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domingo, 18 de setembro de 2016

VOCÊ SABIA QUE A DEPRESSÃO TAMBÉM ACOMETE IDOSOS?




Por Prof. Dr. Mario Louzã, médico psiquiatra, doutor em Medicina pela Universidade de Würzburg, Alemanha. Membro Filiado do Instituto de Psicanálise da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (CRMSP 34330)


Se você acha que a depressão afeta apenas jovens e adultos, saiba que está enganado. Segundo pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as pessoas que fazem parte da terceira idade são as que mais sofrem com a depressão. Dos 11,2 milhões de adultos diagnosticados com a doença, a faixa etária mais afetada foi a de 60 a 64 anos, ou seja, 11,1% do total.

A depressão na terceira idade envolve vários fatores:
- Aspectos físicos: as alterações físicas decorrentes do envelhecimento, como flacidez, rugas, perda de cabelos, mudanças hormonais, alterações do sistema nervoso central, entre outras.

- Aspectos psicológicos e emocionais: percepção da incapacidade de realizar determinadas atividades, diminuição de habilidades em geral, perdas sensoriais, perda do cônjuge, entre outras.

- Aspectos sociais: envolvem aposentadoria, mudança de perspectiva pessoal e profissional, luto pela perda de entes queridos, a síndrome do “ninho vazio” nas mulheres, queda do nível socioeconômico, entre outras.

Todos esses aspectos somados podem levar à depressão em muitos idosos. Os sintomas são semelhantes aos de um jovem com depressão: tristeza, apatia, insônia, falta de libido, falta de apetite, pensamentos negativos, de culpa ou auto-recriminação, desinteresse por atividades que, antes, eram prazerosas. No entanto, com frequência, os idosos apresentam mais queixas físicas (fadiga, dores, etc.) do que as de tristeza, o que muitas vezes acaba mascarando o quadro depressivo. Se os sintomas já citados forem frequentes ou intensos, e prejudicarem o cotidiano do idoso, o ideal é procurar um psiquiatra, que irá avaliar o quadro. Faz parte da avaliação diagnóstica a solicitação de exames laboratoriais (sangue, etc.) e radiológicos (tomografia ou ressonância magnética) para complementar os dados fornecidos pelo paciente e seus familiares.

Se o diagnóstico for realmente depressão, o tratamento envolve o uso de medicações antidepressivas e abordagens psicológicas e psicossociais. Atividades físicas e mentais (leituras ou jogos) auxiliam na melhora do quadro depressivo e na manutenção da qualidade de vida do idoso.

No caso das mulheres, como a menopausa e a consequente redução dos hormônios são fatores que podem desencadear a depressão, é fundamental o acompanhamento do ginecologista para avaliar a possibilidade de reposição hormonal como auxílio no tratamento da depressão.



O reflexo dos pais na saúde mental de seus filhos





 A educação infantil engloba uma série de aspectos, que se estende além ao ensino escolar. Sua formação pessoal se desenvolve no contato mais íntimo da criança com seus cuidadores, portanto, o papel dos pais neste processo é fundamental, uma vez que são os primeiros a fazer parte de sua rotina.

O comportamento das crianças e adolescentes reflete seu relacionamento parental. Se mal resolvido, pode acarretar sérios problemas à sua saúde mental. Segundo a vice-presidente do Departamento de Saúde Mental da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), dra. Denise de Sousa Feliciano, muitas doenças físicas e psicológicas estão ligadas às questões emocionais, ou até mesmo potencializadas por elas.

“Crianças até os 3 anos possuem a mente fortemente ligada aos pais, o que pode afetar tanto as questões básicas, como sono e alimentação, quanto seu comportamento. Elas estão altamente sensíveis ao ambiente familiar, à questão dos pais e suas dificuldades”, explica.

Na escola, o primeiro contato entre as crianças é parte do que aprenderam ou viram em casa. Este contato com o outro em grupo estimula o desenvolvimento de seu psiquismo, e amplia as experiências de sua rotina familiar, mas não a substitui.

“Muitas vezes os pais querem delegar à escola o papel de educar a criança e definir limites para ela. A escola não consegue abranger questões éticas ligadas aos valores desta família, ela lidará com a socialização, convivência e competências da criança, que contribui para sua identidade, porém os principais valores são advindos de seus familiares”, afirma a dra. Denise.

Com um acompanhamento atento do pediatra, os pais, especialmente os de primeira viagem, podem reconhecer seus limites, facilitando a aceitação de uma ajuda externa por parte de um psicólogo, quando necessário. A psicanalista afirma que não é preciso uma assistência psicológica da criança sem precedentes, porém, os pais não podem ignorar se o filho demonstrar sinais de algum problema.

Muitas vezes, problemas emocionais são comunicados pela criança e adolescente através de seu comportamento e rotinas funcionais (alimentação, sono, excreções, etc), mas são tomados como uma situação passageira e deixam de ser atendidos, fazendo com que esses conflitos se tornem mais agudos e significativos. Por isso, é fundamental se atentar ao que ocorre nesta fase, saber os problemas que estão enfrentando, pois, uma vez deixados de lado, reaparecerão no futuro como algo muito mais grave em termos psicológicos.

Em crianças pequenas de 0 à 3 anos o atendimento psicanalítico é feito com toda a família, são as Consultas terapêuticas Pais-Bebê. Mas é importante que o encaminhamento seja feito à um psicanalista com formação nessa modalidade de atendimento.

“Nunca é tarde para um pedido de ajuda, mas quanto mais cedo puder ser atendido, menores serão os desdobramentos e complicações para o desenvolvimento da saúde mental da criança. Por isso os pais devem ouvir as dificuldades na rotina familiar e da criança como um pedido de socorro.

Um profissional qualificado pode auxiliar neste processo, contribuindo para sanar as dificuldades deste relacionamento entre pais e filhos”, esclarece.

Dra. Denise comenta que algumas instituições prestam atendimento especializado para questões psicológicas entre pais e filhos, como a Clínica do Instituto Sedes Sapientiae (te.: 3866-2735) ou o Centro de Atendimento Psicanalítico da Sociedade Brasileira de Psicanálise de SP (tel.: 3661-9822). Este tipo de assistência muitas vezes é também oferecida em núcleos hospitalares, organizações não governamentais e órgãos públicos.
 


Denise de Sousa Feliciano - Psicóloga e Psicanalista. Membro da Sociedade Brasileira de Pediatria, do Departamento de Saúde Mental  e Aleitamento Materno da Sociedade de Pediatria de SP. Membro do Departamento de Psicanálise com Crianças no Instituto Sedes Sapientiae, professora nos cursos Relação Pais Bebê: Da Observação à Intervenção e Amamentação e Psiquismo (ambos no Sedes); Doutora em psicologia pelo IPUSP-SP, especialização em Psicopatologia do Bebê pela USP e Université Paris 12; Membro Filiado da Sociedade Brasileira de Psicanálise de SP

Nódulos na Tireoide atingem 50% das mulheres acima dos 50 anos




Punção e cirurgia são algumas das opções de investigação e tratamento

Apesar de muito comuns, principalmente em mulheres, os nódulos na tireoide merecem uma atenção especial. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), este problema afetará cerca de 60% da população brasileira durante algum momento da vida, porém, em aproximadamente 90% dos casos os nódulos são benignos.

O cirurgião de cabeça e pescoço do Centro de Nódulos de Tireoide do Hospital Samaritano de São Paulo, Dr. Antonio A. T. Bertelli, explica que “quanto mais avançada for a medicina, será cada vez mais comum diagnosticar os nódulos”.

Hoje em dia, o câncer de tireoide já está entre as dez mais neoplasias malignas mais frequentes em mulheres brasileiras. O Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima que, só em 2016, 5.870 casos serão diagnosticados em mulheres, ou seja, 84% do total. “A incidência do câncer de tireoide tem progredido, em parte, devido ao aumento do diagnóstico. Hoje em dia, fazemos mais exames, cada vez mais precisos, e detectamos nódulos menores. Mas é preciso saber o que fazer com eles, já que apenas uma minoria precisa de cirurgia”, afirma o especialista.

O problema é que muitas mulheres não possuem o hábito de realizar exames de rotina durante grande parte das suas vidas e, com o aumento da idade, os nódulos tornam-se cada vez mais frequentes.

Mas apesar de precisar de acompanhamento, o nódulo de tireoide não é uma doença que requer cirurgia sempre e não necessariamente está relacionado ao câncer. “O câncer pode se manifestar, inicialmente como um nódulo, mas, nem todo nódulo é câncer”, esclarece Dr. Bertelli.

Como diagnosticar?

O nódulo, muitas vezes, é assintomático (sem dor, desconforto, mudanças físicas visíveis ou qualquer outro sintoma). Nestes casos, eles costumam ter até três centímetros. A melhor forma para avaliar a glândula em relação à presença de nódulos é por meio de ultrassonografia, um exame simples, rápido e que não exige preparo.

Em casos mais complexos, um outro exame é utilizado na investigação de nódulos tireoideanos. A punção aspirativa por agulha fina (PAAF) é indicada para diferenciar o nódulo benigno do maligno. Este procedimento só é realizado quando indicado por um especialista e quando há a certeza de que o paciente já possui um nódulo.

A punção pode identificar o tipo de nódulo por meio da análise das células extraída pela aspiração. Nódulos pequenos, dependendo de sua localização, podem ser muito difíceis de ser puncionados. Portanto, para indicar corretamente a PAAF, o médico especialista utiliza vários critérios que vão desde fatores de risco que podem estar presentes no passado do paciente, além de histórico familiar e até características clínicas na palpação de cada nódulo em questão.

O tumor maligno mais comum da tireoide é o carcinoma papilífero, e este, quando diagnosticado precocemente, apresenta excelentes taxas de cura.

Sobre o Centro de Nódulos da Tireoide
O Centro de Nódulos de Tireoide do Hospital Samaritano de São Paulo é o primeiro do País e conta com atendimento especializado, com endocrinologistas e cirurgiões de cabeça e pescoço especialistas em tireoidologia, em atendimento simultâneo, além de toda infraestrutura necessária para exames laboratoriais, de imagem e tratamento multidisciplinar, no mesmo local. O serviço oferece ainda reuniões multidisciplinares com a participação de oncologistas, médico nucleares e todos os especialistas necessários para que o melhor resultado para o paciente seja alcançado.

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