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sexta-feira, 12 de junho de 2020

Casamentos e outros relacionamentos amorosos estão ameaçados pela quarentena?



Para a psicóloga Regina Tavares, o cenário atual de isolamento social é uma grande oportunidade para muitos casais reconstruírem o seu relacionamento.


Quando a quarentena para o enfrentamento da pandemia do coronavírus na China começou a terminar, no final de março, os chineses deram início ao seu novo normal. Foi o primeiro país do mundo a passar por isso, pois foi lá que tudo começou. Nesse novo cenário, a imprensa local logo identificou, em diversas regiões, uma procura muito acima do comum por divórcios – em alguns distritos não havia nem horário disponível para tratar do assunto nos cartórios. Essa tendência vem ficando cada vez mais clara em diversos países pelo mundo, inclusive no Brasil. Por aqui, várias separações de casais famosos anunciadas durante este período de quarentena reforçaram essa imagem.

Mas, afinal, o confinamento, que obriga casais a uma convivência muito mais intensa do que eles estavam acostumados anteriormente, é mesmo um risco para os relacionamentos amorosos? Para a psicóloga Regina Tavares, este cenário atual não cria problemas ou diferenças que já não existiam no casal, apenas acelera situações que, mais cedo ou mais tarde, se manifestariam da mesma forma. Regina é pós-graduada em Psicologia Positiva, é fundadora do Instituto Aum - Centro de Desenvolvimento da Psique e é uma das principais especialistas no Brasil no processo de cura mental havaiano Ho’oponopono.

“A grande maioria das pessoas tinha menos tempo para se relacionar de forma profunda e, por isso, boa parte das situações negativas era deixada de lado assim que elas saiam de casa ou encontravam outras pessoas. Agora, sem essa ‘válvula de escape’, ambos têm mais tempo para avaliarem seus pontos de divergência ou semelhanças. Essa quarentena é uma oportunidade única para conhecer muito melhor o seu parceiro e se conhecer também”, explica a psicóloga. De acordo com Regina, portanto, essa relação mais próxima e intensa não é necessariamente um risco para a vida a dois. “Existem muitos casais que estão começando a reconstruir o seu relacionamento a partir dessa quarentena. Eles estão se descobrindo novamente”, diz ela.

Em sua rotina de trabalho, Regina realiza cursos, palestras, seminários, atendimentos de coaching e psicoterapêuticos e produção de conteúdos relacionados ao seu trabalho. Só no YouTube, ela soma quase meio milhão de seguidores, que acompanham seus vídeos semanais – um desses vídeos, por exemplo, já atingiu mais de 20 milhões de visualizações. Com a quarentena, os atendimentos psicoterapêuticos passaram a ser realizados online. Isso significa que Regina continua em contato com seus clientes e seu público da Internet durante esse isolamento social, e vem observando que muitas pessoas estão aprendendo a valorizar mais o seu relacionamento por causa do medo que todos vivem atualmente.

“As pessoas têm medo de se contaminarem e ficarem doentes, de perderem seus parceiros por causa da covid-19, de ficarem sem emprego e faltar dinheiro para pagar as contas. O medo é um agente externo que hoje atua diretamente em boa parte dos relacionamentos”, explica. “Com isso, eu mesma conheço casos de pessoas casadas que estão se esforçando, mais do que antes, no sentido de melhorarem o seu relacionamento porque estão dando mais valor ao que já possuem”.

No caso dos casais que estão se separando ou planejando fazer isso tão logo a quarentena acabe, Regina reforça que a responsabilidade disso não é desse relacionamento mais próximo, mas sim das diferenças e divergências entre os parceiros. “Essas questões foram amplificadas neste momento, mas já existiam. Já os casais que estão se recuperando estão sabendo lidar com estes desafios de outra forma”, acrescenta. Segundo ela, o autoperdão e o perdão ao seu companheiro são pontos fundamentais para reconstruir um relacionamento amoroso.

Nesse contexto, ela destaca a importância e a eficácia da prática do Ho’oponopono, uma terapia integrativa criada cerca de 6 mil anos atrás, na Polinésia, mas que começou a ser difundida globalmente em meados da década de 1970. Regina é uma das principais especialistas do País nessa prática e uma das responsáveis pela sua aplicação por aqui, num movimento iniciado por volta de 2008. “O Ho’oponopono é uma das melhores terapias existentes no mundo para dissolver conflitos e resolver os mais diferentes problemas emocionais. Com a sua prática regular, a pessoa consegue aceitar e perdoar os próprios erros e também os do seu parceiro. Muitos dos casais que estão conseguindo melhorar o seu relacionamento agora é porque estão aprendendo a se perdoar e perdoar o outro”, afirma.

“Em resumo, nós estamos em busca de algo que nos ajude a limpar dentro de nós as memórias que não estão permitindo aquilo que a gente deseja, neste caso um bom relacionamento amoroso”, explica. Segundo ela, esta fase é perfeita para isso, pois muitas pessoas estão com mais tempo para se voltarem para dentro de si mesmo. “Mas é preciso limpar as memórias e, ao mesmo tempo, começar a adotar novas atitudes para alcançar uma vida diferente”, complementa Regina.

À medida que cada um pratica o Ho’oponopono para se perdoar e perdoar o seu parceiro, buscando reconstruir seu relacionamento, é importante também entender como essa prática afeta a outra pessoa. “Primeiro, precisamos compreender que quando pedimos perdão a alguém, a resposta daquela pessoa não tem importância para o nosso objetivo, que é limpar em nós os laços negativos com o outro. Para isso, o pedido de perdão deve ser sincero e verdadeiro. E a limpeza de memórias não é boa apenas para quem pratica o Ho’oponopono, ela também ajuda a melhorar o outro com uma energia mais positiva”, diz ela.

A prática simplificada do Ho’oponopono consiste em repetir, muitas vezes por dia, as quatro frases “Sinto muito”, “Me perdoe”, “Te amo” e “Sou grato”. “A limpeza mental e emocional contínua ajuda a limpar as memórias e a obter uma paz mental, emocional e física, além de todo o entendimento do intelecto. E esse local de paz interior é onde reside a divindade dentro de cada um de nós e onde se encontram todas as verdadeiras soluções para a nossa vida e o mundo”, explica a psicóloga.





REGINA TAVARES - Com mais de 20 anos de experiência, Regina Tavares é psicóloga clínica e organizacional, master coach, pós-graduada em psicologia positiva e coaching, tem especialização em hipnose, hipnose Ericksoniana e Dinâmicas Sistêmicas de Constelação. É, também, facilitadora de grupos de crescimento pessoal, practitioner em PNL (programação neurolinguística), terapeuta homeopata com foco na abordagem psicossomática e tem especialização prática no processo de cura havaiano Ho’oponopono. Regina Tavares foi uma das principais responsáveis pela introdução e difusão do Ho’oponopono no Brasil nos últimos 12 anos, e conta com um extenso registro de resultados surpreendentes em clientes do Brasil e do Exterior.



Instituto Aum - Centro de Desenvolvimento da Psique
www.institutoaum.com


O isolamento social interfere no sono? Dicas de como prevenir a insônia nesse período



Com a atual situação da saúde no mundo e com uma média de quase 70 dias de isolamento social no Brasil, se sentir cada vez mais apreensiva é inevitável. Em tempos de pandemia e estresse intenso, se sentir constantemente exausta é bastante comum. Diversas famosas, como Maísa, Fernanda Paes Leme, Yasmim Brunet, têm relatado em suas redes sociais um período de muita insônia, dormindo pouco e, consequentemente, vivendo um momento de muito cansaço físico e emocional.
As consequências de uma noite mal dormida aparecem no dia seguinte, com efeitos desagradáveis como o mau humor, dificuldade de concentração e em casos mais intensos podem levar a quadros preocupantes, como a depressão. Driblar os anseios e criar uma rotina de sono saudável é fundamental para manter a nossa saúde física e mental equilibrada.  “Não podemos perder as portas do sono, temos que entender nosso corpo para dormir bem, cada organismo responde de uma forma, então você precisa criar uma rotina sua, talvez uma troca do lençol da sua cama pode fazer com que você durma bem”, explica o farmacêutico homeopata, Jamar Tejada. Confira algumas dicas do especialista que podem ajudar a evitar a insônia: 

·         Mantenha os horários para acordar e deitar:
Durante o isolamento social as pessoas estão indo para a cama mais tarde, com isso acabam dormindo menos durante a noite. Mantenha uma rotina mesmo após o horário de trabalho, desregular os horários de sono faz com que adquirimos hábitos prejudiciais ao longo do dia, como cochilar fora de hora ou dar aquela dormidinha no sofá afetando nossa rotina.  Por isso, estabeleça um horário fixo para dormir e acordar e respeite-o.

·         Evite o celular, televisão ou notebook antes de dormir:
O consumo de informações e conteúdo dentro de casa é maior, principalmente antes de dormir, e isso resulta numa procrastinação para cair em sono profundo. Separe um tempo para leitura, ou qualquer outra atividade que seja do seu gosto, quando for para a cama evite equipamentos eletrônicos para não perder o limite de tempo nas redes sociais, isso vai ajudar a dormir mais cedo e deixar a mente limpa.

·         Crie novos hábitos:
Os pensamentos negativos e a irritabilidade são dois fatores extremamente prejudiciais para a qualidade do nosso sono.  Durante o dia separe um tempo para praticar exercícios, ajudando a aliviar tensões e o estresse. Também é importante aprender a lidar com os pensamentos negativos, eles são persistentes, por isso, foque sua atenção nas coisas que estão acontecendo agora, não nas que podem acontecer. Pensar no amanhã pode levar a ansiedade. Antes de dormir você pode fazer o uso de infusões e óleos aromáticos em difusores para ajudar a desacelerar e acalmar o organismo.

·         Higiene do sono:
Alguns comportamentos afetam a qualidade do nosso sono, como por exemplo, o consumo de alimentos pesados antes de deitar, você deve ajudar a sua digestão e esperar pelo menos 30 minutos antes de ir para a cama. Evite também o uso de cafeína e mantenha o ambiente do quarto escuro e silencioso, é sempre importante lembrar que cama é feita para dormir, portanto não trabalhe no seu quarto e nem use aparelhos eletrônicos, desligue tudo e esqueça do mundo lá fora. Músicas calmas e sons ambientes podem acalmar a mente te deixando mais leve.  

O estigma social da obesidade


A psicóloga Valeska Bassan comenta que a doença afeta principalmente o bem-estar mental do indivíduo que pode ter depressão, ansiedade e compulsão alimentar


Com o passar dos anos e as mudanças constantes na sociedade sobre conscientização dos seus direitos e deveres, muitos hábitos comuns nas décadas passadas foram sendo deixados de lado, mas isso não significa que os preconceitos e julgamentos diminuíram, eles apenas mudaram de formato.

Uma palavra usada nos dia de hoje é o termo gordofobia, como o próprio nome já indica, caracteriza uma situação de discriminação com um indivíduo que se apresenta acima do peso. A origem do termo ainda é desconhecida. Alguns afirmam que a expressão vem do inglês fatphobiae significa: aquele que teme ou tem uma percepção negativa de pessoas gordas e/ou da obesidade.

Por muito tempo se acreditou que a obesidade era, na verdade, um problema relacionado somente com o excesso de ingestão de calorias diárias de uma pessoa. No entanto, a obesidade se relaciona com o excesso do consumo de calorias, mas ela também apresenta um quadro metabólico e inflamatório de difícil controle clínico, sendo classificada, por esse motivo, como uma doença.

Pesquisa do Ministério da Saúde mostra que número de obesos no país aumentou 67,8% entre 2006 e 2018. Já a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), de 2018, do Ministério da Saúde aponta que houve aumento da obesidade de 67,8% nos últimos treze anos, saindo de 11,8% em 2006 para 19,8% em 2018. Com o aumento da população acima do peso, cresce também a gordofobia.

Para a psicóloga e coordenadora do Ambulatório em Transtornos Alimentares  e Obesidade (AMBULIM) da USP, Valeska Bassan a obesidade reflete principalmente no bem- estar mental do indivíduo, e sofrer preconceito por ter essa doença pode levar a pessoa a ter quadros de depressão, ansiedade, baixo estima, uso de drogas, isolamento social e compulsão alimentar. “Desde criança muito desses indivíduos já sofrem com a obesidade. Quando encontram essa intolerância, esse preconceito em torno da doença, o aumento na ingestão de comida, o que chamamos do “comer emocional” é muito comum, além do abandono das atividades físicas, dietas restritas que instigam ainda mais a compulsão alimentarem, tornando o tratamento ainda mais difícil”, explica.

A revista Nature Medicine publicou um artigo pelo estigma ligado ao excesso de peso. Ele foi assinado por mais de 100 renomadas instituições, entre elas a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) que constataram que o preconceito compromete a saúde de pessoas acima do peso e dificulta o acesso a medicamentos e tratamentos. A gordofobia inclusive contribui para os altos índices de obesidade no planeta. Entre adultos obesos, de 19 a 42% sofrem com a discriminação. As taxas são ainda mais altas entre as mulheres e aqueles com maior índice de massa corporal (IMC).

Valeska ressalta ainda que obesidade não é sinônimo de doença, assim como magreza não é sinônimo de saúde. No entanto, mais do que a aparência física, ela ressalta a importância das pessoas se reconhecerem da forma que são, e se manterem saudáveis independentemente dos padrões físicos impostos pela sociedade. “A questão da não aceitação da autoimagem está totalmente ligada a doenças como anorexia, bulimia nervosa e a compulsão alimentar. É muito importante saber que o peso por si só não determina a saúde de uma pessoa. ”, diz. A especialista reforça que é fundamental termos uma alimentação saudável e praticar exercícios físicos, independente da balança.



Valeska Bassan - psicóloga especializada em transtorno compulsivo alimentar



Sonhos podem revelar como está o processo de adaptação ao ‘novo normal’


 
Pesquisadores brasileiros mostram ser possível mensurar o grau de sofrimento causado pela pandemia e pelo isolamento social com base na interpretação de relatos oníricos feita com auxílio de ferramentas para análise de discurso (Grande Onda de Kanagawa, xilogravura de Katsushika Hokusai; imagem: Wikimedia Commons)


E, de repente, foi preciso evitar beijos, abraços e até um fraterno aperto de mão. Usar máscara para sair de casa, tirar os sapatos quando voltar, higienizar tudo com álcool em gel. Dedicar mais tempo aos filhos, ficar longe dos amigos e dos colegas de trabalho. O quarto virou escritório; a sala, academia; e o velho tapete azul trazendo lembranças do mar.
Neste cenário de isolamento imposto pela COVID-19, o cérebro recorre aos sonhos para metabolizar as emoções intensas vivenciadas durante o dia e assimilar eventuais experiências que possam favorecer a sobrevivência, em uma estratégia de adaptação ao “novo normal”.
“Segundo alguns teóricos, a realidade onírica é como uma super-realidade virtual que nos permite, em um contexto de medo profundo, treinar e melhorar a performance em aspectos cruciais do cotidiano”, explica à Agência FAPESP a neurocientista Natalia Mota, pós-doutoranda no Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
Partindo dessa premissa, a pesquisadora analisou relatos de sonhos de um grupo de voluntários com o objetivo de investigar como estavam sendo afetados pela pandemia e pelo isolamento social. Os resultados do estudo – divulgados na plataforma medRxiv, ainda em versão preprint (sem revisão por pares) – sugerem que, quanto maior era o grau de sofrimento do indivíduo no primeiro mês da quarentena, mais comuns eram as menções a termos associados à ideia de “limpeza” nos relatos oníricos.
O trabalho integra o projeto de pós-doutorado de Mota, supervisionado pelos pesquisadores Sidarta Ribeiro (UFRN) e Mauro Copelli (Universidade Federal de Pernambuco). Ambos são coautores do artigo e integram o Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão em Neuromatemática (NeuroMat), um CEPID apoiado pela FAPESP na Universidade de São Paulo (USP).
Ferramentas para uso clínico
Com apoio da rede NeuroMat, Mota desenvolveu nos últimos anos uma série de aplicativos e softwares que permitem, por meio da análise do discurso, diagnosticar doenças psiquiátricas, particularmente a esquizofrenia, com bastante acurácia.
Essas ferramentas foram posteriormente adaptadas para fazer avaliações cognitivas, principalmente de crianças na fase de alfabetização, como explica Ribeiro. “Vimos que um indivíduo saudável começa a organizar seu discurso entre os cinco e os oito anos de idade e essa habilidade vai se aprimorando até a idade adulta. Mas em pessoas com doenças como esquizofrenia essa capacidade em vez de avançar começa a decair quando chega a adolescência”, diz o pesquisador.
Estudos anteriores do grupo comprovaram que os relatos de sonhos se configuram no material mais rico para esse tipo de análise, pois garantem acesso direto ao que vai no inconsciente dos indivíduos.
“Se eu te contar como foi meu dia ontem, por exemplo, será um relato cronológico e baseado em fatos reais. Não será muito diferente do relato de um paciente bipolar ou esquizofrênico. Mas quando comparamos narrativas oníricas vemos que são completamente distintas”, afirma Ribeiro.
Na avaliação do pesquisador, isso acontece porque o relato onírico não é construído a partir da interação com outras pessoas e, portanto, a patologia não fica diluída na normalidade dos demais envolvidos na história. “A narrativa é mais livre e 100% construída na mente do paciente”, diz.
Um dos aplicativos desenvolvidos pelo grupo para uso clínico possibilita a coleta de dados, na forma de áudio, por meio do smartphone do próprio indivíduo a ser avaliado. Para testar a viabilidade da ferramenta, entre os meses de setembro e novembro de 2019, os pesquisadores solicitaram a um grupo de voluntários saudáveis que enviassem o relato diário de seus sonhos em mensagens com no mínimo 30 segundos de duração.
“Quando pretendíamos iniciar os testes em um grupo de pacientes com esquizofrenia veio a COVID-19 e, com ela, toda uma discussão sobre como a crise de saúde estava alterando a qualidade do sono e o padrão dos sonhos. Decidimos então comparar nossa amostra coletada no período pré-pandemia com outra realizada no primeiro mês da quarentena, também com voluntários saudáveis, para ver as diferenças na estrutura e no conteúdo do discurso”, conta Mota.
Relatos fornecidos por 67 voluntários foram avaliados por meio de três ferramentas desenvolvidas pelo grupo. A primeira, focada na estrutura do discurso, compara o quão complexa e conectada é a trajetória de palavras usadas na narrativa.
“O discurso de uma pessoa adulta, escolarizada e sem patologia mental costuma ser bastante conectado. O relato tem começo, meio e fim. Já o de um paciente com esquizofrenia, de modo geral, é mais pobre, bastante fragmentado e desorganizado. Mas como o estudo foi feito com voluntários saudáveis não vimos diferença em termos de estrutura nos relatos pré e durante pandemia, como esperado”, diz Mota.
A segunda e a terceira ferramentas têm como foco o conteúdo do discurso. Uma delas mede – a partir da comparação com dicionários padronizados – a proporção de palavras inseridas em determinadas classes, como, por exemplo, conteúdo sentimental. Foi analisada no estudo a quantidade de palavras associadas a emoções positivas e negativas. “De modo geral, os relatos de sonhos durante a pandemia tinham maior proporção de palavras relacionadas à raiva e à tristeza do que no momento anterior”, conta a pesquisadora.
Por meio da terceira ferramenta – que mede a semelhança dos relatos a temas específicos por meio da construção de mapas de similaridade semântica – foi possível mensurar o quanto as palavras empregadas no relato estão próximas de termos como “contaminação”, “limpeza”, “doença”, “saúde, “morte” e “vida”.
“Identificamos que os sonhos do primeiro mês da quarentena estavam mais associados aos termos contaminação e limpeza, mas não notamos diferença em relação à doença e saúde ou morte e vida. Nossa interpretação é que, naquele momento, as pessoas ainda estavam se adaptando às regras mais rígidas de higiene e ao medo da contaminação. Possivelmente, o medo da morte e da doença não tenha aparecido porque nenhum dos participantes ou familiares próximos tinha contraído a doença até então”, avalia Mota.
Ao final de um mês, os pesquisadores buscaram mensurar o grau de sofrimento mental de todos os participantes por meio de escalas psicométricas – questionários padronizados e validados adotados em muitos estudos da área.
“Todos os voluntários apresentavam uma sintomatologia leve, mas havia uma grande variabilidade entre eles. Ao correlacionar a severidade dos sintomas às peculiaridades que aparecem nos relatos dos sonhos, notamos que os indivíduos que mais mencionavam termos relacionados à limpeza eram os que mais estavam tendo dificuldade para manter relações sociais de qualidade durante o primeiro mês de quarentena e mais estavam sofrendo com isso. Esse achado indica uma adaptação mais pobre à situação de isolamento social”, conta Mota.
Após o término do experimento, os pesquisadores solicitaram aos voluntários que avaliassem a experiência de observar os próprios sonhos ao longo de um mês. As respostas foram pareadas entre sensações positivas (como esperança) e negativas (como ansiedade).
Segundo Mota, os aspectos negativos foram mais frequentes na avaliação dos indivíduos cujos sonhos estavam mais relacionados aos termos “contaminação” e “limpeza”. “De maneira geral, concluímos que foi um processo benéfico observar os sonhos nesse momento de pandemia. É uma forma de olhar para nossas emoções e refletir sobre o que estamos vivenciando e pode favorecer a busca por soluções”, avalia a pesquisadora.
Para Ribeiro, o estudo mostra que os sonhos refletiram de forma rápida e robusta as mudanças impostas pela pandemia, confirmando a existência de uma continuidade entre sonho e vigília defendida desde os estudos iniciais de Sigmund Freud (1856-1939) e Carl Gustav Jung (1875-1961). “Aquilo que está na sua vida onírica e diz respeito a essa emergência planetária se expressa como sofrimento quando você está desperto. Esse achado reforça a ideia proposta por Freud de que os sonhos são a via régia para o inconsciente e um material particularmente rico para diagnóstico”, afirma o pesquisador.
O artigo Dreaming during Covid-19 pandemic: Computational assessment of dreams reveals mental suffering and fear of contagion pode ser lido em https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2020.05.19.20107078v2.






Karina Toledo


Fonte: Agência FAPESP 



Rejeição é uma ferida emocional


É preciso aprender como se libertar desse sentimento

Aqueles que tem falta de confiança em si mesmos e não conseguem se valorizar costumam sofrer com feridas emocionais, principalmente a rejeição. Desde as primeiras fases da vida, onde esse pensamento se origina de algum momento marcante ou traumático, continua a se perpetuar até a vida adulta.

“Por mais que sintam, a maioria tenta esconder isso, seja rejeitando outras pessoas ou sendo diferente da sua própria personalidade, para buscar aceitação”, afirma Madalena Feliciano, hipnoterapeuta.

Quem se sente rejeitado pode passar a vida toda buscando sentir-se aceito e amado, tentando ser perfeito para obter aprovação dos que estão a sua volta, mas, se não resolver essa ferida, nunca será o bastante.

O sentimento de rejeição como ferida emocional só pode ser acessado através do subconsciente, afinal, é difícil se lembrar como isso começou ou porquê. Muitas pessoas sequer percebem que estão passando por isso.

“O primeiro passo é buscar ajuda. A hipnoterapia vem mostrado grandes resultados em pessoas que sofrem com a rejeição por infligirem esse padrão de pensamento a si mesmas, mesmo quando não estão, de fato, sendo rejeitadas”, conta.

Para acabar com a rejeição interna com a ajuda da hipnose é preciso: reforçar a autoestima, aceitar lembranças do passado como apenas lembranças, perdoar a si mesmo e praticar o amor próprio.

Lidar com feridas emocionais é algo delicado e difícil para quem as sofre, porém, têm solução. Procure o profissional certo para você e liberte-se.





Madalena Feliciano - Gestora de Carreira e Hipnoterapeuta
Rua Engenheiro Ranulfo Pinheiro Lima, nº 118, Ipiranga/SP.



Covid-19: mais de 55% da população brasileira está acima do peso, um dos principais fatores de risco para a doença

Credito: banco de imagens

Saiba como hábitos alimentares e atividade física em casa podem ajudar aumentar a imunidade e eliminar quilos extras durante a pandemia



Mais da metade da população adulta brasileira não tem o peso ideal: são 55,7% com sobrepeso e 19,8% com diagnóstico de obesidade, revela os dados da última Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel). Esses dados crescentes, somados aos estudos recentes sobre o novo coronavírus, alertam que pessoas com IMC (índice de massa corporal) igual ou superior a 30 – caracterizando a obesidade -, são um dos grupos de risco na pandemia pelo Covid-19.

O excesso de peso aumenta, principalmente, o risco de diabetes, hipertensão, os índices de colesterol e triglicérides, além de comprometer o sistema cardiorrespiratório. “Pacientes portadores de obesidade apresentam quadros infecciosos mais prolongados e maior multiplicação do coronavírus. Além disso, não conseguem expandir o tórax adequadamente para obter a quantidade de oxigênio necessária para o organismo e responder aos tratamentos de forma eficaz”, explica a médica endocrinologista especialista em medicina do esporte Andrea Fioretti.

Ela ressalta ainda que os obesos, independente da faixa etária, estão no grupo de risco e precisam começar o quanto antes, medidas para tratar o sobrepeso. “É possível emagrecer de forma saudável e eficaz em casa, adotando mudanças nos hábitos alimentares e praticando uma atividade física moderada, ao menos 150 minutos por semana”.



A dança como atividade física para todos os perfis e idades

Estar sedentário há muito tempo requer cuidado na escolha da atividade física. Ponderar o impacto e optar por uma modalidade que trata prazer e bem-estar, aliando com a segurança de praticar em casa e não correr o risco de lesões, são requisitos que devem ser levados em consideração. “É essencial ter o acompanhamento de um profissional, mesmo que virtualmente, ainda mais neste momento em que estamos enfrentando. Há inúmeros treinamentos disponíveis na internet, mas é fundamental escolher o que trará uma experiência completa e segura”, explica Ludmilla Marzano, especialista em educação de Zumba®.

A dança é uma atividade física que pode ser praticada por todas as idades e em qualquer lugar. Além de promover o condicionamento físico, a prática auxilia no emagrecimento e na tonificação muscular. “Em uma hora de aula de Zumba®, por exemplo, é possível queimar até 1000 calorias”, ressalta a educadora física. Além dos benefícios para o corpo, a dança promove a sensação de bem-estar, pois hormônios como a serotonina e dopamina são ativados, resultando em uma sensação de prazer. “Para quem não gosta de praticar atividade física e se vê obrigado a se exercitar para melhorar a saúde, a dança é a modalidade mais recomendada, porque o aluno se desliga dos problemas, se diverte durante a aula e tem como consequência o emagrecimento”, completa.

A especialista Ludmilla Marzano explica que inicialmente o aluno precisa dançar coreografias que possuem menos saltos e giros para não forçar a musculatura e as articulações. “A Zumba® Gold – segmento da Zumba voltada à terceira idade e às pessoas que não podem sofrer impactos – é excelente para quem está começando a se exercitar. A medida que o aluno vai retomando a confiança em si e o corpo está mais adaptado aos movimentos, podemos migrar para a Zumba® fitness, uma aula que envolve os mesmos ritmos musicais, mas as coreografias vão exigindo um pouco mais da musculatura e do sistema cardiorrespiratório”.

Porém, é importante lembrar que o acompanhamento médico é necessário. Hoje, no Brasil, é possível passar em consulta com especialistas virtualmente, através da telemedicina. Um recurso tecnológico que mantém a segurança do paciente. É o endocrinologista quem vai avaliar cada caso, recomendar a dieta hipocalórica adequada para cada paciente e autorizar a prática da atividade física em casa.

As aulas de Zumba® são realizadas por profissionais especializados, virtualmente. Para ter acesso a um instrutor, acesse o site: http://www.zumba.dance ou encontre um instrutor na sua região pelo site: www.zumba.com.br e solicite a agenda de aulas virtuais.



Acúmulo de gordura nas pernas e braços pode ser sinal de doença vascular


Lipedema é frequentemente confundido com varizes ou retenção de líquidos e causa até mesmo enfraquecimento do cabelo


O lipedema é uma doença vascular crônica, de origem hormonal, que acomete principalmente as mulheres. O quadro é caracterizado pelo depósito de gordura e inchaço localizado nas pernas e braços, com exclusão das mãos e pés. É comum que a paciente sinta dores nas áreas afetadas. Alguns estágios da vida são mais propícios ao seu desenvolvimento, como a puberdade, gravidez e menopausa, justamente por se tratar de um problema que tem sua origem no sistema endócrino. A alimentação também é um fator de grande influência para sua evolução.

O cirurgião vascular e membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular de São Paulo (SBACV-SP), Prof. Dr. Alexandre Campos Moraes Amato, explica que aproximadamente 11% das mulheres são acometidas pelo lipedema. “Estima-se que varizes ocorram em 45% a 50% das mulheres e o lipedema em 11%. Portanto, logicamente, a coexistência existe. Das pacientes com lipedema, 53% têm teleangiectasias e 39% varizes”, esclarece. Por conta da alta incidência da doença e pouca informação da população a respeito, junho é o mês dedicado à sua conscientização.

A doença também é marcada por seu fator hereditário, ou seja, é muito comum que mulheres da mesma família desenvolvam o problema no decorrer das gerações. Apesar de crônico, o lipedema pode ser tratado a fim de amenizar os seus sintomas e o sofrimento da paciente. Além do acúmulo de gordura e a dor eminente, o surgimento de hematomas, peso nos membros e fragilidade capilar são alguns dos sinais que devem ser avaliados por um angiologista ou cirurgião vascular, para identificar a doença. Em geral, a gordura é localizada da altura da cintura até os tornozelos e pode comprometer a mobilidade.

Seu diagnóstico é extremamente necessário, justamente por se tratar de uma doença que pode ser confundida com varizes e linfedema, caracterizado pelo inchaço de membros por meio da retenção de líquidos. Ademais, a lipodistrofia ginoide, conhecida popularmente por celulite, pode ser desencadeada pelo lipedema e causar inflamação e fibrose.

Segundo o Dr. Amato, para que a terapêutica da doença seja eficaz, é necessária uma mudança no estilo de vida da paciente. “O tratamento envolve correção alimentar, exercícios físicos direcionados, correção de hábitos de vida, intervenções medicamentosa e cirúrgica. A abordagem multidisciplinar é muito eficaz e torna possível a melhora de 35% nos sintomas com o tratamento clínico e de 58% no tratamento cirúrgico”, afirma o cirurgião vascular.  


#junholipedema





Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV)

Como lidar pessoas com demência no período de isolamento social?


O cenário atual exige bastante habilidade para enfrentar certas questões relacionadas à pandemia e saúde mental . Além da insegurança que envolve essa fase, saber lidar com pessoa com demência durante o período de quarentena é essencial para minimizar os efeitos do isolamento social.

Diante das mudanças repentinas causadas pela necessidade de adequação às 
 medidas de prevenção ao coronavírus  , selecionamos ações que ajudam a minimizar os principais impactos gerados por essa situação. Dr. Marcel Vella Nunes, psiquiatra do Hospital Santa Mônica, apresenta dicas para reduzir os riscos de tais mudanças na rotina dos familiares e dos pacientes com demência, mas antes disso, saiba um pouco mais sobre a demência. Boa leitura!


    Por que a demência pode surgir em qualquer idade?

Entende-se por demência o quadro clínico em que ocorre perda significativa da função cerebral. Essa condição está associada a sintomas que comprometem a qualidade de vida de seu portador.

As características mais comuns da demência são de ordem cognitiva, mas também afetam a linguagem e o comportamento, já que há redução da memória e da capacidade de aprendizado.

Ainda que a 
demência na terceira idade seja mais comum, esse quadro pode surgir em qualquer fase da vida e por diferentes razões. Grande parte das condições de demência apresenta relação direta com outras doenças, que se tornam causas ou agravantes para essa condição clínica.

As demências são divididas em duas classes.


Demências reversíveis  
  • Avitaminoses: associada à insuficiência de vitamina B12.
  • Tumores cerebrais: pode acometer crianças, jovens e adultos.
  • Demências metabólicas: relacionadas aos teores de cálcio, sódio e açúcar no sangue.

Demências degenerativas (e irreversíveis)
  • Alzheimer: associada à degeneração típica do envelhecimento.
  • Demência por doenças infecciosas.
  • Demência vascular: resultante de pequenos acidentes vasculares cerebrais (AVC).
  • Demência frontotemporal: degeneração cerebral que surge na área do lóbulo frontal e pode afetar o lóbulo temporal

Quais são os impactos do isolamento social para pessoas com demência?

Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) 
revelam que o número global de pessoas que desenvolvem demência é próximo de 10 milhões. Nesse período de isolamento social, seguir os protocolos impostos pelas entidades de saúde pode ser mais difícil para quem cuida de pessoas com demência. Os pacientes com esse problema podem apresentar mais ansiedade, estresse e ficar mais agitados, principalmente diante das atualizações de notícias.

Mesmo que eles não entendam o teor das informações divulgadas pela mídia, o ideal é mantê-los longe dos noticiários sensacionalistas, que aproveitam a ocasião para causar pânico desnecessário. Durante a quarentena, essas dificuldades são ainda maiores por causa da necessidade de evitar o contato pessoal e manter os cuidados com os hábitos de higiene, como a lavagem de mãos.

Independentemente da faixa etária do paciente, as condições de saúde que acompanham os quadros demenciais sugerem mais cuidado com esses indivíduos. Como a memória recente é a mais prejudicada, é preciso lembrar constantemente da higienização pessoal e da importância de ficar em casa para reduzir o risco de contaminação pelo coronavírus.

Por isso, familiares, cuidadores de idosos ou outros profissionais responsáveis por pacientes com demência necessitam de um preparo especial para aliviar a tensão típica da quarentena e superar os desafios intrínsecos a esse período. Esse trabalho exige habilidades especiais e um suporte emocional adequado, já que a demência impacta diretamente no comportamento dos pacientes com esse perfil.

Como lidar com uma pessoa com demência durante a quarentena?


Para os portadores de demência, a importância da luta contra a disseminação do coronavírus assume uma conotação ainda maior: eles não compreendem o que se passa, mas necessitam de atenção e cuidados em tempo integral. Esses pacientes exigem suporte especial, pois na eventualidade de uma contaminação, será mais difícil extrair alguma informação deles na hora de avaliar os sintomas da doença.

Vale lembrar que o paciente com suspeita de Covid-19 só deve ser levado a uma unidade de saúde se apresentar febre alta ou se você perceber dificuldades para respirar. Por segurança, é recomendável que ele seja levado a um 
hospital de referência em saúde mental.

Além disso, destacamos mais algumas dicas que podem ser úteis para lidar com pessoas com demência na quarentena. Observe quais são elas:
  

  • coloque placas com desenhos de lavagem de mãos no banheiro e em outros lugares visíveis para lembrá-las dessa medida tão importante no combate ao coronavírus;
  • demonstre frequentemente como é feita uma lavagem cuidadosa das mãos, explicando o passo a passo desse procedimento;
  • reforce a importância do sabão ou da higienização com o álcool gel;
    crie uma rotina específica, com horários determinados para a higienização pessoal (banho e lavagem das mãos);
  • mostre videos no celular para lembrar da importância de lavar as mãos;
  • mantenha a pessoa ativa, com exercícios que podem ser feitos em casa;
  • procure manter a conexão com outros familiares que fazem parte da rotina do paciente;
  • promova atividades de entretenimento e criatividade para tornar a estada em casa mais agradável e tranquila;
  • tenha o cuidado de utilizar luvas e máscaras durante o contato com o paciente ou entes queridos.

O que fazer se uma internação for necessária durante o período?

Cuidar de pessoas com dificuldades mentais como a doença de Alzheimer ou outro tipo de comprometimento psíquico costuma ser um processo desafiador. Durante a quarentena, essa responsabilidade se torna ainda maior, já que é preciso se proteger do contágio pelo coronavírus e garantir que os portadores de demências também sejam protegidos e tenham suas necessidades atendidas.

Muitos pacientes com esse quadro podem apresentar confusão mental e não conseguir expressar o que realmente sentem. O ideal é se atentar aos primeiros sinais da doença. Caso haja suspeita de contaminação pelo coronavírus, busque orientação médica imediatamente. Por precaução, esse contato inicial deve ser feito pela internet ou por telefone. Nos casos mais graves, a internação pode ser necessária.

É mais difícil manter a pessoa com demência em casa na quarentena. Mesmo no período de isolamento social, a internação pode ser uma excelente alternativa para garantir a proteção e o tratamento especializado em reabilitação da 
saúde mental. Vale destacar que o Hospital Santa Mônica segue as orientações da OMS para o cumprimento das normas de prevenção contra o Covid-19 e a promoção da saúde integral dos pacientes.  




Hospital Santa Mônica - Itapecerica da Serra - SP
(011) 4668-7455
(011) 99667-7454
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Clínica Integrativa - São Paulo - SP
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Junho Vermelho: quem pode ser doador de sangue?


Hematologista lista requisitos para ser doador, um deles, no Brasil, é não ter tido câncer


Neste mês ocorre a campanha Junho Vermelho, que tem como objetivo conscientizar a população sobre a importância da doação de sangue. Com a grande movimentação da ação, que envolve a imprensa, muitas pessoas procuram centros de doação com intuito de ajudar e acabam se frustrando com a lista de requisitos para ser doador.  Segundo o hematologista Paulo Vittor, do Grupo SOnHe, é preciso cuidado com a seleção de doadores e ainda, no Brasil, seguir uma legislação. “A primeira informação que devemos saber é que a doação é um procedimento extremamente seguro, que costuma acarretar pouco ou nenhum risco para a população em geral. Porém, em grupos específicos, como pacientes com doenças cardíacas, a retirada do volume de sangue necessário pode acarretar efeitos colaterais. Para nós, médicos, a segurança do doador é prioridade, tornando esse risco inaceitável. E ainda, há uma serie de leis que devem ser seguidas”, explica o médico.

Um dos itens da legislação brasileira de doação de sangue tem sido alvo de debates frequentes, que é o doador não pode ter tido câncer. “Os únicos tipos de tumores que não contraindicam a doação são o carcinoma basocelular (um tipo de tumor de pele) e carcinoma de colo uterino. Tal proibição deve-se ao risco teórico de que células cancerígenas do doador possam ser transmitidas pelo sangue e se implantem no receptor. Até o momento, não há comprovações científicas contundentes de que pacientes curados de suas neoplasias sejam capazes de transmiti-las pela doação de sangue. Inclusive, alguns países como EUA e Austrália permitem a doação de pacientes com história prévia de câncer, desde que este estejam curados e o tratamento tenha acabado há mais de um ano”, conta.

Para o hematologista, com a demanda crescente do uso de sangue há necessidade de ter cada vez mais doadores. “Com esse crescimento em breve será necessário rever esses critérios atuais. Não só permitindo pacientes com neoplasias curadas e mais tantas outras restrições sem embasamento científico claro, sejam incluídas nos requisitos para ser doador”, espera o médico.

No Brasil, a lei atual permite doação a partir dos 16 anos de idade, sendo que para aqueles que ainda não completaram 18 é necessária aprovação por escrito de um responsável legal. É necessário também ter peso mínimo de 50kg. Isso porque, por motivos técnicos, a quantidade de sangue doada é padronizada, ou seja, independente de pesar 50kg ou 100kg, o volume de sangue retirado é o mesmo, que pode não ser tolerado caso o doador tenha baixo peso. A doação de sangue também não é permitida durante a gestação e nos 12 primeiros meses após o parto, caso a candidata esteja amamentando. Não é necessário jejum para doar sangue, apenas é recomendado que se evite refeições gordurosas antes da doação.

O especialista ressalta a importância da relação aos hábitos de vida. “É necessário que o candidato tenha parceiro (a) sexual fixo, sem relações ocasionais com terceiros, há pelo menos seis meses. O candidato deve ter boas condições de saúde. Porém, algumas doenças não impedem a doação, desde que controladas, tais como hipertensão, dislipidemia, o famoso “colesterol alto”, hipotiroidismo, entre outras. Já antecedente de neoplasia maligna, mesmo que curada, diabetes insulino-dependente, infecção prévia por HIV, hepatite C ou B e doença de chagas, doença cardíaca importante e outras doenças graves excluem definitivamente o candidato à doação”, orienta Dr. Paulo.

Para quem não pode doar, o médico afirma que existem outros meios extremamente válidos de ajudar nesta causa. “Conversar com amigos e familiares sobra a importância de ser doador, divulgar e apoiar campanhas de doação, compartilhar informações de qualidade, entre várias outras, são ferramentas importantíssimas na captação de novos doadores. Todo auxílio é válido para continuar a permitir que este ato de solidariedade continue a salvar vidas por todo o mundo”, finaliza Dr. Paulo.





Paulo Vittor - graduado em Medicina pela Universidade Federal de Goiás, com especialização em Clínica Médica na mesma instituição. Posteriormente, cursou Hematologia e Hemoterapia na Unicamp. Paulo faz parte do corpo clínico de hematologistas do Grupo SOnHe e atua no Hospital Santa Tereza e na Santa Casa de Valinhos.



Grupo SOnHe - Sasse Oncologia e Hematologia
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