Ana Caroline Santana, professora da Human SA, explica que o objetivo da atualização da norma (NR-1) é garantir um ambiente de trabalho mais saudável e seguro para os trabalhadores
A
partir de 26 de maio de 2025, todas as empresas brasileiras serão obrigadas a
incluir a avaliação de riscos psicossociais no processo de gestão de Segurança
e Saúde no Trabalho. A exigência faz parte da atualização da Norma
Regulamentadora 1 (NR-1), realizada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE)
em agosto do ano passado, e representa um marco na proteção da saúde mental dos
trabalhadores.
Segundo
a professora Ana Caroline Santana, da Human SA, essa atualização é um passo na
prevenção do esgotamento profissional. “A síndrome de Burnout é marcada por
sinais como redução da produtividade, irritabilidade e dificuldade em realizar
tarefas que antes eram feitas com facilidade. Essa reclassificação e a
exigência de avaliação dos riscos psicossociais refletem uma conscientização crescente
sobre os impactos do ambiente de trabalho na saúde mental”, explica.
Essa
mudança busca reduzir o impacto de fatores como metas excessivas, jornadas
prolongadas, assédio moral, falta de autonomia e conflitos interpessoais, que
estão entre os principais desencadeadores de estresse, ansiedade, depressão e
da síndrome de Burnout. Com a nova regulamentação, as empresas deverão
identificar e gerenciar esses riscos como parte das medidas de proteção à saúde
dos trabalhadores.
De
acordo com o Relatório Mundial de Saúde Mental da Organização Mundial da Saúde
(OMS), publicado em junho de 2022, 15% dos adultos em idade laboral já sofreram
com algum transtorno mental. No Brasil, dados do Ministério da Previdência
indicam que transtornos mentais, incluindo episódios depressivos, estão entre
as dez principais causas de afastamento do trabalho.
Como será a fiscalização?
A
fiscalização do cumprimento da nova norma será feita pelo MTE, tanto de forma
planejada quanto por meio de denúncias. Setores com alta incidência de
adoecimento mental, como teleatendimento, bancos e estabelecimentos de saúde,
serão priorizados.
Durante
as inspeções, os auditores-fiscais avaliarão aspectos da organização do
trabalho, buscarão dados de afastamentos por doenças como ansiedade e
depressão, entrevistarão trabalhadores e analisarão documentos para identificar
possíveis situações de risco psicossocial.
Para
Ana Caroline, essa nova etapa representa avanço significativo na construção de
ambientes corporativos mais saudáveis. “As empresas podem implementar rodas de
conversa sobre saúde mental, capacitar lideranças em gestão emocional e
oferecer suporte especializado. Por outro lado, os indivíduos devem praticar a
autocompaixão, estabelecer metas realistas e manter atividades de lazer além do
trabalho”, recomenda.
Com
a nova regulamentação, espera-se que a saúde mental passe a ocupar um papel
central nas políticas empresariais, reduzindo os índices de transtornos mentais
relacionados ao trabalho e promovendo um ambiente laboral mais equilibrado e
produtivo.

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