A Petrobras lançou dois programas que visam preparar suas atividades de refino e gás natural para um mercado aberto, competitivo e em transição para economia de baixo carbono. O Biorefino 2030 prevê projetos para a produção de uma nova geração de combustíveis, mais modernos e sustentáveis que os atuais como, por exemplo, o diesel renovável e o bioquerosene de aviação. Ainda na área de refino, a companhia pretende reduzir em 30% a captação de água em suas refinarias e em 16% a intensidade do carbono do segmento até 2025.
“Queremos trazer produtos renováveis para o nosso parque de refino, nos
negócios em que temos expertise e que geram valor para a companhia. Por isso,
focaremos num parque de refino de excelência, produzindo com alta eficiência
energética e preparado para competir e gerar produtos mais modernos, com
inovações tecnológicas que trazem ganhos em termos de redução de emissões não
só nas nossas operações, mas em toda a cadeia de valor”, destaca a diretora de
Refino e Gás Natural da Petrobras, Anelise Lara.
O diesel renovável é um biocombustível avançado, produzido a partir de óleos
vegetais e com a mesma estrutura do óleo diesel convencional. Esse novo
combustível reduz em 70% a emissão de gases de efeito estufa se comparado ao
óleo diesel mineral e 15% em relação ao biodiesel éster. É isento de
contaminantes e não causa danos aos motores, aumentando, na prática, a vida
útil dos veículos e reduzindo o custo dos transportes. Sua comercialização no
Brasil como biocombustível depende ainda de regulamentação da ANP.
O BioQAv ou bioquerosene de aviação será utilizado no mundo para a redução das
emissões de gases de efeito estufa. Essa é uma resolução da Organização da
Aviação Civil Internacional (OACI) e o Brasil deverá utilizá-lo
obrigatoriamente a partir de 2027. O processo de produção do BioQAv por
hidrogenação utiliza as mesmas matérias primas necessárias para a produção do
diesel renovável. As unidades industriais que produzem o BioQAv têm como coproduto
o diesel renovável (HVO). Desta forma, se por um lado a produção de BioQAv pode
ser estimulada pela do diesel renovável, por outro, pode aumentar a
competitividade de ambos os produtos.
A Petrobras também prevê investimentos para o aumento da produção de diesel
S-10, de baixo teor de enxofre, em detrimento do diesel S-500. Para isso, serão
realizadas modernizações em unidades da Reduc, em Duque de Caxias-RJ, e da
Revap, em São José dos Campos-SP. Também será construída uma nova unidade de
hidrotratamento de diesel na Replan. Outra iniciativa em estudo é a integração
da Reduc com o Gaslub Itaboraí, que permitirá a produção de lubrificantes de
alta qualidade, de nível tecnológico mais avançado.
Transformação Digital
A Petrobras começou a implementar projetos de inteligência artificial nas
refinarias como, por exemplo, o Digital Twins (gêmeos digitais).
Trata-se de uma representação rigorosa e integrada dos processos de uma
refinaria, desde a entrada de petróleo até a saída de derivados especificados.
São utilizados simuladores, que permitem explorar as condições operacionais
ótimas que levam à máxima rentabilidade dos ativos e, dessa forma, otimizar a
produção em tempo real. Também contribui para as atividades de segurança e
manutenção. A nova tecnologia já permitiu ganhos de cerca de US$ 100 milhões em
receita para as refinarias da Petrobras somente em 2020.
Outras ferramentas digitais também são utilizadas pela companhia nas suas
unidades termelétricas e de processamento de gás: “data lake”;
especialista de dados; armazenamento em nuvem e inteligência artificial (IA), o
“Trip
Detector” que através da análise dos parâmetros operacionais dos
equipamentos e cruzamento com banco de dados de eventos, faz a predição em tempo
real da probabilidade de eventos de desligamento (trip) permitindo ao operador
evitá-los. Além disso, a companhia também passou a utilizar nas termelétricas o
“Smart
Alarm” que é um sistema de filtro inteligente de alarmes e
indicação de falhas, que consolida em uma única interface as informações da
falha e auxilia o operador com rapidez e assertividade na tomada de decisão em
tempo real, aumentando a confiabilidade, disponibilidade e segurança de
processo e dos colaboradores das unidades. Está solução será escalável para
outras plantas industriais da companhia.
Gás +
Outra iniciativa é o Gas+, programa que visa implantar ações que aumentam a
competitividade da Petrobras no segmento de gás natural. Estão previstas novas
modalidades de comercialização e segmentação de produtos, bem como a prestação
de serviços de processamento de gás em suas Unidades de Tratamento e o uso de
ferramentas como contratos digitais e vendas por meio de plataformas
automatizadas. O objetivo é propiciar mais satisfação e fidelizar o cliente da
Petrobras.
A companhia também está ampliando a capacidade operacional do terminal de
regaseificação de gás natural liquefeito da Baía de Guanabara (TR-BGUA) de 20
para 30 MM m³/dia. Adicionalmente, com a entrada em operação do gasoduto Rota
3, será possível escoar até 44 MM m³/dia de gás natural do pré-sal. A companhia
também está implementando o projeto de adequação da UTGCA (Unidade de
Caragutatuba) para capacitá-la a processar até 10 MM m³/dia de gás do Pólo
Pré-Sal da Bacia de Santos, sem necessidade de mistura com gás do Pós-Sal.
Na área de geração termoelétrica, o foco da companhia está em ativos de alta
performance. Para isso, está realizando a modernização dos ativos existentes
para melhoria da eficiência energética e redução de emissões, como também,
realizando pesquisas com novas turbinas de CO2 em ciclo combinado, aumentando a
geração de energia sem captação de água e sem impacto nas emissões. A companhia
também está em fase inicial de estudos de um projeto de nova termelétrica de alta
eficiência e integrada ao Polo Gaslub.
“A gestão ativa de portfolio que temos empreendido ao longo dos últimos anos
vai nos permitir manter um parque de refino e um parque térmico de alta
performance e resiliente à volatilidade do mercado de óleo e gás mundial, com
alta capacidade de geração de valor para nossos acionistas, incluindo a
sociedade brasileira”, conclui a diretora Anelise Lara.
Nenhum comentário:
Postar um comentário