos, trilhe novos caminhos, e libere espaço para o perdão, e neste lugar plante sementes de bons e novos sentimentos. É tempo de renovação, de ressurreição!

Mova-se, comova-se, envolva-se no sentimento de transformação que essa data proporciona e que esse tempo exige: compaixão e solidariedade”, finaliza.

 


Crédito - MF Press Global

 

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