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sábado, 19 de setembro de 2020

Retomada de atividade física requer cuidados

No caso das corridas, por exemplo, o aquecimento e alongamento são essenciais para evitar lesões, ressalta especialista da ABTPé

Aos poucos, algumas atividades vão retomando após serem totalmente interrompidas por conta da pandemia. Com a reabertura de academias e espaços para práticas de modalidades esportivas alguns cuidados precisam ser observados para evitar nova parada. Para quem pensa em retomar os exercícios físicos após seis meses sem se exercitar, o desafio é voltar ao ritmo com o menor risco possível de lesões e, por isso, a retomada requer cuidados, salienta o presidente da ABTPé (Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé), José Antônio Veiga Sanhudo.

Nos consultórios, os especialistas observam que as rupturas do tendão de Aquiles, por exemplo, são habitualmente muito mais frequentes nos meses de outubro, novembro e dezembro de cada ano, quando os indivíduos que estavam sedentários durante o inverno retomam as atividades esportivas sem os devidos cuidados.

“É importante retomar os treinos sob orientação de um profissional e de forma gradual, fazendo os exercícios com uma intensidade ou carga menor do que estava acostumado, para que o corpo possa se readaptar. A retomada das atividades na intensidade prévia à parada pode causar fortes dores musculares e lesões sérias, com comprometimento desta retomada”, ressalta Sanhudo.

O alongamento antes do treino, embora dispensado por alguns educadores físicos, é importante na visão do especialista, pois prepara o corpo para o esforço, diminui a tensão das estruturas musculotendíneas e tem por objetivo minimizar lesões, como o estiramento ou mesmo a ruptura destas estruturas.

O presidente da ABTPé recomenda que a retomada seja gradual, respeitando a regra de reiniciar os exercícios físicos com 50% da intensidade e 50% da carga que vinha realizando antes da parada, e aumentar não mais do que 10% por semana. “Com este cuidado, as chances de lesão são muito menores”, pontua.

Para quem deseja retornar às corridas, fazer exercícios para os músculos dos pés é essencial, ressalta o especialista.  “O pé é o primeiro amortecedor na corrida, mas ele precisa estar com a musculatura bem condicionada para exercer essa função, do contrário, o corpo tende a sofrer mais com o impacto de cada passada”, fala.

Treinos de propriocepção (equilíbrio) são extremamente úteis antes da retomada, para minimizar lesões, especialmente as entorses. “Andar mais descalço também é uma opção para fortalecer os pés, pois a sola é repleta de sensores que ajudam o cérebro a controlar melhor o movimento e o equilíbrio”, explica Sanhudo.


Covid-19: o protagonismo da Proteína Spike

Especialista explica importância dos testes que analisam anticorpos contra a proteína Spike e relação disso com a vacina

 

Enquanto a Organização Mundial da Saúde vê um aumento gradual no número de mortos por coronavírus no mundo, as pessoas de todas as regiões aguardam uma redução no tempo de espera pela chegada da vacina. Ela se tornou objeto de desejo em todos os países. É a saída para a volta à normalidade, para a retomada da vida pré-pandemia. É por isso que os olhos de todos estão voltados não apenas para o coronavírus em si, mas para sua estrutura viral e, mais especificamente, para a proteína Spike, uma das que compõem o vírus. 

De acordo com a infectologista Nancy Bellei, mestre e doutora em Doenças Infecciosas e Parasitárias pela Unifesp, o coronavírus é composto pelas proteínas Envelope, Membrana, Nucleocapsídeo (que envolve o RNA viral) e Spike. Essa última é a responsável pela entrada do vírus na nossa célula, é a que se acopla ao nosso receptor ACE2. Isso significa que os anticorpos produzidos contra ela são capazes de impedir a entrada do coronavírus, neutralizando-o. Por isso, o seu protagonismo neste momento. 

“A proteína S se acopla ao ACE2 e sofre uma divisão para que haja a fusão da membrana viral com a célula ou a endocitose. A partir disso, é liberado o RNA que está no interior do vírus”, explica a médica. Ela acrescenta que a proteína S tem um formato de cabeça de prego, com uma porção mais larga e outra mais estreita. A mais larga é chamada de porção S1 e é nela que está a parte que se liga ao receptor ACE2. 

“O domínio de ligação ao receptor (RBD) da proteína Spike foi identificado como alvo mais promissor para a eficácia da produção de vacinas, diferentemente dos anticorpos contra a proteína nucleocapsídeo, por exemplo, que não se mostraram neutralizantes”, diz a Dra. Nancy. A grande expectativa é, então, que os estudiosos e fabricantes de vacinas foquem na proteína S para desenvolver o produto tão aguardado em todo o planeta. 

Foi com base nesses dados que a Beckman Coulter, multinacional que oferece soluções científicas e laboratoriais inovadoras, trouxe ao Brasil o Access SARS-CoV-2 IgG. Diferentemente da maioria dos exames disponíveis no país, o ensaio da empresa que processa apenas a imunoglobulina G detecta anticorpos exatamente contra a proteína Spike e justamente contra a porção S1. 

"É provável que os candidatos à vacinação, no futuro, precisem fazer o teste em algum momento para checar se desenvolveram esses anticorpos que chamamos de neutralizantes, e não os convencionais. O nosso teste identifica os anticorpos produzidos contra a estrutura S1 da proteína Spike, que têm mostrado em diversos estudos clínicos serem os com maior potencial de serem neutralizantes. Portanto, o Access SARS-CoV-2 IgG pode ajudar não somente a mapear indivíduos que de fato já possuem anticorpos neutralizantes neste momento, mas também neste passo seguinte, na esperada vacinação”, explica Daniela Putti, Head de Marketing da Beckman Coulter na América Latina.

Além disso, o teste da multinacional tem especificidade maior, o que aumenta a chance de detectar resultados verdadeiramente negativos. Ele também não demonstrou risco de reação cruzada e ainda apareceu com a melhor sensibilidade do mercado quando feito de 0 a 6 dias do início dos sintomas: 70,2%. 


Sepse e Segurança do Paciente: qual a relação entre esses dois fatores?

Ações de prevenção e tratamento precoce das infecções são essenciais para reforçar a qualidade do tratamento, seja em casa ou no ambiente hospitalar


Quando um paciente precisa ser hospitalizado, as primeiras preocupações da equipe médica e assistencial giram em torno do diagnóstico correto e da terapia adequada para cada caso. Mas durante todo o período de permanência dentro do hospital, existem outras metas a serem batidas, como as relacionadas à segurança do paciente. Isso não significa que toda pessoa que ficar internada terá um vigia ao lado de sua cama fiscalizando todas as suas ações, por exemplo. O objetivo é reforçar a qualidade do atendimento, evitando intercorrências que possam levar a complicações ou a extensão do tempo de cuidado.

São seis pontos de atenção constante: 1. a identificação correta do paciente; 2. comunicação efetiva; 3. uso seguro dos medicamentos e hemocomponentes; 4. cirurgia segura; 5. prevenção de quedas e lesões de pele; e, talvez a mais importante de todas, 6. a prevenção de infecções. Mas por que os quadros infecciosos preocupam tanto a equipe médica de um hospital? Segundo a gerente de Qualidade do Hospital Santa Cruz, a infectologista Dra. Adriana Blanco (CRM-PR 19.294, RQE 325), isso acontece devido à rapidez com que esses quadros evoluem, podendo levar o paciente à óbito.

“Por isso, aplicamos o protocolo de prevenção de sepse, que antes era chamada de infecção generalizada. Com essas diretrizes, conseguimos avaliar precocemente os sinais de deterioração clínica e iniciar o tratamento precoce com antibióticos para os casos suspeitos”, detalha a médica. A equipe está sempre alerta e acompanha de perto todos os pacientes, mas existem alguns perfis que demandam mais atenção. Entre eles, estão as crianças, os idosos, os portadores de doenças crônicas e os imunossuprimidos. “Nesses pacientes, os casos de infecção tendem a evoluir com ainda mais rapidez”, completa.

 

Você sabia que a sepse não ocorre apenas no hospital?

Exatamente. Por ser um conjunto de manifestações graves e atingir todo o organismo, a infecção pode acontecer em qualquer momento e não apenas em pacientes internados. “É preciso ter em mente que qualquer tipo de infecção é preocupante, mas o mais importante é estar atento aos sintomas clínicos que indicam um agravamento do quadro, como falta de ar, redução da produção de urina, tontura ou alteração do estado mental com confusão, agitação ou sonolência. Esses podem ser encarados como os principais marcadores de disfunções orgânicas”, explica Dra. Adriana.

 

E como saber qual a hora de procurar um médico?

De acordo com a infectologista do Hospital Santa Cruz, os primeiros sintomas são aqueles associados à fonte de infecção normalmente: tosse devido à pneumonia, dor abdominal se o foco for uma apendicite, por exemplo. Em paralelo, pode ocorrer febre e aumento das frequências cardíaca e respiratória. Mas o mais importante é: “toda suspeita de sepse deve ser encaminha ao hospital para investigação”, enfatiza a médica. Ou seja, com esse cenário, é hora de procurar o pronto-socorro.

 

 


Hospital Santa Cruz

www.hospitalsantacruz.com


Setembro roxo chama atenção para a prevenção do Alzheimer

 Quadro foto criado por freepik
Doença que atinge memória e leva a perda cognitiva muda a vida de paciente e familiares

 

Setembro é o Mês Mundial da Doença de Alzheimer, que incentiva a conscientização e move campanhas no mundo todo, coordenado pela Alzheimer’s Disease International (ADI), associação que congrega todas as instituições mundialmente. Este ano o tema é ‘Vamos conversar sobre demência’ e a ABRAz (Associação Brasileira de Alzheimer) chama a atenção para os números da doença.

A cada 3 segundos alguém é diagnosticado com esse tipo de demência no mundo e até 2050 serão 152 milhões de pessoas com Alzheimer, de acordo com a estimativa da ABRAz. “É preciso falar sobre o assunto, trabalhar para prevenção e diagnóstico precoce, já que não há cura, mas há possibilidades de tratamentos avançados capazes de retardar o avanço. Por isso é tão importante o conhecimento e acompanhamento com profissionais especializados”, explica Marcella dos Santos, enfermeira chefe do Grupo DG Sênior e responsável por três casas de residenciais para idosos, em Santo Andre - SP.

Quem tem um familiar com Alzheimer ou conhece alguém que já cuidou de um parente com a doença sabe que a experiência não é nada fácil. Doença neurodegenerativa mais frequente na espécie humana, o problema afeta a memória, o comportamento e outras funções mentais de forma progressiva. Nos estágios mais avançados, impede a pessoa de exercer suas atividades diárias, reconhecer os familiares e se comunicar adequadamente. Na maioria dos casos, a doença é detectada após um longo período, trazendo cada vez mais dificuldades para os familiares em lidar com o paciente.

Hoje já é possível contar com diversos tratamentos e tecnologias para diagnosticar, tratar e facilitar o dia a dia do portador e dos familiares. A última novidade veio de neurocientistas suecos que desenvolveram o aplicativo Altoida, recém-chegado no Brasil. A ferramenta reconhece alterações cognitivas, o que pode ajudar a identificar a doença de Alzheimer 10 anos antes da manifestação dos primeiros sintomas, e de acordo com o desenvolvedor, o app tem até 94% de precisão, e através de um teste rápido ele trabalha com inteligência artificial identificando o CCL (comprometimento cognitivo leve), que é a fase inicial do Alzheimer.

Marcella explica que é preciso ter cautela com a realização dos testes, para que os pacientes não fiquem ansiosos ou até mesmo deprimidos com resultados que apontem para o diagnóstico positivo. “Sempre conversamos muito com a família. A confirmação do Alzheimer pode mudar a forma de lidar com o familiar, mas é importante entender o que realmente é possível fazer por aquela pessoa querida.”

Há muitos fatores que levam ao aparecimento da doença e o papel dos profissionais da saúde é ajudar paciente e familiares a entender melhor a questão para tomar as providências com o máximo de antecedência possível. “É preciso deixar de lado o estigma da doença e trabalhar o psicológico de todos. Acompanhamos de perto tanto pacientes com perda cognitiva e de memória quanto a família que passa por fases bastante delicadas de aceitação”, conta a profissional.


Demência x Alzheimer - Uma dúvida muito frequente é sobre a diferença da demência e do Alzheimer. De acordo com doutor Dráuzio Varella, é necessário entender que a doença de Alzheimer é um dos tipos de doença do quadro demencial. “Para a medicina, a demência não tem ligação com o conceito popular, conhecido como loucura”, explica.

De acordo com o médico, a demência se refere a alterações da cognição. Ele explica que toda análise que fazemos sobre o mundo, como visão, audição, reflexos, percepções de vida, acontecem por meio de processos cognitivos. Nas demências, esses processos vão se embaralhando e a visão da realidade começa a ser deturpada.

“Há vários processos que provocam demência, por exemplo, um derrame cerebral que atinge uma área responsável pelo entendimento de mundo que nos cerca, ocasionando uma confusão”, diz Varella. O doutor reforça que existem vários tipos de demência, como falta de vitamina B12 ou até mesmo casos de hipotireoidismo que levam a quadros confusionais.

“A demência mais comum de todas é a doença de Alzheimer. Ela se deve à deficiência da cognição que vai se instalando gradativamente, começando com pequenos lapsos de memórias, esquece acontecimentos recentes, mas tem memória para fatos tardios. Começa confundir pessoas, contar a mesma história dezenas de vezes, o quadro vai progredindo gradativamente até atingir a parte motora, e acabam sendo dependentes totalmente”, conclui.  


Estudo associa low carb com prevenção de doenças neurodegenerativas

De acordo com o médico e diretor-presidente da ABLC, José Carlos Souto, estudo se junta a vários outros menores indicando os benefícios deste tipo de alimentação para demência e Alzheimer


A relação entre uma dieta com excesso de carboidratos (açúcar) e o surgimento de doenças degenerativas no cérebro, como o Alzheimer, já vem sendo aventada há tempos pela comunidade científica. Recentemente, um novo estudo, realizado pela universidade nova-iorquina Stone Brook veio jogar mais luz nesta questão. Concluiu-se que mudanças neurobiológicas associadas à idade - ou melhor, o envelhecimento do cérebro que pode levar a falhas cognitivas - podem ser evitadas ou revertidas com base em mudanças na dieta, que envolvem minimizar o consumo de carboidratos simples ou por meio da ingestão de cetonas (ou corpos cetônicos).

Antes de mais informações a respeito do novo estudo, vale abrir um parêntese para explicar o que são corpos cetônicos. Conforme o médico, diretor-presidente da Associação Brasileira Low Carb (ABLC), José Carlos Souto, corpos cetônicos são moléculas produzidas no fígado através da metabolização da gordura, capazes de gerar energia alternativa ao corpo. Numa dieta low carb, a gordura natural dos alimentos não é demonizada, e agrega sabor, além de aumentar a saciedade que é própria às proteínas. Souto explica que por serem moléculas grandes as gorduras não podem chegar diretamente ao cérebro, mas os corpos cetônicos, quebrados no fígado, conseguem.

O problema é que para conseguir utilizar adequadamente as cetonas como fonte de energia as pessoas precisam estar adaptadas a um dieta cetogênica, com baixíssima quantidade de carboidratos. “No mundo atual, uma pessoa que passou a vida inteira comendo carboidratos de três em três horas atrofiou sua capacidade de usar gordura como combustível. Assim, se ficar sem açúcar ou em jejum pode passar mal”, diz Souto, destacando que, porém, há estudos in vitro que mostram que o combustível preferido dos neurônios são os corpos cetônicos e não a glicose.

Constatação corroborada pelo novo estudo norte-americano, que consistiu na análise de neuroimagens do cérebro de mais de 1 mil pessoas, entre 18 anos e 88 anos. Os participantes foram submetidos por uma semana a uma dieta padrão (irrestrita) versus uma dieta low carb. Além disso, beberam uma pequena dose de glicose e corpos cetônicos. Constatou-se que em uma dieta padrão, o principal combustível metabolizado foi a glicose, enquanto em uma dieta com baixo teor de carboidratos, o principal combustível metabolizado foram as cetonas De acordo com a análise dos exames, a glicose diminuiu e os corpos cetônicos aumentaram a estabilidade das redes cerebrais. Os pesquisadores reputam esse efeito ao fato de que as cetonas fornecem mais energia às células do que a glicose.

Os cientistas sublinham a relevância do resultado para o futuro do tratamento de doenças degenerativas cerebrais, haja visto que o envelhecimento do cérebro, especialmente a demência, está associado ao hipometabolismo, no qual os neurônios perdem gradualmente a capacidade de usar a glicose como combustível de modo eficaz. Sem a glicose, os neurônios acabam morrendo de fome e as redes cerebrais se desestabilizam. Portanto, de acordo com os pesquisadores, ao dar indícios de que a quantidade de energia disponível no cérebro é aumentada através de um combustível diferente (cetona), abre-se a possibilidade de restaurar o cérebro e retardar o envelhecimento de seu funcionamento.

Sobre a pesquisa, o diretor-presidente da ABLC destaca o fato de ela ter sido realizada em humanos, diferentemente de outros estudos que estabeleceram a relação entre carboidratos e mau funcionamento do cérebro por meio de testes in vitro.

Vale ressaltar, contudo, conforme Souto, que os resultados foram vistos em exames e trata-se de um estudo de mecanismos, em que não se consegue estabelecer um relação de causa e efeito. “Assim, não é possível afirmar, por meio dele, que uma estratégia alimentar low carb ou cetogênica irá reduzir o risco de desenvolver alterações degenerativa cerebrais”, diz.  Mesmo assim, segundo o médico, é de grande importância, pois se junta a vários outros estudos menores como indício dos benefícios deste tipo de alimentação para doenças neurodegenerativas.

Por enquanto, o que já foi comprovado cientificamente, através de estudos clínicos randomizados – que conseguem estabelecer causa e efeito – é que uma alimentação pobre em carboidratos e rica em proteínas e gorduras é capaz de melhorar e às vezes reverter o diabetes, a obesidade,  a síndrome metabólica e a resistência à insulina. “Ora, sabemos que tais condições são todas fatores de risco estabelecidos para demência e Alzheimer, logo uma alimentação low carb, em teoria ao menos, pode ser útil na prevenção destes quadros”, afirma.


Pecuária: produção do Brasil deve crescer 10% em 2020

Para comissões do CRMV-SP, resultado histórico deve-se a competitividade brasileira, aliada a preços e vendas externas


Não faltarão motivos para celebrar em 14 de outubro, o Dia da Pecuária. De acordo com dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o setor em 2020 deve ter um Valor Bruto de Produção (VBP) de R$ 771,4 bilhões, 10,1% superior em relação a 2019 e o maior já obtido na série histórica, iniciada em 1989. Destes números, R$ 252,3 bilhões são oriundos da pecuária.

Ainda segundo o Mapa, alguns produtos estão obtendo resultados nunca vistos antes, como a soja, milho, carne bovina, carne suína e ovos. Preços internos, superiores aos de 2019, e as exportações de carnes e grãos, principalmente para a China, impulsionaram esse desempenho favorável.

Para o zootecnista Celso da Costa Carrer, presidente da Comissão de Zootecnia e Ensino do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), há uma série de fatores que influenciam os bons resultados esperados para 2020.

Segundo ele, a competividade brasileira é uma delas, pois o tamanho do rebanho permite escalar grandes volumes de produção. Além disso, o uso de tecnologia própria e internalizada por nosso ecossistema de pesquisa e extensão há mais de 40 anos contribuem diretamente para melhoria e desenvolvimento contínuos do setor.

Carrer ainda destaca vantagens comparativas em relação ao clima, extensão de terras e custos de insumos utilizados, com relações de troca relativamente favoráveis. “Esse conjunto de fatores nos tornam muito competitivos no quesito preço.”

Na mesma linha segue o médico-veterinário e membro da Comissão de Saúde Animal do CRMV-SP, Fábio Alexandre Paarmann. De acordo com ele, os resultados de 2020 estão atrelados à competitividade, além do volume e preço das commodities.

“O nosso custo de produção é reduzido, e com a nossa moeda, o Real, mais baixa que outras, é mais vantajoso para vender os produtos”, avalia Paarmann, que também é auditor fiscal federal agropecuário do Mapa.


Tecnologia, produção e espaço físico

De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), nos últimos anos, o Brasil reduziu a área ocupada com o gado e ao mesmo tempo expandiu a produção de carne. De 1980 a 2018 a produtividade aumentou em 176% e a produção de carne cresceu 139%. Isso significa também que 250,6 milhões de hectares deixaram de ser desmatados com o aumento da tecnologia dos últimos anos.

O zootecnista Carrer explica que, classicamente, da combinação dos fatores de produção (terra, trabalho e capital) é que são geradas as condições ideais para que se viabilize a produção e a agregação de valor nos produtos agropecuários. A tecnologia é considerada um quarto fator de produção, porque quando aplicada corretamente, deve economizar pelo menos um dos fatores anteriores.

“Neste sentido, quando se entra com uma tecnologia integrada, que resulta em conforto animal, manejo de pastagens, genética adaptada, biotécnicas de reprodução e formas mais precisas de gestão, melhorando as tomadas de decisão, intensifica-se a produção como medida de redução de impactos ambientais, sociais e econômicos. Aumenta-se o giro do capital e agrega-se valor aos produtos. O Brasil não precisa ampliar a área a ser explorada, mas recuperar a capacidade de produção de áreas sub-exploradas na pecuária”, ressalta o zootecnista.


Pandemia do novo coronavírus e desafios

Com a pandemia mundial do novo coronavírus, vários mercados e diversos setores produtivos sofreram impactos. No entanto, de acordo com o zootecnista do CRMV-SP, o resultado atual

a pecuária de vários países desenvolvidos não possui as mesmas condições brasileiras. “A ameaça da pandemia, com toda a tragédia humana que tem ocorrido, abriu espaços de mercado externo que o Brasil está conquistando”, avalia Carrer.

Atualmente, de acordo com Carrer, os maiores desafios passam pela queda da renda da população e, consequentemente, do consumo no mercado interno; por questões de convencimento dos compradores de que o Brasil respeita e produz carne de maneira social e ambientalmente corretas; exacerbação de movimentos de natureza claramente especulativos no tocante a terras e rebanhos.

“Também é um desafio para o setor pecuarista brasileiro a solução de questões para a volta do investimento no âmbito produtivo e de logística nos modais de transporte e por uma reestruturação dos serviços de apoio e inspeção, de forma multiprofissional e integrada para o País”, finaliza.


Números do setor

De acordo com dados da Abiec, foram exportadas 191 mil toneladas de carnes, resultando em 750 milhões de dólares. Os principais mercados para os produtos brasileiros são a China (40,93%), Hong Kong (15,93%), Egito (8,44%,), Chile (5,56%) e Estados Unidos (3,7%).

Ainda segundo a Abiec:

- 214,69 milhões de cabeças de gado

- 44,23 milhões de cabeças abatidas

- 10,96 milhões de toneladas de carne bovina (TEC) produzidas

- 8,75 milhões de toneladas de carne bovina (TEC) ficam no mercado interno

- 2,21 milhões de toneladas de carne bovina (TEC) são exportadas

Segundo dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), em 2019 foram produzidas 13,245 milhões de toneladas de carne de frango, sendo 4,214 milhões exportadas, gerando US$ 6,994 milhões. Em relação à carne suína, no mesmo período foram produzidas 3,983 milhões de toneladas, sendo exportadas 750 mil toneladas no valor de US$ 1,597 milhão de dólares.




Sobre o CRMV-SP

O CRMV-SP tem como missão promover a Medicina Veterinária e a Zootecnia, por meio da orientação, normatização e fiscalização do exercício profissional em prol da saúde pública, animal e ambiental, zelando pela ética. É o órgão de fiscalização do exercício profissional dos médicos-veterinários e zootecnistas do estado de São Paulo, com mais de 39 mil profissionais ativos. Além disso, assessora os governos da União, estados e municípios nos assuntos relacionados com as profissões por ele representadas.

 

Vaquinhas virtuais ajudam brasileiros a contornar pandemia

De acordo com o site Vakinha, as arrecadações criadas com tema de coronavírus já totalizaram mais de R$ 15 milhões



Os brasileiros são muito conhecidos pela solidariedade, característica que está ainda mais forte desde o início da pandemia. De acordo com o Vakinha, site de vaquinhas online do Brasil, o número de campanhas saltou de 196 mil para mais de 379 mil entre março e agosto, se compararmos 2019 com 2020. Em paralelo, as arrecadações também cresceram: R$ 15 milhões em vaquinhas criadas a partir do coronavírus.

"Ficamos felizes que o aumento de campanhas tenha sido condizente com o aumento de doações. Nossa ideia é que o Vakinha seja uma forma rápida e segura para doações e prezamos muito por despertar ainda mais esse lado solidário do brasileiro", pontua Luiz Felipe Gheller, CEO do Vakinha, que criou uma página específica para campanhas relacionadas ao coronavírus.

E foi nesse contexto que a vaquinha em prol dos músicos da banda do Ivo Meirelles foi criada, com a intenção de arrecadar o valor de R$ 5 mil para a sobrevivência dessas famílias, uma vez que as apresentações foram paralisadas por conta do isolamento social. Do outro lado do Brasil, em Alagoas, uma campanha foi criada para ajudar o Tokura, um músico oboísta, a sobreviver e não precisar vender seu instrumento, responsável por grande parte de sua renda.

"Vimos campanhas de todas os tipos sendo abertas, desde causas pessoais até pequenos negócios que pretendiam arrecadar algum fundo para não precisarem fechar as portas. E o que mais nos satisfaz é saber que muitas vezes os donos das vaquinhas são pessoas que querem ajudar aquela causa, e não necessariamente quem precisa. Isso mostra que toda ajuda realmente começa aqui", pontua o executivo.

O processo no Vakinha acontece de forma muito simples: o usuário acessa a plataforma, faz um rápido cadastro e abre sua vaquinha, inserindo informações e a causa a ser contemplada, meta, data de encerramento e uma imagem ilustrativa. A partir disso, o dono da campanha a compartilha com a sua rede, e, na medida em que recebe contribuições, o Vakinha debita do valor arrecadado com uma taxa fixa de 6,4% mais R$ 0,50 por doação. A partir do recebimento da doação, o valor total fica disponível para saque, que é transferido das contas do Vakinha para a conta direta do usuário. As taxas e prazos são iguais para todas as vaquinhas.


Sobre o Vakinha:

Vakinha é o primeiro e maior site de vaquinhas online do Brasil, lançado em janeiro de 2009 e que oferece uma solução com tudo o que é necessário para uma arrecadação coletiva. Fundada pelos sócios Luiz Felipe Gheller e Fabrício Milesi, a empresa se consolidou no mercado de causas pessoais como a plataforma que oferece maior transparência, segurança e impacto para os envolvidos. Por dia, mais de 2 mil campanhas são abertas no site.



O papel do negociador quando o divórcio é inevitável

Negociar em conflitos familiares não é tarefa fácil, mas talvez seja a mais recompensadora de todas. Relações familiares são complexas assim como as

questões inerentes a esse vínculo importante. É uma contingência onde as discussões são as variadas e as motivações emocionais nem sempre são
óbvias. Nessa seara, a complexidade é diretamente proporcional a satisfação.

Queremos entender esse caldeirão composto por consanguinidade, emoções e faltas expressas através dos conflitos. Sob esse alicerce podemos tornar o processo da separação mais macio, menos traumático e eficiente para a perpetuação do vínculo, independente do contexto.

E por que essa preocupação? Porque as famílias precisarão encontrar um ponto de equilíbrio para manter a convivência pacífica. Isso só será possível através da composição habilidosa de interesses pessoais e coletivos no tecido delicado deste grupo. E isso não inclui apenas o casal, mas a família estendida, os amigos e, principalmente as crianças.

Imagine-se você, como uma criança de 5 anos de idade, que teve a presença de seus pais reforçando laços de afetividade e proteção. De forma abrupta, passa a presenciar suas figuras de apego no travamento de batalhas cuja objetivo central não é claro nem para eles próprios. O seu mundo se torna sensível e vulnerável, mostrando que aquele ambiente de proteção não existe mais. Se o conflito for recorrente, trará consequências diretas na sensação de apego seguro dessa criança, o que influenciará na estruturação da sua personalidade. Essa é apenas uma entre tantas outras consequências irreparáveis para a família em toda a sua rede.

A empatia aguçada é a ferramenta primordial para que possamos compreender a necessidade por trás do conflito. Esse é o primeiro passo para qualquer negociação, especialmente as familiares. É um movimento sutil e consistente de um bom advogado que compila técnicas de variadas áreas para viabilizar a conciliação. Entender as faltas faz com que possamos ser cirúrgicos no manejo dos fatos e direcionar a composição a um desfecho ajustado para aquelas partes.

Na Escola de Negócios de Harvard, onde fiz o aperfeiçoamento das técnicas de negociações, pude perceber que o modelo não é o mais bem-sucedido por acaso. Entender e acolher, cognitiva e emocionalmente todas as partes envolvidas, possibilita a compreensão das as reais necessidades entre as partes. Esse movimento torna viável visualizar o espaço para negociação. Acende a luz para que possamos diferenciar as variáveis relevantes gerando nos clientes uma sensação de segurança e esperança em um desfecho suave e eficiente, bem longe das disputas judiciais.

Negociadores desatentos a esse aspecto, elevam a resistência das partes, promovendo um ambiente que reforça a insegurança, já tão presente nesse momento difícil que a família enfrenta. Quando as pessoas se sentem inseguras elas aumentam sua reatividade e isso sequestra a capacidade de tomarem
decisões ponderadas. Por isso a uma postura sensível diante da dor do cliente proporciona esse ambiente seguro onde a possibilidade de bons acordos floresce.

Imagine-se como aquela mesma criança de 5 anos de idade, mas agora você tem pais separados e que vivem a realidade de compartilhar saudavelmente seu tempo com você. Independente dos lares distintos e do novo modelo de família, o vínculo seguro segue presente. Você sabe que seus pais estarão na festinha da escola sem ressalvas, que eles estarão com você, te apoiando e reforçando o que verdadeiramente importa. E agora pense em cada um desses pais. Na possibilidade de elaborar o luto da relação conjugal afetiva, mas manter a integridade de sua parentalidade. Na possibilidade de viver em paz com aquele que um dia foi amor, mas hoje pode ser alguém importante com quem se pode contar.

Esse pode parecer um desfecho romântico, mas asseguro que é uma totalmente possível. Depende de nós mais do que das partes. No momento da dor, seremos nós, os negociadores, aptos a proporcionar esse senso faltante. Seremos nós os profissionais hábeis para o manejo do conflito. E isso se faz com bom domínio técnico e disponibilidade em se envolver verdadeiramente no processo da separação, preservando sobretudo a autonomia destas pessoas.

O advogado negociador, que escolhe o direito de família para atuação, precisa aprimorar habilidades que vão muito além do conteúdo ditado pelo direito. Deve reconhecer a abrangência de suas  habilidades, conhecer suas emoções e reconhecer os seus limites. Navegar por esse terreno emocional é o alicerce do processo. Só depois disso florescerão as técnicas que auxiliam no reconhecimento de oportunidades e criação de estratégias de negociações eficientes. Primeiro a terra, depois a semente. Necessariamente nessa ordem.

 

 

Niver M. Bossle Acosta - Advogada especialista em negociações em Direito de família

Ecossistemas de inovação: entenda por que são fundamentais para o desenvolvimento da sociedade

 Freepik
Especialista explica a importância do papel de ecossistemas de inovação para estimular a interação e cooperação.


As transformações tecnológicas, econômicas e de mercado estão impactando diversos segmentos e pessoas ao redor do mundo. Ao observarmos países desenvolvidos, notamos que rotineiramente surgem empresas, produtos e serviços, novas tecnologias e riqueza de forma consistente e permanente. Algo que podemos ter certeza é de que isso não acontece por acaso.


De acordo com o especialista em marketing, sócio-proprietário da Nexia Branding, D.J. Castro, o desenvolvimento de grandes países é um fruto da interação de diversas forças e atores interconectados e atuando em sincronia com um objetivo em comum. “Unir governos, iniciativa privada, universidades, instituições de ensino, empreendedores e o ambiente criativo da cidade, influencia no desenvolvimento dos países, garantindo um desenvolvimento sustentável a longo prazo. O nome dessa complexa interação é Ecossistema de Inovação, que tem um papel importante para tornar uma ideia algo de impacto transformador e em escala”, aponta.

Castro explica que Ecossistemas de Inovação são conjuntos de fatores que estimulam a interação e cooperação. Exemplos disso são os parques tecnológicos, incubadoras e associações. Ecossistemas de Inovação podem operar em múltiplos níveis, por exemplo: local, regional, nacional, dentro de vários setores distintos, como tecnologia da informação, educação, agricultura, saúde entre outros.
 
Os exemplos vem de fora

 
Diariamente acompanhamos casos de sucesso no desenvolvimento de novas empresas e tecnologias, novos produtos lançados no mercado, serviços que atendem demandas latentes e resolvem problemas para as pessoas, gerando negócios e criando oportunidades onde antes não havia. E de acordo com Castro, para isso acontecer de forma constante é imprescindível que exista um ecossistema saudável de inovação.

“Há uma correlação forte entre os grandes casos de sucesso no desenvolvimento de novas indústrias e/ou plataformas tecnológicas, como, por exemplo, circuito integrado, microprocessador, computador pessoal, smartphones, redes sociais, games entre outros. O maior exemplo de todos é o Vale do Silício em que o investimento governamental após a II Guerra Mundial catalisou todos os atores necessários, com a implantação de universidades, empresas de tecnologia e entidades governamentais das mais diversas áreas, inclusive militares. Essa região se tornou epicentro do desenvolvimento de novas tecnologias justamente por concentrar todas essas condições de forma única no mundo”, informa D.J. Castro.

Ecossistema de Inovação em Santa Catarina

Desafios cada vez maiores se apresentam para as empresas estabelecidas no estado de Santa Catarina (SC) e de acordo com pesquisas, SC vem se mostrando um dos estados brasileiros com maior capacidade de sobreviver aos grandes problemas atuais, um exemplo, é a pandemia do Coronavírus.

“O estado apresenta um excelente desempenho em diversas áreas e normalmente está à frente nos indicadores econômicos, sociais e empresariais. E para manter esses indicadores, é importante que além das empresas, sejam desenvolvidos os ecossistemas de inovação. Com eles o conhecimento é compartilhado e a partir da troca de experiências e interação entre as pessoas surgem as oportunidades de negócios, soluções, parcerias e, em consequência da evolução conjunta dos stakeholders, a aceleração no desempenho da região como um todo”, aponta o especialista.

Com o intuito de fomentar esse processo, o Governo do Estado de SC iniciou a construção de uma rede de Centros de Inovação. “O processo está mais lento do que o esperado, mas bons resultados já começaram a surgir com o início das operações nas cidades de Lages, Jaraguá do Sul e Joinville. Porém, não é apenas esta ação que torna o ecossistema de inovação uma realidade e, sim, a ativação das partes interessadas, unindo poder público, academia e iniciativa privada em torno de um mesmo propósito”, destaca.

Outro exemplo são os núcleos de inovação como agentes de integração.  As Associações Empresariais de SC criaram núcleos de inovação regionais para fomentar a integração das pessoas e acelerar o desenvolvimento dos ecossistemas. “Os núcleos atraem empresas dos mais diversos segmentos em busca de informação, troca de ideias e novos negócios”, comenta Castro.   

“Assim, podemos notar que Santa Catarina está se integrando cada vez mais para aumentar a capacidade de inovação de todos os participantes do ecossistema e acelerar o desenvolvimento econômico do estado. Ecossistemas integrados, pessoas mais capacitadas e ideias inovadoras são os grandes impulsionadores da geração de riqueza do futuro”, destaca.

 

Abralimp alerta: não podemos baixar a guarda na limpeza e higienização

 

Os processos de higiene e limpeza devem ter continuidade ainda que alguns indicadores, felizmente, registrem queda no número de contaminados


Apesar da retomada nas atividades em diversos segmentos da economia e da estabilidade no número de mortes e infecções pelo novo coronavírus em vários estados do País, o fato é que a pandemia está longe de acabar. O aumento de casos na Europa é um indicador de que não vencemos o vírus.

Por isso, neste 19 de setembro, Dia Mundial da Limpeza, a Associação Nacional de Limpeza Profissional (Abralimp), reforça que não é o momento de baixar a guarda. É preciso dar continuidade aos procedimentos que evitam o contágio. E, neste contexto, processos de limpeza e higienização adequados configuram uma das principais medidas para combater o vírus, segundo alerta a Associação.

Comprovadamente, uma limpeza eficiente pode reduzir em até 80% a probabilidade de propagação de vírus, segundo a International Sanitary Supply Association (ISSA). “A limpeza, sem dúvidas, é uma das principais ações para a desinfecção de superfícies, pontos de contato e ambientes. Com a pandemia, tivemos um amplo avanço no conhecimento de toda a sociedade diante desta importância. A redução gradativa do número de óbitos nas capitais não significa relaxar nos cuidados de limpeza e desinfecção de ambientes, tão necessários na retomada, quanto na quarentena”, afirma David James Drake, presidente da Abralimp.

Vale lembrar que diversos países da Europa, como Espanha, França e Alemanha tiveram aumentos consideráveis na proliferação do vírus ao começar a relaxar as medidas de contenção. No Brasil temos ainda um elevado número de infectados e vidas perdidas. Por isso, quanto mais os cidadãos e as empresas estiverem atentos aos procedimentos corretos de higienização nos mais diversos ambientes e situações, maior o controle da doença.

Para orientar todos os setores da economia e a sociedade em geral, a Abralimp elaborou diversos manuais sobre produtos, processos, equipamentos e os protocolos de limpeza necessários, com a finalidade de auxiliar na contenção do contágio nesta retomada.


Ação Global contra o Cibercrime vai investir 19 bilhões de euros até 2024

 Especialistas e autoridades participantes de webinar sobre Convenção de Budapeste

 


Brasil se prepara para fazer parte de cooperação internacional no combate a crimes digitais, ao aderir à Convenção de Budapeste 

 

A Ação Global contra o Cibercrime, também conhecida pela sigla GLACY (de Global Action on Cybercrime) é uma iniciativa da União Europeia que deve investir cerca de 19 bilhões de euros, até 2024, no combate aos golpes e delitos digitais, como pornografia infantil, violações a direitos autorais, fraudes e ataques à segurança de sistemas e dados.

A cooperação internacional nesta área é fundamental, porque a maioria dos crimes digitais tem criminosos em países diferentes e vítimas espalhadas pelo mundo todo.

 

O Brasil se prepara para fazer parte desta rede de cooperação internacional. No final de julho, o presidente Jair Bolsonaro encaminhou ao Congresso Nacional o processo de adesão do país à Convenção de Budapeste, que estabelece protocolos de atuação conjunta dos estados nesta área.

 

A participação do Brasil na comunidade internacional de combate ao cibercrime vem sendo discutida em uma série de webinars promovida pela consultoria Ltahub, especializada em investigações nesta área, em parceria com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos.

 

O segundo webinar aconteceu nesta quinta-feira (17) e tratou das mudanças institucionais necessárias aos estados para o combate internacional ao cibercrime.

 

O encontro reuniu o general Claudio Peceguero, da Direção Geral em Assuntos Cibernéticos da Polícia Nacional da República Dominicana, e Horacio Azzolin, procurador federal da Unidade Especializada em Ciberdeliquência (UFECI) na Argentina.

 

Capacitação de agentes

 

O general Peceguero apresentou os avanços gerados pela Ação Global contra o Cibercrime, que tem a República Dominicana como um hub para a América Latina e Caribe.

 

A Ação Global apoia 15 países na África, Ásia-Pacífico, América Latina e Caribe, que servem como centros de referência para o combate ao cibercrime em suas regiões.

 

O general ressaltou que, para uma cooperação internacional efetiva, as legislações penais e ferramentas processuais devem ser equivalentes nos países membros da Convenção de Budapeste. E afirmou que o tempo de adaptação a esses padrões é um desafio diante da urgência de combate aos criminosos.

 

“Cada país tem suas leis e ferramentas de combate ao cibercrime, e a colaboração internacional requer tempo, mas temos vítimas hoje e precisamos dar respostas a elas”, frisou o oficial, que também dirige a unidade de polícia especializada em crianças e adolescentes na República Dominicana.

 

Peceguero também destacou a importância da capacitação de agentes legais em diversas regiões de cada país, para dar agilidade no combate ao cibercrime.

 

“Um dos temas mais críticos é que todas as regiões tenham pessoas capacitadas a investigar estes crimes, aptas a fazer, por exemplo, perícias em dispositivos eletrônicos”, apontou.

 

Mudanças nas leis

 

Já o procurador argentino Horacio Azzolin salientou que aderir à Convenção de Budapeste é apenas o primeiro passo para uma cooperação internacional de combate ao cibercrime.

 

Ele mencionou que na Argentina, assim como em outros países, foi necessário promover uma série de alterações em leis para garantir a efetividade das investigações e punições aos criminosos digitais.

 

“O ideal é que os textos legislativos de cada país sejam preparados para o combate ao cibercrime”, recomendou.

 

Azzolin também chamou a atenção para a necessidade de capacitação permanente dos agentes da lei para lidar com estes tipos de delitos.

 

“Essa formação permite pensar fora da caixa, porque a forma de investigar é totalmente diferente dos crimes comuns. Hoje sabemos como funciona uma rede social, mas amanhã será outra e precisamos aprender como esta operar, porque os criminosos certamente saberão como fazer isso”, alertou.


Convenção de Budapeste

Em vigor desde 2004, a Convenção de Budapeste serve de orientação a qualquer país que pretenda desenvolver legislação contra o cibercrime.

Somente em 2019 o Brasil foi convidado a aderir à Convenção de Budapeste, após iniciativa do Ministério da Justiça e Segurança Pública e dos esforços do Grupo de Trabalho constituído para esse fim, envolvendo Ministério das Relações Exteriores, Polícia Federal, Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI), Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, Agência Brasileira de Inteligência e Ministério Público Federal.

Uma vez signatário, o Brasil se unirá ao círculo internacional que já inclui 44 estados-membros do Conselho da Europa e 20 estados não membros, como os EUA, Canadá, Chile, Argentina, Colômbia, República Dominicana e Peru, nas Américas.


Os pecados capitais da liderança

Os pecados capitais da liderança

“Manda quem pode, obedece quem tem juizo.”

Quem não já escutou esse antigo ditado popular? Ou até mesmo algo do gênero:

“Aqui fazemos assim, se não gostar, pode procurar seu caminho”

Acontece que muitas vezes nesses ditados se reflete as crenças e a cultura das pessoas. Nos casos mencionados, uma cultura negativa em relação à liderança.

Já se foi o tempo em que uma liderança truculenta e disfuncional trazia resultados duradouros para as empresas, se é que em algum momento realmente trouxeram. Hoje, atuar nesse modelo, é quase certeza de desengajamento e rotatividade de funcionários.

E o que isso tem a ver com o líder ou empresário? Tudo!

Rotatividade e desengajamento são dois venenos, pois, trazem junto de si três grandes perdas para as empresas:

  • altíssimo custo de contratação e demissão, principalmente no Brasil;
  • fuga do capital intelectual, pois, muitas vezes, vai com o funcionário o conhecimento do setor;
  • improdutividade, pois pessoas insatisfeitas têm baixa performance a longo prazo;

Dito isso, fica a seguinte questão: quais são os pecados capitais da liderança?

Para responder isso, recorro a uma grande autora internacional, a Kate Ludeman e seu livro “A Síndrome Do Macho Alfa”, que foi usado como base para todo um segmento de atuação dentro do Coaching Executivo, chamado de Alpha Coaching.

Explicando um pouco mais. Dentro de líderes e personalidades marcantes, existem 3 grandes desafios, ou riscos, comportamentais que se assemelham muito com as citações populares do início do artigo, e que, quando são controladas e mitigadas, potencializam de maneira exponencial a atuação do líder. Elas são:

  1. Competitividade extrema

Uma competitividade saudável é positiva à equipe, quando ela está fora de controle é terrível. Líderes com esse risco acentuado competem com os próprios subordinados e acabam com a performance do time.

  1. Impaciência

Impaciência é a antítese de um saudável e produtivo senso de urgência, o que ele traz na verdade, é o stress e desengajamento dos liderados.

     3. Agressividade

Talvez a agressividade seja o maior causador de causas trabalhistas, além do prejuízo desnecessário, existe um ponto ainda mais impactante. Atitudes agressivas NÃO TRAZEM RESULTADOS DURADOUROS.

Você se identifica com algum desses riscos? Saiba que mitigar esses riscos é um dos maiores desafios quando se fala em desenvolver uma liderança de excelência.

Tomar consciência da própria competitividade, impaciência e agressividade é o primeiro passo para uma liderança mais assertiva e focada em resultados. Executivos e empresários do mundo todo potencializaram sua atuação ao conseguirem controlar seu ímpeto e, com isso, muito mais resultados organizacionais e muito mais engajamento de seus liderados.

Um dos pontos iniciais, e mais importantes, de um trabalho de Executive Coaching é exatamente avaliar e promover consciência desses elementos, a partir disso, desenvolver uma série de estratégias para uma liderança e gestão mais eficaz!

Espero leitor que você também possa elevar o engajamento e lealdade de seus liderados ao se inspirar a se tornar um líder melhor e mais bem sucedido.

 



Valdez Monterazo - master coach, especializado em negócios, psicologia positiva e carreira. Ajuda empresários e executivos a maximizar resultados empresariais, ter mais tempo e qualidade de vida. É partner associado na Sociedade Brasileira de Coaching, maior referência em desenvolvimento de negócios e soluções corporativas no Brasil. Ocupa a posição de Coach Executivo e de Negócios no BNI (Business Networking International), maior e mais bem sucedida rede de networking de empresários no mundo. 


Campanha combate movimento anti-vacina

 

 Divulgação

Lançamento ocorreu durante o XII Congresso Gaúcho de Atualização em Pediatria realizado de forma online

 

O primeiro dia de atividades realizadas de forma online do XXII Congresso Gaúcho de Atualização em Pediatria nesta sexta-feira (18/09) trouxe uma novidade. Uma campanha institucional desenvolvida pela Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS) vai trabalhar na conscientização de um dos mais preocupantes temas da atualidade. A baixa cobertura vacinal das crianças acende o sinal de alerta para o risco do ressurgimento de doenças já extintas no país e contra as quais há medicações efetivas para o combate.

“Todos os anos realizamos uma campanha para a sociedade. Este ano não seria diferente. Optamos por trabalhar com um alerta para combater os movimentos anti-vacina. É preocupante vermos algumas localidades sem alcançar 40% da cobertura vacinal. Como promotores de saúde não podemos deixar isso acontecer", afirmou o presidente da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul, Sérgio Luis Amantéa.

O vídeo foi apresentado durante o encontro que reúne aproximadamente três mil pessoas participando de forma virtual. A programação do primeiro dia trouxe o debate de uma série de temas atuais e frequentes na especialidade como alimentação, distúrbios de desenvolvimento e comportamento, doenças genéticas, doenças respiratórias e urgências, entre outros. Outras informações e a programação completa do evento podem ser conferidas no link gauchopediatria.com.br. As palestras prosseguem hoje (19/09).

 



Marcelo Matusiak


Petrobras se prepara para futuro do mercado de refino e gás natural

A Petrobras lançou dois programas que visam preparar suas atividades de refino e gás natural para um mercado aberto, competitivo e em transição para economia de baixo carbono. O Biorefino 2030 prevê projetos para a produção de uma nova geração de combustíveis, mais modernos e sustentáveis que os atuais como, por exemplo, o diesel renovável e o bioquerosene de aviação. Ainda na área de refino, a companhia pretende reduzir em 30% a captação de água em suas refinarias e em 16% a intensidade do carbono do segmento até 2025.


“Queremos trazer produtos renováveis para o nosso parque de refino, nos negócios em que temos expertise e que geram valor para a companhia. Por isso, focaremos num parque de refino de excelência, produzindo com alta eficiência energética e  preparado para competir e gerar produtos mais modernos, com inovações tecnológicas que trazem ganhos em termos de redução de emissões não só nas nossas operações, mas em toda a cadeia de valor”, destaca a diretora de Refino e Gás Natural da Petrobras, Anelise Lara.

O diesel renovável é um biocombustível avançado, produzido a partir de óleos vegetais e com a mesma estrutura do óleo diesel convencional. Esse novo combustível reduz em 70% a emissão de gases de efeito estufa se comparado ao óleo diesel mineral e 15% em relação ao biodiesel éster. É isento de contaminantes e não causa danos aos motores, aumentando, na prática, a vida útil dos veículos e reduzindo o custo dos transportes. Sua comercialização no Brasil como biocombustível depende ainda de regulamentação da ANP.

O BioQAv ou bioquerosene de aviação será utilizado no mundo para a redução das emissões de gases de efeito estufa. Essa é uma resolução da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI) e o Brasil deverá utilizá-lo obrigatoriamente a partir de 2027. O processo de produção do BioQAv por hidrogenação utiliza as mesmas matérias primas necessárias para a produção do diesel renovável. As unidades industriais que produzem o BioQAv têm como coproduto o diesel renovável (HVO). Desta forma, se por um lado a produção de BioQAv pode ser estimulada pela do diesel renovável, por outro, pode aumentar a competitividade de ambos os produtos.

A Petrobras também prevê investimentos para o aumento da produção de diesel S-10, de baixo teor de enxofre, em detrimento do diesel S-500. Para isso, serão realizadas modernizações em unidades da Reduc, em Duque de Caxias-RJ, e da Revap, em São José dos Campos-SP. Também será construída uma nova unidade de hidrotratamento de diesel na Replan. Outra iniciativa em estudo é a integração da Reduc com o Gaslub Itaboraí, que permitirá a produção de lubrificantes de alta qualidade, de nível tecnológico mais avançado.



Transformação Digital

A Petrobras começou a implementar projetos de inteligência artificial nas refinarias como, por exemplo, o Digital Twins (gêmeos digitais). Trata-se de uma representação rigorosa e integrada dos processos de uma refinaria, desde a entrada de petróleo até a saída de derivados especificados. São utilizados simuladores, que permitem explorar as condições operacionais ótimas que levam à máxima rentabilidade dos ativos e, dessa forma, otimizar a produção em tempo real. Também contribui para as atividades de segurança e manutenção. A nova tecnologia já permitiu ganhos de cerca de US$ 100 milhões em receita para as refinarias da Petrobras somente em 2020.

Outras ferramentas digitais também são utilizadas pela companhia nas suas unidades termelétricas e de processamento de gás: “data lake”; especialista de dados; armazenamento em nuvem e inteligência artificial (IA), o “Trip Detector” que através da análise dos parâmetros operacionais dos equipamentos e cruzamento com banco de dados de eventos, faz a predição em tempo real da probabilidade de eventos de desligamento (trip) permitindo ao operador evitá-los. Além disso, a companhia também passou a utilizar nas termelétricas o “Smart Alarm” que é um sistema de filtro inteligente de alarmes e indicação de falhas, que consolida em uma única interface as informações da falha e auxilia o operador com rapidez e assertividade na tomada de decisão em tempo real, aumentando a confiabilidade, disponibilidade e segurança de processo e dos colaboradores das unidades. Está solução será escalável para outras plantas industriais da companhia.



Gás +

Outra iniciativa é o Gas+, programa que visa implantar ações que aumentam a competitividade da Petrobras no segmento de gás natural. Estão previstas novas modalidades de comercialização e segmentação de produtos, bem como a prestação de serviços de processamento de gás em suas Unidades de Tratamento e o uso de ferramentas como contratos digitais e vendas por meio de plataformas automatizadas. O objetivo é propiciar mais satisfação e fidelizar o cliente da Petrobras.

A companhia também está ampliando a capacidade operacional do terminal de regaseificação de gás natural liquefeito da Baía de Guanabara (TR-BGUA) de 20 para 30 MM m³/dia. Adicionalmente, com a entrada em operação do gasoduto Rota 3, será possível escoar até 44 MM m³/dia de gás natural do pré-sal. A companhia também está implementando o projeto de adequação da UTGCA (Unidade de Caragutatuba) para capacitá-la a processar até 10 MM m³/dia de gás do Pólo Pré-Sal da Bacia de Santos, sem necessidade de mistura com gás do Pós-Sal.

Na área de geração termoelétrica, o foco da companhia está em ativos de alta performance. Para isso, está realizando a modernização dos ativos existentes para melhoria da eficiência energética e redução de emissões, como também, realizando pesquisas com novas turbinas de CO2 em ciclo combinado, aumentando a geração de energia sem captação de água e sem impacto nas emissões. A companhia também está em fase inicial de estudos de um projeto de nova termelétrica de alta eficiência e integrada ao Polo Gaslub.

“A gestão ativa de portfolio que temos empreendido ao longo dos últimos anos vai nos permitir manter um parque de refino e um parque térmico  de alta performance e resiliente à volatilidade do mercado de óleo e gás mundial, com alta capacidade de geração de valor para nossos acionistas, incluindo a sociedade brasileira”, conclui a diretora Anelise Lara.
  

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