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terça-feira, 12 de janeiro de 2021

Uso exagerado de cosméticos pode causar presença de plástico na placenta


Para a médica Jordanna Leão, resultado de estudo inédito acende alerta sobre necessidade de mudança de comportamento de gestantes com relação ao uso de produtos de beleza na gravidez

 

No último século, a produção global de plástico chegou à marca de 320 milhões de toneladas por ano. Agora, um estudo inédito realizado por pesquisadores de diferentes instituições médicas e acadêmicas da Itália encontrou as primeiras evidências da presença de microplástico na placenta humana.

Para a médica Jordanna Leão, que tem mais de 10 anos de experiência com acompanhamento fetal, o resultado é alarmante e reforça a importância de mudar a concepção que se tem do papel da gestante ao longo da gravidez.

De acordo com a pesquisa italiana, 12 fragmentos foram encontrados nas placentas de quatro das seis gestantes que forneceram material para o estudo. O microplástico é uma partícula com menos de cinco milímetros originada da degradação do plástico presente no ambiente.

 

Risco no excesso de cosméticos

Embora sejam necessárias mais evidências para definir o impacto desse material na gestação, acredita-se que ele possa ter influência no desenvolvimento do feto, em sua reação imunológica e na preparação da mãe. Segundo Jordanna Leão, alguns números em torno da gravidez são preocupantes e podem estar relacionados a essa descoberta.

“Hoje uma em cada quatro mulheres entra em depressão pós-parto no Brasil e menos de 40% consegue amamentar exclusivamente. Se pensarmos bem, a depressão pós-parto é a não transformação da mente da mulher. Como mamíferos, nossa mente precisa se transformar para que nosso corpo acompanhe essa mudança, mas isso não acontece quando a gente não tem tudo que precisa ou quando somos bombardeados de substâncias e informações”, argumenta.

Para a médica, isso tem relação com o uso excessivo de produtos cosméticos, mesmo durante a gestação. Os dados da pesquisa italiana reforçam que o material encontrado nas placentas analisadas também é bastante presente em itens como cremes para o corpo, unhas em gel, esmaltes, entre outros.

No mesmo sentido, Jordanna reforça que o número de gestantes que ela observa em seu consultório fazendo uso excessivo desses produtos é alto. “Muitas vezes, recebo pacientes no consultório que têm dificuldade de realizar o exame de oximetria porque estão com unhas em gel tão grandes que não cabem no aparelho”, relata.

 

Importância de mudar o comportamento

Diante da experiência acumulada em mais de uma década de acompanhamento fetal, a médica afirma que o comportamento das gestantes em relação ao papel que desempenham na gravidez precisa ser revisto.

Ela explica que é comum que a mãe ache que seus hábitos se resumem a garantir que o feto não corra risco de morte, mas destaca que isso não é suficiente. Diante dos impactos causados pelos microplásticos, Jordanna aconselha que o uso seja drasticamente reduzido, tanto pelo risco de contaminação como pelo efeito causado na própria gestante.

“Ela enche seu corpo de cremes e produtos repletos de plástico, parabenos e outras substâncias que causam disrupção endócrina. Isso acontece porque esses cosméticos fingem ser um tipo de hormônio, mas não fazem a função hormonal”, explica.

Indo além, a médica argumenta que, embora sejam necessários novos estudos, é possível que o material que chegou à placenta também esteja presente em outros tecidos da gestante, causando efeitos nocivos ao seu desenvolvimento para a maternidade que podem ser determinantes para a saúde do bebê e para a relação da mãe.

“O que vamos começar a ver é que o mundo moderno mudou bastante. É preciso entender a importância dos cuidados, de não usar qualquer creme, de evitar as unhas em gel, enfim, de ser o mais natural possível”, completa

 

Conheça os cuidados pós-operatórios da cirurgia ortognática

 Cirurgião bucomaxilofacial dá dicas de como enfrentar as dificuldades dos primeiros dias após o procedimento


A cirurgia ortognática tem como objetivo a correção óssea das deformidades dentofaciais, quando os ossos dos maxilares apresentam alteração de tamanho e forma que não são possíveis de serem tratadas somente com o uso do aparelho ortodôntico. Além das alterações estéticas, que é um dos principais motivos que fazem os pacientes procurarem pelo tratamento, essa cirurgia também apresenta ganhos funcionais, como a melhora da mastigação, respiração e fonação.

Apesar dos inúmeros benefícios, muitas pessoas ficam receosas em realizar esse tipo de procedimento pelo pós-operatório. "Existe um mito em relação ao pós-operatório da cirurgia ortognática devido ao seu passado, onde os pacientes precisavam ficar bloqueados, ou seja, com a boca presa por um período de aproximadamente 2 meses, impossibilitando-os de falar e comer adequadamente após a cirurgia", afirma o Dr. Fábio Ricardo Loureiro Sato, cirurgião bucomaxilofacial. Além disso, as técnicas passadas causavam um trauma maior, mas com o seu desenvolvimento elas se tornaram minimamente invasivas, complementa o doutor.

Mesmo com todos os avanços técnicos dos últimos anos é necessário que o paciente que tenha passado por esse tipo de procedimento tome alguns cuidados. Pensando nisso, o Dr. Fábio Sato listou algumas dicas:


Primeiras 24 horas

É o período mais crítico, pois o paciente precisa obrigatoriamente permanecer no hospital. Durante esse tempo é normal alguns episódios de vômito e desconforto na garganta para deglutir, por conta da intubação durante a anestesia, mas que com medicação é totalmente controlável. Também é importante nesse início o uso de gelo para controle do inchaço.


Primeiros 15 dias

As primeiras duas semanas após a cirurgia também precisam de cuidados específicos. Nesse começo o paciente irá usar elásticos para controle da ação muscular, mas que não impedem o paciente de mastigar e falar. A dieta ainda é basicamente líquida/pastosa, sendo nas primeiras 48 horas fria, podendo evoluir para morna nos dias seguintes.

Devido a dormência que fica em seguida nos lábios, e que com o tempo vai voltando ao normal, os pacientes também têm dificuldade de se alimentar com talheres nesses primeiros dias, por isso normalmente acabam usando uma seringa ou uma bisnaga de ketchup para levar os alimentos até a boca.

Além desses cuidados, o Dr. Fábio Sato ressalta a importância da higienização bucal, que deve ser realizada mesmo com a dificuldade do inchaço, pois é a principal forma de se evitar infecções pós-operatórias.


Dos 15 dias aos 30 dias

É quando o paciente começa a retornar às atividades diárias e o inchaço começa a diminuir. Nesse período, ele já consegue comer uma dieta mais consistente, mas ainda sem mastigar nada com força. O uso dos elásticos começa a ficar mais espaçado e a sensibilidade, principalmente na parte superior dos lábios, retorna. Já é possível voltar ao trabalho desde que ele não exija atividades físicas.


Dos 30 aos 45 dias

Nesse período muitas vezes o paciente já deixa de usar os elásticos, a dieta leve permanece, o inchaço reduz bastante e o resultado do procedimento começa a ficar mais aparente. Normalmente, não é necessário o uso de medicação e começam os preparativos para voltar aos tratamentos odontológicos.


45 dias em diante

O paciente retorna ao tratamento ortodôntico, já é possível retirar os ganchos que foram instalados para a cirurgia e a dieta vai aos poucos retornando à normalidade. A volta às atividades físicas é possível em 3 meses e a sensibilidade no lábio inferior também vai voltando gradualmente.

Essa é uma média de como os pacientes passam pelo pós-operatório de uma cirurgia ortognática. Entretanto, o Dr. Fábio Sato ressalta que existem variações entre pacientes e os tipos de procedimentos, e que é fundamental o acompanhamento junto ao cirurgião para a obtenção do melhor resultado em relação à cirurgia.

 



Dr. Fábio Sato - Formado pela Odontologia na USP, é mestre e doutor em Cirurgia Bucomaxilofacial. Sua atuação é especializada em Cirurgia Ortognática para Correção das Deformidades Dentofaciais, além de outros procedimentos como Disfunção Temporomandibular, Enxertos Ósseos, Implantes Dentários e demais relacionados à área.

 

Uma Nova Maneira de Cuidado Com Os Joelhos - Mudanças do Pós-pandemia

Dr. Samuel Lopes, Especialista Em Joelho, Nos Apresenta Um Novo Olhar Para Os Cuidados Com Os Joelhos

 

A pandemia do coronavirus nos trouxe inúmeros desafios e mudanças em aspectos dos mais diversos pontos de nossas vidas, sendo nossa rotina afetada drasticamente. Alguns desses impactos foram muito negativos e afetaram especialmente as pessoas com lesões nos joelhos, interrompendo tratamentos e prejudicando muito sua qualidade de vida, uma vez que muitas de suas atividades cotidianas foram interrompidas.

Com a pandemia, as pessoas que sofrem com dores e problemas nos joelhos como a artrose foram muito prejudicadas, uma vez que tiveram que abandonar seus tratamentos que são fundamentais para o controle da dor e melhora da funcionalidade. Isso afetou especialmente principalmente os idosos, que foram os primeiros a adentrar diretamente nos grupos de risco

Durante o isolamento, o paciente idoso dentro de casa, ficou mais imóvel, passou a caminhar bem menos e muitos perderam o acesso aos espaços de fisioterapia, às clínicas de Pilates, e às academias de hidroginástica e, assim, apresentaram uma piora do seu quadro de dor e limitações.

“O isolamento e o repouso prolongado acabam aumentando a rigidez sobre a articulação além de fazer com os idosos percam muita massa muscular, o que acaba por sobrecarregar ainda mais a articulação em geral, gerando um círculo vicioso de piora da dor.

E esse efeito foi muito exacerbado com a pandemia e o isolamento social e mesmo com perspectivas de retomada do seu ritmo norma de vidal, observamos que o idoso continua resistente porque ele faz parte da população de risco e muitos ainda não querem se expor” - Esclarece o Dr Samuel Lopes.


O QUE FAZER?

Todo paciente com artrose do joelho ou outra patologia que gere limitações articulares e que necessitam de acompanhamento contínuo com o ortopedista e um fisioterapeuta, por exemplo, está diante de um dilema no momento em que precisa proteger-se do coronavírus mas, ao mesmo tempo, não pode deixar de lado o cuidado com sua saúde e seu corpo.


Por isso, as inovações tecnológicas e novas formas de cuidados em saúde serão de extrema importância para proporcionar um tratamento adequado e uma melhor qualidade de vida para cada paciente.

No caso da artrose, os principais pilares do tratamento são a fisioterapia, o fortalecimento muscular, a atividade física orientada  e o controle de peso corporal, além do uso dos medicamentos analgésicos e do acompanhamento multidisciplinar com o ortopedista, um fisioterapeuta e um educador físico.

Felizmente agora o paciente pode buscar outros meios para manter a qualidade de vida, como sugere o Dr. Samuel Lopes : “Uma alternativa é buscar os recursos tecnológicos para que os pacientes voltem a se cuidar.


Mas De Que Forma?

Hoje, o que nos tranquiliza muito é que tudo isso pode ser feito através da telemedicina, da orientação profissional através da internet, dos treinos on-line personalizados, da orientação com fisioterapeutas e professores de pilates, ou seja - Todos estes são recursos interessantes,  modernos e de fácil acesso, para que esses pacientes possam continuar com seus tratamentos, a fim de diminuir o impacto da dor e melhorar a funcionalidade, estão disponíveis através de um clique – Completa o Dr. Samuel Lopes.

É neste sentido que a tecnologia alcança a cada dia, um papel mais importante no cuidado diário do ser humano de qualquer idade e estando em qualquer lugar. Basta querer!

 

 


Dr. Samuel Lopes - Médico ortopedista, especialista em cirurgias do joelho. Membro efetivo da sociedade Brasileira de Ortopedia (SBOT), Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho (SBCJ) e da Sociedade Brasileira de Artroscopia e Traumatologia do Esporte. Chefe do Departamento de Ortopedia e Traumatologia da Santa Casa de Juiz de Fora – MG. Reabilitação -Tratamento – Ortopedia – Medicina Esportiva – Saúde

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Jovens estão se infectando cada vez mais com Covid-19

Na primeira onda da doença, a faixa etária dos pacientes internados ficava acima dos 65 anos, mas agora está abaixo dos 45

Com o aumento no número de pessoas infectadas pela Covid-19 em uma segunda onda da doença no Rio de Janeiro, o perfil dos pacientes cada vez mais jovens vem chamando a atenção dos médicos. É o caso de Jonatas Carlos de Azevedo, de 18 anos, que ficou 23 dias internado no Hospital e Clínica de São Gonçalo.

O paciente deu entrada no hospital no dia 5 de dezembro na emergência e se internou no mesmo dia. O quadro de amigdalite se tornou uma pneumonia rapidamente e com 50% de comprometimento pulmonar. Três dias depois, veio a intubação no CTI; evolução rápida para um jovem sem comorbidade e com a saúde em dia. A transferência para o quarto ocorreu 17 dias após a internação. E, apenas em 29 de dezembro, teve alta para casa.

Segundo o Dr. Leonardo Cordeiro, fisioterapeuta do HCSG responsável pelo paciente, explica que o diferencial no tratamento da fisioterapia foi o grande comprometimento da equipe no gerenciamento da ventilação mecânica 24 horas dentro do CTI.

“Ele teve uma disfunção muscular respiratória que foi tratada pela equipe de fisioterapia. Teoricamente, quando não tratada, [essa disfunção] pode estender o período de internação do paciente. Tão prontamente foi feito o tratamento, devolveu-se a capacidade pulmonar do paciente, que saiu com uma funcionalidade já melhor e em uma restituição da capacidade pulmonar.”

Com a abertura das atividades e relaxamento da população, os jovens foram os primeiros que aproveitaram o início da liberação, o que foi determinante para o aumento das infecções. Por ser uma doença de transmissão respiratória, precisa do contato entre as pessoas. Os jovens têm uma preferência pelo contato com outras pessoas, porém, quando eles vão para casa, podem entrar em contato com outros membros da família que estão se resguardando porque sabem dos riscos.

“Embora o Jonatas estivesse saindo para alguns lugares, como churrasco ou praia, não sabemos ao certo se foi descaso somente dele. Pois quem começou com os sintomas aqui em casa fomos nós, os pais”, conta Adriana Calabrot Carlos Azevedo, mãe do rapaz.

Segundo o fisioterapeuta, “na primeira [onda], a idade dos pacientes que procuravam atendimento era maior do que 65 anos e agora está menor que 45 anos, o que preocupa na evolução do contágio aos mais jovens e, consequentemente, aos idosos que geralmente apresentam diversas comorbidades”. Muitas pessoas estão se internando nessa faixa etária, explica o Dr. Leonardo, que complementa: “o descaso dos jovens realmente é uma preocupação de todos, principalmente agora nas festas de final de ano e nesse período de janeiro, que são as férias oficiais escolares. Temos que redobrar a atenção desse público, porque muitos estão banalizando as informações, talvez até mediado pelas fake news”.

Dr. Leonardo faz ainda um alerta: “deve-se redobrar a atenção do uso das máscaras, evitar aglomeração, fazer uma boa lavagem das mãos sempre que tocar em superfícies ou em outras pessoas. E com uso do álcool gel sempre! Essas informações têm que ser passadas para o público de maneira veemente. Um detalhe muito importante é evitar lugares fechados e, se estiver em contato com outras pessoas, manter o distanciamento e o uso de máscara durante as conversas. Acredito que essas recomendações são importantes para qualquer público, seja de crianças, idosos e principalmente nesse grupo de jovens, que agora vem crescendo”, conclui.

 

 


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A Dependência de Álcool Depois da Cirurgia Bariátrica

" Se a causa emocional que levou o paciente à compulsão alimentar não for tratada antes da cirurgia, certamente ele terá outros problemas de compulsão, pós cirurgia e a dependência alcóolica é apensas um deles"- Afirma Dra. Bruna Marisa- Médica Especialista em Emagrecimento


Muitas pessoas que lutam para perder peso acreditam que a cirurgia bariátrica trata-se de um simples “milagre” e no afã de perder peso rápido, muitas vezes porque realmente sozinhos não conseguem, não buscam um conhecimento mais profundo sobre o assunto.


Em primeiro lugar é preciso entender que esse tipo de intervenção cirúrgica, a redução de estômago, é um método é indicado para pessoas com obesidade mórbida, ou seja, com o IMC (índice de Massa Corpórea) igual ou acima de 40. Se o índice estiver entre 35 e 40, deverá ser considerado se há outras doenças ligadas a obesidade e que coloque a vida do paciente em risco. Ainda assim, devemos considerar todo o tempo que a cirurgia reserva ao paciente, riscos e consequências – explica a Dra. Bruna Marisa, médica pós graduada em endocrinologia e medicina ortomolecular, membro da SBEM e especialista em emagrecimento.

Mas Afinal De Contas, Existe Uma Relação Entre A Cirurgia Bariátrica E A Dependência De Álcool?


Estudos recentes realizados no Centro Médico de Pittisburg (EUA), traz evidências de que há um risco elevado de pessoas que passaram pela cirurgia bariátrica tornarem-se dependentes de álcool.

Um estudo envolvendo por volta de dois mil pacientes, publicado no Journal of the American Medical Association, mostrou que dois anos depois de passaram pela cirurgia bariátrica, houve um aumento na taxa de alcoolismo chegando a 9,6%.

Em pesquisas anteriores foi provado que o metabolismo do álcool muda com a operação. Além do álcool ser absorvido de maneira mais rápida, a volta à sobriedade é mais demorada.

“O problema é que na maior parte das vezes, o obeso busca na comida o seu porto seguro, o seu conforto emocional. E depois da cirurgia, ele se vê impedido de descarregar suas frustrações e tristezas na comida, já que não consegue mais comer a quantidade de antes.”

E é aí que mora o perigo. “ Se a causa emocional que levou o paciente à compulsão alimentar não for tratada antes da cirurgia, certamente ele terá outros problemas de compulsão, pós cirurgia e a dependência alcóolica é apenas uma deles”- afirma a Dra Bruna.


Observamos que o álcool é o primeiro a ser buscado
porque além de dar sensação de conforto, ele também faz o papel de aproximar o ex obeso de novo da vida social, uma vez que agora ele começa a entrar nas roupas que sempre quis, mas não consegue ir a jantares e festas, pois no geral não consegue comer. Então, ele bebe e a bebida cria socialização – diz a Dra. Bruna Marisa, que lida com isso diariamente em seu consultório, tratando casos de pessoas que voltaram depois de anos a engordar depois da bariátrica e muitas delas, passaram por estes problemas, como o relato abaixo:

“Depois de 2 anos de cirurgia eu estava morando fora do país, longe da praia, que era meu habitat natural, longe de amigos e finalmente estava magra, bonita, mas não me reconhecia. Eu não conseguia comer, doce me enjoava e percebi que os drinks dos pubs nos finais de semana começaram a cair muito bem durante a semana também, tapando o vazio que eu sentia. Quando me dei conta, estava fazendo do álcool, meu companheiro praticamente o dia inteiro. Não foi fácil reconhecer que eu precisava de ajuda, mas busquei e consegui e hoje sei que não posso tomar um só gole de álcool. É como o carboidrato. Se você come a primeira colher de arroz, certamente não conseguirá parar ou terá muita dificuldade. Engordei muito mais do que antes da cirurgia depois de quase 20 anos e agora estou recomeçando, mas da maneira certa. Está bem difícil, mas se pudesse, certamente não teria escolhido o “caminho mais fácil” (depoimento de uma paciente bariátrica há 20 anos que teve problemas com álcool)


Aqui falamos da dependência do álcool, pós cirurgia bariátrica mas vale dizer que se no caso do paciente obeso que sofre de compulsão alimentar e não é tratado antes e depois da cirurgia bariátrica, não é só para o álcool que ele tenderá a buscar refúgio, mas em qualquer outro vício que lhe trouxer algum tipo de alívio emocional, seja outros tipos de drogas ilícitas,  compras, jogos de azar, sexo compulsivo, manias diversas, ou seja, é fundamental que a pessoa busque ajuda imediatamente.

A Dra Bruna Marisa alerta: É imprescindível que o paciente faça um acompanhamento multidisciplinar com psicólogos, nutricionistas e endocrinologistas pelo menos durante dois anos antes da cirurgia e se possível pelo resto da vida, para garantir que os problemas emocionais do paciente não o levarão ao reganho de peso e também para que sejam supridas todas as carências nutricionais que este paciente terá pelo resto da vida. A bariátrica salva vidas sim, mas deve ser o último recurso a ser buscado.


“O Excesso é tão prejudicial quanto a falta” -Gurdjeff

 



Dra. Bruna Marisa - médica, pós graduada em Endocrinologia, membro da SBEM, pós graduada em Medicina Ortomolecular, especialista em Emagrecimento e Low Carb, com vários cursos na área de Medicina Esportiva, onde também atua. Autora do E-Book: Guia de Emagrecimento Definitivo e Duradouro.

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Hilab realiza teste rápido para exames que detecta ISTs

Com apenas algumas gotas de sangue, é possível realizar exame de HIV/ AIDS em farmácias de todo o país


Em dezembro, o Ministério da Saúde (MS) apresentou o Boletim Epidemiológico HIV/Aids 2020, nele, apresentou que atualmente cerca de 920 mil pessoas vivem com HIV no Brasil. 89% delas foram diagnosticadas, 77% fazem tratamento com antirretroviral e 94% das pessoas em tratamento não transmitem o HIV por via sexual, por terem atingido carga viral indetectável. Até outubro de 2020, cerca de 642 mil pessoas estavam em tratamento com antirretroviral, enquanto, em 2018, eram 593.594 pessoas em tratamento.

"Ainda existe muito estigma e preconceito com relação ao HIV, sendo essas as principais barreiras que dificultam a redução das novas infecções. É preciso entender que todos nós estamos sujeitos a contrair o vírus e, por isso, todos devem realizar o exame periodicamente. Precisamos falar mais sobre o assunto com nossa família e amigos", explica Bernardo Almeida, médico infectologista e Chief Medical Officer da Hilab.

Como forma de democratizar o acesso à saúde, a health tech realiza o teste rápido em farmácias para detectar o HIV através do dispositivo portátil Hilab. Por meio de poucas gotas de sangue, em até 15 minutos, o paciente poderá descobrir se possui ou não o vírus. O exame funciona assim: com o sangue na cápsula do Hilab, o dispositivo cria uma assinatura digital do sangue e envia, através da internet até o laboratório da empresa, onde biomédicos de plantão analisam a amostra e enviam os resultados para o paciente via SMS ou e-mail.

"O diagnóstico rápido é fundamental no caso do HIV para acelerar o tratamento e reduzir a transmissão do vírus, por isso queremos que a população tenha fácil acesso a esses exames", conclui Almeida.

Ampliar a testagem do HIV é fundamental para que a estratégia do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS- UNAIDS seja cumprida. Um dos três pilares da estratégia, intitulada 90-90-90 determina que, até 2020, ao menos 90% das pessoas com HIV saibam que são soropositivas e recebam o tratamento adequado.

Verão requer cuidados redobrados para evitar proliferação do Aedes aegypti

Clima é propício para multiplicação do inseto que transmite doenças virais infecciosas como dengue, zika e chikungunya; pacientes oncológicos podem apresentar complicações, por conta do tratamento

 

   Dengue, zika e chikungunya. Doenças infecciosas com sintomas diferentes, mas que têm algo em comum: são transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. De acordo com a infectologista do Hospital Amaral Carvalho (HAC) Priscila Paulin, com a chegada do verão, aumenta a circulação e proliferação do inseto, e por isso, é importante reforçar alguns cuidados.

   A maioria das pessoas já ouviu falar sobre a medida mais eficiente, que é ficar atento a qualquer lugar que possa acumular água. “Terrenos baldios, materiais descartados incorretamente, como garrafas plásticas, latinhas e pneus são alguns dos cenários propícios para a procriação do mosquito, por isso merecem atenção”, comenta.

 

Mas se todo mundo sabe, por que ainda existem focos do mosquito?

   A médica acredita que falta consciência de coletivo. “Ser cidadão é entender que pertencemos a um todo, ou seja, temos que pensar bem em nossas atitudes, pois podem ter consequências até mesmo para as gerações futuras”, diz.

   As doenças relacionadas ao Aedes aegypti, segundo a profissional, são conhecidas também como doenças negligenciadas. “Esse termo é utilizado, pois, de forma geral, existe um desinteresse em investimentos e estudos para combatê-las”. Ela ressalta que o Brasil é um país tropical, em sua maioria com clima quente e úmido, propenso à multiplicação de insetos vetores (que transmitem diversas infecções virais). “Também somos classificados como um país em desenvolvimento, ainda com muita desigualdade social, vários municípios sem saneamento básico, como tratamento de esgoto, coleta adequada de lixo ou limpeza de espaços públicos como praças”, lamenta.

 

Fiquei doente. O que devo fazer?

   É importante lembrar que as doenças infecciosas podem causar sintomas e complicações bem distintas, mas é sempre recomendado à pessoa com qualquer infecção permanecer em repouso, ingerir líquido mais frequentemente (quando não há contraindicação), ter uma alimentação saudável e, especialmente, nunca se automedicar. “A principal complicação da dengue, por exemplo, é a hemorragia. Logo, o paciente não deve tomar medicamentos que possam aumentar as chances de sangramentos, como os AAS, componente de alguns multigripais comuns vendidos nas farmácias sem necessidade de receita”, orienta.

 

Pacientes com câncer

   Ter uma doença infecciosa não é fácil. Para pacientes com câncer, pode ser um pouco pior. Pessoas em tratamento oncológico tendem a ter o sistema imunológico comprometido, tanto pela própria doença, como pelos procedimentos que realizam, como quimioterapia. “Podem ter o nível de plaquetas mais baixo e, assim, um risco maior de complicações, caso contraiam dengue, por exemplo. Essas pessoas também podem ser mais frágeis diante de manifestações clínicas das infecções virais, como náuseas, vômitos e diarreia, ficando mais suscetíveis à desidratação grave, queda de pressão arterial e até precisar de internação”, pontua.

   No HAC, os pacientes são orientados a procurar atendimento médico a qualquer sinal de que não estão bem clinicamente. Assim, diante da suspeita de dengue, zika ou qualquer outra doença, é extremamente importante avisar ao médico para receber orientações sobre como proceder.

 

O que fazer para se proteger?

   A infectologista recomenda tanto para quem está em tratamento de câncer, quanto para a população em geral o uso de repelentes (icaridina ou dietiltoluamida - DEET não apresentam contraindicações para pacientes oncológicos). Também podem ser usados os naturais, como citronela, porém, como têm efeito menos duradouro, devem ser reaplicados com maior frequência. “Além disso, usar, se possível, roupas que cobrem toda a perna, utilizar telas nas janelas de casa e mosqueteiros para as crianças. E sempre, cuidar da sua casa, do quintal e de áreas abertas ou terrenos vizinhos”, lembra.

 

Faça a sua parte

   O senhor Divino Antonio da Silva (66), nunca teve dengue ou outras doenças desse tipo e, claro, não quer nem saber de se infectar. Ele está em tratamento no HAC há três anos e por conta do câncer teve que deixar seu trabalho como pedreiro. “Para não ficar parado, comecei a mexer com reciclagem, mas faço tudo certinho, muito organizado, tudo bem fechadinho e coberto para não ter perigo nenhum”, conta.

   Um filho dele já teve dengue e, desde então, os cuidados na sua casa redobraram. “Tudo bem sequinho, esse é o segredo. Também temos várias plantas que ficamos de olho para não acumular água, e trocamos os potinhos de água dos cachorros a cada hora e meia, duas horas, no máximo”.

   Para Divino, o combate ao mosquito depende também de cada cidadão fazer sua parte. “As pessoas deveriam fazer mais. No geral, por onde olhamos, vemos lixo descartado errado. O povo não se cuida e aí, as coisas começam a acontecer. Não adianta reclamar e não se cuidar”, disse.

 

 

Saiba mais (fonte Ministério da Saúde)

Procure atendimento médico se notar algum sintoma:

Dengue

Febre alta, fadiga, mal-estar, perda de apetite, erupções na pele e dores musculares ou nas articulações, náuseas e vômitos. As pessoas também podem ter dores atrás dos olhos, nas costas, abdômen ou nos ossos.

Em casos graves, de dengue hemorrágica, dores abdominais fortes, sangramento pelo nariz, boca ou gengivas, sonolência, sede excessiva (sinal de desidratação), frequência cardíaca elevada, dificuldade para respirar.

 

Zika

Vermelhidão em todo o corpo com muita coceira depois de alguns dias, febre baixa (muitas vezes nem percebida), conjuntivite (olhos vermelhos sem secreção), mialgia e dor de cabeça, dores nas juntas.

 

Chikungunya

Febre, dores intensas nas juntas (em geral, bilaterais – nos dois joelhos, nos dois pulsos, etc), pele e olhos avermelhados, dor de cabeça e dores pelo corpo, náuseas e vômitos. 


“Terrenos baldios, materiais descartados incorretamente, como garrafas plásticas, latinhas e pneus são alguns dos cenários propícios para a procriação do mosquito, por isso merecem atenção”, comenta a infectologista do HAC Priscila Paulin

O senhor Divino, paciente do HAC, faz a sua parte no combate aos focos do Aedes aegypti. “Tudo bem sequinho, esse é o segredo. Também temos várias plantas que ficamos de olho para não acumular água, e trocamos os potinhos de água dos cachorros a cada hora e meia, duas horas, no máximo”, afirma

 

Câncer ginecológico: atraso no diagnóstico dificulta tratamento

Especialista do Hospital Santa Paula alerta mulheres para a necessidade de continuar realizando exames, apesar da pandemia


Em março deste ano, a chegada do novo coronavírus ao país forçou à população a necessidade de isolamento e uma profunda mudança de hábitos. Um dos efeitos colaterais cujas consequências começam a aparecer foi o adiamento de consultas médicas de rotina e da realização de exames preventivos. Nas mulheres, isso impactou na detecção precoce de doenças como os cânceres ginecológicos.

Segundo a Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) e a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), de 50 mil a 90 mil casos de câncer podem ter ficado sem diagnóstico no Brasil apenas nos dois primeiros meses de pandemia. O impacto será sentido ao longo dos próximos anos. De acordo com artigo da publicação The Lancet Oncology, apenas na Inglaterra o atraso no diagnóstico de cânceres deve levar a mais de 3.500 mortes que poderiam ser evitadas com diagnóstico precoce, considerando apenas os primeiros meses de pandemia até julho.

São chamados de cânceres ginecológicos aqueles que afetam útero, ovário, endométrio, vulva e vagina. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), são registrados aproximadamente 30 mil novos casos por ano dessas doenças combinadas.

Dr. Tiago Kenji Takahashi, diretor técnico do Instituto de Oncologia do Hospital Santa Paula, explica os principais sintomas e como é feito o diagnóstico de cada tipo.


Colo do útero


O câncer do colo do útero é um dos mais frequentes entre as mulheres e, na maioria das vezes, é resultado de infecção pelo Papilomavírus Humano - HPV. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), mais de 16 mil casos são registrados por ano, com mais de seis mil mortes.

“A grande maioria desses óbitos, no entanto, poderia ser evitada com um diagnóstico precoce graças ao Papanicolau, um exame simples e rápido, que pode ser realizado no consultório e deveria ser feito por todas as mulheres anualmente'', diz o especialista. Uma forma também simples de prevenir o surgimento desse câncer é a vacinação de mulheres e homens contra o HPV.


Corpo do útero / Endométrio


Quando a doença afeta o corpo do útero ela tem origem, na maioria das vezes, no endométrio (tecido que reveste o órgão internamente). Dr Tiago explica que é esse câncer é mais comum em mulheres após a menopausa e seu principal sintoma é sangramento e dor pélvica. O INCA estima que o país tem cerca de 6.500 casos ao ano, com aproximadamente 1.700 mortes. O diagnóstico é feito com imagens clínicas e de imagem, como o ultrassom transvaginal.


Ovário


Com apenas cerca de 6.600 casos ao ano, segundo o INCA, esse câncer tem alta taxa de mortalidade. Isso acontece porque é uma doença que não apresenta sintomas em seus estágios iniciais, começando a dar sinais somente quando já está avançado.

Dr Tiago Kenji conta que os primeiros sintomas costumam ser inchaço e dor no abdômen e na região pélvica, dores nas costas e mudança no hábito urinário ou intestinal, como indigestão, prisão de ventre ou diarreia. O diagnóstico precoce, no entanto, é possível com a realização de exame clínico periódico, exames laboratoriais e de imagem.


Vulva e vagina


Menos comum entre os cânceres ginecológicos, esse tipo raro costuma ter desenvolvimento lento e acomete principalmente mulheres idosas. Entre sinais que podem indicar a doença estão o surgimento de uma área na vulva com aparência diferente, com pele mais clara, mais escura ou coloração avermelhada, e com textura distinta da pele ao redor, mais áspera ou espessa. Também podem ocorrer coceiras que não passam, dor local e sangramentos.

“Para o diagnóstico precoce é importante a realização periódica do exame ginecológico clínico, complementado por Papanicolau, colposcopia e, se necessário, uma biópsia da região”, reforça o oncologista.



Hospital Santa Paula


Brasil registra 7.273.707 milhões de pessoas recuperadas

Número é superior à quantidade de casos ativos, ou seja, pessoas que estão em acompanhamento médico. Informações foram atualizadas às 18h desta terça-feira (12/01)

 

Brasil já registra 7.273.707 milhões de pessoas curadas da Covid-19. No mundo, estima-se que pelo menos 29 milhões de pessoas diagnosticadas com Covid-19 já se recuperaram. O número de pessoas curadas no Brasil é superior à quantidade de casos ativos (717.240) que são os pacientes em acompanhamento médico. O registro de pessoas curadas já representa a grande maioria do total de casos acumulados (88,8%). As informações foram atualizadas às 18h desta terça-feira (12/01) e enviadas pelas secretarias estaduais e municipais de Saúde.



A doença está presente em 100% dos municípios brasileiros. Contudo, mais da metade das cidades (3.569) possuem entre 2 e 100 casos. Em relação aos óbitos, 5.033 municípios tiveram registros (90,4%), sendo que 791 deles apresentaram apenas um óbito confirmado.

O Governo do Brasil mantém esforço contínuo para garantir o atendimento em saúde à população, em parceria com estados e municípios, desde o início da pandemia. O objetivo é cuidar da saúde de todos e salvar vidas, além de promover e prevenir a saúde da população.

Dessa forma, a pasta tem repassado verbas extras e fortalecido a rede de atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS), com envio de recursos humanos (médicos e profissionais de saúde), insumos, medicamentos, ventiladores pulmonares, testes de diagnóstico, habilitações de leitos de UTI para casos graves e gravíssimos e Equipamentos de Proteção Individual (EPIS) para os profissionais de saúde.

O Ministério da Saúde já destinou aos 26 estados e o Distrito Federal R$ 198,1 bilhões, sendo que desse total foram R$ 134 bilhões para serviços de rotina do SUS, e outros R$ 64,1 bilhões para a Covid-19. Também já foram comprados e distribuídos 27,2 milhões de unidades de medicamentos para auxiliar no tratamento do coronavírus, 306,8 milhões de EPI, mais de 19,8 milhões de testes de diagnóstico para Covid-19 e 79,9 milhões de doses da vacina contra a gripe, que ajuda a diminuir casos de influenza e demais síndromes respiratórias no meio dos casos de coronavírus.

O Ministério da Saúde, em apoio a estados e municípios, também tem ajudado os gestores locais do SUS na compra e distribuição de ventiladores pulmonares, sendo que já entregou 12.949 equipamentos para todos os estados brasileiros.

As iniciativas e ações estratégicas são desenhadas conforme a realidade e necessidade de cada região, junto com estados e municípios, e têm ajudado os gestores locais do SUS a ampliarem e qualificarem os atendimentos, trazendo respostas mais efetivas às demandas da sociedade. Neste momento, o Brasil registra 8.195.637 milhões de casos confirmados da doença, sendo 64.025 mil registrados nos sistemas nacionais nas últimas 24h.

Em relação aos óbitos, o Brasil tem 204.690 mortes por coronavírus. Nas últimas 24h, foram registrados 1.110 óbitos nos sistemas oficiais, sendo que 636 óbitos ocorreram nos últimos três dias. Outros 2.672 permanecem em investigação.

 

Fonte: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/brasil-registra-7-273-707-milhoes-de-pessoas-recuperadas


O direito de escolha antes do fim

Com Diretivas Antecipadas de Vontade, paciente decide como ser tratado caso perca autonomia


Pelas leis brasileiras atuais, uma pessoa com doença incurável ou terminal não pode tomar nenhum tipo de decisão definitiva para acabar com seu sofrimento. A Constituição Brasileira declara que o direito à vida é inviolável e não existe lei no país para autorizar a eutanásia, situação em que a morte é praticada com autorização do paciente ou familiares para abreviar uma situação de agonia ou de doença incurável. Já a possibilidade de escolha sobre quão extensos devem ser os tratamentos médicos de manutenção da vida, caso o paciente fique em coma ou não tenha mais tratamento para seu caso, existe no Brasil: a ortotanásia.

Embora não exista legislação aprovada e sancionada sobre o tema, a Resolução 1.995/2012, do Conselho Federal de Medicina, dispõe sobre as Diretivas Antecipadas de Vontade (DAVs), que têm servido de parâmetro para orientar a classe médica e também os advogados sobre como lidar com a vontade declarada de pacientes em estado terminal.

De acordo com Cláudia Stein, advogada especializada em Direito de Família e Sucessões, sócia do escritório Stein, Pinheiro e Campos, a pessoa pode declarar seu desejo, mas para isso precisa de um certo planejamento. "Deve fazê-lo por escrito, acerca dos cuidados e tratamentos que deseja receber se estiver em estado terminal e impedida de manifestar sua livre vontade. As Diretivas Antecipadas de Vontade estão circunscritas a tal hipótese, mas livres dentro das convicções do declarante", afirma ela.

O ideal, segundo a advogada, é que uma pessoa de confiança tenha uma cópia ou cópias desse documento, para que ele seja apresentado corretamente no momento em que se fizer necessário. "Se o declarante estiver premido de manifestar sua vontade, assim ele pode avisar aos profissionais de saúde responsáveis pelo respectivo cuidado. Caso a pessoa conte com um médico de confiança, é indicado que com ele também deixe uma via da declaração", aconselha Cláudia Stein. A especialista ressalta, no entanto, que a resolução que estabelece as DAVs diz que os médicos deverão "levá-las em conta". "O atendimento às Diretivas é decisão do médico, a quem compete levá-las em conta, desde que não haja violação ao Código de Ética Médica".

O que mais diz a Resolução do CFM:

- As declarações do paciente prevalecerão sobre qualquer outro parecer não médico, inclusive sobre os desejos dos familiares;

- Quando o paciente tem condições de falar diretamente e com autonomia, o médico registra as DAVs no prontuário

- Manter as DAVs por escrito e com cópias com pessoas de confiança é importante porque quando essas vontades não são declaradas, a decisão sobre tratamentos e procedimentos fica a cargo de terceiros: ou algum familiar comunica a vontade do paciente ou os médicos recorrem às comissões de Ética da instituição de saúde ou do Conselho Regional de Medicina para poder decidir quando não existe consenso entre familiares e responsáveis.




Cláudia Stein - advogada especializada em Direito de Família e das Sucessões, sócia do escritório Stein, Pinheiro e Campos Sociedade de Advogados; Mestre e Doutora em Direito Civil pela Universidade de São Paulo; Professora de Direito Civil no curso de Pós-Graduação da Escola Paulista de Direito-EPD, na Escola Brasileira de Direito - EBRADI e em diversos outros cursos; co-autora das obras "Direito e Responsabilidade", "A Outra Face do Judiciário", "Direito Civil - Direito Patrimonial e Direito Existencial", entre outras.


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