Data internacional chama a atenção para o direito ao
brincar e reforça a importância de promover entornos seguros e protetores
durante as atividades infantis
Comemorado neste
28 de maio, o Dia Mundial do Brincar celebra o direito de todas as crianças à
brincadeira livre, segura e saudável. A data, reconhecida globalmente, destaca
a importância das atividades lúdicas no desenvolvimento físico, emocional,
social e cognitivo da infância.
A efeméride nasceu
durante a 8ª Conferência Internacional de Ludotecas em Tóquio (Japão), em 1999,
por iniciativa de Freda Kim, presidente da International Toy Library
Association (ITLA). No ano seguinte, foi comemorada pela primeira vez ao redor
do mundo e entrou no calendário do Fundo das Nações Unidas para a Infância
(UNICEF).
Mais do que uma
atividade saudável e de entretenimento, brincar também é um direito assegurado
por lei. Toda criança tem o direito de brincar e se divertir, conforme o artigo
31º da Convenção sobre os Direitos da Criança das Nações Unidas. O mesmo
direito é garantido pelas disposições do Estatuto da Criança e do Adolescente
(ECA), da Constituição Federal, e, mais recentemente, da Lei 14.826, que
institui a parentalidade positiva e o direito ao brincar como estratégias de
prevenção à violência contra crianças.
Além de celebrar
esse direito, o Dia Internacional do Brincar também é um momento simbólico para
refletir sobre os espaços e as condições oferecidas às crianças para que possam
brincar com total liberdade e proteção. Neste contexto, a Aldeias Infantis SOS, organização global que lidera o maior
movimento de cuidado do mundo, chama a atenção para os cuidados necessários na
seleção de brinquedos e na criação de ambientes seguros durante as
brincadeiras.
A especialista em
Entornos Seguros e Protetores da Aldeias Infantis SOS, Erika Tonelli, listou
algumas dicas práticas para a compra de brinquedos seguros e reuniu algumas
orientações básicas para a proteção e prevenção de acidentes durante as
atividades infantis. Veja a seguir:
Compre o brinquedo certo
Erika afirma que a
atenção aos brinquedos é fundamental na hora de garantir entornos seguros e
protetores para as crianças. "Além da supervisão constante de um adulto,
vale inspecionar regularmente os brinquedos e verificar se eles possuem algum
dano que possa causar acidentes durante a brincadeira, como partes pequenas que
estejam se soltando ou pedaços quebrados com pontas afiadas ou arestas”, afirma.
“Também é importante estimular a criança a guardar os brinquedos logo após seu
uso para evitar quedas e outros tipos de acidentes bastante comuns nessa
hora", completa.
A seguir, veja
algumas dicas para a escolha do brinquedo certo:
- Ao escolher um brinquedo, leve em consideração
a idade da criança. A faixa etária adequada deve estar claramente indicada
na embalagem, com informações sobre conteúdo, instruções de uso, montagem
e quaisquer riscos potenciais;
- Certifique-se de que os brinquedos tenham o selo
do Inmetro, que é obrigatório. A certificação é uma garantia de que o
objeto foi aprovado em testes e atende aos critérios mínimos de segurança,
como a utilização de materiais atóxicos na fabricação;
- Evite brinquedos com bolinhas de metal, pontas
e bordas afiadas e que apresentem projéteis, como dardos e flechas.
Correntes, tiras e cordas com mais de 15 cm não são recomendados para
evitar riscos de estrangulamento;
- Para crianças menores de oito anos, não são
aconselhados brinquedos com elementos de aquecimento, como baterias e
tomadas elétricas, uma vez que podem causar queimaduras;
- Presentear com bicicletas, patins, patinetes e
skates é uma boa oportunidade para estimular a mobilidade das crianças e a
responsabilidade de brincar de forma segura. Mas lembre-se de incluir no
presente os equipamentos de segurança necessários, como capacete,
joelheira, cotoveleira, luvas e buzina;
- Dê atenção especial aos brinquedos que
contenham hidrogel em sua composição. Os médicos têm alertado que a substância
tem grande capacidade de absorção de água e, no caso de ingestão pela
criança, pode causar lesões ou infecções graves;
- Certifique-se de verificar o prazo de validade
do brinquedo. Embora essa informação não seja amplamente divulgada, é
importante lembrar que os brinquedos também têm um limite de vida útil;
- Evite produtos que emitam ruídos excessivos,
pois esses sons podem prejudicar a audição. Além disso, fique atento a
brinquedos que tenham formas e cheiros que se assemelham a alimentos, isso
pode incentivar a criança a colocá-los na boca, provocando engasgos e
sufocamento.
Brincadeira em ambiente seguro
“Durante o fim de
semana, feriado e férias, os riscos tendem a aumentar, uma vez que crianças e
adolescentes estarão com mais tempo livre para explorar os ambientes. Vale
fazer uma ‘operação pente fino’ na casa e demais espaços para garantir uma
diversão saudável e segura”, destaca Erika.
“Adotar medidas
prevenção é uma das formas mais eficientes para que acidentes não ocorram.
Medidas básicas de precaução podem evitar problemas graves e minimizar
situações com potencial de ferimentos e, principalmente, salvar vidas. É
fundamental verificar a segurança do local antes que as crianças brinquem
livremente pelo ambiente”, reforça a especialista da Aldeias Infantis SOS.
Seguem algumas
orientações básicas para a prevenção de acidentes com crianças:
Quedas: Crianças não
devem brincar próximas a janelas ou sacadas sem proteção, que devem ter grades
ou redes de segurança. A atenção deve ser redobrada com pisos escorregadios,
lajes e escadas, que oferecem alto risco para quedas. As brincadeiras em
parquinhos e brinquedões também devem ser supervisionadas para evitar
acidentes;
Tomadas: Para evitar descargas
elétricas, todas as tomadas devem estar tampadas e protegidas para obstruir o
contato das crianças. Segundo o Anuário Estatístico de Acidentes de Origem
Elétrica 2022, divulgado pela Associação Brasileira de Conscientização para os
Perigos da Eletricidade (Abracopel), 342 crianças de 0 a 10 anos foram vítimas
fatais de choque elétrico na última década;
Gavetas: É indispensável
adicionar travas em gavetas com objetos cortantes e que ofereçam risco. Além
disso, não é somente a faca que apresenta perigo. Itens de cozinha em geral,
além de objetos como clipes metálicos, tampa de caneta e tesoura, por exemplo,
também podem causar acidentes;
Intoxicação: É essencial manter remédios, produtos de limpeza, de higiene e de
beleza, venenos e plantas tóxicas fora do alcance das crianças;
Hospedagem: Em caso de viagem, não importa onde seja a hospedagem, na casa de
familiares ou quarto de hotel, as condições de segurança devem ser avaliadas e
adaptadas para as crianças;
Atividades ao ar livre: Ao andar de skate, bicicleta ou patins, por exemplo, é
necessário usar equipamentos de segurança, como capacete, cotoveleiras e
joelheiras, para evitar o risco de lesões graves. Nos parquinhos, sempre
verificar a condição dos brinquedos e não utilizá-los caso estejam quebrados,
enferrujados ou com superfícies perigosas. Se a brincadeira escolhida for
empinar pipas, certifique-se de estar longe de fiações e, em caso de
relâmpagos, recolha o brinquedo imediatamente;
Brincadeiras aquáticas: Não deixe as crianças sozinhas à beira de piscinas, rios
ou lagos, e, ao entrar na água, faça o uso de coletes salva-vidas, uma vez que
boias de braço não são aconselhadas. Fique atento ainda com baldes, bacias e
piscinas plásticas, que mesmo rasos, podem ser perigosos;
Atividades em grupo: Em hotéis e colônias, procure saber se existe uma equipe
de monitores especializados para cuidar de crianças, com profissionais formados
em primeiros socorros. No caso de atividades que necessitem de equipamentos de
segurança, exija que sejam utilizados e atente às condições dos instrumentos.
Sobre a Aldeias Infantis
SOS
A Aldeias Infantis SOS
(SOS Children’s Villages) é uma organização global, de incidência local, que
atua no cuidado e proteção de crianças, adolescentes, jovens e famílias. A
organização lidera o maior movimento de cuidado do mundo e atua junto a meninas
e meninos que perderam o cuidado parental ou estão em risco de perdê-lo, além
de desenvolver ações humanitárias.
Fundada na Áustria, em
1949, está presente em mais de 130 países. No Brasil, atua há 58 anos e mantém
cerca de 80 projetos, em 30 localidades de Norte ao Sul do país. Ao trabalhar
junto com famílias em risco de se separar e fornecer acolhimento para crianças
e adolescentes que perderam o cuidado parental, a Aldeias Infantis SOS luta para
que nenhuma criança cresça sozinha.
Para saber mais: www.aldeiasinfantis.org.b
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