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Diagnóstico ajuda
a identificar doenças genéticas em embriões antes da implantação no útero e
reduz riscos de doenças hereditárias
Um recurso ainda pouco conhecido fora dos
consultórios médicos pode representar um avanço significativo para casais que
buscam engravidar por meio da fertilização in vitro (FIV), especialmente em
casos de idade materna avançada ou histórico de doenças genéticas. Trata-se da
biópsia embrionária, também chamada de Diagnóstico Genético Pré-Implantacional
(PGD), uma técnica que permite analisar o material genético dos embriões
formados em laboratório antes de sua implantação no útero.
O exame é realizado entre o quinto e o sétimo dia
de desenvolvimento embrionário, no estágio de blastocisto. Nesse momento, uma
pequena amostra de células — que futuramente dariam origem à placenta — é
retirada e enviada para análise genética. O objetivo é identificar alterações
cromossômicas, como a síndrome de Down, ou doenças hereditárias específicas.
“Essa triagem permite selecionar embriões com maior
viabilidade e menor risco genético, o que aumenta significativamente as chances
de uma gestação bem-sucedida”, explica Mariana Nicolielo, coordenadora de
embriologia da unidade Ibirapuera da Huntington Medicina Reprodutiva.
Para quem é indicado o exame
Segundo a Dra. Michele Panzan, médica da Huntington
e coordenadora da unidade de Campinas, a biópsia embrionária não é indicada
para todos os casos de FIV. A recomendação é feita com base em critérios
clínicos bem definidos, entre eles:
- Mulheres
com 37 anos ou mais, com maior risco de alterações cromossômicas nos
embriões;
- Casais
com histórico de doenças genéticas ou hereditárias;
- Casais
que já enfrentaram abortos espontâneos recorrentes;
- Mulheres
que tiveram falhas de implantação em ciclos anteriores de FIV;
- Casos
de fator masculino severo, que comprometem a qualidade do embrião.
“A análise genética é uma aliada valiosa,
principalmente quando há fatores que dificultam o sucesso da FIV. Com a seleção
dos embriões mais saudáveis, evitamos transferências mal-sucedidas e reduzimos
o desgaste emocional e físico do tratamento”, ressalta a médica.
Segurança e avanços
tecnológicos
Apesar de envolver a retirada de células do
embrião, o procedimento é considerado seguro e está contemplado nas diretrizes
do Conselho Federal de Medicina (CFM) para a reprodução assistida. Não há
necessidade de autorização judicial, desde que respeitadas as indicações
clínicas.
“As células retiradas não darão origem ao bebê, mas
à placenta, o que torna o risco mínimo para o desenvolvimento embrionário”,
esclarece Nicolielo. “Além disso, o embrião só é considerado uma vida plena
após sua implantação no útero”, completa.
Com os avanços da medicina reprodutiva e das
tecnologias de imagem e análise de dados, a tendência é que a avaliação
genética se torne cada vez mais precisa — e até não invasiva no futuro.
Pesquisas já apontam a possibilidade de identificar alterações genéticas por
meio do meio de cultura dos embriões, sem a necessidade de biópsia.
Huntington Medicina Reprodutiva
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