Especialista
explica importância dos testes que analisam anticorpos contra a proteína Spike
e relação disso com a vacina
Enquanto a Organização Mundial da Saúde vê um
aumento gradual no número de mortos por coronavírus no mundo, as pessoas de
todas as regiões aguardam uma redução no tempo de espera pela chegada da
vacina. Ela se tornou objeto de desejo em todos os países. É a saída para a
volta à normalidade, para a retomada da vida pré-pandemia. É por isso que os
olhos de todos estão voltados não apenas para o coronavírus em si, mas para sua
estrutura viral e, mais especificamente, para a proteína Spike, uma das que
compõem o vírus.
De acordo com a infectologista Nancy Bellei, mestre
e doutora em Doenças Infecciosas e Parasitárias pela Unifesp, o coronavírus é
composto pelas proteínas Envelope, Membrana, Nucleocapsídeo (que envolve o RNA
viral) e Spike. Essa última é a responsável pela entrada do vírus na nossa
célula, é a que se acopla ao nosso receptor ACE2. Isso significa que os
anticorpos produzidos contra ela são capazes de impedir a entrada do
coronavírus, neutralizando-o. Por isso, o seu protagonismo neste momento.
“A proteína S se acopla ao ACE2 e sofre uma divisão
para que haja a fusão da membrana viral com a célula ou a endocitose. A partir
disso, é liberado o RNA que está no interior do vírus”, explica a médica. Ela
acrescenta que a proteína S tem um formato de cabeça de prego, com uma porção
mais larga e outra mais estreita. A mais larga é chamada de porção S1 e é nela
que está a parte que se liga ao receptor ACE2.
“O domínio de ligação ao receptor (RBD) da proteína
Spike foi identificado como alvo mais promissor para a eficácia da produção de
vacinas, diferentemente dos anticorpos contra a proteína nucleocapsídeo, por
exemplo, que não se mostraram neutralizantes”, diz a Dra. Nancy. A grande
expectativa é, então, que os estudiosos e fabricantes de vacinas foquem na
proteína S para desenvolver o produto tão aguardado em todo o planeta.
Foi com base nesses dados que a Beckman Coulter,
multinacional que oferece soluções científicas e laboratoriais inovadoras,
trouxe ao Brasil o Access SARS-CoV-2 IgG. Diferentemente
da maioria dos exames disponíveis no país, o ensaio da empresa que processa
apenas a imunoglobulina G detecta anticorpos exatamente contra a proteína Spike
e justamente contra a porção S1.
"É provável que os candidatos à vacinação, no
futuro, precisem fazer o teste em algum momento para checar se desenvolveram
esses anticorpos que chamamos de neutralizantes, e não os convencionais. O
nosso teste identifica os anticorpos produzidos contra a estrutura S1 da
proteína Spike, que têm mostrado em diversos estudos clínicos serem os com
maior potencial de serem neutralizantes. Portanto, o Access
SARS-CoV-2 IgG pode ajudar não somente a mapear indivíduos que
de fato já possuem anticorpos neutralizantes neste momento, mas também neste
passo seguinte, na esperada vacinação”, explica Daniela Putti, Head de
Marketing da Beckman Coulter na América Latina.
Além disso, o teste da multinacional tem
especificidade maior, o que aumenta a chance de detectar resultados
verdadeiramente negativos. Ele também não demonstrou risco de reação cruzada e
ainda apareceu com a melhor sensibilidade do mercado quando feito de 0 a 6 dias
do início dos sintomas: 70,2%.
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