No mês da campanha de prevenção ao atentado contra a própria vida, devemos pensar em empatia, acolhimento e aceitação
“Diversidade.” Uma palavra pequena que
significa tanta coisa. Substantivo feminino, que na vida como ela é não tem
gênero, nem cor, nem ideologia, nem religião. Diversidade diz respeito à
qualidade daquilo que é diverso, diferente, variado. É multiplicidade.
No
Setembro Amarelo, mês em que é realizada a campanha brasileira de prevenção ao
atentado à própria vida, falar de diversidade, acolhimento e aceitação é algo
essencial.
Desde
criança me sentia diversa. Não me encaixava nos padrões em nada. Fui criada por
duas mulheres e descobri desde cedo que amor não tem formato e nem sexo. Fui
tia aos 6 anos, trabalhar e morar sozinha aos 17, fui mãe solo aos 26, enfim,
estava sempre fora do tempo e meio que pessoas viviam ou consideravam “normal”.
Em
diversos momentos da minha vida, não entendia que é na diversidade que nascem
milhares de sentimentos e movimentos positivos como criatividade,
solidariedade, sororidade, empatia… E sofri com isso. Todas essas percepções
positivas vieram com o tempo, a maturidade, e estão sempre sendo trabalhadas
por mim.
O
problema é que a vida real não é ainda o mundo ideal. Vivemos hoje mais
trabalhando do que qualquer outra coisa e é justamente no trabalho que não
encontramos o que mais precisamos para nos mantermos otimistas, felizes,
motivados: a empatia, o acolhimento e a aceitação. Por muitas vezes suportei o
peso de um ambiente tóxico e hostil, acabei sucumbindo no início deste ano de
2020, quando fiquei internada por quatro dias num hospital, diagnosticada com burnout. Mesmo assim, não
parei e olhei para mim.
No
meio desse caminho, resolvi mudar a minha forma de enxergar meu próprio
trabalho. Em vez de desanimar, me fortaleci e resolvi empreender, freelando como profissional
especialista em comunicação. Ou seja: o copo “meio cheio” ou “meio vazio” foi
só uma questão de perspectiva.
Aprendi
na marra, só depois que começou esta pandemia, que na vida nossa paz, nosso
respeito, nossa autoestima não tem preço. Isso significa que devemos sempre nos
priorizar e, com isso, escolher empresas que tenham os mesmos valores que nós
temos; que invistam na diversidade de verdade, que deem voz, que abracem, que
apoiem.
Além
disso, em setembro, conquistei a posição de redatora em uma agência
consolidada. Com novas portas se abrindo e a receptividade de quem me acolheu
neste momento, me sinto respeitada e valorizada pelo meu trabalho, minha
experiência faz toda a diferença e minha trajetória também.
Recomendo
que as empresas e os empresários façam o mesmo que eu e estejam de coração
aberto para receber, aceitar e sobretudo respeitar o novo e o diferente.
Afinal, se tem uma frase que adoro citar, esta é: “O mundo seria um lugar
melhor se todos seguissem a mesma premissa: trate os outros como gostaria de
ser tratado”. Acolha. Escute. Respeite. Aposte no que é diferente para você.
Aprenda. E você: o que tem feito para seguir otimista e conquistar o mundo em
tempos tão incertos quanto estes?
Mirella
Rossini - redatora na um.a #divesidadecriativa (mirella@uma.ag).
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