Qual a importância das feiras internacionais para o varejo mundial?
A
participação em eventos internacionais tem se mostrado fundamental para quem
deseja entender o caminho que o varejo está tomando. Em janeiro, duas feiras de
grande impacto se destacaram: a Consumer Electronics Show (CES), em Las Vegas,
e a NRF (National Retail Federation), em Nova Iorque. Elas aconteceram em
sequência e, segundo o especialista em Marketing de Produto Rafael Ribas que
participou de ambas, trazem uma visão complementar sobre o futuro dos negócios,
aliando soluções tecnológicas de ponta a novas formas de interação com o
cliente.
A
CES, organizada pela Consumer Technology Association, é famosa por apresentar
inovações em eletrônicos, mobilidade, biotecnologia e realidade virtual. De
acordo com Ribas, esse ano ficou claro que a realidade aumentada e virtual
deixaram de ser apenas conceitos distantes. Fabricantes de óculos inteligentes
passaram a oferecer kits de desenvolvimento que se conectam facilmente a
softwares específicos, permitindo que empreendedores adaptem essas ferramentas
a setores como arquitetura e indústria. Conforme o especialista, há aplicações
interessantes também para o varejo, pois a possibilidade de criar experiências
imersivas contribui para a ambientação de lojas e para o treinamento de equipe
em ambientes simulados.
Já
na NRF, principal feira global voltada ao varejo, o grande destaque foi a
Inteligência Artificial (IA). Embora seja pesquisada desde meados do século
passado, a IA só recentemente se tornou acessível a empresários de todos os
portes, o que, na opinião de Ribas, está “revolucionando a forma como os
lojistas lidam com gestão de estoque, identificação de produtos vencidos e até
mesmo a análise do perfil do consumidor”. Em vez de vistoriar manualmente cada
item na prateleira, hoje já existe a possibilidade de usar câmeras inteligentes
que identificam produtos em falta ou próximos da data de validade, otimizando
tempo e custos operacionais.
Outro
exemplo interessante compartilhado por Ribas é a aplicação da visão
computacional para entender melhor quem entra na loja ou passa pela vitrine. A tecnologia
consegue captar, em tempo real, informações de gênero, faixa etária e até
expressões faciais, fornecendo dados valiosos para ajustar campanhas,
decorações e ofertas. Ele observa que essas soluções despertam curiosidade no
público, mas também exigem do varejista um cuidado maior na hora de interpretar
e utilizar as informações, respeitando a privacidade e as leis de proteção de
dados.
Apesar
de toda essa automação, as duas feiras discutiram a importância de capacitar
profissionais em vez de simplesmente substituí-los. Conforme o especialista, as
empresas que investirem em formação para lidar com IA e outras tecnologias vão
encontrar mais facilmente o equilíbrio entre inovação e a experiência humana no
atendimento. A ideia é que as máquinas cuidem das tarefas mais repetitivas,
enquanto as pessoas se concentram nas decisões estratégicas e na relação com o
cliente.
As
tendências apresentadas nesses eventos, incluindo a ampliação do live shopping
(vendas ao vivo pela internet) e a adoção crescente de estratégias de retail
media (anúncios em canais próprios do varejo), estão intimamente ligadas à
Inteligência Artificial. Ferramentas de análise de dados, embutidas nas
plataformas de transmissão, ajudam a detectar padrões de consumo e adequar
imediatamente as ofertas ao perfil de quem assiste. Ribas destaca que esse tipo
de interatividade reforça o vínculo emocional com a marca, gera engajamento e
pode multiplicar as vendas em pouco tempo.
A
sustentabilidade foi outro ponto de convergência na CES e na NRF. Com a ajuda
de sistemas inteligentes, varejistas conseguem reduzir desperdícios na cadeia
de suprimentos e monitorar cada etapa de produção, colaborando para minimizar o
impacto ambiental. A adoção de práticas ecológicas, segundo o especialista, tem
um apelo cada vez maior para o consumidor, que tende a valorizar empresas
comprometidas com a responsabilidade social.
Para
quem está planejando os próximos passos no varejo, as duas feiras deixam uma
mensagem clara: é hora de encarar a tecnologia como parceira de negócios e de
adotar uma postura curiosa e flexível diante das mudanças. As inovações
apresentadas no início do ano já estão se desdobrando em implementações
concretas, e a previsão é de que, em 2025, boa parte dessas soluções — de
vitrines inteligentes a lojas sem caixas — seja realidade para muitos segmentos
do mercado.
Rafael Ribas
Especialista em Marketing de Produto
(41) 99972-1333
Instagram: @rdpr.oficial
Rua Salvador, 187, Cajuru. Curitiba-PR
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