A relação entre
o que comemos e a forma como nos sentimos vai muito além da energia do dia a
dia. Pesquisas recentes mostram que a nutrição tem papel fundamental na
prevenção e no tratamento de transtornos como ansiedade e depressão, e esse é
um dos assuntos abordados pela nutricionista Andrezza Botelho.
“Quando falamos
em saúde mental, não podemos ignorar a influência direta da alimentação.
Vitaminas do complexo B, vitamina D, ômega-3 e antioxidantes são nutrientes que
impactam de maneira decisiva o funcionamento cerebral e a regulação do humor”,
explica a especialista.
O impacto da
dieta no equilíbrio emocional
Segundo
Andrezza, o consumo excessivo de açúcar e aditivos alimentares tem efeito
contrário: “Eles provocam inflamação no organismo e podem gerar queda de
energia e alterações de humor, contribuindo para sintomas relacionados a
transtornos mentais”.
Outro ponto de
destaque é a saúde intestinal. Conhecido como o “segundo cérebro”, o intestino
abriga a microbiota — conjunto de micro-organismos responsáveis por funções
essenciais, entre elas a produção de neurotransmissores como a serotonina.
“Existe uma conexão direta, feita pelo nervo vago, que liga o intestino ao
cérebro. Um intestino saudável e desinflamado tem impacto direto na forma como
pensamos, sentimos e reagimos”, reforça Andrezza.
Alimentos
aliados do bem-estar
Entre os
principais alimentos que contribuem para uma mente mais saudável, a
nutricionista destaca:
Peixes: ricos em
ômega-3, melhoram o humor e a função cognitiva.
Frutas e
vegetais: fontes de vitaminas e antioxidantes, ajudam a reduzir o estresse.
Grãos integrais:
importantes para a regulação do humor.
Nozes e
sementes: ricas em nutrientes essenciais para a saúde cerebral.
Alimentos
fermentados: como o iogurte, que fortalecem a microbiota intestinal por meio
dos probióticos.
O peso da
insegurança alimentar
Além das
escolhas alimentares individuais, Andrezza chama atenção para um fator social
relevante: a insegurança alimentar. “A falta de acesso a alimentos nutritivos
não afeta apenas o corpo, mas também a mente. Esse é um fator de estresse psicossocial
que pode aumentar os riscos de ansiedade e depressão, e precisa estar no centro
das políticas públicas de saúde”, destaca.
Para a
nutricionista, entender o papel da alimentação na saúde mental é um passo
essencial para a promoção de qualidade de vida. “Cuidar do que colocamos no
prato é também cuidar das nossas emoções e da forma como enfrentamos os
desafios do dia a dia”, finaliza.
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