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domingo, 20 de setembro de 2020

A importância do autocuidado materno para a resiliência emocional dos filhos

Quem nunca ouviu o ditado que diz que quando nasce um filho, nasce a culpa? As pesquisas mostram que a culpa atinge as mães quase que de forma universal. A culpa pode ser definida como uma emoção desconfortável que surge quando percebemos que nosso comportamento causou prejuízo a outra pessoa. A capacidade de se colocar no lugar do outro e sentir empatia é um pré-requisito para a culpa. Por isso, nos relacionamentos mais próximos a culpa está mais presente já que estamos mais atentos ao bem-estar do outro. Embora a culpa seja desconfortável, ela cumpre uma função importante para o funcionamento humano. Quando prejudicamos alguém e sentimos culpa, esse desconforto nos motiva a reparar o dano e nos leva a escolher melhores comportamentos da próxima vez, mais alinhados com as nossas expectativas e valores.

O problema da culpa materna é a forma como ela é prevalente e crônica. Sabemos que a culpa acontece para motivar uma maior coerência entre nossas ações, expectativas e valores. Mas no caso da culpa materna, as expectativas são inatingíveis e os valores incoerentes, logo é impossível se adequar. O paradigma vigente da maternidade diz que a boa mãe é aquela que se doa completamente em termos físicos, emocionais, psicológicos e intelectuais. A expectativa da mãe perfeita, o julgamento social a respeito da maternidade alheia, o excesso de informações, conselhos e boas práticas aprisionam as mulheres a padrões impossíveis que inevitavelmente geram culpa, frustração, exaustão e raiva. Pesquisas mostram que, cada vez mais, nos sentimos piores enquanto mães. Temos sentido mais medo, estamos mais confusas, e nos sentimos inferiores. Essa sensação de ineficácia afeta nosso bem-estar físico, nossa saúde mental, e a nossa capacidade de sermos boas o suficiente no nosso papel de mãe. 

Uma pesquisa feita na Holanda com 900 pares de mães, pais e filhos, mediu vários comportamentos parentais importantes como a qualidade da escuta, compaixão pelos filhos, a consciência dos pais sobre as emoções dos filhos e como os pais julgavam a própria atuação nos seus papéis de pais. Destes aspectos, a aceitação dos pais e as mães sobre a própria atuação enquanto pais foi o fator mais fortemente associado a menores níveis de depressão e ansiedade nos filhos. Quer dizer, aceitar nossas imperfeições com naturalidade e abrir mão das expectativas irrealistas, é importante para a resiliência emocional dos nossos filhos. Na minha pesquisa, feita nos Estados Unidos com 246 pares de mães e filhos, descobri que mães autocompassivas tem filhos mais autocompassivos, e se sentem mais competentes no seu papel de mãe. A autocompaixão envolve a capacidade de fornecer suporte emocional a si mesmo, enfrentando desafios e adversidades com maior perspectiva e com a compreensão de que as dificuldades são comuns a todas as pessoas. As mães autocompassivas são mais propensas a se perdoarem quando cometem erros, em vez de vê-los como uma indicação de incompetência ou inferioridade. Isso ajuda com que elas sigam em frente, tenham menos medo de errar, e tenham maior facilidade para persistir e tentar novos caminhos. A autocompaixão significa olharmos para as dificuldades com realismo e não com lentes de aumento. É sobre adotar uma postura gentil com relação a si mesma, dando pra si o que você precisa em um momento difícil, seja um banho demorado, seja pedir ajuda para alguém porque você precisa relaxar. 

O que acontece quando nos cuidamos é que além de nos tornarmos mais emocionalmente saudáveis, nos tornamos menos reativas, conseguimos nos conectar com a criança de uma forma mais profunda. Ao abrir mão da expectativa de nos tornarmos mães perfeitas, conseguimos aceitar que nossos filhos também têm defeitos. A criança que se sente aceita por quem ela é, que não acha que precisa mudar para receber amor, desenvolve um autoconceito mais positivo e maior autocompaixão. O vínculo com os pais é um dos principais fatores que suportam a resiliência emocional da criança, que é a capacidade da criança de enfrentar desafios de forma construtiva. A resiliência emocional também é facilitada pela forma como a criança interpreta e lida com os problemas. As pesquisas mostram que as crianças que têm maior dificuldade para lidar com os próprios erros, e que enxergam as limitações pessoais como sinal de que há algo errado com elas, tendem a deprimir e desenvolver outros problemas emocionais com maior frequência. 

A autocompaixão é um dos grandes facilitadores da resiliência emocional em situações de estresse na adolescência. Adolescentes mais autocompassivos deprimem menos, têm menos ansiedade e melhor desempenho acadêmico. As pesquisas mostram que a autocompaixão pode ser aprendida, tanto por adultos quanto por crianças. A maior lição da minha pesquisa é que quando as mães se cuidam e são mais gentis consigo, os filhos também se beneficiam. Eles aprendem a serem autocompassivos e têm um vínculo mais forte com essas mães. Logo, exercitando a autocompaixão e cuidando de si você beneficia também as pessoas que você mais ama. 

 



Adriana Drulla - Mestre em Psicologia Positiva, pela Universidade da Pennsylvania, é especialista em Compaixão e Autocompaixão. 

https://www.instagram.com/adrianadrulla/?hl=pt-br


Combatendo o preconceito: confira alguns mitos e verdades sobre saúde mental

Todo remédio "derruba" o paciente? O psicólogo vai contar tudo que o adolescente fala para os pais? Esses e outros questionamentos, bastante comuns, respondidos por uma psiquiatra e uma psicóloga


De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a cada ano, cerca de 800 mil pessoas tiram a própria vida em todo o mundo. Segundo a psiquiatra credenciada da Paraná Clínicas, Dra. Roberta Petrauskas (CRM-PR 24.786, RQE 2.810), estudos recentes sugerem que apresentar sintomas com necessidade de atenção em saúde mental é apenas uma questão de tempo. Os levantamentos refletem o impacto social e evidenciam ainda mais a grandiosidade do problema: estamos lidando com uma questão de saúde pública. O quadro atual é ainda mais preocupante devido ao isolamento social e às crises de relacionamento que surgiram com a pandemia do novo coronavírus – seja entre casais, familiares, profissionais ou amigos.

O Setembro Amarelo coloca em discussão a prevenção ao suicídio, mas também traz o lembrete de que ainda existem muitas barreiras que impedem a busca por ajuda e que acabam aumentando o sofrimento das pessoas, tornando os quadros ainda mais arrastados. Tudo isso porque muitas pessoas continuam carregando medo dos rótulos que acompanham o tratamento. “Os psiquiatras não são ‘médicos de loucos’. Na verdade, é um grande mito com raízes no histórico da especialidade, que nasceu dentro dos antigos manicômios, quando as medicações ainda não existiam e pouco se podia fazer pelos portadores de transtornos mentais graves”, esclarece Dra. Roberta.

Para tentar combater um pouco desse preconceito, Dra. Roberta e a psicóloga credenciada da Paraná Clínicas, Ana Paula Zanardi, construíram uma lista com mitos e verdades sobre saúde mental:

 

Fazer terapia significa que sou fraco?

Psicóloga: Não. Medos, resistências por julgamento ou crítica, a crença da fraqueza por buscar ajuda e vergonha, estão entre as principais barreiras para o tratamento. Muitos pacientes evitam a psicoterapia porque “o que as pessoas vão pensar se souberem que vou ao psicólogo?”. Mas depois que começam, comentam: se eu soubesse que seria assim, já teria começado antes, pois é libertador.

 

Só psicoterapia não resolve?

Psicóloga: Em alguns casos, dependendo do sofrimento e do impacto que está trazendo ao paciente, se faz necessária uma avaliação com o psiquiatra para um suporte medicamentoso. O trabalho multidisciplinar é sempre bem-vindo e cada caso tem a sua particularidade.

 

Todo tratamento psiquiátrico é baseado em remédio?

Psiquiatra: Não, o tratamento também envolve medidas não farmacológicas e psicoterapia, que são as ferramentas mais utilizadas na prática clínica. Existem também tratamentos neuromoduladores, como a Eletroconvulsoterapia (ECT) e a Estimulação Magnética Repetitiva Transcraniana (EMRT), que são menos utilizados.

 

Com que frequência preciso ir ao psiquiatra?

Psiquiatra: Depende da avaliação individualizada do caso e também da fase do tratamento em que o paciente se encontra. No início do tratamento ou nas fases de agudização do quadro, por exemplo, as consultas podem chegar a ser semanais. Na fase de estabilidade, as consultas podem ser ainda mais espaçadas do que as mensais. O seu médico é quem poderá dizer qual será o melhor intervalo para a próxima reavaliação. Importante ressaltar que ele deve ser comunicado quando acontecer alguma desestabilização do quadro.

 

Se eu começar a tomar remédio, vou ter que tomar para sempre?

Psiquiatra: Depende da avaliação individualizada do seu caso. Alguns dos principais fatores que influenciam na duração do tratamento são: uma boa evolução, a duração dos sintomas antes do início do tratamento e o risco de recorrência das crises.

 

Todo remédio antidepressivo ou ansiolítico “derruba” o paciente?

Psiquiatra: Não. As medicações que usamos em psiquiatria chamam-se psicotrópicos, não são todas iguais e têm propriedades diferentes. A lentificação e a sonolência, que produzem esse efeito de “derrubar” o paciente, são geralmente mais utilizadas em quem está muito agitado ou para quem tem como um de seus sintomas a insônia. Quando esses efeitos estão excessivos, é preciso comunicar o médico o quanto antes para uma adequação de dose ou troca da medicação.

 

O remédio só mascara o problema e não oferece solução?

Psiquiatra: Em geral, os problemas psiquiátricos têm base genética, onde as medicações não têm poder de atuar. Dizemos, então, que os medicamentos conseguem resolver os sintomas, às vezes por completo. Mas, devido ao fato de não terem o poder de mudar as tendências de desenvolvimento do problema novamente, nem sempre podemos dizer que o paciente foi curado.

 

O corpo acostuma com o remédio e é preciso usar medicamentos cada vez mais fortes?

Psiquiatra: Esse é o fenômeno da tolerância, que corresponde a um dos critérios da dependência química. Ele não ocorre com todas as medicações e nem com todos os indivíduos que fazem uso dos psicotrópicos, pois poucos medicamentos realmente causam dependência – os que causam, em geral, são identificados como “tarja preta”. Procuramos utilizá-los de maneira pontual, pelo menor tempo possível e apenas quando são indispensáveis. Às vezes, é preciso o uso contínuo, então tentamos contornar o risco da dependência de outras formas para não causar danos ao paciente.

 

A psicoterapia dura para sempre?

Psicóloga: Não. Cada paciente e cada processo psicoterapêutico tem a sua duração.

 

A psicoterapia aumenta o sentimento de culpa?

Psicóloga: Não. A psicoterapia tem o objetivo da regulação emocional, alívio de sintomas, reestruturação de crenças e mudanças de comportamento.

 

Fazer terapia por obrigação ajuda?

Psicóloga: Não ajuda e ainda pode atrapalhar. O paciente precisa dar abertura ao processo psicoterapêutico.

 

A psicóloga pode convidar outras pessoas para minha sessão?

Psicóloga: Sim. Às vezes, um atendimento familiar traz alívio de sintomas e uma melhor relação familiar para o paciente.

 

No caso de crianças e adolescentes, a psicóloga vai contar todos os segredos para os pais?

Psicóloga: Jamais. Um processo psicoterapêutico é sigiloso e ético. Só é aberto aos pais quando é algo que oferece riscos a criança, como abuso, ideação suicida. Mas a criança será comunicada disso.

 

Por que alguns pacientes precisam ser internados?

Psiquiatra: Porque existem urgências em psiquiatria, nas quais pode haver risco de vida para o próprio paciente e até mesmo para terceiros. Assim como em outras especialidades médicas as internações podem ser indicadas, entre outros motivos, quando há risco de vida e se faz necessário monitoramento constante do paciente. O risco de suicídio, a agressividade, a confusão mental, a perda grave do pragmatismo são algumas das indicações de internamento em psiquiatria, sendo que o objetivo é não só a resolução de sintomas agudos, como também a proteção do indivíduo enquanto as medicações administradas ainda não conseguiram atingir efeito suficiente para diminuir o risco de desfechos graves ou fatais.

 



Paraná Clínicas

www.paranaclinicas.com.br


Setembro amarelo: pandemia reforça novos cuidados com a saúde mental

COVID-19 reforçou a necessidade de cuidados hospitalares que vão além do tratamento do corpo 

Crédito: Divulgação Hospital Marcelino Champagnat

No mês de prevenção ao suicídio, equipes multidisciplinares atuam no ambiente hospitalar ou no acompanhamento de quem teme a doença


Atualmente, segundo dados da Organização Mundial da Saúde, mais de 18 milhões de brasileiros sofrem com transtornos de ansiedade, o que deixa o país como o mais ansioso do mundo. O Brasil também é o quinto país com maior número de casos de depressão, um total de 12 milhões de pessoas. 

O surgimento do novo Coronavírus intensifica esse cenário, já que os níveis de estresse e preocupação aumentaram consideravelmente desde o início da pandemia. Agora, no mês de prevenção ao suicídio, especialistas estendem a preocupação para os pacientes que estão com COVID-19 e os profissionais que estão na linha de frente. 

Com períodos de internamento mais longos e uma realidade de visitas restritas, a COVID-19 reforçou a necessidade de cuidados hospitalares que vão além do tratamento do corpo. A saúde mental é olhada com atenção pela psicologia para garantir maior conforto emocional e melhorar a interação entre pacientes, equipes assistenciais e familiares.

Além do trabalho desenvolvido rotineiramente, que engloba a avaliação do estado emocional e da qualidade do sono do paciente, no Hospital Marcelino Champagnat, em Curitiba (PR), os psicólogos que integram a equipe multidisciplinar de atendimento desenvolveram mudanças significativas na comunicação durante a pandemia. Com a necessária restrição de acompanhantes e visitas, os psicólogos passaram a planejar reuniões virtuais entre pacientes, amigos e familiares.“Em uma visita virtual chegamos a reunir mais de 10 familiares e amigos ao mesmo tempo, fazendo com que o paciente sinta-se amado e mais confortável. A tecnologia permite que mesmo aquele parente que tem uma rotina intensa de trabalho consiga estar presente de alguma forma e prestar seu apoio”, revela a psicóloga e coordenadora do serviço de psicologia do hospital, Raquel Pusch.

Psicólogos passaram a planejar  reuniões virtuais entre pacientes, amigos e familiares
Divulgação Hospital Marcelino Champagnat

Se anteriormente o contato do paciente ficava restrito ao número de acompanhantes ou visitantes permitido e horários pré-determinados, o uso da tecnologia proporcionou a reunião de grandes grupos em um momento delicado. A psicóloga revela ainda que, antes do contato com o paciente, há um momento de preparo para que o encontro virtual seja o mais adequado e reconfortante possível. “É como uma breve terapia em grupo para trabalhar também os anseios da família e tornar o momento ainda mais acolhedor”, completa.

E, após a pandemia, a comunicação entre pacientes e familiares voltará a ser a mesma? A psicóloga acredita que não: “Creio que essa necessidade de adaptação é um dos maiores legados da pandemia. Visitas pessoais e visitas virtuais não irão se contrapor e, sim, se completar para proporcionar bem-estar emocional tanto para pacientes como para seus entes queridos”.

Nesse período, o trabalho dos psicólogos não se restringe aos pacientes. Regularmente são realizadas dinâmicas entre os profissionais de saúde para orientá-los a lidar com as emoções e desafios impostos na rotina atual.

A busca de apoio psicológico profissional não era hábito comum entre boa parte da população, mas com a pandemia uma herança positiva certamente será a sensibilização das pessoas quanto à importância da saúde mental. Além das avaliações psicológicas no diagnóstico integral de consultas de check up de rotina, também é essencial ficar atento aos sinais de estresse, ansiedade, depressão e outros sintomas de desequilíbrio emocional, fundamentais para as ações de prevenção e melhora da qualidade de vida. 

 

Hospital Marcelino Champagnat

 

Em prol do "Setembro Amarelo", OnDoctor promove live sobre saúde mental e ansiedade

 

Divulgação


Evento online acontece no dia 22/09 e contará com a participação da psicóloga Monise Benin, que atende pelo aplicativo

 

Na terça-feira da próxima semana (22), a partir das 20h, a OnDoctor realizará uma live para abordar o tema "Saúde Mental e Ansiedade" em apoio a campanha nacional do "Setembro Amarelo. O bate-papo virtual será entre o COO da healthtech, Dr. Pedro Pássaro e a psicóloga, Monise Benn, que faz parte do time dos mais de 60 profissionais que atendem pacientes de todas as localidades do país em tempo real pelo aplicativo.

A transmissão será feita pela página oficial da OnDoctor no Instagram (@ondoctorbrasil), e faz parte de uma série de ações promovidas pela empresa no mês de prevenção ao suicídio.

Além da live, a OnDoctor vem compartilhando em suas redes sociais diversos conteúdos para conscientização sobre a manutenção da saúde mental e seus benefícios para uma maior qualidade de vida.

É importante ressaltar que a healthtech trabalha atualmente com oito especialidades, entre elas psicólogos e psiquiatras que realizam consultas por meio da telemedicina com valores a partir de R$ 75,00.

"O objetivo da campanha e da realização da live é conscientizar sobre o suicídio e, principalmente, sobre sua prevenção. Vamos bater um papo com a psicóloga Monise Benin e esclarecer as principais dúvidas sobre esse tema extremamente relevante e cheio de preconceitos", convida Pedro.

 



Serviço

Evento: Live OnDoctor
Tema: "Saúde Mental e Ansiedade"
Quando: 22 de setembro de 2020, terça-feira
Horário: 20h
Evento gratuito

Atenção e prevenção ao suicídio na quarentena

No setembro amarelo, algumas ações de cuidado podem ser reforçadas


Os desafios impostos pela pandemia de Covid-19 e pelo isolamento social contribuem para o aumento das doenças mentais, a exemplo da depressão e transtornos de ansiedade. A necessidade de se adaptar ao home office e rotina intensa de trabalho neste momento, com inúmeros compromissos virtuais e em muitos casos aumento do serviço doméstico, também tem elevado os níveis de estresse e ansiedade.

Embora não haja estudos aprofundados sobre isso, uma pesquisa da Associação Brasileira de Psiquiatria, realizada em maio deste ano, revelou que 89,2% dos especialistas entrevistados destacaram o agravamento de quadros psiquiátricos em seus pacientes, devido aos efeitos do novo Coronavírus na sociedade.

O momento de maior vulnerabilidade demanda atenção redobrada para a campanha Setembro Amarelo, criada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e pelo Centro de Valorização da Vida (CVV). O objetivo é promover a informação sobre saúde mental e a prevenção do suicídio.

Todos os anos, cerca de 11 mil brasileiros tiram a própria vida. No mundo, o número de suicídios, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é de 800 mil por ano. Estima-se que cada morte por suicídio afete intimamente a vida de cerca de 60 pessoas, entre familiares, amigos e colegas.

De acordo com a psicóloga Paula Diniz Vicentini, da clínica Personal da Central Nacional Unimed, "o medo da Covid-19, os conflitos familiares decorrentes do isolamento e até a crise econômica provocada pela pandemia têm aumentado o índice de problemas emocionais e transtornos psiquiátricos". Por isso, cuidar das próprias emoções e oferecer apoio às pessoas mais próximas são medidas que podem ajudar a prevenir as doenças mentais e o suicídio.


Ajuda profissional

"Existem alguns possíveis sinais de comportamento suicida. É preciso prestar atenção, oferecer uma escuta ativa, amparar e indicar acompanhamento profissional", explica Paula. Mesmo no isolamento social é possível escutar e oferecer apoio. A internet e o telefone permitem a escuta ativa, mesmo à distância.

O acompanhamento psiquiátrico e psicológico ajuda a desenvolver habilidade emocional para administrar adversidades da vida. "Se há perigo imediato, a orientação do Ministério da Saúde é não deixar a pessoa que pensa em suicídio sozinha. Você pode procurar ajuda de profissionais de serviços de saúde, de emergência ou entrar em contato com alguém de confiança, indicado pela própria pessoa".

Existem ainda os serviços oferecidos pelo CVV, disponível em www.cvv.org.br, que trabalha para promover o bem-estar das pessoas e prevenir o suicídio, em total sigilo, 24h por dia.


Sinais de alerta

• Falar muito sobre a própria morte e demonstrar desesperança em relação ao futuro.

• Usar expressões que manifestam intenções suicidas: "vou desaparecer", "vou deixar vocês em paz", "eu queria poder dormir e nunca mais acordar", "é inútil tentar fazer algo para mudar, eu só quero me matar", "vocês vão ficar melhor sem mim", não aguento mais".

• Reduzir as interações: não atender a telefonemas, não responder mensagens ou ser evasivo.

• Apresentar grandes mudanças de humor (estar eufórico em um dia e profundamente desencorajado em outro).

• Ter atitudes arriscadas, como dirigir de forma imprudente ou entrar em brigas.

• Começar a se despedir de amigos e familiares como se não fosse vê-los novamente.

 


Central Nacional Unimed

Fonte: Ministério da Saúde


Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência de SP realiza campanha para Semana Nacional de Trânsito

 Websérie, podcast e vídeo depoimento fazem parte da programação especial


A Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência realiza, na Semana Nacional de Trânsito (até 25 de setembro), uma programação especial digital que visa conscientizar a população sobre acidentes de trânsito. A ação faz parte da campanha do programa do Governo do Estado de São Paulo, Respeito à Vida.

O foco de toda a campanha da Secretaria é a prevenção de sequelas ocasionadas por acidentes de trânsito. Também tem o objetivo de mostrar a importância da reabilitação na vida das pessoas que sofrem esse tipo de ocorrência.

Uma das ações de destaque, é um vídeo depoimento da Secretária de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Célia Leão, sobre a importância da prevenção de ocorrências de trânsito. A Secretária se tornou paraplégica por conta de um acidente de automóvel.

A Secretária Célia Leão ressalta a importância de ações efetivas para a conscientização da população, "na Semana Nacional do Trânsito é importante ressaltar as ações que o Governo de São Paulo tem feito para minimizar essa situação e para garantir uma sociedade, que de fato tenha saúde e, sobretudo, vida".

Diariamente, durante toda a semana, será disponibilizada uma websérie nas redes sociais da Secretaria com pacientes reabilitados da Rede de Reabilitação Lucy Montoro, unidade de São José dos Campos. Em cada capítulo, uma história será contada em primeira pessoa, com detalhes sobre o acidente e a vida após ele.

Também como parte integrante das ações, um podcast com a Secretária Célia Leão será divulgado no último dia da campanha, trazendo reflexões acerca do tema e do programa Respeito à Vida.


REDUÇÃO DE ACIDENTES DE TRÂNSITO

O Governo de São Paulo conta com uma ação efetiva na questão da mobilidade urbana, o programa Respeito à Vida. Ele foi criado com a missão de atuar como agente articulador para a promoção de ações com foco na redução de acidentes de trânsito.

O Respeito à Vida também é responsável pelo Infosiga SP, sistema pioneiro no país, que publica mensalmente estatísticas sobre acidentes fatais de trânsito nos municípios do Estado. Visite: http://www.respeitoavida.sp.gov.br/



Serviço:
Semana Nacional de Trânsito
Data:
até 25 de setembro
Publicações:
http://www.facebook.com/InclusaoSP


Conheça quatro regras importantes para a convivência em condomínios

Para você que mora em condomínio, deve entender que é bastante comum haver desavenças entre os moradores, e sem motivo específico, podendo ser por conta do barulho, infiltrações e ou até mesmo a confusão de agendas por outros espaços do ambiente.

Por isso, é sempre importante que as pessoas saibam essas regras mesmo que estas não estejam postas e documentadas, elas são conhecidas por todos que anseiam por um bom convívio.

 

Respeito ao limite do horário de silêncio:


Quantas vezes já existiram discussões em assembleias sobre ocorrência de sons em horários inadequados? Esta é uma regra presente em diversos condomínios. Muitos prédios estipulam o horário das 22h para que seja mantido o devido silêncio do ambiente. Pode não estar no regulamento de condomínio, mas é uma regra bastante presente no senso comum dos moradores.

 

Atenção com o regulamento para reformas:


Fazer ajustes no seu apartamento e deixar ele mais a sua cara é muito importante para se sentir mais confortável com o ambiente que você irá passar boa parte do seu tempo, no entanto, para iniciar este trabalho, é preciso contatar pessoas que administram o prédio e, também, profissionais de engenharia e arquitetura, para que as reformas sejam aprovadas e não danifiquem a estrutura.

Para ter todos os avais, é preciso se informar sobre o tempo de reforma no local, os horários e quais os trabalhadores que estarão presentes para executar. 

 

Cuidado com o elevador:


O uso com cuidados dos elevadores do prédio também costumam causar muitas desavenças. Muitas pessoas ao utilizar o elevador, por vezes, podem acabar segurando-os e atrasando outras pessoas em prol de um benefício próprio. A atenção com os elevadores merece uso com sabedoria.

 

Além disso, é importante que os moradores saibam diferenciar o uso do elevador social para o elevador de serviço, cada um tem a sua função e elas devem ser respeitadas.

 

Atenção com os animais de estimação:


Existem muitas divergências com prédios e condomínios relacionados com a presença de animais de estimação nos apartamentos. Muito por conta do barulho e pela administração das áreas comuns do local. Por isso, é importante que os donos tenham controle e ajude na limpeza dessas áreas caso o animal faça alguma sujeira e, também, com o horário de silêncio para que não incomode outros moradores.

Para Guilherme Barbosa, dono do aplicativo Grupaly, que cuida da administração de condomínios, essas regras mesmo que pequenas são primordiais para a ordem dos condomínios. “Mesmo que não estejam documentadas, as pessoas já tomam essas pequenas regras como base para a convivência dos condomínios. Então mesmo que não tenha sido abordado em nenhuma reunião ou assembleia, isso é uma maneira de facilitar o relacionamento com o próximo e manter a ordem com seus vizinhos”, afirma o desenvolvedor do aplicativo.

 

Família: Sinônimo de amor, mas de conflitos também

É natural que a relação familiar seja uma engrenagem complexa, pois é a união de várias singularidades. Onde há muito amor, várias afinidades, muitas conexões, também há divergências de opiniões. A neuropsicóloga Leninha Wagner explica como estes conflitos fazem parte de nossa vida e são inevitáveis nas relações humanas em razão das diferenças individuais. Mas é fundamental que eles sejam resolvidos antes de se transformarem em mágoas e ressentimentos.

 

Neste período de quarentena, muitas famílias estão confinadas. E conviver demais com uma pessoa, pode virar motivo para alguns desentendimentos. No entanto, antes de mais nada é importante entender que, no domínio das relações familiares, os conflitos acontecem frequentemente.

Portanto, família é sinônimo de conflito. Só que é preciso saber ultrapassar cada situação dessa de modo construtivo em vez de evitá-los ou ignorá-los, reforça a neuropsicóloga Leninha Wagner: “No processo de pandemia, a primeira fase que tivemos que encarar foi o confinamento, a exclusão dos relacionamentos sociais. O homem como espécie é um ser relacional. As relações sociais, nos distraem de nós mesmos, nos sentimos seduzidos, tentados a fazer comentários da vida alheia e acabamos por nos distrair de nossos próprios conflitos”.

Mas, diante do excesso de vida íntima familiar, “nos damos conta de que nossas maiores questões estão dentro de nós e do nosso próprio lar. Uso a metáfora da cebola, para explicar isso de forma leve: Quando descascamos cebolas, as primeiras camadas, são leves, superficiais. Mas conforme vamos entrando na intimidade, cortando a cebola, picando, ela solta um gás que arde os olhos e faz chorar. O amor na intimidade familiar também arde e muitas vezes faz chorar”. Mas, calma, Leninha destaca que “a família ainda é o melhor tempero e sabor para a vida”.

Para evitar que os conflitos tragam consequências piores para a família, Leninha Wagner recomenda que “é fundamental que se mantenha a hierarquia aliada ao respeito às diferenças de cada um”. Além disso, "a hierarquia observada entre os familiares (pais e filhos) evitará grandes desacordos e até mesmo a implantação de restrições severas (punições), já que garantirá a prática dos espaços individuais. A base da boa convivência é a ordem: a manutenção de uma organização segura e flexível”, explica.

Ao mesmo tempo que os conflitos podem surgir dentro de casa, é fundamental compreender a importância da mesma como a melhor forma de solucionar estes problemas: “Quando a vida nos apresenta ameaças, dores, desafios, sofrimentos. A solução, o amparo, a compreensão vêm sempre da família. É claro que existem famílias disfuncionais, que não se encaixam nessa normativa. Mas por via de regra, é sempre nesta aliança, que nos sentimos importantes e pertencendo a um clã, que irá nos proteger, defender, e comprar a nossa briga. Ter amigos é o maior presente que nos damos, escolher irmãos de coração, por pura a finidade é o que de melhor podemos fazer por nós. Mas a família consanguínea tem a priori o compromisso, a obrigação, a responsabilidade de nos amar e nos defender”, reforça a neuropsicóloga.

 

Como saber lidar com conflitos: 

Quando se fala em conflito, é importante entender que esta palavra não é sinônimo de confronto, é sim uma divergência de opiniões. Porém, Lenina Wagner destaca que “quando as relações familiares chegarem a um momento conflituoso em que não mais exista o diálogo como um canal aberto e norteador da relação, ou mesmo diante de qualquer adversidade própria da convivência, é o momento de buscar ajuda profissional, que pode ser um terapeuta de família ou um psicólogo para auxiliar nesses momentos”

Quando existem conflitos não resolvidos, “é muito provável que haja um maior distanciamento emocional da família, acarretando numa disfunção psicológica tanto dos pais, quanto dos filhos” ressalta.  A falta de comunicação, que comumente é o fato gerador desses conflitos, somado à dificuldade de solucionar os problemas familiares, “pode desenvolver diversos fatores negativos tanto para o relacionamento amoroso dos pais como na criação dos filhos”.

De toda forma, Lenina reforça para a reaproximação da família cada um dos membros deve mudar de atitude: “É comum o orgulho ser o responsável pela maior quantidade de brigas em família. Cada um está preso numa imagem ideal de si mesmo. Um acha que é o mais correto, o outro o mais amoroso, outro diz que dá de si mais do que todos, outro que é o mais esperto. Assim giram as identidades falsas de si mesmos causando conflitos de poder, bloqueando a generosidade e impedindo que os outros se relacionem para além das próprias identidades orgulhosas”.

Além disso, a empatia também é um fator a ser colocado em pauta: “É a capacidade de se colocar no lugar do outro, de entender que o outro tem sentimentos e passa por momentos difíceis – assim como você. Isso é especialmente importante para reconciliar uma briga entre pessoas próximas”.

E o mais importante de tudo, reforça a neuropsicóloga: “Entender que os dois lados têm seus motivos que precisam ser levados em conta, é essencial para resolver conflitos. Isso também é importante para compreender quando os outros estão de mau humor, não querem conversar, não querem participar de atividades. Todo mundo tem direito a estar cansado, irritado ou apenas quieto às vezes. Compreender essa dinâmica, respeitar o seu limite e o dos outros, é parte integrante do bom convívio”, finaliza.

 

Mais diversidade, por favor

 No mês da campanha de prevenção ao atentado contra a própria vida, devemos pensar em empatia, acolhimento e aceitação


 “Diversidade.” Uma palavra pequena que significa tanta coisa. Substantivo feminino, que na vida como ela é não tem gênero, nem cor, nem ideologia, nem religião. Diversidade diz respeito à qualidade daquilo que é diverso, diferente, variado. É multiplicidade.

No Setembro Amarelo, mês em que é realizada a campanha brasileira de prevenção ao atentado à própria vida, falar de diversidade, acolhimento e aceitação é algo essencial.

Desde criança me sentia diversa. Não me encaixava nos padrões em nada. Fui criada por duas mulheres e descobri desde cedo que amor não tem formato e nem sexo. Fui tia aos 6 anos, trabalhar e morar sozinha aos 17, fui mãe solo aos 26, enfim, estava sempre fora do tempo e meio que pessoas viviam ou consideravam “normal”.

Em diversos momentos da minha vida, não entendia que é na diversidade que nascem milhares de sentimentos e movimentos positivos como criatividade, solidariedade, sororidade, empatia… E sofri com isso. Todas essas percepções positivas vieram com o tempo, a maturidade, e estão sempre sendo trabalhadas por mim.

O problema é que a vida real não é ainda o mundo ideal. Vivemos hoje mais trabalhando do que qualquer outra coisa e é justamente no trabalho que não encontramos o que mais precisamos para nos mantermos otimistas, felizes, motivados: a empatia, o acolhimento e a aceitação. Por muitas vezes suportei o peso de um ambiente tóxico e hostil, acabei sucumbindo no início deste ano de 2020, quando fiquei internada por quatro dias num hospital, diagnosticada com burnout. Mesmo assim, não parei e olhei para mim.

No meio desse caminho, resolvi mudar a minha forma de enxergar meu próprio trabalho. Em vez de desanimar, me fortaleci e resolvi empreender, freelando como profissional especialista em comunicação. Ou seja: o copo “meio cheio” ou “meio vazio” foi só uma questão de perspectiva.

Aprendi na marra, só depois que começou esta pandemia, que na vida nossa paz, nosso respeito, nossa autoestima não tem preço. Isso significa que devemos sempre nos priorizar e, com isso, escolher empresas que tenham os mesmos valores que nós temos; que invistam na diversidade de verdade, que deem voz, que abracem, que apoiem.

Além disso, em setembro, conquistei a posição de redatora em uma agência consolidada. Com novas portas se abrindo e a receptividade de quem me acolheu neste momento, me sinto respeitada e valorizada pelo meu trabalho, minha experiência faz toda a diferença e minha trajetória também.

Recomendo que as empresas e os empresários façam o mesmo que eu e estejam de coração aberto para receber, aceitar e sobretudo respeitar o novo e o diferente. Afinal, se tem uma frase que adoro citar, esta é: “O mundo seria um lugar melhor se todos seguissem a mesma premissa: trate os outros como gostaria de ser tratado”. Acolha. Escute. Respeite. Aposte no que é diferente para você. Aprenda. E você: o que tem feito para seguir otimista e conquistar o mundo em tempos tão incertos quanto estes?

 



Mirella Rossini - redatora na um.a #divesidadecriativa (mirella@uma.ag).

 

Cuidados e observação às carências da pessoa idosa salva vidas

Tema foi apresentado durante Ciclo de Palestras AMRIGS


O Ciclo de Palestras AMRIGS realizou sua quarta edição focando no mês da pessoa idosa e abordando a qualidade de vida durante o envelhecimento e os cuidados para prevenir a depressão, suicídio e Alzheimer. O evento ocorreu de forma online na terça-feira (15/09).

O psiquiatra Eduardo Hostyn Sabbi, Presidente da ABRAz Regional RS e diretor-proprietário da Vitalis Morada Sênior, interligou questões sobre a importância do bem-estar durante o envelhecimento, Setembro Amarelo e a atenção especial aos detalhes que a pessoa idosa necessita. Segundo o médico, é fundamental o cuidado na identificação da depressão nessa faixa etária, sendo uma condição que afeta cerca de 15% dos idosos, porém, com apenas um quarto recebendo o tratamento adequado.

“Um dos fatores comuns na quantidade de pessoas sem um acompanhamento é a ausência de diagnóstico, até por conta de alguns preconceitos de achar comum o idoso ter mais tristeza, irritabilidade e ter mais dores. Outro aspecto é o desconhecimento sobre a depressão, muitas vezes interpretada apenas como extrema tristeza, ao invés de atentar para aspectos como desmotivação, desinteresse, recorrência de ideias negativas e distúrbios de sono”, explica.

Além da importância de promover qualidade de vida e conforto durante o envelhecimento, deve-se observar que a depressão é o transtorno mental potencialmente tratável mais comum na idade avançada e precisa ser observada com suas particularidades para não progredir a quadros mais trágicos.

“É preciso entender o idoso em toda sua complexidade, desde o passado e as coisas que aconteceram com ele, passando pelas vivências e situações que enfrenta no seu cotidiano e, também, o que acontecerá com ele, suas expectativas e preocupações referentes ao futuro. Cerca de 70% dos idosos que cometem suicídio partilham suas intenções com um membro da família ou outros indivíduos antes de fazer, por isso devemos ter cuidados com mitos de quem fala, não faz, pois muitas vezes é um sinal de alerta do que pode vir”, sublinha.

A depressão é identificada como uma doença com recorrência durante o pré-diagnóstico de casos de Alzheimer e também como um fator de risco. O geriatra João Senger, especialista em Geriatria e Nutrologia pela AMB, com Pós Graduação em Geriatria, Mestre em Saúde Coletiva e presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia/Secção RS, ratifica essa ideia e aponta que se trata de uma enfermidade que tem seu princípio com 15 a 20 anos antes de seu reconhecimento.

“Quando nós atingimos o diagnóstico, já houve uma queda da função neuronal. Temos a dificuldade de tentar antecipar essa condição e entender o quanto antes tais problemas, pois ao saber, o declínio de capacidade mental é considerável. Nosso grande desafio é descobrir quais pacientes podem desenvolver essas características no intuito de evitar essa perda progressiva”, aponta.

Para identificação e cuidados da pessoa idosa com essa condição, é preponderante ter atenção aos detalhes particulares de cada indivíduo. Estima-se que 70% dos idosos se queixam em relação a memória e, por mais que seja uma situação frequente, é necessário distinguir o que é comum do que é um sintoma de Alzheimer.

“Um fator importante é observar se as coisas são normais do paciente. Se ele sempre teve aquilo e se é uma característica dele. Outro detalhe é não confundir a demência com a desatenção. Existem pontos chaves como: a natureza do esquecimento tal qual esquecer de uma parte de um evento e não da existência dele; dinâmica evolutiva identificando se sempre foi assim ou não; outras alterações cognitivas como a execução de atividades recorrentes do seu cotidiano e o grau de dependência do paciente”, define.

A atividade teve mediação do psiquiatra, Mestre e Doutor pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Eduardo Daura. O evento ocorreu de forma gratuita e transmitida online com audiência de mais de cem pessoas.

 


Giovanni Andrade

 

Crescimento das crianças: quando se preocupar?

Acompanhamento regular com pediatra é fundamental   para detectar se criança possui um bom crescimento

Divulgação


Endocrinologista pediátrica de Goiânia explica tratamento que auxilia no desenvolvimento da altura


O homem brasileiro tem, em média, 1,73m, e a mulher, 1,60m. Ambos registraram o mesmo crescimento desde 1914: 8,6cm de acordo com pesquisa publicada na revista científica eLife em 2016, que mapeou tendências de crescimento em 187 países entre 1914 e 2014. Para homens, o Brasil é o 68º colocado em altura entre os países analisados, a mulher brasileira alcançou a 71ª posição. Sabendo ou não dessa estatística, muitos pais se preocupam com o crescimento dos filhos e ficam atentos quando o desenvolvimento parece não estar indo bem.

A endocrinologista infantil Lara Barros, da Bela Infância Clínica Pediatra, situada no Órion Complex, em Goiânia, afirma que nem sempre a criança atingirá a estatura média da população e, mesmo assim, poderá estar dentro da normalidade. Mais importante do que observar a altura dela é determinar se o ritmo de crescimento está normal e se não existem doenças associadas. Ela explica que até os dois anos de idade os principais fatores que determinam o crescimento são nutricionais e o estado geral de saúde. 

A partir dos dois anos, a estatura dos pais, ou seja, a herança genética, começa a ter papel fundamental no crescimento, sendo responsável por até 80% da estatura final do indivíduo. Outros fatores podem prejudicar o crescimento da criança, como a puberdade precoce e deficiências hormonais, como do hormônio da tireoide ou do hormônio de crescimento, conhecido como GH (Growth Hormone).

 

Quando suspeitar que a criança não está crescendo bem?


De acordo com Lara Barros, o acompanhamento com o pediatra é a melhor forma de detectar precocemente problemas de crescimento. O pediatra utiliza curvas padronizadas de crescimento para saber se o ritmo da criança está normal. “Caso o pediatra observe uma baixa velocidade de crescimento uma investigação detalhada deve ser realizada”, diz.

A especialista alerta que a comparação feita pelos pais, entre crianças da mesma idade não é um bom parâmetro: “Crianças da mesma idade cronológica podem estar em fases diferentes da puberdade, terem idades ósseas diferentes, além de estatura alvo familiar diferentes, por isso, terão estaturas diferentes sem, necessariamente, ser um problema de saúde”.

 

Quando o tratamento é imprescindível?


Após detectar a baixa estatura, o médico deve estabelecer qual foi a causa para iniciar o tratamento específico. Em algumas situações, o uso do hormônio de crescimento pode ser necessário. “A deficiência do hormônio de crescimento é a indicação clássica para a reposição medicamentosa. Porém, existem outras indicações como algumas síndromes, Síndrome de Turner e de Prader Willi, doença crônica (principalmente a doença renal crônica) e a baixa estatura idiopática (sem causa definida)”, explica a endocrinologista.

Em relação a idade, a médica afirma que não existe uma idade mínima para o início do tratamento com o GH, este dependerá do grau da baixa estatura e do diagnóstico. “Casos de baixa estatura grave ou de deficiência do hormônio de crescimento devem iniciar o tratamento o mais precoce possível, pois assim a resposta será melhor”. O tratamento deve ser interrompido quando a idade óssea atingir 14 anos nas meninas e 16 anos nos meninos, pois a partir daí o crescimento longitudinal já não é mais satisfatório, ressalta a médica.


COVID-19 pode causar tontura / labirintite?

Existem indícios científicos que o COVID-19 atua no cérebro, provocando diversos sintomas, sendo o principal, TONTURA.

 
Como o  vírus chega ao nosso sistema nervoso central? Existem duas principais hipóteses:
 
1- Pelo sangue ou 2 - diretamente pelo nariz, pegando carona com o nervo olfativo (o nervo que liga nosso nariz ao cérebro, assim como faz o vírus da herpes, por exemplo).
 
Fato que existe nas células do cérebro receptores (poucos mas existem) para o COVID-19 (receptores ACE2, que é quem carrega o vírus para dentro das células, iniciando seu processo de replicação). Já em estudo de 11 de fevereiro, surgiram hipóteses que o COVID-19 poderia até mesmo provocar (ou piorar) a falta de ar nas pessoas infectadas, agindo nos centros respiratórios do cérebro (ou seja, a falta de ar não seria exclusivamente pela pneumonia e o estrago que o vírus provoca nos pulmões). Relatos de pessoas conscientes que perdiam o controle de movimentar o diafragma e respirar, reforçam ainda mais essa idéia.

Em 11 de março, saiu publicação científica séria, relatando sintomas neurológicos em pacientes internados com COVID-19 em Wuhan, na China. Foram avaliados pacientes mais graves e menos graves internados e descoberto que 16% dos infectados sentiam TONTURA (independentemente de serem muito graves ou pouco graves). Ou seja, aprox., ¼ das pessoas infectadas podem vivenciar a sensação de tontura e vertigem pela atuação do vírus no cérebro.
 
Também foi mostrado que pode ocorrer dor de cabeça, alteração da consciência e até mesmo AVC em pessoas infectadas. Outrossim, também existem manifestações em nervos do corpos, sendo a perda de olfato e perda de paladar o principal exemplo (5% das pessoas infectadas).
 
Embora sejam indícios científicos (como sempre digo, estamos aprendendo sobre o COVID-19, junto com sua progressão pelo mundo, muito pouco se sabe e muito se tem a aprender sobre esse temido vírus), esse estudo chama a atenção para que sinais de tontura sem motivo aparente, possa ser um sinal de infecção por COVID-19 em aproximadamente ¼ das pessoas (25%). Em especial, se a tontura vier associado com sintomas gripais, este pode ser um sinal de alerta importante, tendo em vista que tontura não é lá um sintoma tão comum na gripe típica pela influenza.

 

 

Dr. Saulo Nader - neurologista da USP e do Albert Einstein


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