Especialista
fala sobre a necessidade do diagnóstico precoce, tratamento e alerta para o
controle da obesidade, principal causa da doença
De acordo com a Sociedade
Brasileira de Nefrologia (SBN), a doença renal crônica acomete milhares de
crianças em todo o Brasil. Por isso, neste Dia das Crianças, comemorado em 12
de outubro, a Fundação Pró-Rim, referência nacional em tratamento e
transplantes renais, alerta para os perigos da doença que pode afetar crianças
de todas as idades.
O nefropediatra da Pró-Rim,
Dr. Arthur Wendhausen, explica existem fatores de risco peculiares da
insuficiência renal infantil, como síndromes genéticas, malformações do trato
urinário, infecções urinárias, antecedente familiar de doenças renais,
hipertensão arterial, diabetes e glomerulonefrite, tipo mais comum de nefrite.
Mas, um dos fatores que mais causam a doença é a obesidade.
De acordo com dados do IBGE
e Ministério da Saúde, uma a cada três crianças brasileiras, entre cinco e nove
anos, está acima do peso. Causada pela falta de atividade física e alimentação
rica em gordura, açúcares e alimentos industrializados, a obesidade infantil
atinge 16,6% dos meninos e 11,8% das meninas do país.
Dr. Arthur Wendhausen
explica que “está muito claro que hoje a ingestão acentuada de sódio, a baixa
ingestão de água e a falta de atividade física regular têm influenciado no
metabolismo das crianças, causando o surgimento de alterações da função renal e
problemas cardiovasculares. Salgadinhos e alimentos industrializados
estão entre os principais vilões”.
Responsabilidade
dos pais: De acordo com o
nefropediatra, as preferências alimentares das crianças, assim como atividades
físicas, são influenciadas diretamente pelos hábitos dos pais, sendo necessário
que eles adotem um estilo de vida saudável, pensando na saúde dos filhos.
“Hábitos familiares como não
tomar café da manhã, jantar alimentos de grande quantidade calórica, ingerir
uma variedade cada vez maior de alimentos industrializados, consumir líquidos
leves em excesso, mas calóricos e não praticar atividades físicas são
prejudiciais e indutores de obesidade”, alerta Wendhausen.
Importância da
prevenção: O médico alerta
aos pais sobre a importância de hábitos de prevenção. A Doença Renal Crônica
ocorre devido à perda progressiva e irreversível das funções renais. Quando
isso ocorre, o tratamento de diálise ou transplante é necessário. É silenciosa,
e, na maioria das vezes, não apresenta sintomas. “Normalmente, ela só vai se
manifestar depois que estiver em estágio bem avançado”, observa.
Por isso, é fundamental
estimular a criança a ingerir água constantemente, mesmo sem estar com sede,
controlar a obesidade e diminuir consideravelmente o consumo de sal e de
alimentos industrializados.
Wendhausen recomenda ainda a
prática regular de atividades físicas desde a infância e atenção redobrada
quanto ao uso de anabolizantes, álcool, tabagismo entre outras drogas, na
adolescência. Além disso, é fundamental orientar os filhos sobre automedicação,
especialmente com analgésicos e anti-inflamatórios que são nocivos aos rins.
Sinais do corpo: Em contrapartida, quando a doença já se
instalou, o corpo dá alguns sinais aos que os pais devem estar atentos como
inchaço, vômitos frequentes, infecções urinárias, atraso no crescimento,
problemas ósseos e anemias de difícil cura.
Fundação Pró-Rim