Enquanto anabolizantes ganham popularidade entre praticantes de musculação, seu uso pode acelerar a queda de cabelo, especialmente para quem tem predisposição genética.
Nos últimos anos, o uso de esteroides anabolizantes androgênicos (EAA) para impulsionar o crescimento muscular e melhorar a estética corporal se tornou uma prática comum, especialmente entre frequentadores de academias e atletas amadores. Mas, por trás dos músculos mais definidos, há uma série de efeitos colaterais que afetam a saúde de forma significativa – e um dos mais impactantes, especialmente para quem se preocupa com a própria imagem, é a queda capilar.
“A relação entre anabolizantes e queda
de cabelo é um preço oculto que muitos pagam sem perceber”, comenta o Dr.
Marcos Mendes, tricologista especializado em tratamentos capilares. “Essas
substâncias aumentam drasticamente a produção de DHT, um hormônio que pode ser
devastador para os folículos capilares.”
Por que os anabolizantes afetam o cabelo?
A maioria dos anabolizantes é derivada da testosterona, um hormônio que desempenha um papel crucial no desenvolvimento muscular e em outras características secundárias masculinas. No entanto, quando os níveis de testosterona aumentam artificialmente, ocorre também um aumento na conversão da testosterona em di-hidrotestosterona (DHT) por meio da enzima 5-alfa-redutase.
O DHT é o verdadeiro vilão da calvície androgenética, a forma mais comum de perda capilar, que é geneticamente determinada. Esse hormônio se liga aos receptores nos folículos capilares e causa a miniaturização desses folículos, tornando os fios cada vez mais finos e propensos a cair. No contexto do uso de anabolizantes, os níveis de DHT aumentam drasticamente, acelerando o processo de queda de cabelo, especialmente em indivíduos que já possuem predisposição genética para a calvície.
Estudos e evidências científicas
Diversos estudos têm explorado os efeitos colaterais dos esteroides anabolizantes, e a perda de cabelo é uma das preocupações crescentes entre pesquisadores e médicos. Evidências científicas apontam que o uso de EAA está associado não apenas ao aumento de DHT, mas também a uma série de problemas de saúde, como hipertensão, disfunções hepáticas, infertilidade, acne e distúrbios psicológicos.
Um estudo publicado pela Clínica Doppio discute como a elevação dos níveis de DHT pelo uso de anabolizantes pode provocar uma perda capilar significativa, e muitas vezes irreversível. Esse efeito é amplificado em pessoas com histórico familiar de calvície, que já possuem folículos capilares mais sensíveis ao DHT.
Outro artigo divulgado pela Revista FT aborda os riscos dos esteroides em mulheres, que também estão sujeitas aos efeitos da elevação de DHT, embora em menor proporção do que os homens. Ainda assim, para aquelas que têm predisposição genética para a calvície feminina, o uso de EAA pode ser um gatilho para uma queda de cabelo acentuada e difícil de reverter.
O fator genético e a aceleração da calvície
O impacto dos anabolizantes na saúde capilar depende muito da predisposição genética de cada pessoa. A calvície androgenética é uma condição hereditária, em que os folículos capilares são naturalmente mais sensíveis ao DHT. Para quem já possui esse perfil genético, o uso de anabolizantes age como um acelerador, intensificando a perda de cabelo em uma velocidade muito maior do que a que ocorreria naturalmente.
Na prática, o que poderia levar anos para ocorrer de forma gradual acaba acontecendo em questão de meses. Essa aceleração é especialmente preocupante, pois a perda capilar pode se tornar irreversível em algumas áreas do couro cabeludo, tornando os tratamentos tradicionais menos eficazes.
“É
como se o relógio da calvície fosse acelerado. A queda se torna intensa e
frequente em um curto espaço de tempo, levando pacientes a uma situação crítica
para a saúde dos cabelos”, explica Dr. Mendes.
Como controlar a queda de cabelo?
Para
aqueles que desejam mitigar os efeitos dos anabolizantes na queda capilar,
existem alguns tratamentos que podem ajudar a controlar a ação do DHT nos
folículos capilares:
1. Inibidores
de 5-alfa-redutase: Medicamentos como a finasterida atuam bloqueando a
conversão de testosterona em DHT, o que pode ajudar a diminuir a queda de
cabelo. No entanto, esses medicamentos devem ser usados com cautela e sob
orientação médica, especialmente para quem ainda está utilizando anabolizantes,
já que podem ter efeitos colaterais significativos.
2.
Implantes subcutâneos de bloqueadores de DHT: Implantes subcutâneos, como o
Sihair, liberam substâncias inibidoras de DHT de forma gradual e contínua, como
um “chip” que bloqueia o efeito do hormônio sobre os folículos. Esse tipo de
tratamento é indicado para casos em que o uso de anabolizantes intensificou a
queda capilar e é particularmente eficaz em indivíduos que não desejam lidar
com a aplicação diária de medicamentos tópicos ou orais.
3. PRP
(Plasma Rico em Plaquetas): O PRP utiliza o plasma do próprio paciente, rico em
fatores de crescimento, para estimular a regeneração dos folículos capilares e
melhorar a densidade dos fios. Esse tratamento pode ajudar a fortalecer os
folículos que ainda estão ativos, minimizando os efeitos da queda.
4.
Alternativas naturais e redução do estresse: Manter uma dieta equilibrada, rica
em nutrientes como vitaminas do complexo B, ferro e zinco, pode ajudar a fortalecer
o cabelo de dentro para fora. Além disso, controlar o estresse e evitar fatores
que possam piorar a saúde capilar (como o uso excessivo de produtos químicos) é
essencial para quem está tentando combater a queda de cabelo.
Considerações importantes para quem usa anabolizantes
Para aqueles que utilizam anabolizantes, é fundamental considerar os potenciais efeitos colaterais e buscar acompanhamento médico para monitorar a saúde capilar e geral. A queda de cabelo pode ser um sinal de que o corpo está reagindo ao desequilíbrio hormonal, e tratar essa questão apenas com produtos capilares pode não ser suficiente.
“A queda capilar é um dos efeitos mais visíveis, mas também o que mais abala a autoestima. É importante que quem faz uso de anabolizantes entenda os riscos e, se possível, tome medidas preventivas para evitar danos permanentes aos fios”, aconselha Dr. Marcos Mendes.
Embora existam tratamentos que podem ajudar a controlar a queda, a prevenção é sempre o melhor caminho. Para quem valoriza a saúde capilar tanto quanto a estética corporal, a melhor estratégia é buscar alternativas seguras para o ganho muscular e entender os potenciais efeitos adversos de qualquer substância utilizada.
Dr. Marcos Mendes - CRM-SP 212352 - Pioneiro em protocolos
com implantes subcutâneos na tricologia
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